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5 03 – TRANSFORMADAS DE LAPLACE 6 TRANSFORMADAS DE LAPLACE O uso das transformadas de Laplace oferece um método simples e eficiente para resolver equações diferenciais lineares. As transformadas de Laplace também permitem: - Desenvolvimento de modelos de entrada-saída que são muito úteis para propósitos de controle. - Fazer uma análise qualitativa de como os processos químicos reagem às várias influências externas. Definição da Transformada de Laplace Considere a função f(t). A transformada de Laplace ( )sF da função f(t) é definida como: ( )[ ] ( ) ( )∫∞ −== 0 stdtetfsFtfL Observações: 1 – A transformada de Laplace é uma transformação de uma função do domínio tempo (onde o tempo é a variável independente) para o domínio s (onde s é a variável independente). s é uma variável definida no plano complexo, isto é, s = a + jb. 2 – A transformada de Laplace é uma operação linear (Princípio da Superposição): ( ) ( )[ ] ( )[ ] ( )[ ]tfatfatfatfa 22112211 LLL +=+ onde a1 e a2 são constantes. Transformada de Laplace de Algumas Funções Básicas Função Exponencial: ( ) atetf −= [ ] as 1e at += −L Função Rampa: ( ) attf = [ ] 2s aat =L f(t) t0 a 7 Função Degrau: ( ) ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ < ≥= 0tpara0 0tparaA tS ( )[ ] s AtS =L A função degrau também pode ser definida como: ( ) ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ < ≥=− 0 0 0 ttpara0 ttpara1 ttS Funções Trigonométricas: (ω = frequência = [radianos/tempo]) ( ) tsentf ω= [ ] 22stsen ω+ ω=ωL ( ) tcostf ω= [ ] 22s stcos ω+=ωL Identidades de Euler: j2 eesen jj α−α −=α 2 eecos jj α−α +=α A t = 0 f(t) t 0 8 Função Pulso: Considere a função da figura a seguir Esta função é chamada de função pulso de duração tw e é definida por: ( ) ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ ≥ <≤ < = w w ttpara0 tt0parah 0tpara0 tf A transformada de Laplace desta função é: ( )[ ] ( )st we1 s htf −−=L Função Impulso: Considere que a duração de uma função pulso possa diminuir, tendendo à zero, enquanto a altura tende à infinito. Esta função é chamada de função impulso, ou função de Dirac, e é representada por δ(t). Ela é definida como sendo igual a zero em qualquer tempo, exceto para t = 0. A transformada de Laplace desta função é: ( )[ ] 1t =δL Pulso t = tw h t = 0 f(t) t 0 Impulso (Função de Dirac) t = 0 f(t) t 0 9 Transformada de Laplace de Derivadas ( ) ( ) ( )0fssF dt tdf −=⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡L ( ) ( ) ( ) ( )0'f0sfsFs dt tfd 2 2 2 −−=⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ L Generalizando: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )0f0sf...0'fs0fssFs dt tfd 1n2n2n1nn n n −−−− −−−−−=⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ L Das equações anteriores podemos observar que para encontrar a Transformada de Laplace de qualquer derivada é necessário termos as condições iniciais. Para o cálculo da transformada de Laplace de uma derivada de na ordem, necessitamos n condições iniciais, f(0), f´(0), f´´(0), ..., fn-1(0). Transformada de Laplace de Integrais ( ) ( )sF s 1dttf t 0 =⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡∫L onde ( ) ( )[ ]tfsF L= Teorema do Valor Final: ( ) ( )[ ]ssYlimtylim 0st →∞→ = onde ( ) ( )[ ]tysY L= Exemplo: Seja ( ) ( )( )( )3s2s1ss 4ssF +++ += encontre o valor de f(t) quando t → ∞ Solução: ( ) ( )[ ] ( )( )( ) 3 2 3s2s1ss 4sslimssFlimtflim 0s0st =+++ +== →→∞→ Teorema do Valor Inicial: ( ) ( )[ ]ssYlimtylim s0t ∞→→ = onde ( ) ( )[ ]tysY L= Exemplo: Seja ( ) ( )( )( )( )4s3ss 1s1ssF −+ +−= , encontre f(t = 0) Solução: ( ) ( )[ ] ( )( )( )( ) 14s3ss 1s1sslimssFlimtflim ss0t =−+ +−== ∞→∞→→ 10 SOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES USANDO TRANSFORMADAS DE LAPLACE Etapas para a solução de EDL usando TL: 1 – Encontrar a transformada de Laplace de ambos os lados da equação diferencial. As condições iniciais dadas para a ED são incorporadas nesta etapa. 2 – Resolver a equação algébrica resultante em termos da transformada de Laplace da função desconhecida. 3 – Encontrar a função que tem como transformada de Laplace a equação obtida na etapa 2. Esta função é a solução desejada, já que satisfaz a equação diferencial e as condições iniciais. Inversão de Transformadas de Laplace: Expansão de Heaviside Estudaremos agora um método desenvolvido por Heaviside para a inversão de TL conhecido como expansão de Heaviside, ou expansão em frações parciais. Considere que a TL de uma função desconhecida x(t) é dada por: ( ) ( )( )sP sQsX = (1) onde Q(s) e P(s) são polinômios. A inversão de TL usando a expansão em frações parciais é feita em três etapas: 1 – Expandir Q(s)/P(s) em uma série de frações, ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( )sR C ... sR C sR C sP sQsX n n 2 2 1 1 +++== (2) onde R1(s), R2(s), ... , Rn(s) são polinômios de menor ordem. 2 – Calcular os valores das constantes C1, C2, ..., Cn da equação. 3 – Encontrar a inversa da TL de cada fração parcial. Então a função desconhecida x(t) será dada por: ( ) ( ) ( ) ( )⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡++⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡+⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡= −−− sR C... sR C sR Ctx n n1 2 21 1 11 LLL onde 1−L representa a inversa da TL da expressão entre colchetes. Quando ( )sX é dado como razão de dois polinômios (Eq. 1), sua expansão em série de frações é determinada pelas raízes do polinômio no denominador, P(s). Em geral, podemos distinguir dois casos: 1 – O polinômio P(s) tem n raízes distintas (todas diferentes), reais ou complexas. 2 – O polinômio P(s) tem raízes múltiplas. Vamos estudar cada caso usando exemplos. 11 Raízes Reais Distintas do Polinômio P(s) Considere a TL da função x(t) dada por ( ) ( )( )sP sQ 2ss2s 6sssX 23 2 =+−− −−= (3) O polinômio no denominador é de terceira ordem, ( ) 2ss2ssP 23 +−−= e tem três raízes, p1 = 1 p2 = –1 p3 = 2 Portanto, ( ) ( )( )( )2s1s1s2ss2ssP 23 −+−=+−−= e a equação 3 fica ( ) ( )( )( )2s1s1s 6sssX 2 −+− −−= (4) Expandindo em frações parciais, ( ) ( )( )( ) ( ) ( ) ( )2s C 1s C 1s C 2s1s1s 6sssX 321 2 −+++−=−+− −−= (5) onde C1, C2 e C3 são constantes desconhecidas e devem ser calculadas. A partir da equação 5 temos que: ( ) ( ) ( ) ( )⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ −+⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ ++⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ −= −−− 2s C 1s C 1s Ctx 312111 LLL e usando uma tabela de TL encontramos: ( ) t23t2t1 eCeCeCtx ++= − (6) que é a inversa da TL da equação 3. Vamos agora calcular as constantes C1, C2 e C3: Multiplicando ambos os lados da equação 5 por (s – 1)(s + 1)(s – 2), temos ( )( ) ( )( ) ( )( )1s1sC2s1sC2s1sC6ss 3212 +−+−−+−+=−− (7) Cálculo de C1: fazendo s = 1 na equação 7 ⇒ C1 = 3 Cálculo de C2: fazendo s = –1 na equação 7 ⇒ C2 = –2/3 Cálculo de C3: fazendo s = 2 na equação 7 ⇒ C3 = –4/3 Portanto, a equação 6 fica: ( ) t2tte 3 4e 3 2e3tx −−= − 12 Raízes Complexas Distintas do Polinômio P(s) Considere a TL ( ) 5s2s 1ssX 2 +− += O polinômio P(s) tem duas raízes distintas que são complexos conjugados: p1 = 1 + 2j e p2 = 1 – 2j Portanto, ( ) ( )[ ] ( )[ ]j21sj21s5s2ssP 2 −−+−=+−= Expandindo em frações parciais, ( ) ( )[ ] ( )[ ] ( ) ( )j21s C j21s C j21sj21s 1s 5s2s 1ssX 212 −−++−=−−+− +=+− += (8) Usando uma tabela de TL encontramos: ( ) ( ) ( )tj212tj211 eCeCtx −+ += (9) Multiplicando ambos os lados da equação 8 por [s – (1 + 2j)][s – (1 – 2j)]: ( )[ ] ( )[ ]j21sCj21sC1s 21 +−+−−=+ (10) Cálculo de C1: fazendo s = 1 + 2j na equação 10 ⇒ 2 j1C1 −= Cálculo de C2: fazendo s = 1 – 2j na equação 10 ⇒ 2 j1C2 += Substituindo C1 e C2 na equação 9 ( ) ( ) ( )tj21tj21 e 2 j1e 2 j1tx −+ ++−= ou ( ) ( ) ( )[ ]jt2jt2t ej1ej1 2 etx −++−= (11) Usando a identidade de Euler, α+α=α senjcose j (12) temos, t2senjt2cose jt2 += e ( ) ( ) t2senjt2cost2senjt2cose jt2 −=−+−=− 13 Substituindo na equação 11: ( ) ( ) ( ) ( )[ ] ( ) ( ) ( )[ ]{ } ( )t2sent2cosjt2senjt2cost2sent2cosjt2senjt2cos 2 e t2senjt2cosj1t2senjt2cosj1 2 etx t t ++−++−+= =−+++−= ou ( ) [ ]t2sent2cosetx t += (13) Usando a identidade trigonométrica ( )φ+=+ bsenabsenabcosa 321 onde 2 2 2 13 aaa += e ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛=φ − 2 11 a atg na equação 13 obteremos ( ) ( )φ+= t2sen2etx t Portanto, sempre que o polinômio P(s) tiver raízes complexas: 1 – Elas serão sempre pares complexos. 2 – Os coeficientes dos termos correspondentes na expansão por frações parciais serão também complexos conjugados um do outro. 3 – No polinômio sempre haverá um termo periódico (p.e., uma onda senoidal). Raízes Múltiplas do Polinômio P(s) A expansão em frações parciais e o cálculo dos coeficientes muda quando o polinômio P(s) tem raízes múltiplas. Considere a TL, ( ) ( ) ( )2s1s 1sX 3 ++= (14) O polinômio P(s) tem três raízes iguais e a quarta diferente: p1 = p2 = p3 = –1 e p4 = –2 Expandindo 14 em frações parciais, ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 2s C 1s C 1s C 1s C 2s1s 1sX 43 3 2 21 3 +++++++=++= (15) Usando uma tabela de TL encontramos: ( ) t24t23t2t1 eCet2 C teCeCtx −−−− +++= (16) 14 Multiplicando ambos os lados da equação 15 por (s+1)3(s+2): ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )343221 1sC2sC2s1sC2s1sC1 +++++++++= (17) Cálculo de C4: fazendo s = –2 na equação 17 ⇒ C4 = –1 Cálculo de C3: fazendo s = –1 na equação 17 ⇒ C3 = 1 Cálculo de C2: derivamos a equação 17 em relação à s e fazemos s= –1 ⇒ C2 = –1 Cálculo de C1: derivamos novamente em relação à s e fazemos s = –1 ⇒ C1 = 1 Substituindo as constantes na equação 16: ( ) t22t e 2 tt1etx −− −⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ +−= Solução de Equações Diferenciais Lineares Usando Transformada de Laplace Exemplo 1 [Exercício 3.13-c]: t 2 2 ex25 dt dx6 dt xd −=++ com ( ) ( ) 00x dt 0dx == Solução: Aplicando TL: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )[ ] ( ) 1s 1sX250xssX60'x0sxsXs2 +=+−+−− ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 1s 1sX25s6ssX25ssX6sXs 22 +=++=++ ( ) ( )( ) ( ) ( )[ ] ( )[ ]j43sj43s1s 125s6s1s 1sX 2 −−−+−−+=+++= Raízes: 1s −= , ( )j43s +−= e ( )j43s −−= ( ) ( ) ( )[ ] ( )[ ] ( ) ( )[ ] ( )[ ]j43s C j43s C 1s C j43sj43s1s 1sX 321 −−−++−−++=−−−+−−+= (*) Multiplicando ambos os lados por ( ) ( )[ ] ( )[ ]j43sj43s1s −−−+−−+ ( )[ ] ( )[ ] ( ) ( )[ ] ( ) ( )[ ]j43s1sCj43s1sCj43sj43sC1 321 +−−++−−−++−−−+−−= (**) 15 Fazendo 1s −= em (**): ( )[ ] ( )[ ] ( )( ) ( )164Cj42j42Cj431j431C1 111 +=+−=−−−−+−−−= 20 1C1 = Fazendo ( )j43s +−= em (**): ( ) ( )[ ] ( ) ( )32j16Cj8j42Cj43j431j43C1 222 −−=+−=−−−+−++−= 2561024 j1632 j1632 j1632 j1632 1C2 + −−=− − +−= 80 j2C2 −−= Fazendo ( )j43s −−= em (**): ( ) ( )[ ] ( )( ) ( )32j16Cj8j42Cj43j431j43C1 333 −=−−−=+−−−−+−−= 2561024 j1632 j1632 j1632 j1632 1C3 + +−=+ + −−= 80 j2C3 +−= Substituindo as constantes em (*): ( ) ( ) ( )[ ] ( )[ ]j43s 1 80 j2 j43s 1 80 j2 1s 1 20 1sX −−− +−+−− −−+= Calculando a TL inversa: ( ) ( ) ( )tj43tj43t e 80 j2e 80 j2e 20 1tx −−+−− +−−−= ( ) ( ) ( )[ ]jt4jt4t3t ej2ej2e 80 1e 20 1tx −−− ++−−= (***) Usando a identidade de Euler, α+α=α jsencose j temos ( ) ( )t4jsent4cose jt4 += e ( ) ( ) t4jsent4cost4jsent4cose jt4 −=−+−=− Substituindo em (***): ( ) ( ) ( ) ( )[ ] ( ) ( ) ( )[ ]{ }t4jsent4cosj2t4jsent4cosj2e 80 1e 20 1tx t3t −+++−−= −− 16 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )[ ]t4sent4cosjt4jsen2t4cos2t4sent4cosjt4jsen2t4cos2e 80 1e 20 1tx t3t ++−++−+−= −− ( ) ( ) ( )[ ]t4sen2t4cos4e 80 1e 20 1tx t3t +−= −− ( ) ( ) ( )⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ +−= −− t4sen 40 1t4cos 20 1ee 20 1tx t3t Exemplo 1 [Exercício 3.13-b]: t3senx12 dt dx =− com ( ) 00x = Solução: Aplicando TL: ( ) ( ) ( ) 9s 3sX120xssX 2 +=−− ( ) ( ) 9s 3sX12ssX 2 +=− ( ) ( )( ) ( )( )( ) ( ) ( ) ( )j3s Cj3sC12s Cj3sj3s12s 39s12s 3sX 3212 ++−+−=+−−=+−= (*) Raízes: 12s = , j3s = e j3s −= Multiplicando ambos os lados por ( )( )( )j3sj3s12s +−− ( )( ) ( )( ) ( )( )j3s12sCj3s12sCj3sj3sC3 321 −−++−++−= (**) Fazendo 12s = em (**): ( )( ) ( )9144Cj312j312C3 11 +=+−= 51 1C1 = Fazendo j3s = em (**): ( ) ( )j7218Cj612j3C3 22 +−=−= 5184324 j21654 j7218 j7218 j7218 3C2 + −−=− − +−= 102 j41C2 −−= 17 Fazendo j3s −= em (**): ( )( ) ( )j7218Cj612j3C3 33 −−=−−−= 5184324 j21654 j7218 j7218 j7218 3C3 + +−=+ + −−= 102 j41C3 +−= Substituindo as constantes em (*): ( ) ( ) ( ) ( )j3s 1 102 j41 j3s 1 102 j41 12s 1 51 1sX + +−− −−−= Calculando a TL inversa: ( ) jt3jt3t12 e 102 j41e 102 j41e 51 1tx −+−−−= ( ) ( ) ( )[ ]jt3jt3t12 ej41ej41 102 1e 51 1tx −++−−= (***) Usando a identidade de Euler, α+α=α jsencose j temos ( ) ( )t3jsent3cose jt3 += e ( ) ( ) t3jsent3cost3jsent3cose jt3 −=−+−=− Substituindo em (***): ( ) ( ) ( ) ( )[ ] ( ) ( ) ( )[ ]{ }t3jsent3cosj41t3jsent3cosj41 102 1e 51 1tx t12 −+++−−= ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )[ ]t3sen4t3cosj4t3jsent3cost3sen4t3cosj4t3jsent3cos 102 1e 51 1tx t12 ++−++−+−= ( ) ( ) ( )[ ]t3sen8t3cos2 102 1e 51 1tx t12 +−= ( ) ( ) ( )[ ]t3sen4t3cos 51 1e 51 1tx t12 +−= 18 TEMPO MORTO Funções que apresentam tempo morto representam um caso importante em modelagem e controle de processos. Estas funções são encontradas em problemas de controle por causa do tempo necessário para que um fluido percorra uma tubulação ou um equipamento. Considere, por exemplo, um termopar localizado na saída de um tanque aquecido, e um segundo termopar colocado na tubulação à uma distância de 10 metros. Considerando que não ocorre mistura de fluido dentro da tubulação, e nem há perda de calor entre osdois pontos, o formato da resposta da temperatura dos dois sensores deve ser idêntico. Se o fluido escoa a 1 m/s, o tempo morto será de 10 s. Na figura a seguir é mostrado o comportamento da função f(t) (sem tempo morto) e de fd(t) (com tempo morto). A função fd(t) é igual a zero para t < t0, portanto podemos escrevê-la como: fd(t) = f(t –t0)S(t –t0) 19 Transformada Inversa de Funções com Tempo Morto Para encontrar a transformada inversa de funções com tempo morto, partimos da TL ( ) ( ) ( )[ ] ( )sFettSttfsF 0st00d −=−−= L 1 – Inverter ( )sF da maneira usual, ou seja, aplicar a expansão em frações parciais e obter f(t). 2 – Obter y(t) = f(t –t0)S(t –t0) pela substituição do argumento t por (t – t0), e multiplicando toda a função pela função degrau. EXEMPLO: Encontrar a transformada inversa de ( ) ( )( )1s31s4 e1sY s2 ++ += − Solução: Esta equação pode ser dividida em duas partes: ( ) ( ) ( ) ( )( ) ( )( )1s31s4 e 1s31s4 1sYsYsY s2 21 +++++=+= − Com uma tabela de TL, encontramos a inversa de ( )sY1 : ( ) 3t4t1 eety −− −= Como ( ) ( )sYesY 1s22 −= , sua inversa pode ser encontrada substituindo-se t por (t – 2) em ( )ty1 e multiplicando-se pela função degrau: ( ) ( ) ( )[ ] ( )2tSeety 32t42t2 −−= −−−− Portanto, a transformada inversa completa fica: ( ) ( ) ( )[ ] ( )2tSeeeety 32t42t3t4t −−+−= −−−−−− 20 Esta equação pode ser dividida para dois intervalos de tempo: ( ) 3t4t eety −− −= 0 ≤ t < 2 e ( ) ( ) ( )[ ] ( ) ( )323t424t32t42t3t4t e1ee1eeeeety +−+=−+−= −−−−−−−− 3t4t e9477,2e6487,2 −− −= t ≥ 2 ♠ Exemplo de Resposta Transiente Considere dois tanques de mistura mostrados a seguir: Dados: Volume do estágio 1: 4 m3 Volume do estágio 2: 3 m3 Vazão q: 2 m3/min Concentração na entrada ci: 1 kgmol/m3 Neste sistema é aplicado uma perturbação na forma de pulso, com magnitude de 5 kgmol/m3, durante 0,25 min. 21 O balanço de massa para os tanques é dado por: ( )ccq dt dcV i −= Deseja-se saber: a) A magnitude que teria uma perturbação na forma de impulso equivalente a esta perturbação pulso. b) A resposta da concentração na saída do primeiro estágio para as perturbações pulso e impulso. c) A resposta da concentração na saída do segundo estágio para as perturbações pulso e impulso. Solução: Os balanços de massa para os dois estágios ficam i1 1 c2c2 dt dc4 =+ (1) 12 2 c2c2 dt dc3 =+ (2) No instante inicial c2(0) = c1(0) = ci(0) = 1 Kgmol/m3 a) A perturbação na forma de pulso pode ser descrita como ( ) ⎪⎪⎩ ⎪⎪⎨ ⎧ ≥ <≤ < = 25,0t1 25,0t06 0t1 tcpi (3) A magnitude da perturbação é dada por: 33 m minKgmol25,1min25,0 m Kgmol5M == A perturbação impulso pode ser descrita como: ( ) ( )t25,11tci δ+=δ (4) Para determinar a quantidade adicional de reagente introduzido pelas perturbações, fazemos: Kgmol5,2 m minKgmol25,1 min m2qM 3 3 == 22 b) A resposta à pertubação impulso no estágio 1 é obtida pela TL da equação (1), usando c1(0) = 1 ( ) ( ) ( ) ( )sC2sC214ssC4 i11 =+− ou ( ) ( )sC 2s4 2 2s4 4sC i1 +++= (5) A TL da função impulso (4) é: ( ) 25,1 s 1sCi +=δ (6) Substituindo (6) em (5): ( ) ( ) 2s4 5,6 2s4s 2sC1 +++= δ (7) Calculando a transformada inversa: ( ) 2t1 e625,01tc −δ += (8) A resposta à perturbação pulso pode ser obtida da mesma forma. A TL da função pulso da equação (3) é: ( ) ( ) s e15 s 1sC s25,0 p i −−+= (9) Substituindo (9) em (5) e isolando ( )sCp1 temos: ( ) ( ) ( ) ( )2s4s e10 2s4s 12 2s4 4sC s25,0 p 1 +−+++= − (10) Cuja transformada inversa fica: ( ) ( ) ( )[ ] ( )25,0tSe15e16etc 225,0t2t2tp1 −−−−+= −−−− Esta solução pode ser dividida em duas partes: ( ) ( ) 2t2t2tp1 e56e16etc −−− −=−+= t < 0,25 min ( ) ( ) ( )( ) 2t225,0t2t2tp1 e6657,01e15e16etc −−−−− +=−−−+= t ≥ 0,25 min 23 c) A resposta à pertubação impulso no estágio 2 é obtida pela TL da equação (2), usando c2(0) = 1 ( ) ( ) ( ) ( )sC2sC213ssC3 122 =+− ou ( ) ( )sC 2s3 2 2s3 3sC 12 +++= (11) Como ( )sC1 representa a saída do estágio 1, substituímos a equação (7) em (11): ( ) ( ) ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ ++++++= δ 1s2 25,3 1s2s 1 2s3 2 2s3 3sC2 Cuja transformada inversa nos dá: ( ) 2t5,1t2 e5,2e5,21tc −−δ +−= Para obter a resposta à perturbação pulso na saída do estágio 2, substituímos a equação (10) na equação (11): ( ) ( )( ) ( )( ) ( )( )1s21s5,1s e5 1s21s5,1s 6 1s21s5,1 2 1s5,1 5,1sC s25,0 p 2 ++−+++++++= − Calculando a transformada inversa obtemos: ( ) 2t5,1tp2 e20e156tc −− −+= t < 0,25 min ( ) 2t5,1tp2 e663,2e7204,21tc −− +−= t ≥ 0,25 min 24 ♠
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