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PRISÃO EM QUADRINHOS

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PRISÃO - ESPÉCIES 
PRISÃO EM FLAGRANTE
(Art. 301 e seguintes do CPP)
É uma prisão que consiste na restrição da liberdade de alguém, independente de ordem judicial, possuindo natureza cautelar, 
desde que esse alguém esteja cometendo ou tenha acabado de cometer uma infração penal ou esteja em situação semelhante 
prevista nos incisos III e IV, do Art. 302, do CPP. É uma forma de autodefesa da sociedade.
A expressão flagrante vem da expressão FLAGARE, que significa queimar, arder. É o que está acontecendo ou acabou de 
acontecer. É o evidente.
"Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja 
encontrado em flagrante delito.
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser 
autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração."
Natureza jurídica da prisão em flagrante é de um ato administrativo, pois independe de manifestação jurídica.
No entanto, consoante o Art. 5º, LXV, da CF a prisão deverá ser comunicada imediatamente ao juiz, para que verifique a sua 
legalidade. E caso não seja, irá ocorrer o relaxamento da mesma. Com a comunicação ao juiz, o ato irá se aperfeiçoar.
PRISÃO PREVENTIVA
É a prisão provisória decretada pelo juiz em qualquer fase do inquérito ou da instrução criminal, para garantir a ordem 
jurídica social, quando presentes os seguintes requisitos: prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria. A 
prisão preventiva pode ter como fundamento: a garantia da ordem pública, garantia da ordem econômica, conveniência da 
instrução criminal ou a segurança da aplicação da Lei Penal.
PRISÃO TEMPORÁRIA
Espécie de prisão provisória ou cautelar, que restringe a liberdade de locomoção de uma pessoa, por tempo determinado e 
durante o inquérito policial, a fim de investigar a ocorrência de crimes graves.
PRISÃO DOMICILIAR
Consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residência, podendo ausentar-se apenas com autorização judicial.
A prisão preventiva pode ser substituída pela domiciliar, de acordo com decisão judicial, quando: - o agente for maior de 80 
anos;
- for extremamente debilitado em razão de doença grave;
- sua presença for imprescindível para cuidar de menos de 6 anos ou pessoa com deficiência;
- for gestante à partir do 7° mês de gestação ou a gravidez for de alto risco.
LEI Nº 12.403, DE 4 DE MAIO DE 2011.
Altera dispositivos do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal, relativos à prisão 
processual, fiança, liberdade provisória, demais medidas cautelares, e dá outras providências.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1o Os arts. 282, 283, 289, 299, 300, 306, 310, 311, 312, 313, 314, 315, 317, 318, 319, 320, 321, 322, 323, 324, 325, 
334, 335, 336, 337, 341, 343, 344, 345, 346, 350 e 439 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de 
Processo Penal, passam a vigorar com a seguinte redação: 
“TÍTULO IX
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA” 
“Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: 
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, 
para evitar a prática de infrações penais; 
II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado. 
§ 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente. 
§ 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes ou, quando no curso da 
investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público. 
§ 3o Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, 
determinará a intimação da parte contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo 
os autos em juízo. 
§ 4o No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, de ofício ou mediante requerimento do 
Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último 
caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, parágrafo único). 
§ 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como 
voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. 
§ 6o A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar (art. 319).” 
(NR) 
“Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária 
competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em 
virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. 
§ 1o As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a que não for isolada, cumulativa ou 
alternativamente cominada pena privativa de liberdade. 
§ 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do 
domicílio.” (NR) 
“Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdição do juiz processante, será deprecada a sua 
prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor do mandado. 
§ 1o Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio de comunicação, do qual deverá constar o 
motivo da prisão, bem como o valor da fiança se arbitrada. 
§ 2o A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções necessárias para averiguar a autenticidade da 
comunicação. 
§ 3o O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da efetivação 
da medida.” (NR) 
“Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de mandado judicial, por qualquer meio de comunicação, tomadas pela 
autoridade, a quem se fizer a requisição, as precauções necessárias para averiguar a autenticidade desta.” (NR) 
“Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já estiverem definitivamente condenadas, nos 
termos da lei de execução penal. 
Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos procedimentos legais, será recolhido a quartel da 
instituição a que pertencer, onde ficará preso à disposição das autoridades competentes.” (NR) 
“Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao 
Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. 
§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em 
flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública. 
§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da 
prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.” (NR) 
“Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: 
I - relaxar a prisão ilegal; ou 
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se 
revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou 
III - conceder liberdade provisória, comou sem fiança. 
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições constantes 
dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, 
fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos 
processuais, sob pena de revogação.” (NR) 
“Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de 
ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por 
representação da autoridade policial.” (NR) 
“Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência 
da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício 
suficiente de autoria. 
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações 
impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o).” (NR) 
“Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: 
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; 
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do 
caput do art. 64 do Decreto-Lei no2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; 
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com 
deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; 
IV - (revogado). 
Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou 
quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade 
após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.” (NR) 
“Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o 
agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940 - Código Penal.” (NR) 
“Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada.” (NR) 
“CAPÍTULO IV
DA PRISÃO DOMICILIAR” 
“Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residência, só podendo dela 
ausentar-se com autorização judicial.” (NR) 
“Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: 
I - maior de 80 (oitenta) anos; 
II - extremamente debilitado por motivo de doença grave; 
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência; 
IV - gestante a partir do 7o (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de alto risco. 
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo.” (NR) 
“CAPÍTULO V
DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES” 
“Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: 
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades; 
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o 
indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; 
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado 
ou acusado dela permanecer distante; 
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou 
instrução; 
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e 
trabalho fixos; 
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo 
receio de sua utilização para a prática de infrações penais; 
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos 
concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; 
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu 
andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; 
IX - monitoração eletrônica. 
§ 1o (Revogado). 
§ 2o (Revogado). 
§ 3o (Revogado). 
§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com outras 
medidas cautelares.” (NR) 
“Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas 
do território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) 
horas.” (NR) 
“Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade 
provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios 
constantes do art. 282 deste Código. 
I - (revogado) 
II - (revogado).” (NR) 
“Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade 
máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. 
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.” (NR) 
“Art. 323. Não será concedida fiança: 
I - nos crimes de racismo; 
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; 
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; 
IV - (revogado); 
V - (revogado).” (NR) 
“Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: 
I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer 
das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código; 
II - em caso de prisão civil ou militar; 
III - (revogado); 
IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312).” (NR) 
“Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites: 
a) (revogada); 
b) (revogada); 
c) (revogada). 
I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, 
não for superior a 4 (quatro) anos; 
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de liberdade cominada for superior a 
4 (quatro) anos. 
§ 1o Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser: 
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; 
II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou 
III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. 
§ 2o (Revogado): 
I - (revogado); 
II - (revogado); 
III - (revogado).” (NR) 
“Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória.” (NR) 
“Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial a concessão da fiança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la, 
mediante simples petição, perante o juiz competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.” (NR) 
“Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento dascustas, da indenização do dano, da prestação 
pecuniária e da multa, se o réu for condenado. 
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da prescrição depois da sentença condenatória (art. 110 do 
Código Penal).” (NR) 
“Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sentença que houver absolvido o acusado ou declarada 
extinta a ação penal, o valor que a constituir, atualizado, será restituído sem desconto, salvo o disposto no parágrafo único 
do art. 336 deste Código.” (NR) 
“Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: 
I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo; 
II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo; 
III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança; 
IV - resistir injustificadamente a ordem judicial; 
V - praticar nova infração penal dolosa.” (NR) 
“Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a 
imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva.” (NR) 
“Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o acusado não se apresentar para o início 
do cumprimento da pena definitivamente imposta.” (NR) 
“Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as custas e mais encargos a que o acusado estiver obrigado, 
será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei.” (NR)
“Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções previstas no art. 345 deste Código, o valor restante será 
recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei.” (NR) 
“Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade 
provisória, sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for o 
caso. 
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á 
o disposto no § 4o do art. 282 deste Código.” (NR) 
“Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado constituirá serviço público relevante e estabelecerá presunção de 
idoneidade moral.” (NR) 
Art. 2o O Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal, passa a vigorar acrescido do seguinte 
art. 289-A: 
“Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do mandado de prisão em banco de dados mantido pelo 
Conselho Nacional de Justiça para essa finalidade. 
§ 1o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no mandado de prisão registrado no Conselho Nacional 
de Justiça, ainda que fora da competência territorial do juiz que o expediu. 
§ 2o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda que sem registro no Conselho Nacional de Justiça, 
adotando as precauções necessárias para averiguar a autenticidade do mandado e comunicando ao juiz que a decretou, 
devendo este providenciar, em seguida, o registro do mandado na forma docaput deste artigo. 
§ 3o A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de cumprimento da medida o qual providenciará a certidão 
extraída do registro do Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo que a decretou. 
§ 4o O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII do art. 5o da Constituição Federal e, caso o 
autuado não informe o nome de seu advogado, será comunicado à Defensoria Pública. 
§ 5o Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da pessoa do executor ou sobre a identidade do preso, 
aplica-se o disposto no § 2o do art. 290 deste Código. 
§ 6o O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o registro do mandado de prisão a que se refere o caput deste artigo.” 
Art. 3o Esta Lei entra em vigor 60 (sessenta) dias após a data de sua publicação oficial. 
Art. 4o São revogados o art. 298, o inciso IV do art. 313, os §§ 1o a 3o do art. 319, os incisos I e II do art. 321, os incisos IV 
e V do art. 323, o inciso III do art. 324, o § 2o e seus incisos I,II e III do art. 325 e os arts. 393 e 595, todos do Decreto-Lei 
no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal. 
Brasília, 4 de maio de 2011; 190o da Independência e 123o da República. 
DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
GRAU DE PARENTESCO 
Parentesco
O parentesco se refere aos vínculos entre membros de uma família. Estes vínculos se organizam em linhas 
e se medem em graus. Os graus são o meio apto para a determinação da proximidade ou remoticidade nas relações de 
parentesco.
Há 3 tipos de linhas de parentesco:
A linha reta - São consanguíneos: há vínculos entre os descendentes e ascendentes de um progenitor comum. Ex: bisavós, 
avós, pais, filhos, netos, bisnetos... A linha reta é ilimitada. O grau se conta a cada geração. O filho é 1º grau, neto = 2º grau, 
bisneto = 3º ... 
Linha Colateral - São os irmãos, primos, tios, sobrinhos... 
Na linha colateral, embora não descendendo um do outro, são descendentes de um tronco ancestral comum. 
O parentesco começa no 2º grau. Exemplo: 
Irmão = 2º grau; 
Tios = 3º grau; 
Sobrinhos = 3º grau; 
Sobrinho-neto = 4º grau; 
Primos = 4º grau; 
Primo-segundo = 5º grau; 
Primo-terceiro = 6º grau. 
Parentesco por afinidade: São os sogros, pais dos sogros, avós dos sogros. Os enteados e seus filhos, as noras, os genros, os 
cunhados (irmãos do cônjuge), tios, sobrinhos, primos e avós do cônjuge.Para calcular o grau de parentesco, podemos 
observar o que diz o art. 1594 do Código Civil de 2002: 
"Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, 
subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente." 
Vale ressaltar que a lei só reconhece o parentesco colateral até quarto grau. Daí pra frente, jurídicamente não são parentes. 
OBS: Marido e mulher não são parentes. São cônjuges.
http://www.weber-ruiz.com/parentesco.html
TEORIAS DO DIREITO DE AÇÃO - TGP 
Concepções existentes sobre a ação não faltam. Atualmente, algumas delas se relacionam, sendo complementares em alguns 
pontos. 
A primeira teoria é a chamada teoria civilista ou imanentista da ação, com bastante influência até meados do séc. XIX. O 
direito de ação nada mais era do que mero apêndice do Direito Civil, parafraseando Câmara. A ação consistia no próprio 
direito material depois de violado. 
Esta teoria passou a ser superada com a polêmica Windscheid X Müther, no séc. XIX, de onde surge a noção de que o 
direito material e o direito de ação seriam distintos, correspondendo este último a direito à prestação jurisdicional. 
A teoria concreta da ação ou teoria do direito concreto de agir. Nesta, já considera o direito de ação como autônomo; são 
diferenciados os sujeitos passivos. Isso porque o Estado é o sujeito passivo do direito de ação, já que este consiste em direito 
à tutela jurisdicional. A ação só existe nos casos em que a sentença meritória for favorável. 
A teoria abstrata da ação ou teoria do direito abstrato de agir, surge como crítica à teoria concreta, por sua dificuldade 
em esclarecer determinadas questões. Se o direito de ação está diretamente ligado a uma sentença de mérito favorável ao 
autor, como explicar a atuação do Estado-juiz nos casos de improcedência do pedido autoral? 
As teorias concretas trabalham com a hipótese de existência de relação jurídica entre autor e réu. Por isso, feita a ela outra 
crítica concernente à ação declaratória negativa, na qual não é decidida questão de direito material, mas apenas a 
inexistência de relação jurídica entre autor e réu. 
Por isso, surgiu a teoria abstrata, conceituando o direito de ação como aqueleque nos permite provocar o Estado-juiz e, com 
isso, obter um provimento judicial, independentemente da questão de mérito, da existência de razão por parte daquele que 
exerceu este direito. Os planos de análise são distintos, não se confundindo a questão material com a formal – na maioria dos 
casos, conforme estudo mais aprofundado. 
Enrico Tullio Liebman expôs, em meados do século XX, a teoria eclética da ação. A natureza é abstrata, já que o processo 
existe mesmo nos casos em que a pretensão é não condizente com a verdade, não merecendo, portanto, haver procedência ao 
pedido, embora este possa ser conhecido. Em suma, o direito de ação existe mesmo se o autor não for titular do direito que 
afirma.
A teoria de Liebman, porém, reconhece existirem condições – possibilidade jurídica, legitimidade das partes e interesse 
processual - da ação que são estranhas ao mérito da causa. O carecimento ou não da ação é observado com critérios distintos 
dos utilizados para a análise dos fatos alegados em petição inicial, que se manifestará por meio de despacho liminar. O 
artigo 267, VI, do CPC é exemplo claro de sua influência. In verbis:
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o 
interesse processual;
Teoria civilista ou Imanentista – há a necessidade de existir o direito material para entrar com a ação. Dizia que a ação é 
uma extensão do direito civil, ou seja, não havia separação entre o direito de ação e o direito material.
Ação como direito autônomo e concreto – essa teoria ensinava que existia distinção entre o direito material e o direito de 
ação, porém, a existência da ação era subordinada a uma sentença favorável.
Ação como direito autônomo e abstrato – segundo essa teoria, não existia a necessidade de um direito material expresso, 
bastando apenas que o autor fizesse referência a um interesse seu, protegido pelo direito material.
Direito constitucional da ação – prevê que a lei não excluirá da apreciação do poder judiciário, lesão ou ameaça a direito, 
possibilitando o ingresso em juízo de qualquer pessoa.
REVISÃO CRIMINAL 
Revisão criminal é uma ação autônoma de impugnação e não um recurso, que visa permitir rever uma sentença 
condenatória que já transitou em julgado. Ela, portanto, desfaz (rescinde) a coisa julgada.
Segundo NUCCI, "é ação penal de natureza constitutiva e sui generis, de competência originária dos tribunais, destinada a 
rever decisão condenatória, com trânsito em julgado, quando ocorreu erro judiciário. É ação sui generis pois não possui 
polo passivo, mas somente o autor, questionando um erro judiciário que o vitimou."
É desnecessário o recolhimento prévio ao cárcere para valer-se o condenado da revisão criminal, conforme Súmula 393, do 
STF.
Tem como finalidade corrigir uma injustiça ou erro do judiciário e restabelecer o status libertatis e/ou status dignitatis de 
quem foi condenado indevidamente.
Revisão pro reo: Só existe revisão criminal para o réu. Não há revisão em favor da acusação (leia-se: pro societate).
Na prática, a revisão consiste num pedido dirigido ao Presidente do Tribunal competente.
Importante: Jamais um juiz de 1º grau julgará uma revisão criminal, mesmo na hipótese dos juizados (há polêmica sobre o 
cabimento de revisão nos juizados, tendo em vista que a natureza da sentença que impõe pena alternativa não é 
condenatória).
PRAZO
Não há prazo para o ingresso da revisão criminal, podendo ser ajuizada até mesmo após o cumprimento da pena (CPP 622).
LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA
Segundo o CPP 623, trata-se de ação privativa do réu condenado, podendo ele ser substituído por seu representante legal ou 
seus sucessores (CADI), incluindo companheiro(a).
Quando o condenado não quiser ingressar com a ação revisional, mas houver flagrante demonstração de erro judiciário, 
NUCCI entende cabível a nomeação de defensor, pelo juiz, para tutelar os interesses do sentenciado, a quem caberá, então, a 
propositura da ação. Afinal, do mesmo modo que, durante o processo, é inócua a recusa do réu em receber defensor técnico, 
quando houver erro judiciário, cabe ao Estado providenciar o patrocínio de seus interesses, ainda que a contragosto mas, em 
hipótese alguma, se admite o ingresso da ação pelo Ministério Público.
Embora o artigo 623 autorize o ingresso da ação revisional diretamente pelo réu, seu representante legal ou sucessor, é curial 
que isso somente se dá com a interposição, sendo que obrigatória a feitura das razões por advogado, ainda que nomeado.
Falecendo o autor da ação de revisão, durante o seu trâmite, o presidente do tribunal deve nomear curador para a defesa do 
seu interesse. Havendo sucessores (CADI), no entanto, que assumam o polo ativo, torna-se desnecessária a nomeação de 
curador.
A vítima não participa do processo de revisão criminal e não pode nele habilitar-se.
A revisão criminal não tem réu, porque é uma ação impugnativa de uma decisão precedente. Não se trata de uma ação com 
pedido de condenação penal.
Alguns doutrinadores apontam ser o Estado, representado pelo MP (corrente minoritária).
PRESSUPOSTOS
a) existência de sentença condenatória – no entanto, a sentença absolutória imprópria (aplica medida de segurança) também 
a admite, pois afeta o ius libertatis do sujeito.
Não importa qual foi a infração cometida e nem o procedimento. Fundamental é que a sentença seja condenatória.
Não cabe revisão criminal contra sentença absolutória própria nem contra decisão do juiz das execuções. Também não cabe 
contra decisão que concede perdão judicial ou mesmo contra decisão de pronúncia.
b) trânsito em julgado – sentença que ainda não transitou em julgado não admite revisão criminal.
Se ocorrer a prescrição da pretensão punitiva (com o reconhecimento da extinção da punibilidade, antes do trânsito em 
julgado) não é possível entrar com revisão criminal, porque, nesse caso, não existe sentença condenatória.
REVISÃO CRIMINAL E OS PRINCÍPIOS DA COISA JULGADA E SOBERANIA DO VEREDICTO
Quanto ao princípio da coisa julgada, é certo que o respeito à coisa julgada constitui garantia individual do ser humano, 
inserta, expressamente, no art. 5º, XXXVI, da CF. Mas a revisão criminal também é uma garantia fundamental. Logo, o 
ideal é buscar a harmonização entre ambas as situações, concluindo que, regra geral, deve-se respeitar a coisa julgada, 
embora, em casos excepcionais, como os que envolvem erro judiciário, seja indispensável que a coisa julgada ceda à 
reavaliação da decisão proferida.
Por sua vez, quanto ao segundo princípio, ainda que a sentença seja proferida pelo Tribunal do Júri, caso entenda o réu ter 
sido indevidamente condenado, poderá ingressar com revisão criminal, mas apenas para que o tribunal togado proceda ao 
juízo reincidente, devolvendo ao júri o juízo rescisório. Cabe a este último a decisão de mérito, avaliando se houve ou não o 
erro judiciário.
Assim, a revisão criminal jamais poderia rever, quanto ao mérito, a decisão final do Tribunal do Júri, pois isso significa 
ofender o preceito constitucional da soberania dos veredictos. A harmonia dos dispositivos constitucionais é o melhor 
caminho e deve-se realizar o juízo rescindente, quando for o caso, pelo tribunal togado (revisão criminal) para, depois, 
encaminhar o feito ao juízo rescisório a ser feito pelo Tribunal do Júri (soberania dos veredictos).
CABIMENTO
Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida:
I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos. Na primeira parte, 
não se trata apenas às referentes ao direito penal, mas também ao direito processual penal. Assim, a sentença proferida com 
infringência grave e frontal a norma prevista no CPP também pode dar ensejo à revisão criminal.
Quantoà segunda parte – sentença contrária à evidência dos autos – deve ser entendida a expressão “evidência dos autos” 
como o conjunto das provas colhidas. Para ser admissível a revisão criminal, torna-se indispensável que a decisão 
condenatória proferida ofenda frontalmente as provas constantes dos autos.
II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos. Essas 
peças constitutivas do processo necessitam ser comprovadamente não autênticas e terem sido determinantes para a 
condenação. Embora o ideal fosse apurar o falso testemunho, a falsa perícia ou a falsidade documental em processo à parte, 
trazendo para os autos da revisão a decisão formal e final, nada impede que, na ação revisional, seja apurado o falso. Por 
outro lado, a própria parte interessada na revisão pode requerer ao juízo da condenação a realização de justificação (CPC 
861 e seguintes) como procedimento prévio e preparatório da ação revisional.
III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou 
autorize diminuição especial da pena. Deve ser interpretada como provas substancialmente novas, inéditas no processo, 
demonstrativas da inocência do réu, abrangendo tanto autoria, quanto materialidade do crime.
Quanto ao surgimento de circunstância que determine ou autorize a diminuição de pena, leva em consideração, também no 
contexto das provas, o descobrimento de qualquer fato inédito a ensejar, não a absolvição, mas a modificação, para melhor, 
da pena. Ex.: após a sentença condenatória, surgem evidências de que o réu ressarciu completamente a vítima, em crime de 
furto, antes da denúncia, configurando a hipótese do arrependimento posterior (CP 16).
A concretização do trânsito em julgado da sentença condenatória é requisito indispensável e fundamental para o ajuizamento 
da revisão criminal. Pendendo qualquer recurso contra a decisão condenatória, não cabe a admissão de revisão.
Embora seja pressuposto essencial para a revisão criminal a existência de uma sentença condenatória definitiva, deve-se 
incluir nesse contexto a sentença absolutória imprópria, isto é, aquela que impõe ao inimputável, autor de um injusto penal, 
uma medida de segurança (CPP 386, parágrafo único, III).
ÔNUS DA PROVA, OPORTUNIDADE E REITERAÇÃO DO PEDIDO
O encargo de demonstrar sua inocência, buscando desconstituir decisão condenatória com trânsito em julgado, é do 
sentenciado, pois já não vige o princípio geral do in dúbio pro reo,devendo o autor da ação revisional apresentar novos fatos 
e provas substancialmente novas, para que seu pedido possa ser acolhido.
Quando houver a extinção da punibilidade no tocante à pretensão punitiva do Estado, ou seja, causas da extinção ocorrentes 
antes do trânsito em julgado da sentença condenatória – como a prescrição intercorrente – descabe o ajuizamento de revisão 
criminal. Isto se dá porque o Estado não tem o direito de punir, assim declarado em decisão judicial. Logo, não há motivo 
algum para o julgamento de uma revisão criminal, incidente sobre decisão que declara exatamente aquilo que o réu pretende 
obter: a ausência do jus puniendi estatal.
Entretanto, quando a extinção da punibilidade atinge somente a pretensão executória do Estado – como a prescrição 
executória – porque a causa de extinção da punibilidade ocorre depois do trânsito em julgado da sentença condenatória, cabe 
revisão criminal. Tal ocorre porque a decisão do juiz atinge somente os efeitos principais da decisão condenatória, afastando 
o cumprimento da pena, mas não elide a inscrição da condenação como mau antecedente, nem afeta a sua constituição como 
título executivo judicial, para a ação civil ex delicto, permitindo, ainda, a inscrição do nome do acusado no rol dos culpados.
Não existe prazo para se ajuizar a revisão criminal, podendo, inclusive, ser ajuizada após o cumprimento da pena, pois há 
evidente interesse do condenado em obter um decreto absolutório que pode livrá-lo de incômodo antecedente criminal, neste 
caso, visa o status dignitatis do réu.
Também cabe revisão criminal pro vivo e pro morto. Mesmo após a morte pode-se postular revisão criminal.
Quanto à possibilidade de revisão criminal contra sentença concessiva de perdão judicial, pelo fato de ter natureza 
meramente declaratória de extinção da punibilidade, sem qualquer outro efeito, não comporta revisão criminal.
Por outro lado, é juridicamente admissível a revisão criminal contra decisão condenatória proferida no âmbito do Juizado 
Especial Criminal, pois todo acusado tem direito à revisão do julgado que, erroneamente, considerou-o culpado.
COMPETÊNCIA
É da competência originária dos tribunais, jamais sendo apreciada por juiz de primeira instância. Se a decisão condenatória 
definitiva provier de magistrado de primeiro grau, julgará a revisão criminal o tribunal que seria competente para conhecer 
do recurso ordinário. Caso a decisão provenha de câmara ou turma de tribunal de segundo grau, cabe ao próprio tribunal o 
julgamento da revisão, embora, nessa hipótese, não pela mesma câmara, mas pelo grupo reunido de câmaras criminais. 
Tratando-se de decisão proferida pelo Órgão Especial ou Pleno do tribunal, cabe ao mesmo colegiado o julgamento da 
revisão. Quanto aos tribunais superiores, dá-se o mesmo. Ao STF compete o julgamento de revisão criminal de seus 
julgados e ao STJ, o julgamento dos seus.
O requerimento deve ser instruído com a certidão do trânsito em julgado da sentença condenatória e com a peças necessárias 
à comprovação do alegado.
Pode o relator indeferir em decisão liminar a revisão criminal, quando esta for apresentada sem qualquer prova do alegado, 
nem tiver sido pedida a realização de justificação. Se o condenado, no entanto, apresentar motivos verossímeis para ter o seu 
pedido conhecido, indicando onde buscar as provas, deve o relator determinar que isto se dê. Rejeitando, desde logo, o 
pedido ou a produção de provas indicadas pelo sentenciado, cabe agravo regimental ao grupo de câmaras (ou ao Órgão 
Especial, conforme o caso).
Caso o relator determine o processamento do pedido, abre-se vista ao Ministério Público, dando parecer o Procurador de 
Justiça, no prazo de 10 dias. Após, por igual prazo, examinam os autos o relator e o revisor, passando-se à sessão de 
julgamento.
Pode haver a justificação prévia para fundamentar o pedido de revisão criminal, podendo-se inquirir testemunhas, realizar 
perícias, colher documentos, dentre outras diligências.
Julgada procedente a revisão, o tribunal pode alterar a classificação da infração penal (dar nova definição jurídica ao fato, 
revisando a tipicidade), absolver o réu, modificar a pena ou mesmo anular o processo.
REFORMATIO IN PEJUS e REFORMATIO IN PEJUS INDIRETA
É expressamente vedada a reformatio in pejus, no artigo 626, parágrafo único. Da mesma forma, é vedada a reformatio in 
pejus indireta, que ficaria configurada no caso do tribunal anular a decisão condenatória com trânsito em julgado, permitindo 
ao juiz proferir outra, que seria, então, mais severa do que a primeira. Normalmente, tal situação ocorre quando o tribunal 
percebe que a sentença condenatória padece de vícios processuais insanáveis. Mas, ainda que a decisão tenha sido anulada, 
chamando-se o juiz a proferir outra, não é cabível a fixação de pena mais grave ao condenado.
JUÍZO RESCINDENTE E JUÍZO RESCISÓRIO
Há dois juízos envolvidos na revisão criminal: o rescindente e o rescisório, também chamados de revidente e revisório. O 
primeiro é o juízo de desconstituição da decisão condenatória, enquanto o segundo cuida da sua substituição por outra 
decisão. Quando o tribunal altera a classificação da infração ou absolve o réu, está proferindo um juízo rescindente, sempre 
constitutivo, seguido de um juízo rescisório meramentedeclaratório.
Entretanto, quando o juiz modifica a pena, está proferindo um juízo rescindente e um juízo rescisório constitutivos. Declara-
se a inocência do réu, bem como a mudança da classificação penal, mas, fixando-se nova pena, está-se alterando 
completamente a sanção cabível ao réu.
Quando o tribunal anula a decisão, limita-se a proferir um juízo rescindente constitutivo, sem qualquer juízo rescisório (há 
baixa para novo julgamento).
RECURSOS
Quanto à decisão proferida na revisão criminal, não há recurso ordinário, pois a ação é sempre de competência originária. 
Logo, cabe apenas embargos de declaração, recurso especial ou recurso extraordinário, conforme o caso. Quando se tratar de 
decisão isolada do relator, cabe o agravo inominado (CPP 625).
EFEITOS
Quando procedente a revisão criminal, restabelecem-se os direitos perdidos em face da condenação (CPP 627). Além da 
aplicação da pena, a sentença condenatória acarreta ao réu vários efeitos secundários, previstos no CP 92. Assim, havendo 
procedência à revisão criminal, todas as consequências dos efeitos da condenação são recuperadas pelo condenado, desde 
que se tenham concretizado.
Anular o processo: submissão a novo julgamento, vedada a reformatio in pejus indireta.
Ainda, se o interessado pleitear, pode o tribunal, julgando procedente a revisão criminal, reconhecer o direito a uma justa 
indenização pelos prejuízos sofridos (CPP 630 e CF 5º, LXXV).
A decisão impositiva de indenização tem natureza condenatória, não se tratando de mero efeito da procedência da ação 
revisional. Justamente por isso, precisa haver requerimento do autor para que seja reconhecido esse direito. Não existindo, o 
tribunal deixa de declarar o direito à justa indenização, mas não há impedimento para o ingresso no juízo cível, de ação 
contra o Estado para a reparação do dano. Neste caso, deve haver processo de conhecimento para a demonstração do erro 
judiciário e para o estabelecimento do montante da indenização.
Por outro lado, quando reconhecida a responsabilidade do Estado pela indenização, não havendo parte passiva na ação 
revisional, é natural que tenha a lei estabelecido uma responsabilidade objetiva do Estado pelo erro judiciário. Discute-se na 
órbita cível, apenas o valor da indenização.
No entanto, o CPP impôs algumas hipóteses em que a indenização não será devida (CPP 630, §2º):
a) quando o erro ou a injustiça da condenação teve origem em ato ou falta imputável ao próprio condenado (ex.: ocultação 
de prova em seu poder); b) quando a acusação tiver sido meramente privada.
Segundo parte da doutrina, a hipótese de acusação ter sido meramente privada é inconstitucional, eis que, embora o autor da 
ação tenha sido o ofendido, o direito de punir é exclusivo do Estado, motivo pelo qual o MP atua nas ações penais privadas 
como fiscal da lei. Portanto, inadmissível excluir a responsabilidade do Estado pelo erro judiciário, como se este fosse 
debitado ao querelante.
Sobre o assunto, esclarece Ada, Magalhães e Scarance: “essa posição do Código, bastante esdrúxula – pois mesmo na 
queixa-crime é o Estado que a recebe e, condenando, comete o erro judiciário, pouco importando a titularidade da ação – 
não pode prevalecer perante as regras constitucionais sobre a responsabilidade objetiva do Estado, que é obrigado a 
indenizar por erro judiciário, independentemente da titularidade da ação penal.”
O QUE SE ENTENDE PELA TEORIA DA AFIRMAÇÃO OU DA ASSERÇÃO? 
O autor da ação de revisão deve afirmar na inicial uma das hipóteses legais de cabimento da revisão, sob pena de carência de 
ação.
Indeferida a ação de revisão criminal, pode seu autor reiterar o pedido, desde que haja novas provas ou invoque novo 
fundamento jurídico para o pedido.
NÃO CABE REVISÃO CRIMINAL:
a) para simples reexame de provas;
b) para alterar o fundamento da condenação.
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS
Réu solto não precisa recolher-se à prisão para ingressar com revisão criminal (Súmula 393 do STF).
Cabe ao réu provar o trânsito em julgado da sentença (mediante certidão).
Ao autor da ação cabe provar o que alegou.
A revisão não tem efeito suspensivo.
O Tribunal, querendo, pode converter o julgamento em diligências.
Em caso de absolutória imprópria – pode o tribunal aplicar internação ou tratamento ambulatorial.
Na Revisão Criminal, aplica-se também analogicamente o que dispõe o art. 580, do CPP.
ORDEM PROCEDIMENTAL
Admitida a revisão, os autos vão ao Ministério Público. Ato seguinte, vão para o relator, que deve ser distinto do relator que 
porventura tenha atuado anteriormente no processo.
Depois, os autos vão para o revisor. Ato seguinte, os autos vão para julgamento.

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