Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Renan M. Souza Fenômenos Térmicos - Aula Revisão P1 12/04/2014 1. Um termopar consiste em dois condutores dis- tintos em contato que produzem uma voltagem quando aquecidos. João deseja usar o termo- par como termômetro e para isso define uma escala termométrica com temperatura T va- riando linearmente com a voltagem medida. Quando o termopar é colocado em contato com água no ponto de gelo (𝑇𝑔 = 0 ∘C) a vol- tagem medida é 𝑉𝑔 = 3, 1 mV e quando ele e colocado em contato com água em ebulição (𝑇𝑒 = 100 ∘C) a sua voltagem é 𝑉𝑒 = 7, 1 mV. a) Se em contato com algum objeto a tensão medida no termopar é V, qual a tempe- ratura T correspondente? b) Com o intuito de medir sua temperatura, João coloca o termopar em contato com sua boca e mede uma voltagem de 𝑉 = 4, 7 mV. Qual a sua temperatura? 2. O comprimento da coluna de mercúrio de um termômetro é 4, 00 cm quando o termômetro está imerso em água com gelo, e 24, 0 cm quando imerso em água fervente, sempre a pressão de 1, 00 atm. Suponha que o compri- mento da coluna de mercúrio varie linearmente com a temperatura. a) Encontre a expressão matemática para o comprimento y em função da tempera- tura em ∘C. b) Qual é o comprimento da coluna à tem- peratura ambiente de 22, 0 ∘C? 3. Um termistor é um dispositivo cuja resistência apresenta uma variação grande com a tempe- ratura. Sua dependência com a temperatura é, aproximadamente, 𝑅(𝑇 ) = 𝑅0 · 𝑒𝐵𝑇 , onde R está em Ohms Ω e T em kelvins. 𝑅0 e B são constantes a serem determinadas, me- dindo, por exemplo, R nos pontos de gelo e de vapor da água. a) Se na temperatura 𝑇1, 𝑅(𝑇1) = 𝑅1 e na temperatura 𝑇2, 𝑅(𝑇2) = 𝑅2, encontre𝑅0 e B como função de 𝑇1, 𝑇2, 𝑅1 e 𝑅2. Use o fato de que esse termistor marca 𝑅 = 7500 Ω no ponto de gelo da água e 𝑅 = 150 Ω no ponto de vapor da água para determinar 𝑅0 e B. b) Qual a taxa de variação da resistência nos pontos de gelo e de vapor da água? O ter- mistor é mais sensível em baixas ou altas temperaturas? A taxa de variação menci- onada corresponde à derivada da resistên- cia em função da temperatura, calculada nos pontos solicitados. 4. O elemento ativo de um certo laser é formado por uma barra de vidro com 30, 0 cm de com- primento e 1, 50 cm de diâmetro. Se a tempe- ratura da barra subir de 65, 0 ∘C, qual será seu aumento em (o coeficiente de expansão linear médio do vidro é de 9, 00× 10−6 ∘C−1): a) Comprimento? b) Diâmetro? c) Volume? 5. O coeficiente médio de expansão volumétrica do tetracloreto de carbono é 5, 81×10−4 ∘C−1. Se um recipiente de aço de 50 galões esti- ver completamente cheio com tetracloreto de carbono quando a temperatura for 10, 0 ∘C, quanto de excesso derramará quando a tem- peratura se elevar para 30, 0 ∘? Usar 𝛼aço = 11× 10−6 ∘C−1 6. Qual é o calor total necessário para converter 12, 0 g de gelo a −10, 0 ∘C até se transformar em vapor d’água a 100 ∘C? 7. O calor específico de uma substância varia com a temperatura de acordo com a equação 𝑐 = 0, 20 + 0, 14𝑇 + 0, 023𝑇 2, com T em ∘C e c em cal/g · K. Determine a energia necessária para aumentar a temperatura de 2, 0 g desta substância de 5, 0 ∘C para 15 ∘C. 8. Uma amostra de 0, 400 kg é colocada em um sistema de resfriamento que remove calor a uma taxa constante. A figura indica a tem- peratura T da amostra em função do tempo t; a escala do eixo horizontal é definida por 𝑡𝑠 = 80, 0 min. A amostra congela durante o processo. O calor específico da amostra no es- tado líquido inicial é 3000 J/Kg·K. Determine: a) o calor de fusão da amostra. b) o calor específico na fase sólida. 1 Renan M. Souza Fenômenos Térmicos - Aula Revisão P1 12/04/2014 9. Qual deve ser a velocidade inicial de uma bala de chumbo a uma temperatura de 25 ∘C de modo que o calor desenvolvido quando ela atinge o repouso seja exatamente suficiente para causar sua fusão? Suponha que toda energia mecânica inicial da bala seja conver- tida em calor e que não haja nenhum fluxo de calor da bala para duas vizinhanças. (A bala sai do cano de um rifle típico com uma veloci- dade maior do que a velocidade do som no ar, que é igual a 347 m/s a 25 ∘C.) 10. a) Dois cubos de gelo de 50 g são mistura- dos com 200 g de água em um recipiente termicamente isolado. Se a água está ini- cialmente a 25 ∘C e o gelo foi removido de um congelador a −15 ∘C, qual a tem- peratura final em equilíbrio térmico? b) Qual a temperatura final se é usado ape- nas um cubo de gelo? 11. Um calorímetro de alumínio de 250 g contém 0, 5 L de água a 20 ∘C, inicialmente em equi- líbrio. Coloca-se dentro do calorímetro um bloco de gelo de 100 g. Calcule a temperatura final do sistema. O calor específico do alumí- nio é 0, 21 cal/g∘C e o calor latente de fusão do gelo é de 80 cal/g (durante o processo de fusão, o gelo permanece a 0 ∘). 12. Um cubo de gelo de 30 g em seu ponto de fu- são é jogado dentro de um recipiente isolado contendo uma grande quantidade de nitrogê- nio líquido. O nitrogênio está inicialmente na sua temperatura de ebulição de 77 K. (a) Descreva a condição de equilíbrio térmico alcançada pelo sistema físico (estado fí- sico e temperatura das duas substâncias presentes). (b) Qual o valor da massa de nitrogênio que evapora neste processo? 13. Uma república está organizando uma cerve- jada. Sendo um dos integrantes um aluno de fenômenos térmicos, este ficou encarregado de determinar quanto gelo será necessário para manter as cervas inicialmente a temperatura ambiente 27 ∘C, em uma temperatura final de 4 ∘C. Dentro da caixa térmica de isopor temos 12 latinhas de alumínio com 340 g cada. O calor latente de fusão é 𝐿𝑓 = 80 cal/g. (a) Quantos cubos de gelo à 0 ∘C, de 35 g cada um, devem ser colocados dentro do isopor? Desprezar o calor térmico do alu- mínio, e tratar o conteúdo da lata como água. (b) Considere agora o calor térmico da lata de alumínio (de 20 gramas cada latinha e um calor especifico de 900 J/kg ·∘ C), quantos cubos de gelo a mais serão neces- sários para garantir a temperatura final de 4 ∘C? 14. Considere o diagrama 𝑃×𝑉 de um sistema ter- modinâmico mostrado na figura abaixo. Sejam W, Q e ΔU respectivamente o trabalho, quan- tidade de calor e variação de energia interna do sistema associados com cada etapa do ciclo e com o ciclo completo, cujos valores (em J) devem ser preenchidos na tabela. Etapa W(J) Q(J) ΔU (J) ab 800 bc ca −100 Ciclo (abca) Complete a tabela, preenchendo todas as co- lunas. 2 Renan M. Souza Fenômenos Térmicos - Aula Revisão P1 12/04/2014 15. Um gás realiza o processo cíclico cujo diagrama 𝑃 ×𝑉 é mostrado na figura abaixo. Os valores de volume e pressão nos pontos A, B e C são respectivamente 𝑉𝐴 = 𝑉𝐵 = 4, 00 m3, 𝑉𝑐 = 16, 0 m3 e 𝑃𝐴 = 8, 00 × 105 Pa, 𝑃𝐵 = 𝑃𝐶 = 1, 00 × 105 Pa. Sabe-se que o processo CA é adiabático e que a pressão varia de acordo com a relação 𝑃 = 𝐶0 𝑉 3/2 sendo 𝐶0 uma constante. a) Determine 𝐶0, o trabalho e a variação de energia interna no processo CA. b) Determine o trabalho total realizado pelo gás no ciclo ABCA, a variação de energia interna e o calor transferido. 16. A equação de estado de van der Waals é a re- presentação aproximada do comportamento de gases com pressões elevadas (fora da validade do modelo de gás ideal) sendo dada pela equa- ção: (︂ 𝑃 + 𝑎𝑛 2 𝑉 2 )︂ (𝑉 − 𝑛𝑏) = 𝑛𝑅𝑇 onde a e b são constantes que possuem valores diferentes em cada tipo de gás. a) Calcule a expressão analítica para o tra- balho realizado sobre um gás ideal num processo isotérmico em que o volume vai de 𝑉𝑖 ate 𝑉𝑓 . b) Calcule a expressão analítica para o tra- balho realizado sobre o gás que obedece a equação de estado de van der Waals num processo isotérmico em que o volume vai de 𝑉𝑖 ate 𝑉𝑓 . c) Para qual valor das constantes a e b na equação de estado de van der Waalsrecupera-se a equação de estado de um gás ideal? Mostre que o resultado final do item (b) com o do item (a) neste li- mite. 17. Coloca-se um gás ideal em um cilindro com um pistão móvel na parte de cima. O pistão tem massa de 8000 g e uma área de 5, 00 cm2 e é livre para deslizar para cima e para baixo mantendo a pressão do gás constante. a) Qual é o valor da pressão do gás? b) Quanto trabalho é realizado sobre o gás quando a temperatura de 0, 200 mol do gás é elevada de 20, 0 ∘C para 300 ∘C? 18. Um mol de um gás ideal descreve o ciclo abcda representado no diagrama PV da figura abaixo. As curvas ad e bc são isotermas de temperaturas 𝑇1 e 𝑇2, respectivamente. Cal- cule a expressão analítica para: a) o trabalho feito pelo gás para ir do es- tado a até o estado b, em função exclusi- vamente das temperaturas 𝑇1 e 𝑇2; b) o trabalho feito pelo gás para ir do estado b até o estado c; c) o trabalho total sobre o gás no ciclo ; sua resposta deve ser somente dada em função de 𝑃0, 𝑉0, 𝑇1 e 𝑇2. 19. Considere uma barra metálica de comprimento 𝐿𝑖 = 50, 0 ± 0, 5 cm, cujo coeficiente de di- latação térmica linear do material indicado na literatura é de 𝛼 = 5, 2 × 10−6 ∘C−1. Esta barra foi montada em um aparato ex- perimental como o que você utilizou no expe- rimento 2 do laboratório de Fenômenos Tér- micos. A temperatura inicial da barra era de 𝑇𝑖 = 20±1 ∘C e foi aquecida ate a temperatura de 𝑇𝐹 = 72± 1 ∘C. 3 Renan M. Souza Fenômenos Térmicos - Aula Revisão P1 12/04/2014 a) Determine o valor esperado de dilatação da barra (Δ𝐿) em mm. Explicite seus cálculos. b) Baseado no que você aprendeu no experi- mento e o valor obtido no item a, é pos- sível realizar a medida precisa do com- primento dilatado usando uma régua co- mum? Justifique. c) Como visto no experimento 2, podemos determinar o coeficiente linear do metal por meio da expressão 𝛼 = 𝑟0ΔΘ 𝐿𝑖Δ𝑇 . Um estudante fez a medida de deflexão do ponteiro, que era um fio de cobre de di- âmetro 1, 71 ± 0, 1 mm, neste aparato e obteve um ângulo de ΔΘ = 9 ± 1 graus. Determine o valor de Δ𝐿 e a sua respec- tiva incerteza obtidos com esta medida de ângulo. Explicite seus cálculos. d) Com base nas respostas anteriores, pode- se afirmar que o aparato utilizado no ex- perimento 2 é mais preciso que uma régua comum? Justifique sua resposta. Obs.: a questão acima foi copiada de uma prova anterior. Apesar de haver uma diferença na expressão do 𝛼 comparada a deste quadri- mestre, o importante é saber o procedimento para resolvê-la. 20. Você precisa de uma esfera metálica para um projeto cientifico. A esfera deve ter 10, 00 cm de diâmetro, sendo tolerável um erro relativo de 1%. Um fornecedor apresenta a seguinte informação para o seu produto: ACME Corp. – esfera metálica de volume (5, 24± 0, 14) × 10−4 m3. a) Determine o erro do volume de uma es- fera através da propagação de erro do seu diâmetro. b) Esse fornecedor satisfaz o seu critério? Boa prova! :) Respostas 1. a) 𝑇 = 25 (𝑉 − 3, 1) b) 𝑇 = 40 ∘C. 2. a) 𝑦 = (︂ 𝑇 5 + 4 )︂ b) 𝑦 = 8, 4 cm 3. a) 𝐵 = (︂ 𝑇1𝑇2 𝑇2 − 𝑇1 )︂ ln (︂ 𝑅1 𝑅2 )︂ ≈ 4 × 103 K, 𝑅0 = 𝑅1 (︂ 𝑅2 𝑅1 )︂ 𝑇2 𝑇2−𝑇1 ≈ 3, 4× 10−3 Ω b) 𝑑𝑅 𝑑𝑇 = −𝑅0𝐵 𝑇 2 𝑒 𝐵 𝑇 . É mais sensível a bai- xas temperaturas. 4. a) Δ𝐿 = 1, 76× 10−4 m. b) Δ𝐿 = 8, 78× 10−6 m. c) Δ𝑉 = 9, 30× 10−8 m3. 5. Δ𝑉 = 0, 548 gal. 6. 𝑄 = 3, 64× 104 J. 7. 𝑄 = 82 cal. 8. a) 𝐿 = 67500 J/kg. b) 𝑐 = 2250 J/kg∘C 9. 𝑉 = 357 m/s 10. a) O gelo e a água atingem uma temperatura de 0 ∘C com 53 g de gelo derretido. b) 𝑇𝑓 = 2, 5 ∘C. 11. 𝑇𝑓 = 4, 7 ∘C. 12. a) O equilíbrio térmico será alcançado a uma temperatura de 77 K, contendo uma mis- tura de nitrogênio líquido e gasoso e água em estado sólido (gelo). b) 𝑚 = 6, 2× 10−2 Kg. 13. a) 𝑛 ≈ 32. b) 𝑛 ≈ 32, 3 (um cubo mais). 14. Etapa W(J) Q(J) ΔU (J) ab 500 800 300 bc −750 −950 −200 ca 0 −100 −100 Ciclo (abca) −250 −250 0 4 Renan M. Souza Fenômenos Térmicos - Aula Revisão P1 12/04/2014 15. a) 𝐶0 = 6, 40×106𝑃𝑎 ·𝑚9/2, 𝑊CA = 3, 20× 10−6 J. b) 𝑊pelo gás no ciclo = 2, 00× 106 J, Δ𝐸 = 0 16. a) 𝑊 = −𝑛𝑅𝑇 ln (︁ 𝑉𝑓 𝑉𝑖 )︁ b) 𝑊 = −𝑛𝑅𝑇 ln (︁ 𝑉𝑓−𝑛𝑏 𝑉𝑖−𝑛𝑏 )︁ + 𝑎𝑛2 (︁ 1 𝑉𝑓 − 1𝑉𝑖 )︁ c) Para 𝑎→ 0 e 𝑏→ 0, a equação de van der Waals tende para a equação do gás ideal, 𝑃𝑉 = 𝑛𝑅𝑇 . Tomando 𝑎→ 0 e 𝑏→ 0 no resultado do item b), reproduzimos o que obtivemos no item a). 17. a) 𝑃 = 2, 58× 105 Pa. b) 𝑊 = −466 J. 18. a) 𝑊 = 𝑅 (𝑇2 − 𝑇1) b) 𝑊 = 𝑅𝑇2 ln (︁ 𝑃0𝑉0 𝑅𝑇2 )︁ c) 𝑊 = −𝑅 (𝑇2 − 𝑇1) − 𝑅𝑇2 ln (︁ 𝑃0𝑉0 𝑅𝑇2 )︁ − 𝑅𝑇1 ln 𝑅𝑇1𝑃0𝑉0 19. a) Δ𝐿 = 0, 135 mm. b) Considerando-se a precisão da régua 0, 5 mm, observa-se que a dilatação é infe- rior a precisão da régua. Desta forma, não é possível realizar uma medida pre- cisa neste experimento com uma régua comum. c) Δ𝐿 = (0, 134± 0, 015) mm. d) Sim. 20. a) 𝑉 = 𝜋𝐷 2 2 𝜎𝐷 b) 𝜎𝑉 𝑉 = 0, 89% < 1%. Logo, o fornecedor satisfaz o critério. 5
Compartilhar