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ENTREVISTA - CANCER DE MAMA PROJETO

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LUTO EM MULHERES SUBMETIDAS À MASTECTOMIA TOTAL DEVIDO AO CÂNCER DE MAMA: EM UMA ABORDAGEM PSICANÁLITICA
 RESUMO
 
O câncer de mama possui grande incidência entre mulheres brasileiras. O tratamento envolve, em alguns casos, a mastectomia total, levando a mulher a um processo de enlutamento pela perda do seio, atingindo o estado psíquico e físico da mulher pelas mudanças ocorridas, principalmente, em sua autoimagem, afetando sua autoestima, o que dificulta sua relação com o próprio corpo.
 Assim, tal projeto tem como objetivo analisar, sob a ótica da psicanálise, o luto gerado em mulheres submetidas à mastectomia total devido ao câncer de mama. 
 Problema: Como as mulheres submetidas à mastectomia total vivenciaram o luto do corpo ideal?
 Objetivo Geral: Dentro de uma perspectiva psicanalítica, o objetivo da nossa pesquisa será verificar o luto gerado em mulheres submetidas à mastectomia total devido ao câncer de mama, tendo como tema o Luto.
METODOLOGIA
 Abordagem Qualitativa
 Sujeitos: 
 Mulheres submetidas à mastectomia total que fazem acompanhamento na clínica CITO-MED, Goiânia-GO.
 Instrumento
 Entrevista Semiestruturada
 Aparatos de pesquisa:
 Folhas A4, gravador, computadores, caneta, lápis etc.
 Procedimentos para coleta de dados: Contato telefônico, termo de consentimento e entrevista.
 Procedimentos para análise de dados:
 Para exame dos relatos será aplicada a técnica de análise de conteúdo que consiste em manipulação das mensagens, tanto do seu conteúdo quanto da expressão do mesmo para colocar em evidência questões subjetivas que podem surgir durante as coletas de dados (OLIVEIRA, 2008).
 Ressalvas Éticas:
O sigilo é algo primordial.
 Assinatura do Termo de Consentimento Livre e esclarecido.
Fundamentos éticos e científicos envolvendo seres humanos.
 Acompanhamento, assistência e orientações. 
Resultados Esperados
 O projeto propõe maior aprofundamento nas pesquisas com relação aos aspectos emocionais do câncer de mama, tendo o objetivo de gerar conhecimento de como essas mulheres se encontram psicologicamente. Em relação ao luto espera-se que os sujeitos apresentem dificuldades na elaboração do mesmo. 
ENTREVISTA PILOTO
 
Diagnóstico
Suportes
Mudanças de vida
Mudanças no olhar das pessoas
Mudanças na rotina
Meio profissional
Relacionamento conjugal
Sexualidade
Olhar-se no espelho
Nome: IDS
Estado civil: Viúva
Idade: 63 anos
Filhos: 2 homens 1 mulher
Passou pela cirurgia aos 50 anos
Diagnóstico	
“Há foi muito difícil, não foi fácil não, foi difícil pra mim aceitar tirar a mama, ainda relutei, o Dr. Juarez falou que era pra tirar e tal, ainda cheguei a ir em outra médica sabe, pra ver depois que tirou o caroço né, e estudou, ainda não tinha tirado a mama, mas aí a outra médica disse que se eu fosse a senhora eu procuraria outro médico não [...] Aí foi que eu aceitei a tirar a mama. De cara assim eu não aceitei, nossa senhora já pensou assim ficar sem e tal, ao mesmo tempo eu pensei na doença, vai que eu deixo, tinha duas amigas aqui na rua que tava com o mesmo problema na época, teve uma morreu. Aí eu falei há Dr. Juarez então vamos tirar, e graças a Deus deu tudo certo.”
“ Aí tirou depois fiquei sem a mama um ano, depois que teve recurso, aí eu tirei da barriga pra fazer e graças a Deus minha autoestima agora melhorou, depois que fez né, porque quando você tira minha filha você fica pra baixo, fiquei assim muito tempo pra baixo, mas depois né que pois de novo a mama aí voltou tudo.”
Reconstituição
“Significou muito pra mim ter... Pra mulher ter um ego você ficar sem a mama né. Meus filhos não queriam eu posse tinham medo de mim morrer [...] foram 10 horas de cirurgia [...] depois que pois mudou tudo e ficou normal pra mim”
Suporte
“Olha eu recebi dos meus filhos [...] não tive apoio do meu esposo porque ele era muito doente, tem cinco anos que ele faleceu né, ele nem ficou sabendo porque foi infarto, ele ficou sem falar na cadeira de rodas, então eu passei por tudo isso sem o apoio do meu esposo, mas foi meus filhos mesmo.”
Mudança no olhar das pessoas/ Mudança na rotina
Eu acho que não mudou nada não, na época é difícil né, você fica feia, cai o cabelo, emagrece, no tratamento fica enjoada quando chega da quimioterapia fica enjoada mesmo, sem paciência, fica nervosa, aí claro que muda mas agora depois do tratamento acho que tem nada assim não”
Relacionamento conjugal
Sexualidade	
“Não mudou nada, porque ele nem ficou sabendo de nada [...] hoje eu não tenho ninguém né depois que eu fiquei viúva, 10 anos eu fiquei com ele sem sexo, porque ele não dava conta, e ele faleceu e eu não arrumei outra pessoa e até hoje eu não arrumei outra pessoa, [...] mas acho que não mudou não.”
Olhar-se no espelho
Logo após a cirurgia
“Muito difícil você olhar no espelho estar careca, sem a mama, agente muda muito, nossa. Não é que eu sou bonita não, mas fiquei um bagaço”
Hoje 
 “Hoje eu já levantei a cabeça me acho diferente da época da doença, acho que voltou o normal, não penso assim mais”.
Mudança de vida/ Meio profissional
 “Em nem um minuto eu abaixei a cabeça eu ficava triste, rapei o cabelo caiu tudo, emagreci 12 kg na época, não foi fácil mas graças à Deus eu superei [...] acho que não mudou muito não, assim só que eu trabalhava aí eu aposentei né, to em casa nunca mais trabalhei, só assim minha filha montou um restaurante eu trabalho sempre com ela. Mas trabalhar igual eu trabalhava de ter aquela obrigação de bater ponto todos os dias. Pra mim foi difícil também, de repente você trabalhava tem uma vida assim, parar de uma vez não foi fácil, [...] aí eu fiquei em casa cuidando do meu marido que já não estava bem tem 5 anos que ele faleceu. Aí eu levei minha vida graças a Deus.” 
CAPÍTULOS 
1- DEFINIÇÕES GERAIS SOBRE CÂNCER E MASTECTOMIA 
2- LUTO E MELANCOLIA PARA A PSICANÁLISE
3- AUTOESTIMA E AUTOIMAGEM PARA A PSICANÁLISE
4- REPRESENTAÇÃO DO SEIO NA VIDA DA MULHER 
1. DEFINIÇÕES GERAIS SOBRE CÂNCER E MASTECTOMIA 
1.1 Câncer de mama
1.2 Tratamento
1.2.1 Mastectomia
1.2.2 Radioterapia
1.2.3 Quimioterapia
1.2.4 Hormonioterapia
1.2.5 Reconstrução 
2. LUTO E MELANCOLIA PARA A PSICANÁLISE
Freud, em “Luto e Melancolia”, inicia seu texto dizendo que o luto, geralmente, é a reação à perda de um ente querido ou à perda de alguma abstração que ocupou o lugar desse ente querido, quer seja um país, a liberdade ou o ideal de alguém. Embora envolva graves sofrimentos psíquicos, além daqueles encontrados ordinariamente, o luto não é considerado patológico, pois se supõe que, após certo tempo, seja superado (Freud, 1974 [1915-19177]).
Segundo Esslinger (1995), a má elaboração do luto, ou seja, a impossibilidade de entrar em contato com a perda, com a separação, pode culminar na depressão. É o que se chama de luto patológico, onde o sintoma se manifesta de forma crônica, que Freud denominou de melancolia.
BIBLIOGRAFIA
ESSLINGER, I. (1995). As representações do espaço da morte no curso de psicologia: um estudo exploratório. Dissertação de Mestrado, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo.
FREUD, S. Sobre o Narcisismo: Uma Introdução. In: FREUD, S. Vol.XIV – A historia do movimento psicanalítico, artigo sobre metapsicologia e outros trabalhos. Rio de Janeiro: Imago, 1914/1974. p.85-275.
OLIVEIRA, D. C. Análise de conteúdo temático categorial: Uma proposta de sistematização, 2008. Disponível em: http://www.facenf.uerj.br/v16n4/v16n4a19.pdf.Acesso em 09 maio 2015.
Edlaine Xavier
Gleides Ribeiro
Lilyane Pires
Sônia dos Santos
Stela Martins.

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