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Histeria e Psicanálise de Freud

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Resumo
LILYANE PIRES DE MORAIS
Histeria: 
A histeria é uma psiconeurose cujos conflitos emocionais inconscientes surgem na forma de uma severa dissociação mental ou como sintomas físicos (conversão), independentemente de qualquer patologia orgânica ou estrutural conhecida, quando a ansiedade subjacente é 'convertida' num sintoma físico.
O termo origina-se do grego, hystéra, que significa útero. Uma antiga teoria sugeria que o útero vagava pelo corpo e a histeria era considerada uma moléstia específicamente feminina, atribuída a uma disfunção uterina. Na verdade, os sintomas histéricos podem se manifestar em homens e mulheres e são mais comumente observados na adolescência.
Sigmund Freud (1856-1939), em colaboração com Breuer, começou a pesquisar os mecanismos psíquicos da histeria e postulou em sua teoria que essa neurose era causada por lembranças reprimidas, de grande intensidade emocional.
O método psicanalítico de Freud
O singular método psicoterápico que Freud pratica e designa de psicanálise é proveniente do chamado procedimento catártico, sobre o qual ele forneceu as devidas informações nos Estudos sobre a Histeria, de 1895, escritos em colaboração com Joseph Breuer. A terapia catártica foi uma descoberta de Breuer, que, cerca de dez anos antes, curara com sua ajuda uma paciente histérica e obtivera, nesse processo, uma compreensão da patogênese de seus sintomas. 
O procedimento catártico pressupunha que o paciente fosse hipnotizável e se baseava na ampliação da consciência que ocorre na hipnose. Tinha por alvo a eliminação dos sintomas patológicos e chegava a isso levando o paciente a retroceder ao estado psíquico em que o sintoma surgira pela primeira vez. Feito isso, emergiam no doente hipnotizado lembranças, pensamentos e impulsos até então excluídos de sua consciência; e mal ele comunicava ao médico esses seus processos anímicos, em meio a intensas expressões afetivas, o sintoma era superado e se impedia seu retomo. 
O INCONSCIENTE E OS ATOS FALHOS
Os atos falhos consistem em pequenos lapsos - esquecimentos de nomes, de horários, datas, coisas a fazer, ou algo dito que não era o que tinha sido intencionado a dizer, erros ao fazer alguma coisa, em suma, todo processo em que ocorre alguma interferência no que foi planejado, na atitude "normal" esperada, por isso o nome ato falho.
Freud, por sua vez, pôde mostrar no livro "Sobre a psicopatologia da vida cotidiana" que até os erros mais simples teriam um sentido oculto que teria sido evidenciado de tal forma - no erro.
Num exemplo do livro, um senhor estava conversando com uma jovem sobre como a cidade [Berlim] estava bonita com os preparativos para a Páscoa, e disse: "viu a loja Wertheim? Está toda decotada, oh, quis dizer decorada!". Esse é um exemplo bastante simples, mas é interessante pois comumente as pessoas têm a tendência a atribuir um erro como esse simplesmente ao acaso, e não procuram investigar o que o ocasionou. O locutor diria "oh, quis dizer decorada!" e a coisa ficaria por aí mesmo. A outra pessoa da conversa geralmente tende a não dar atenção ao ato falho. Já Freud interpreta esse pequeno erro como uma interferência de um pensamento inconsciente do senhor a respeito do decote da roupa da jovem senhora. Em todos os casos analisados, Freud consegue mostrar que os atos falhos, dos mais simples aos mais complexos, são fruto de um processo inconsciente suprimido e que sua causa pode ser descoberta.
Já vemos nesses pequenos exemplos o que provoca a irrupção do ato falho. Por razões sociais, sabemos que não podemos dizer tudo o que temos vontade, e apesar de nosso controle para segurar e suprimir o que realmente queremos dizer, o pensamento ainda resiste com notável força no inconsciente para se fazer ouvir no ato falho. De fato, alguns atos falhos dizem respeito somente a conteúdos que são significativos para quem os comete. Estes não são assim tão facilmente explicados nem prontamente reconhecidos por quem os comete, e geralmente são dotados de alto valor afetivo.
Portanto, pode-se ter em mente que quase todo erro cometido tem um significado oculto. Digo quase todo porque às vezes erros são fruto do alto investimento psíquico em outros fatores - por exemplo, alguém extremamente preocupado com uma reunião de negócios pode vir a esquecer de pegar a filha no colégio. Esse erro não seria inconscientemente motivado, mas fruto da preocupação com algo. De qualquer forma, existem em bem menor quantidade.
id, Ego e superego 
 Nos primeiros trabalhos, Freud sugeria a divisão da vida mental em duas partes: consciente e inconsciente. A porção consciente, assim como a parte visível do iceberg, seria pequena e insignificante, preservando apenas uma visão superficial de toda a personalidade. A imensa e poderosa porção inconsciente – assim como a parte submersa do iceberg – conteria os instintos, ou seja, as forças propulsoras de todo comportamento humano.
ID: Constitui o reservatório de energia psiquica, é onde se localizam as pulsões de vida e de morte. As características atribuídas ao sistema incosciente. É regido pelo princípio do prazer (Psiquê que visa apenas o prazer do indivíduo).
EGO: É o sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências do id, as exigências da realidade e as ordens do superego. A verdadeira personalidade, que decide se acata as decisões do (Id) ou do (Superego).
SUPEREGO: Origina-se com o complexo do Édipo, apartir da internalização das proibições, dos limites e da autoridade. (É algo além do ego que fica sempre te censurando e dizendo: Isso não está certo, não faça aquilo, não faça isso, ou seja, aquela que dói quando prejudicamos alguém, é o nosso “freio”.)
O id contém a nossa energia psíquica básica, ou a libido, e se expressa por meio da redução de tensão. Assim, agimos na tentativa de reduzir essa tensão a um nível mais tolerável. Para satisfazer às necessidades e manter um nìvel confortável de tensão, é necessário interagir com o mundo real. Por exemplo: as pessoas famintas devem ir em busca de comida, caso queiram descarregar a tensão induzida pela fome. Portanto, é necessário estabelecer alguma espécie de ligação adequada entre as demandas do id e a realidade.
O ego serve como mediador, um facilitador da interação entre o id e as circunstâncias do mundo externo. O ego representa a razão ou a racionalidade, ao contrário da paixão insistente e irracional do id. Freud chamava o ego. O ego não existe sem o id; ao contrário, o ego extrai sua força do id. O ego existe para ajudar o id e está constantemente lutando para satisfazer os instintos do id. Freud comparava a interação entre oego e o id com o cavaleiro montando um cavalo fornece energia para mover o cavaleiro pela trilha, mas a força do animal deve ser conduzida ou refreada com as  rédeas, senão acaba derrotando o ego racional.
A terceira parte da estrutura da personalidade definida por Freud, o superego, desenvolve-se desde o inicio da vida, quando a criança assimila as regras de comportamento ensinadas pelos pais ou responsáveis mediante o sistema de recompensas e punições. O comportamento inadequado  sujeito à punição torna-se parte da consciência da criança, uma porção do superego. O comportamento aceitável para os pais ou para o grupo social e que proporcione a recompensa torna-se parte do ego-ideal, a outra porção do superego. O comportamento aceitável para os pais ou para o grupo social e que proporcione a recompensa torna-se parte do ego- ideal, a outra porção do superego. Dessa forma, o comportamento é determinado inicialmente pelas ações dos pais; no entanto, uma vez formado o superego, o comportamento é determinado pelo autocontrole. Nesse ponto, a pessoa administra as próprias recompensas ou punições. O termo cunhado por Freud para o superego foi über-ich, que significa literalmente “sobre-eu”.
Pulsão de vida e pulsão de morte 	
As descobertas de Freud referentes ao descentramento do sujeito, que determinam o Ser do Psiquismo, foram importantes para que os conceitos de Pulsão de Vida e Pulsãode Morte fossem formulados. A partir da elaboração das teorias ligadas ao Inconsciente Humano, importantes para o surgimento da perspectiva do deslocamento da soberania do consciente e do eu para os registros do inconsciente e das pulsões, o autor aprofundou as concepções relativas às pulsões.
Para Freud, as pulsões não estariam localizadas no corpo e nem no psiquismo, mas na fronteira entre os dois e teriam como fonte o Id (isso). A pulsão de vida seria representada pelas ligações amorosas que estabelecemos com o mundo, com as outras pessoas e com nós mesmos, enquanto a pulsão de morte seria manifestada pela agressividade que poderá estar voltada para si mesmo e para o outro. O princípio do prazer e as pulsões eróticas são outras características da pulsão de vida. Já a pulsão de morte, além de ser caracterizada pela agressividade traz a marca da compulsão à repetição, do movimento de retorno à inércia pela morte também.
Embora pareçam concepções opostas, a pulsão de vida e a pulsão de morte estão conectadas, fundidas e onde há pulsão de vida, encontramos, também, a pulsão de morte. A conexão só seria acabada com a morte física do sujeito.
 Podemos constatar o enlaçamento existente entre as pulsões na dinâmica da neurose da angústia.  A pulsão de morte no sujeito será a responsável pela elevação da tensão ou excitação libidinal que será escoada pela pulsão de vida que levará o indivíduo, impulsionado pelo princípio do prazer, a procurar objetos que venham minimizar os impactos da angústia.
Os conceitos de pulsão de vida e pulsão de morte concebidos por Freud foram importantes para a construção da teoria psicanalítica, pois proporcionou um novo entendimento sobre os registros do inconsciente, ampliando os estudos e concepções sobre o psiquismo humano.
Narcisismos
Narcisismo é um conceito da psicanálise que define o indivíduo que admira exageradamente a sua própria imagem e nutre uma paixão excessiva por si mesmo. Estando relacionado com o auto-erotismo, o narcisismo consiste em uma concentração do instinto sexual sobre o próprio corpo.
Narcisismo segundo Freud
De acordo com o psicanalista Sigmund Freud, o narcisismo é uma característica normal em todos os seres humanos. Está relacionado com o desenvolvimento da libido (com o desejo sexual, eros). Na linha psicanalítica de Freud, o narcisismo como perversão sexual é uma fixação de uma fase de transição da infância, em si normal. Está correlacionado, em parte com a homossexualidade e o exibicionismo, entre outras características da conduta sexual.
O narcisismo se transforma em patologia, ou seja, passa do estado normal para o doentio, quando entra em conflito com ideias culturais e éticas, tornando-se excessivo e dificultando as relações normais do indivíduo no meio social. De acordo com os estudos de Freud, o narcisismo pode ser dividido em duas etapas: narcisismo primário (fase auto-erótica) e o narcisismo secundário (quando o indivíduo desenvolve o ego e consegue se diferenciar - os seus desejos e o que o atrai - do resto do mundo).
Complexo de Édipo
Este conceito essencial e universal da psicanálise desperta na criança sentimentos opostos, de amor e ódio, direcionados para aqueles que lhe são mais próximos, os pais. Isto ocorre quando ela atravessa a fase fálica, durante a segunda infância, e se conscientiza da diversidade entre os sexos. Normalmente ela se sente atraída, então, pelo sexo oposto, escolhido no ambiente que lhe é próprio, o familiar. Este Complexo tem início quando o bebê, habituado a receber total atenção e proteção, ao atingir cerca de três anos de idade, passa a ser alvo de várias proibições que são para ele desconhecidas. Agora a criança já não pode fazer o que bem entende, porque já está ‘crescidinha’, não pode mais compartilhar o tempo todo o leito dos pais, deve evitar andar nu à vontade, como antes, entre outras interdições.
Quando a criança percebe que não é mais o centro do universo, e se dá conta das distinções entre ela e seus genitores, ela ingressa em uma das várias fases de passagem em sua vida, talvez a mais importante, porque definirá seu comportamento na idade adulta, principalmente o referente à sua vida sexual. Geralmente, a criança sente uma forte atração pelo sexo oposto – a menina pelo pai, o menino pela mãe – e hostiliza, ao mesmo tempo em que ama, seu adversário – no caso da garota, a figura materna; no do garoto, a imagem paterna -, sentimentos conflitantes que configuram o Complexo de Édipo.
Se tudo se desenvolve normalmente, a tendência é a menina se identificar com a mãe, desenvolvendo assim atitudes femininas, enquanto o garoto passa a se basear no modelo masculino, herdado do pai. Porém, quando o temor de ficar sem a posse daquele que ela hostiliza for maior que tudo, pode ocorrer uma empatia com a pessoa do sexo oposto, gerando possivelmente no futuro atitudes homossexuais.
O complexo de Édipo permite que o indivíduo, na infância, faça a transição da esfera dos instintos e dos impulsos para o universo cultural. Na hipótese da pessoa não conseguir realizar esta mudança fundamental na vida mental humana, ela pode entrar em um processo de inquietação psíquica extrema. Para que a criança possa reprimir sua libido – energia direcionada para toda forma de prazer, não só o sexual –, ela passa por um mecanismo simbólico de castração. Com medo de ser castrada, ela oculta seus sentimentos e os canaliza para o ingresso no âmbito social e na direção de parceiros que não se configuram para ela em um tabu. Assim, ela opta pelos valores da civilização e deixa para trás qualquer vestígio incestuoso, agora restrito ao seu inconsciente.
HOMOXESUALIDADE 
Segundo Freud, a criança por volta dos 4 anos de idade, se encontra ligada libidinosamente a sua mãe. Édipo foi um homem grego que amou sua mãe, e é por isso que Freud deu este nome a esta etapa das nossas vidas. É um tanto quanto difícil imaginar uma criança de 4 ou 5 anos, simplesmente gamada em sua própria mãe, mas é mais ou menos isso que acontece com quase todas as pessoas, Segundo Freud, a homossexualidade se explica por uma saída “negativa” do complexo de Édipo. Quando o pai da criança não consegue impor limites ao filho, que está literalmente grudado na mãe, o filho não passa a se voltar para as características do pai, e interioriza as características femininas da mãe, inclusive seu objeto de desejo, o homem. Freud cita a relação “pai passivo/mãe dominadora” para este novo triângulo.  Isto se explica pois, uma relação de pai passivo e uma mãe superprotetora, faz com que o pai não consiga “vencer” a disputa com o filho, pela “posse” da exclusividade da mãe. O filho então torna-se homossexual. É esta a coluna mestra, na teoria de Freud, para uma pessoa se tornar homossexual. Tristann tem uma outra opinião sobre a teoria de Freud e como ela influencia a homossexualidade.
Consciente inconsciente e pré consciente 
egundo Freud, o consciente é somente uma pequena parte da mente, incluindo tudo do que estamos cientes num dado momento. O interesse de Freud era muito maior com relação às áreas da consciência menos expostas e exploradas, que ele denominava Pré-Consciente e Inconsciente.
Inconsciente. A premissa inicial de Freud era de que há conexões entre todos os eventos mentais e quando um pensamento ou sentimento parece não estar relacionado aos pensamentos e sentimentos que o precedem, as conexões estariam no inconsciente. Uma vez que estes elos inconscientes são descobertos, a aparente descontinuidade está resolvida. “Denominamos um processo psíquico inconsciente, cuja existência somos obrigados a supor – devido a um motivo tal que inferimos a partir de seus efeitos – mas do qual nada sabemos” (1933, livro 28, p. 90 na ed. bras.).
No inconsciente estão elementos instintivos não acessíveis à consciência. Além disso, há também material que foi excluído da consciência, censurado e reprimido. Este material não é esquecido nem perdido mas não é permitido ser lembrado. O pensamento ou a memória ainda afetam a consciência, mas apenas indiretamente.O inconsciente, por sua vez, não é apático e inerte, havendo uma vivacidade e imediatismo em seu material. Memórias muito antigas quando liberadas à consciência, podem mostrar que não perderam nada de sua força emocional. “Aprendemos pela experiência que os processos mentais inconscientes são em si mesmos intemporais. Isto significa em primeiro lugar que não são ordenados temporalmente, que o tempo de modo algum os altera, e que a idéia de tempo não lhes pode ser aplicada” (1920, livro 13, pp. 41-2 na ed. bras.).
Assim sendo, para Freud a maior parte da consciência é inconsciente. Ali estão os principais determinantes da personalidade, as fontes da energia psíquica, as pulsões e os instintos. Pré-consciente. Estritamente falando, o Pré-Consciente é uma parte do Inconsciente, uma parte que pode tornar-se consciente com facilidade. As porções da memória que nos são facilmente acessíveis fazem parte do Pré-Consciente. Estas podem incluir lembranças de ontem, o segundo nome, as ruas onde moramos, certas datas comemorativas, nossos alimentos prediletos, o cheiro de certos perfumes e uma grande quantidade de outras experiências passadas. O Pré-Consciente é como uma vasta área de posse das lembranças de que a consciência precisa para desempenhar suas funções.
Estrutura na psicanalise: psicose neurose perversão
No pensamento da psicanálise, qualquer um de nós pode ser classificado em um destes três tipos de personalidade. Cada um está dentro de uma determinada estrutura e sempre estará dentro desta estrutura. Para Freud, a única diferença é de grau. Uns apresentarão mais sintomas, e, com isso, mais sofrimento. Mas, em última análise, pode-ser classificar cada pessoa em uma determina estrutura.
Cada estrutura apresenta subdivisões:
A psicose se divide em: Esquizofrenia, Autismo e Paranóia.
A neurose se divide em: Neurose Obsessiva e Histeria.
A perversão engloba algumas formas de manifestação, mas é não é dividida. Entre estas formas, nota-se como exemplo o fetichismo.
Cada estrutura exclui a possibilidade da existência da outra. A psique é do jeito que é. E mesmo com a análise, não é possível modificar a nossa estrutura. Em outras palavras, em cada estrutura há um modo – inconsciente – de lidar com o sofrimento provocado pelo Complexo de Édipo. Este “modo de lidar” é o que se chama mecanismo de defesa. Na psicose entramos três sub-divisões: paranoia, autismo e esquizofrenia. O mecanismo de defesa é a foraclusão.
O psicótico encontra fora o que exclui dentro, ele fora-inclui, inclui fora o que, na neurose representa a dinâmica do recalque.  Em outras palavras, na psicose o problema é encontrado fora, o problema está sempre fora, nas outras pessoas. Na paranoia é o outro que persegue. No autismo é o outro que (quase) não existe. Na esquizofrenia, como é o outro? O outro pode aparecer como um surto, estranho-bizarro como um monstro, um ET ou Napoleão Bonaparte. Na esquizofrenia a dissociação psíquica é o mais evidente.
Uma das características da paranóia consiste no fato de que nesta estrutura os próprios pacientes possuem, de acordo com Freud, a peculiaridade de revelar (de forma distorcida) exatamente aquelas coisas que outros neuróticos mantêm escondidas como um segredo. A neurose possui duas sub-divisões: a histeria e a neurose obsessiva. O mecanismo de defesa é o recalque ou repressão.
Na neurose, a manutenção do conteúdo problemático como segredo é o que chamamos recalque ou repressão. O paciente neurótico esconde de si mesmo o problema, o sintoma ou a dificuldade que o psicótico encontra fora de si. Ou seja, na neurose há uma cisão da psique. Alguns conteúdos ficam recalcados, escondidos, em segredo e causa sofrimento nos sintomas dos quais a pessoa reclama.
Na neurose obsessiva, há também voltas e voltas ao redor do problema. Mas na neurose obsessiva o que notamos mais frequentemente é a tentativa de organização, de organizar as coisas ao redor para tentar não pensar no que é, realmente, o problema principal.
E, finalmente, na estrutura perversa, há o mecanismo de defesa da denegação.
Podemos entender a perversão e a denegação com a seguinte citação do texto de Sigmund Freud, intitulado “Fetichismo”: “Nos últimos anos tive oportunidade de estudar analiticamente certo número de homens cuja escolha objetal era dominada por um fetiche. Não é preciso esperar que essas pessoas venham à análise por causa de seu fetiche, pois, embora sem dúvida ele seja reconhecido por seus adeptos como uma anormalidade, raramente é sentido por eles como o sintoma de uma doença que se faça acompanhar por sofrimento. Via de regra, mostram-se inteiramente satisfeitos com ele, ou até mesmo louvam o modo pelo qual lhes facilita a vida erótica. Via de regra, portanto, o fetiche aparece na análise como uma descoberta subsidiária”.
O trecho em itálico descreve a relação entre a ideia de anormalidade (de um fetiche) e a sensação por parte do sujeito perverso de que esta anormalidade não é uma doença que traz sofrimento. Ou seja, o sujeito denega, o que, por exemplo, para um neurótico seria motivo de muito sofrimento.
REPRESSÃO
 	
Freud declara que “A teoria da repressão é a pedra angular sobre a qual repousa toda a estrutura da psicanálise”. Existem algumas resistências que procuram tornar inoperante um impulso instintual, sendo assim, ele se passa para o estado de “repressão”. “A repressão é uma etapa preliminar da condenação, algo entre a fuga e a condenação”. É necessário considerar que em certas circunstancias, o prazer de satisfazer um instinto se transforma em um tipo de desprazer, que tal satisfação seria invariavelmente agradável em si mesma, embora irreconciliável com outras reivindicações e intenções, causando prazer em um lugar e desprazer em outro.
A repressão não surge nos casos em que a tensão produzida pela falta de satisfação de um impulso instintual é elevada a um grau insuportável (ex. não reprimimos a fome porque ela chegou a um grau de “sofrimento”). A essência da repressão consiste em afastar determinada coisa do consciente, mantendo-a a distância. 
O conteúdo reprimido também é mobilizado durante o sono, permitindo a produção dos sonhos. O instinto pode se reprimir de duas maneiras: Ou ele é inteiramente suprimido, de modo que não se encontre qualquer vestígio ou aparece como um afeto que pode estender para outros derivados ou transformado em ansiedade.
Se uma repressão não conseguir impedir que surjam sentimentos de desprazer e de ansiedade, pode-se dizer que ela falhou essas repressões que “falham” exercerão maior influencia sobre nosso interesse do que qualquer outra que possa ter sido bem sucedida, já que na maioria das vezes, escapará ao nosso exame. O mecanismo de repressão não coincide com o mecanismo da formação de substitutos.
complexo de castração
Em psicanálise, o conceito de "castração" não corresponde à aceção habitual de mutilação dos órgãos sexuais masculinos, mas designa uma experiência psíquica completa, inconscientemente vivida pela criança por volta dos 5 anos de idade, e decisiva para a realização da sua futura identidade sexual. O complexo de castração não se reduz a um simples momento cronológico na sexualidade infantil. Pelo contrário, a experiência inconsciente da castração é incessantemente renovada ao longo de toda a existência e particularmente em jogo na cura analítica do paciente adulto. 
O complexo de castração compõe, juntamente com o complexo de Édipo, a base onde a estrutura dos desejos que funda e institui o sujeito na sua relação com o mundo opera a sua subjetividade. Reconhecer que os limites do corpo estão aquém dos seus desejos é admitir a quebra de um certo sentimento de omnipotência que o eu insiste em sustentar, na nossa relação imaginária com o outro.
 Constituir-se sujeito desejante, na sua origem, através da ameaça da castração para o menino e da inveja do pénis para a menina é fincar os pés na existência tendo-a marcada pelo trauma que recalca o desejo incestuoso do objeto para sempre perdido, a mãe (função materna). É opeso do processo civilizacional, a atuar através da estrutura edípica, que impõe ao sujeito humano o recalque das suas pulsões, constituindo-o como sujeito.
 O complexo de castração, tal como o de Édipo, opera nas escolhas objetais até o fim da nossa existência. É através da fantasia inconsciente de castração que o complexo encontra a sua principal via para estruturar o sujeito. É no terror da angústia inconsciente de castração que habita a génese das manifestações neuróticas. Medos, fobias e sintomas diversos, que surgem no plano consciente, são apenas mecanismos de defesa contra a emergência desta angústia que nos é insuportável.
Freud constatou que a criança ao observar a mãe nua, ao invés de ver ali os órgãos sexuais da mulher, interpreta a vagina como falta. A mãe é vista como castrada.
Portanto, os sexos diferenciam-se segundo a perceção da presença ou ausência do pénis. Assim, o sexo feminino é interpretado com sendo castrado. 
Freud conclui, então, que na relação mãe-filho, o complexo de Édipo faz intervir um terceiro termo, que ele denomina de função paterna. Esta está intimamente relacionada à lei. Logo, perceber a mãe como castrada significa reconhecer a castração do outro. Significa reconhecer que ela é um ser limitado, ou seja, um ser submetido à lei.
O menino, por conta da ameaça da castração, e, por medo de perder o seu pénis, o que implicaria numa perda da integridade narcísica, terá que renunciar à mãe. No que diz respeito à menina, o reconhecimento de que à mãe falta o pénis, isto é, de que ela é privada do phalo, faz com que a menina entre no Édipo e, assim, volte-se para o pai. 
Ambos, portanto, menina e menino, ao reconhecerem a falta na mãe passam a ter a falta inscrita no seu próprio ser. Reconhecer a castração significa situar-se em relação à própria ordem simbólica, da qual o phalo é a pedra fundamental. Do ponto de vista da psicanálise, no entanto, para que se possa desejar é necessário que haja falta. Assim, poder-se-á afirmar que só há desejo se houver castração.
Deslocamento e condensação
Freud salientou que os sonhos seriam, essencialmente, a tentativa de realização de um desejo reprimido que se alojava no inconsciente, sendo que esse desejo seria primordialmente de natureza sexual ou encerraria aspetos proibidos pelo contexto moral. Para Freud, o sonho é produzido por dois elementos centrais, os quais são trabalhados pela psicanálise na análise do significado dos sonhos: a condensação e o deslocamento. A condensação é o resumo das ideias que têm pontos em comum e uma analogia entre si. Funde elementos que estão a um nível latente com traços comuns num só. Estabelece uma relação entre o conteúdo manifesto e o latente. Ao nível do conteúdo latente, onde existem ideais e ao nível do manifesto, onde existem imagens. O deslocamento é a obra da censura, onde um elemento do sonho a nível latente é substituído por um dos seus fragmentos constituintes. Há uma transferência da importância que tem uma ideia para outra completamente diferente e afastada dela. 
 O desejo inconsciente não pode vir à consciência por causa das normas sociais, da cultura e das próprias limitações do sujeito, ainda construídas na infância na relação com os pais. Se o inconsciente busca o prazer a todo custo, há o outro lado da moeda: a censura que impede a sua realização. Daí estes desejos surgirem como lampejos nos sonhos, que se disfarçam de certos mecanismos para realizar essa função desejante. Freud criou a teoria sobre o trabalho do sonho (distorção no sonho para proteger o sujeito do carácter ameaçador dos seus desejos).
A condensação é como juntar no sonho parte das vivências do quotidiano com outras censuradas, provocando confusão. ''O mecanismo de condensação é marcado pelo conteúdo do sonho de forma abreviada. O conteúdo manifesto (lembrado) é sempre menor que o latente isso porque a condensação opera de três formas, omitindo determinados elementos dos pensamentos latentes (ocultos, inconscientes); permite que apenas um fragmento do conteúdo latente (oculto) apareça no sonho manifesto; e por último, combina vários elementos do conteúdo latente num único elemento do conteúdo manifesto. Já o mecanismo do deslocamento pode operar mudando a ênfase de um elemento relevante, que diz respeito ao desejo inconsciente, para outro sem importância como uma forma de disfarçar. Além destes mecanismos mascararem o sonho, ainda se passam de forma cruzada, formando às vezes sonhos como espécies de quadros desconexos, o que dificulta a sua interpretação. 
I – A fase oral (0 – 1 ano)
Estende-se desde o nascimento até aproximadamente um ano de vida. Nessa fase a criança vivencia prazer e dor através da satisfação (ou frustação) de pulsões orais, ou seja, pela boca. Essa satisfação se dá independente da satisfação da fome. Assim, para a criança sugar, mastigar, comer, morder, cuspir etc. têm uma função ligada ao prazer, além de servirem à alimentação. Ao ser confrontada com frustrações a criança é obrigada a desenvolver mecanismos para lidar com tais frustrações. Esses mecanismos são a base da futura personalidade da pessoa. O principal processo na fase oral é a criação da ligação entre mãe e filho. A pulsão básica é fome e a sede. A fixação nessa fase causa a depressão e/ou a dependência dos outros. Ela é entendida como patológica quando a pessoa for excessivamente dependente de hábitos orais para aliviar a ansiedade. É nessa fase que o ego se forma.
 
II – A fase anal (1 – 3 anos)
Vai aproximadamente do primeiro ao terceiro ano de vida (alguns autores falam que vai até o quarto ano de vida). Nessa fase a satisfação das pulsões se dirige ao ânus, ao controle da tensão intestinal. A criança tem de aprender a controlar sua defecação e, dessa forma, deve aprender a lidar com a frustração do desejo de satisfazer suas necessidades imediatamente. Assim como na fase oral, os mecanismos desenvolvidos nesta fase influenciam o desenvolvimento da personalidade. A fixação nessa fase ocasiona a neurose obsessivo-compulsiva (anancástica). Quanto mais controle dos esfíncteres, mais atenção e elogio dos pais. É uma fase de interiorização de normas sociais.
 
III – A fase fálica (3 – 5 anos): O Complexo de Édipo
Vai dos três aos cinco anos de vida e se caracteriza, segundo Freud, pela importância da presença (ou, nas meninas, da ausência) do falo ou pênis; nessa fase o prazer e o desprazer estão centrados na região genital. A criança luta pela intimidade que os pais compartilham entre si, assim os pais se tornam ameaça parcial à satisfação das necessidades. A criança quer e teme os pais. As dificuldades dessa fase estão ligadas ao direcionamento da pulsão sexual ou libidinosa ao genitor do sexo oposto e aos problemas resultantes. A resolução desse conflito está relacionada ao complexo de Édipo e à identificação com o genitor de mesmo sexo. O complexo de Édipo representa um importante passo na formação do superego e na socialização dos meninos, uma vez que o menino aprende a seguir os valores dos pais. Essa solução de compromisso permite que tanto o Ego (através da diminuição do medo) quanto o Id sejam parcialmente satisfeitos. O conflito vivenciado pelas meninas é parecido, porém, menos intenso. A menina deseja o próprio pai, em parte devido à inveja que sente por não ter um pênis – ela sente-se castrada e dá a culpa à própria mãe. Por outro lado, a mãe representa uma ameaça menos séria, uma vez que uma castração não é possível. Devido a essa situação diferente, a identificação da menina com a própria mãe é menos forte do que a do menino com seu pai e, por isso, as meninas teriam uma consciência menos desenvolvida. Destaco que Freud usou o termo “complexo de Édipo” para ambos os sexos; autores posteriores limitaram o uso da expressão aos meninos, reservando para as meninas o termo “complexo de Electra”.
 
IV – O período de latência (5 – puberdade)
Vai dos 5 anos até o início da puberdade (não tem como dar uma idade certa para esse fim). É uma fase mais tranquila que se estende até apuberdade. Nessa fase as fantasias e impulsos sexuais são reprimidos, tornando-se secundários, e o desenvolvimento cognitivo e a assimilação de valores e normas sociais se tornam a atividade principal da criança, continuando o desenvolvimento do ego e do superego. Os desejos sexuais não resolvidos e não são atendidos pelo ego serão cobrados posteriormente. É a fase de desenvolvimento de amizades e laços sociais.

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