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Carrapatos - Capítulos de livro

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See	discussions,	stats,	and	author	profiles	for	this	publication	at:	https://www.researchgate.net/publication/280154016
Capítulos	do	Livro	sobre	Carrapatos
Data	·	April	2014
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1,674
2	authors:
Some	of	the	authors	of	this	publication	are	also	working	on	these	related	projects:
03.13.10.003.00.00	-	Desenvolvimento	de	vacina	contra	o	carrapato-do-boi	Rhipicephalus	(Boophilus)
microplus	baseada	na	vacinologia	reversa.	View	project
01.10.06.001.06.02.015	-	Avaliação	de	Macrofauna	Epígea	do	Solo	em	Sistema	de	ILPF	e	Cerrado.	View
project
Renato	Andreotti
Brazilian	Agricultural	Research	Corporation	(…
113	PUBLICATIONS			1,369	CITATIONS			
SEE	PROFILE
Wilson	Werner	Koller
Brazilian	Agricultural	Research	Corporation	(…
104	PUBLICATIONS			420	CITATIONS			
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All	content	following	this	page	was	uploaded	by	Wilson	Werner	Koller	on	20	July	2015.
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Jaqueline Matias
Wilson Werner Koller
Marcos Valério Garcia
Classificação, 
distribuição geográfica, 
ciclo biológico e 
importância econômica 
das principais espécies 
de carrapatos no Brasil
1
3Capítulo 1 Classificação, distribuição geográfica, ciclo biológico e importância econômica das principais espécies de carrapatos no Brasil
Atualmente são catalogadas 896 espécies de carrapatos no mundo, divididas em 
três famílias: Argasidae ou “carrapatos moles” (193 espécies); Ixodidae ou “carrapa-
tos duros” (702 espécies) e, Nuttalliellidae, com somente uma espécie (GUGLIEL-
MONE et al., 2010). A fauna brasileira ixodídica conhecida até o momento é com-
posta por 65 espécies segundo Martins et al. (2013).
As espécies de carrapatos que parasitam animais domésticos são as mais estuda-
das sendo a sua biologia, capacidade vetorial e formas de controle, alvos de inúmeras 
pesquisas no Brasil (VERONEZ, 2009). As espécies que apresentam maior incidên-
cia são: Rhipicephalus (Boophilus) microplus, R. sanguineus, Amblyomma cajennense, 
Dermacentor nitens, Argas miniatus e Ornithodoros brasiliensis.
No Brasil, R. sanguineus é a principal espécie de carrapato encontrada em cães 
em áreas urbanas (SZABÓ et al., 2001) e raramente é visto parasitando outros hos-
pedeiros. O carrapato A. cajennense pode ser também encontrado parasitando cães, 
nesse caso restrito às áreas rurais (LABRUNA e CAMPOS PEREIRA, 2001), po-
rém esta espécie é mais comum em cavalos e capivaras (LABRUNA et al., 2000). 
Ambas as espécies de carrapatos representam grupos importantes para a saúde pú-
blica.
A. miniatus é um carrapato que afeta as aves domésticas causando perdas de pro-
dutividade e podendo disseminar agentes patogênicos (LISBOA, 2006).
Rhipicephalus microplus
Trata-se de um carrapato monoxeno que tem os bovinos como principal hospe-
deiro podendo ser também encontrado parasitando outros animais, domésticos ou 
não. Conhecido como carrapato-do-boi e denominado de Boophilus microplus, foi 
recentemente, em consequência de análises filogenéticas, realocado por Murrell e 
Barker (2003) no gênero Rhipicephalus passando a se denominar Rhipicephalus (Bo-
ophilus) microplus (Figura 1.1). O antigo gênero nesta espécie é geralmente mantido 
como subgênero, facilitando a recuperação de publicações em que aparece com o 
antigo nome. Este carrapato representa grandes perdas na pecuária mundial, além de 
ser transmissor de diversos agentes patogênicos (GUGLIELMONE et al., 2006).
A: Fêmea de Rhipicephalus 
(Boophilus) microplus ingurgitada 
(teleógina) ovipondo. B: macho em 
vista dorsal – Museu do carrapato, 
Embrapa Gado de Corte MS. 
Fotos: Jaqueline Matias.
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.1
.
a B
Capítulo 1 Classificação, distribuição geográfica, ciclo biológico e importância econômica das principais espécies de carrapatos no Brasil4
Classificação
Segundo o National Center for Biotechnology Information (NCBI-ID: 6941) dos 
Estados Unidos da América, a classificação taxonômica do R. Microplus é:
•	 Reino	–	Metazoa
•	 Filo	–	Arthropoda
•	 Classe	–	Arachnida
•	 Subclasse	–	Acari
•	 Superordem	-	Parasitiformes
•	 Ordem	–	Ixodida
•	 Superfamília	–	Ixodoidea
•	 Família	–	Ixodidae
•	 Subfamília	–	Rhipicephalinae
•	 Gênero	–	Rhipicephalus
•	 Subgênero	–	Boophilus
•	 Espécie	–	Rhipicephalus (Boophilus) microplus
Distribuição geográfica
Este carrapato é originário da Índia e da Ilha de Java, na Ásia. As expedições 
exploradoras, conforme registrado na história, incluíam o transporte de merca-
dorias e animais. Foi por meio da dispersão de animais domésticos que ocorreu a 
introdução deste parasita nas regiões tropicais e subtropicais: Austrália, México, 
América Central, América do Sul e África. Posteriormente, veio a estabelecer-se 
entre os paralelos 32° Norte e 32° Sul, com alguns focos no paralelo 35° Sul 
(NUÑES et al., 1982).
O carrapato R. microplus	foi	relatado	pela	primeira	vez	parasitando	bovinos	em	
1872,	na	Ilha	de	Darwin,	tendo	sido	introduzido	da	Indonésia,	espalhando-se,	pos-
teriormente por toda a Queensland até New South Wales em 1906, na Austrália 
(AGRICULTURE HANDBOOK, 1976). Sua introdução no Brasil provavelmen-
te ocorreu no início do século XVIII, sendo atualmente encontrado em todas as 
regiões, variando de intensidade de acordo com as condições climáticas e raças de 
bovinos (GONZALES, 1995).
Ciclo biológico
Trata-se de uma espécie monoxena, ou seja, que necessita de um único hospedeiro 
para completar seu ciclo de vida (ROCHA, 1984). Possui preferência pelos bovinos, 
com maior predileção para Bos tauros em relação a B. indicus, entretanto, ovelhas, 
cavalos, veados, cães, cabras, o homem e outros também podem ser hospedeiros, 
mas apenas em épocas de grande infestação nas pastagens (GONZALES, 1975).
A fase de vida parasitária começa com a fixação da larva no hospedeiro até o 
estádio de adulto ingurgitado (fêmea) que, ao se desprender do animal, inicia a 
fase de vida livre dando início à postura, incubação e posterior eclosão das larvas 
(Figura 1.2).
5Capítulo 1 Classificação, distribuição geográfica, ciclo biológico e importância econômica das principais espécies de carrapatos no Brasil
Importância
O carrapato R. microplus	é	responsável	por	um	prejuízo	estimado	em	US$	2	bi-
lhões/ano (GRISI et al., 2002), sendo que o rebanho bovino comercial do Brasil é 
o maior do mundo e determinante para a economia do país. Este ectoparasito causa 
considerável redução na produção de leite, redução da natalidade, gastos elevados com 
carrapaticidas,	perdas	de	peso,	gastos	com	mão-de-obra	utilizada	para	o	seu	controle,	
e perda na qualidade do couro (INDICADORES RURAIS, 2001; GOMES, 2004).
Além disso, o R. microplus é um importante vetor de agentes patogênicos, muitas 
vezes	letais,	aos	bovinos.	Dentre	os	agentes	destacam-se	os	da	“Tristeza	Parasitária	
Bovina - TPB” (GUGLIELMONE et al., 2006). A TPB compreende duas enfer-
midades	bem	conhecidas	 –	 a	 babesiose,	 determinadas	pelos	protozoários	Babesia 
bigemina e B. bovis, e a anaplasmose, determinada por Anaplasma marginale (AL-
MEIDA et al., 2006; GUEDES JÚNIOR et al., 2008).
Rhipicephalus sanguineus
Vulgarmente conhecido como o “carrapato vermelho do cão”, Rhipicephalus sangui-
neus (Figura 1.3) é um carrapato trioxeno e que se alimenta principalmente em cães e 
acidentalmente em outros hospedeiros, incluindo os seres humanos (WALKER et al., 
2005). É considerado o principal vetor e reservatório da Rickettsia conorii implicada com 
a Febre Maculosa do Mediterrâneo na Europa, África e Ásia (PAROLA et al., 2005).
Classificação
Segundo o National Center for Biotechnology Information (NCBI-ID: 34632), 
dos Estados Unidos da América, a classificação taxonômica do R. sanguineus é:
•	 Reino	–	Metazoa
Ciclo biológico do 
carrapato-do-boi, 
Rhipicephalus 
(Boophilus) 
microplus, 
mostrando a fase 
de vidalivre e 
a fase de vida 
parasitária. Fotos: 
Jaqueline Matias.
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.
Capítulo 1 Classificação, distribuição geográfica, ciclo biológico e importância econômica das principais espécies de carrapatos no Brasil6
•	 Filo	–	Arthropoda
•	 Classe	–	Arachnida
•	 Subclasse	–	Acari
•	 Superordem	-	Parasitiformes	
•	 Ordem	–	Ixodida
•	 Superfamília	–	Ixodoidea
•	 Família	–	Ixodidae
•	 Subfamília	–	Rhipicephalinae
•	 Gênero	–	Rhipicephalus
•	 Espécie	–	Rhipicephalus sanguineus
Distribuição geográfica
Originário do continente africano, onde existem aproximadamente 79 espécies 
do gênero Rhipicephalus, incluindo cinco espécies que foram do gênero Boophilus e 
que estão agora no subgenero Rhipicephalus (Boophilus) (BOWMAN; NUTTALL, 
2008), o carrapato R. sanguineus é uma espécie cosmopolita e, provavelmente, a de 
maior distribuição geográfica (LABRUNA, 2004; WALKER; KEIRANS; HORAK, 
2005).
Ciclo biológico
Este gênero de carrapatos possui ciclo trioxeno, ou seja, que necessita de três 
hospedeiros para completar seu ciclo de vida (Figura 1.4). Os únicos hospedeiros 
primários conhecidos para os estágios parasitários do carrapato R. sanguineus são os 
cães, (SZABÓ et al., 1995). Há relatos de parasitismo em outras espécies de animais, 
incluindo alguns representantes da fauna silvestre brasileira, mas esse parasitismo 
acontece com pouca frequência e, quando ocorre, esse fato está estreitamente re-
lacionado com o contato desses hospedeiros com o cão (LABRUNA et al., 2001).
Importância
R. sanguineus pode transmitir patógenos como Babesia canis, para cães; Rickettsia 
conorii, para seres humanos (MAROLI et al., 1996) e Ehrlichia canis, para cães e 
Rhipicephalus sanguineus. 
A: macho dorsal. B: fêmea 
dorsal ingurgitada. Foto: 
Jaqueline Matias. Museu do 
carrapato, Embrapa Gado de 
Corte MS.
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a B
7Capítulo 1 Classificação, distribuição geográfica, ciclo biológico e importância econômica das principais espécies de carrapatos no Brasil
humanos, já que a Erliquiose Monocítica Canina (EMC) é considerada uma doença 
de	importância	zoonótica	desde	1992	(BENENSON,	1992).	Esse	ectoparasito	tam-
bém serve de vetor para Citauxzoon felis,	responsável	pela	citauxzoonose	em	felinos	
(HOSKINS, 1991).
No continente americano, o R. sanguineus está incriminado na transmissão de 
outras doenças, como a Febre Maculosa, e no Brasil é o principal transmissor de 
Hepatozoon canis (O’DWYER; MASSARD, 2001).
Amblyomma cajennense
Popularmente conhecido como “carrapato-estrela” ou “carrapato do cavalo” (Fi-
gura 1.5), possui um ciclo trioxeno e apesenta uma baixa especificidade parasitá-
ria, podendo ser visto parasitando várias espécies de animais domésticos e silvestres 
(LOPES et al., 1998).
Classificação
Segundo o National Center for Biotechnology Information (NCBI-ID: 34607), 
dos Estados Unidos da América, a classificação taxonômica do A. cajennense é:
•	 Reino	–	Metazoa
•	 Filo	–	Arthropoda
•	 Classe	–	Arachnida
•	 Subclasse	–	Acari
•	 Superordem	-	Parasitiformes
•	 Ordem	–	Ixodida
•	 Superfamília	–	Ixodoidea
Ciclo biológico 
do Rhipicephalus 
sanguineus. 
Fotos: Jaqueline 
Matias.
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Capítulo 1 Classificação, distribuição geográfica, ciclo biológico e importância econômica das principais espécies de carrapatos no Brasil8
•	 Família	–	Ixodidae
•	 Subfamília	–	Amblyomminae
•	 Gênero	–	Amblyomma
•	 Espécie	–	Amblyomma cajennense
Distribuição
Primeiramente relatado em Cayenna (Guiana Francesa) e descrito por Fabricius 
em 1787 (OLIVER, 1989) é um carrapato amplamente distribuído na região neotro-
pical, desde o sul dos Estados Unidos até norte da Argentina, incluindo as Ilhas do 
Caribe (ARAGÃO, 1936; WALKER e OLWAGE, 1987). Estudos em andamento 
especulam a existência de pelo menos seis prováveis subespécies de Amblyomma 
cajennense.
Ciclo Biológico
Possui um ciclo trioxeno (Figura 1.6) e supõe-se que, na América do Sul, antas 
(Tapirus terrestris L.) e capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris) sejam os principais 
hospedeiros primários para A. cajennense (LABRUNA et al., 2001). Após a intro-
dução	de	cavalos	na	América	Latina	durante	a	colonização	europeia,	A. cajennense 
se tornou uma praga séria a estes animais, que também atuam como hospedeiros 
primários para todos os estágios do ectoparasita (LABRUNA et al., 2002).
Importância
Este carrapato ocasiona importantes perdas econômicas em consequência da 
queda de produtividade dos animais e dos gastos com o uso de carrapaticidas 
(PRATA et al., 1996). Além do que é a principal espécie que parasita os seres 
humanos na América Central e no Brasil (ARAGÃO, 1936; LABRUNA et al., 
2001), sendo o principal vetor da Rickettsia rickettsii, o agente causador da Febre 
Maculosa Brasileira (FMB) em humanos (DIAS; MARTINS; RIBEIRO, 1937; 
LEMOS, 1997). A. cajennense também demonstrou ser um vetor competente do 
vírus	 venezuelano	 de	 encefalomielite	 equina	 em	 condições	 laboratoriais	 (LIN-
THICUM et al., 1991).
Amblyomma cajennense. Foto: Jaqueline 
Matias.
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9Capítulo 1 Classificação, distribuição geográfica, ciclo biológico e importância econômica das principais espécies de carrapatos no Brasil
Argas miniatus
Argas miniatus Kock (1844) (Figura 1.7) é a única espécie do gênero que ocorre 
no	Brasil,	 e	 tem	como	hospedeiro	 as	 aves	domésticas.	Na	natureza	é	 encontrado	
em pequenas criações de Gallus gallus provocando perdas na produtividade (MAR-
CHOUX e SALIMBENI, 1903).
Classificação
Segundo	 lista	 atualizada	por	Horak,	Camicas	 e	Keirans	 (2002),	 a	 classificação	
taxonômica do A. miniatus é:
•	 Reino	–	Metazoa
•	 Filo	–	Arthropoda
•	 Classe	–	Arachnida
•	 Subclasse	–	Acari
Ciclo do 
Amblyomma 
cajennense. Foto: 
Jaqueline Matias.
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Argas miniatus. A: vista dorsal. 
B: parasitando uma ave. Foto: 
Jaqueline Matias. Museu do 
carrapato, Embrapa Gado de 
Corte MS.
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a B
Capítulo 1 Classificação, distribuição geográfica, ciclo biológico e importância econômica das principais espécies de carrapatos no Brasil10
•	 Superordem	-	Parasitiformes
•	 Ordem	–	Ixodida
•	 Superfamília	–	Ixodoidea
•	 Família	–	Argasidae
•	 Subfamilia	Argasinae
•	 Gênero	–	Argas
•	 Subgênero	- Persicargas
•	 Espécie	–	Argas miniatus
Distribuição geográfica
Todas as espécies do gênero Argas Latreille, 1796 são consideradas hematófagas 
nos estágios de larva, ninfas e adulto, parasitando aves domésticas e silvestres. A 
espécie A. (Persicargas) miniatus pode ser encontrada na América do Norte, Central 
e principalmente na América do Sul, apresentando, portanto, distribuição neotro-
pical. Nessa região existem pelo menos 10 espécies classificadas no gênero Argas, 
sendo destas, sete pertencentes ao subgênero Argas e três ao subgênero Persicargas 
(BARROS-BATTESTI et al., 2006).
Ciclo Biológico
É um carrapato heteroxeno, ou seja, necessita de mais de um hospedeiro para 
completar	seu	ciclo	de	vida.	No	caso	desta	espécie	utiliza-se	de	dois	hospedeiros.	
Seu ciclo de vida, em condições de temperatura e umidade relativa controladas, pode 
durar até 201 dias, enquanto que, em condições naturais, pode chegar até 317 dias 
(SCHUMAKER e OBA, 1988). Possui hábito de repasto noturno e, durante este 
processo, a larva permanece parasitando o hospedeiro durante dias, enquanto que 
ninfas	e	adultos	realizam	seus	repastos	sanguíneos	em	poucos	minutos.	Estes	car-
rapatos, durante a fase de vida livre, são encontrados em abrigos e ninhos de seus 
hospedeiros, locais nos quais ocorrem a muda e a cópula (ROHR, 1909).
Importância
São conhecidas 60 espécies como pertencentes ao gênero Argas Latreille, 1796 
(GUGLIELMONE et al., 2003; VENZAL et al., 2006). A espécie A. miniatus tem 
importânciaeconômica	na	criação	de	aves	nas	Américas,	acarretando	prejuízos	tais	
como, perdas na produtividade, anemia, espoliação e transmissão de patógenos. 
Entre os patógenos transmitidos destaca-se a Borrelia anserina (MARCHOUX e 
SALIMBENI, 1903). As larvas, em consequência do seu hematofagismo, podem 
causar	paralisia	induzida	em	aves	jovens,	paralisia	esta	que	é	conhecida	como	“Tick	
Paralysis” (MAGALHÃES et al., 1987). A paralisia é causada por uma neurotoxina 
liberada ao final do ingurgitamento, provocando paralisia flácida ascendente, levan-
do rapidamente à morte geralmente por parada respiratória; sete espécies do gênero 
Argas	podem	produzir	esta	toxina	(MANS	et	al.,	2004).
11Capítulo 1 Classificação, distribuição geográfica, ciclo biológico e importância econômica das principais espécies de carrapatos no Brasil
No continente americano, a ocorrência desta espécie é conhecida em diversos 
países, entre outros, no México (HOFFMAN e LOPEZ-CAMPOS, 2000); nos Es-
tados Unidos e Peru (CRUZ, 2001); no Brasil, Colômbia, Cuba, Guyana, Panamá, 
Porto	Rico,	Venezuela	 (GUGLIELMONE	 et	 al.,	 2003);	 e	Chile	 (GONZÁLEZ- 
ACUÑA e GUGLIELMONE, 2005).
Segundo Santos (2009), em função dos erros cometidos na classificação taxo-
nômica, A. (P.) miniatus já foi registrado na Argentina, Barbuda, Brasil, Colômbia, 
Cuba, Guiana, Jamaica, Martinica, México, Panamá, Porto Rico, Trinidad e Tobago, 
e	Venezuela.	Considera-se	ainda	que	a	maioria	dos	registros	de	A.	(P.) persicus da 
Argentina, Bolívia, Chile, Guiana Francesa, Paraguai, Peru e Uruguai, assim como 
diversas descrições no Brasil e México são de fato de A. (P.) miniatus.
REFERÊNCIAS
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ARAGÃO, H. B. Ixodidas brasileiros e de alguns países limítrofes. Memórias do Instituto Oswaldo 
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BENENSON, A. S. Ehrlichiosis. In: El control de las enfermedades transmisibles en el hombre. 15 
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BOWMAN, A. S.; NUTTALL, P. A. Ticks: biology, disease and control. 1ª ed. New York: Cam-
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CRUZ, J. O. Patterns in the Biogeography of West Indian Ticks [Internet] - In: Woods C. A. and 
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Capítulo 1 Classificação, distribuição geográfica, ciclo biológico e importância econômica das principais espécies de carrapatos no Brasil12
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Marcos Valério Garcia
Jaqueline Matias
Dayana Campelo
Renato Andreotti
Espécies de carrapatos 
relatadas no estado de 
Mato Grosso do Sul
2
17Capítulo 2 Espécies de carrapatos relatadas no estado de Mato Grosso do Sul
INTRODUÇÃO
Os carrapatos pertencem ao filo Arthropoda, classe Arachnida, ordem Acari e 
subordem	Ixodida.	São	ectoparasitas	hematófagos	obrigatórios	capazes	de	infestar	
a grande maioria dos animais vertebrados (mamíferos, aves, répteis e anfíbios) e 
apresentam uma ampla distribuição geográfica, sendo encontrados em todos os con-
tinentes do mundo.
A grande capacidade de adaptação às condições climáticas extremas, bem como à 
diversidade de hospedeiros em que eles se alimentam, indica que eles são organismos 
altamente bem sucedidos (WANG; NUTTALL, 1999). Diante de tal fato, um pro-
cesso de coevolução com êxito implica que uma espécie de vetor parasito geralmente 
depende da presença de uma ou mais espécies de hospedeiros para a sua manutenção 
dentro de um ecossistema específico (PIGNATI, 2004).
Estima-se que estes artrópodes surgiram a aproximadamente 240 milhões de 
anos, durante o período Triássico (FACCINI; BARROS-BATTESTI, 2006). Rela-
tos mostram que esses ectoparasitas coabitam a terra desde o final do período pale-
olítico ou início do mesolítico, em regiões de clima quente e úmido. Notadamente 
uma figura em uma tumba egípcia, datada de 1500 a.C, representando um animal 
semelhante à hiena com três protuberâncias no pavilhão auricular interno, é o regis-
tro mais antigo da presença do carrapato (ARTHUR, 1965).
Sua primeira denominação foi Cynorhaestea, citada por Homero cerca de 800 
a.C. Em 355 a.C., Aristóteles, em sua Historia Animalium, referiu-se aos carrapatos, 
acreditando que sua origem fosse o capim. Na Antiga Grécia era chamado de Cro-
ton,	semelhante	à	mamona	e,	pela	mesma	razão,	foi	denominado	Ricinus	na	Antiga	
Roma. No ano 77 d.C., o carrapato foi citado como hematófago por Plínio, em sua 
História Natural (ARTHUR, 1961).
Mais recentemente o estudo do genoma de uma múmia de 5.300 anos revelou 
a presença de material genético da bactéria Borrelia burgdorferi, causadora da 
borreliose ou “doença de Lyme”, que é transmitida pela picada de carrapatos. 
A enfermidade, diagnosticada apenas no século XVIII, provoca desde sintomas 
leves, como irritação cutânea, até mais graves, como distúrbios neurológicos. 
Assim, o presente fato se torna o registro mais antigo dessa doença (KELLER 
et al., 2012).
No mundo, aproximadamente 896 espécies de carrapatos já foram catalogadas 
(GUGLIELMONE et al., 2010), sendo que destas, 65 já foram identificadas no 
Brasil (MARTINS et al., 2013). Sabe-se que, para a manutenção de uma determinada 
especie de carrapato, apenas a presença de seu hospedeiro primário não é o suficiente 
para o estabelecimento da espécie. A distribuição geográfica dos carrapatos varia de 
acordo com a adaptação das espécies às condições abióticas e bióticas encontradas 
nas áreas nas quais ocorrem. As condições abióticas, que atuam no ciclo dos carra-
patos em suas fases de vida livre, são representadas pela temperatura, fotoperíodo 
e	umidade	do	ambiente.	 Já	os	 fatores	bióticos,	 interferem	pouco	na	 sazonalidade	
destes parasitos e estão relacionados aos hospedeiros e às espécies de carrapatos 
envolvidas (FACCINI; BARROS-BATTESTI, 2006).
Capítulo 2 Espécies de carrapatos relatadas no estado de Mato Grosso do Sul18
As interfaces entre o meio urbano e as matas favorecem o intercâmbio parasi-
tário entre os dois ambientes e também permitem a disseminaçãodo próprio vetor 
silvestre para o meio rural ou urbano, pela adaptação a um novo hospedeiro, animal 
doméstico ou ainda aqueles de hábito sinantrópico. O crescente interesse mundial 
na	preservação	da	natureza	está	intensificando	a	coexistência	de	nichos	naturais	com	
a	civilização,	estabelecendo	condições	para	a	transmissão	de	bioagentes	veiculados	
por carrapatos e o surgimento de doenças infecciosas até então pouco conhecidas 
(FIGUEREDO et al.,1999).
Estes artrópodes, por serem obrigatoriamente hematófagos, podem causar rele-
vantes problemas à saúde pública e animal, visto que apresentam potencial aumen-
tado de transmissão de agentes patogênicos para o homem e animais suscetíveis 
(ESTRADA-PENA; JONGEJAN, 1999; FREIRE, 1972).
O carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus (R. microplus) é responsável 
por	prejuízos	econômicos	notáveis	na	pecuária	(CASTRO,	1997).	No	Brasil	esti-
ma-se	um	prejuízo	de	2	bilhões	de	dólares	ao	ano	(GRISI	et	al.,	2002).	A	maioria	
das espécies de carrapatos presentes no Brasil, e mesmo aquelas relatadas no Estado 
de Mato Grosso do Sul, representam uma relevância, ainda não estimada ou quan-
tificada,	na	possível	transmissão	de	patógenos	de	importância	zoonótica,	tais	como	
Amblyomma cajennense que é a espécie de maior população e de maior distribuição 
geográfica (SZABÓ et al., 2007).
Algumas doenças transmitidas aos humanos por picadas de carrapatos são mo-
tivo de preocupação, como por exemplo: Febre Maculosa Brasileira (FMB), enfer-
midade esta causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida por carrapatos, 
principalmente de hábitat silvestre (GUEDES, 2009). Outro exemplo é a doença 
de Lyme, que ocorre nos Estados Unidos, também relacionada à presença destes 
ectoparasitas (LANE; BURGDORFER,1988).
No Brasil, os gêneros e espécies de carrapatos que parasitam animais domésticos 
são mais conhecidos, porque a sua biologia, capacidade vetorial e formas de controle 
têm sido alvo de inúmeras pesquisas (VERONEZ et al., 2010). As espécies de maior 
prevalência são: R. microplus, R. sanguineus, Amblyomma cajennense, Dermacentor 
nitens, Argas miniatus e Ornithodoros brasiliensis (MASSARDI; FONSECA, 2004; 
RECK et al., 2011).
Em contrapartida, a maioria dos carrapatos da fauna silvestre brasileira é pouco 
conhecida e faltam dados sobre a biologia, a distribuição, os hospedeiros habituais e 
a capacidade vetorial de bioagente destas espécies (VERONEZ et al., 2010).
Não menos preocupante é o fato de que o ambiente silvestre pode sofrer interfe-
rências pela introdução de ectoparasitas de animais domésticos e/ou doenças trans-
mitidas por estes vetores, ameaçando a sobrevida de hospedeiros selvagens, como 
descrito	por	Szabó	et	al.	(2003).	Exemplos	deste	intercâmbio	parasitário	e	possíveis	
consequências nocivas foram relatadas em várias partes do mundo (HOOGSTRA-
AL, 1981). Assim, considerando a necessidade de compreender a emergência de do-
enças	transmitidas	por	carrapatos	se	fazem	necessários:	a	disponibilização	de	infor-
mações sobre a biologia; a ecologia destes ácaros, bem como, sobre possíveis patóge-
nos envolvidos que eles podem veicular. Isso será importante para a compreensão da 
epidemiologia da doença e para a possibilidade de intervenção efetiva.
19Capítulo 2 Espécies de carrapatos relatadas no estado de Mato Grosso do Sul
CaRRaPaTOS QUE aCOMETEM aNIMaIS DOMÉSTICOS EM MaTO 
GROSSO DO SUL, BRaSIL
Rhipicephalus microplus (CaNESTRINI, 1888)
É originário da Ásia, notadamente da Índia e da Ilha de Java. As expedições ex-
ploradoras registradas na história, com a movimentação de animais e mercadorias 
foram responsáveis por sua introdução nas regiões tropicais e subtropicais: Austrá-
lia, México, América Central, América do Sul e África. Acabaram por se estabelecer 
dentro da área demarcada pelos paralelos 32° Norte e 32° Sul, com alguns focos no 
35° Sul, área esta que lhes é favorável ao desenvolvimento (NUÑES et al., 1982).
A introdução deste ectoparasita no Brasil provavelmente ocorreu no início do 
século XVIII, sendo atualmente encontrado em todas as regiões, variando de inten-
sidade de acordo com as condições locais do clima e das raças de bovinos explorados 
(GONZALES, 1995).
R. microplus é um carrapato monoxeno. Este ectoparasito causa reduções con-
sideráveis na produção de leite e natalidade, gastos elevados com carrapaticidas e 
mão-de-obra, perda de peso e queda na qualidade do couro, além disso, o R. micro-
plus é	um	importante	vetor	de	agentes	patogênicos,	muitas	vezes	letais,	aos	bovinos.	
Dentre	estes	agentes	destacam-se	os	da	“Tristeza	Parasitária	Bovina”	-	TPB	(GU-
GLIELMONE et al., 2006) que compreendem duas enfermidades bem conhecidas: 
a	babesiose,	determinada	pelos	protozoários	Babesia bigemina e B. bovis, e a anaplas-
mose, determinada por Anaplasma marginale (ALMEIDA et al., 2006; GUEDES 
JÚNIOR et al., 2008).
Rhipicephalus sanguineus (LaTREILLE, 1806)
Originário do continente africano, onde existem aproximadamente 79 espécies do 
gênero Rhipicephalus (BOWMAN; NUTTALL, 2008). A espécie R. sanguineus, tam-
bém conhecida como carrapato vermelho do cão, é trioxena, cosmopolita e, provavel-
mente a de maior distribuição geográfica (LABRUNA, 2004; WALKER et al., 2005).
Os únicos hospedeiros primários conhecidos para os estágios parasitários do car-
rapato R. sanguineus são os cães (SZABÓ et al., 1995). Há relatos deste ixodídeo 
parasitando secundariamente outras espécies de animais, incluindo alguns represen-
tantes da fauna silvestre brasileira, mas isso ocorre com certa raridade. Quando isso 
acontece esse fato está estreitamente relacionado com o contato desses hospedeiros 
com o cão (LABRUNA; PEREIRA, 2001).
Sabidamente R. sanguineus pode transmitir patógenos como Babesia canis, para 
cães; Rickettsia conori, para seres humanos (MAROLI et al., 1996); e Ehrlichia canis, 
para	ambos,	já	que	a	Erliquiose	Monocítica	Canina	(EMC)	é	considerada	uma	zoo-
nose desde 1992 (BENENSON, 1992). Esse ectoparasito também serve de vetor para 
Citauxzoon felis,	responsável	pela	citauxzoonose	em	felinos	(HOSKINS,	1991).
Outras doenças, como a Febre Maculosa Brasileira, causada pela Rickettsia ri-
ckettsii, e a borreliose ou doença de Lyme, causada pela Borrelia sp., no continente 
americano, têm o R. sanguineus como possível vetor (YOSHINARI et al., 1997). 
Capítulo 2 Espécies de carrapatos relatadas no estado de Mato Grosso do Sul20
No Brasil, o principal transmissor de Hepatozoon canis é a espécie R. sanguineus 
(O’DWYER ; MASSARD, 2001).
Amblyomma cajennense (FaBRICIUS, 1787)
Carrapato trioxeno que está amplamente distribuído na região neotropical, des-
de o sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina, incluindo Ilhas do Caribe 
(WALKER; OLWAGEl 1987). Acredita-se que, na América do Sul, antas (Tapirus 
terrestris L.) e capivaras (Hydrochaeris hydrochaeris Erxleb.) sejam os principais hos-
pedeiros primários para A. cajennense (LABRUNA et al., 2001). Após a introdução 
de	cavalos	na	América	Latina	durante	a	colonização	européia,	A. cajennense se tor-
nou uma praga séria a estes animais, que também atuam como hospedeiros primários 
para todos os estágios do ectoparasita (LABRUNA et al., 2002).
A. cajennense é o principal carrapato que parasita os seres humanos na Europa 
Central e no Sul do Brasil (ARAGÃO, 1936; LABRUNA et al., 2001), sendo o prin-
cipal vetor da Rickettsia rickettsii, causador da Febre Maculosa Brasileira (DIAS et al, 
1937; LEMOS, 1997). Além disso, foi observado que, em condições laboratoriais, A. 
cajenennse	se	mostrou	um	vetor	competente	do	virus	venezuelano	de	encefalomieli-
te equina (LINTHICUM et al., 1991).
Dermacentor nitens (NEUMaNN, 1897)
A distribuição geográfica de D. nitens varia de partes do sul da Flórida e do Texas, 
nos Estados Unidos, ao norte da Argentina. D. nitens é uma das principais espécies 
de carrapatos que parasita equídeos (BORGES;LEITE, 1993).
Conhecido como “carrapato da orelha do cavalo” (FLECHTMANN, 1997) é res-
ponsável por lesões no pavilhão auricular, e provoca uma predisposição para instalação 
de larvas de moscas e infecção bacteriana secundária, depreciando os animais em ter-
mos	zootécnicos	e	econômicos	(MALHEIRO,	1952;	BORGES;	LEITE,	1998).
D. nitens é um carrapato monoxeno que origina diferentes gerações por ano na 
região Sudeste do Brasil (BORGES et al., 2000; LABRUNA et al., 2001),) cujas 
fêmeas adultas transmitem o agente Babesia caballi para sua progênie por trans-
missão transovariana (ROBY; ANTHONY, 1963). Todas as fases do carrapato (lar-
vas,	ninfas,	e	adulto)	agem	como	vetores	competentes	do	mencionado	protozoário	
(STILLER; FRERICHS, 1979).
Ornithodoros brasiliensis (aRaGÃO, 1923)
Na região Neotropical existem 50 espécies de Ornithodoros. No Brasil já foram 
catalogadas algumas espécies, tais como: O. brasiliensis, O. rostratus, O. lataje e O. 
nattereri. Entretanto, O. brasiliensis é uma espécie que tem causado preocupação, sen-
do motivo de muitas pesquisas recentes apesar do seu registro ter sido relatado já 
há algum tempo, entretanto somente nos últimos anos os estudos foram retomados 
(ARAGÃO, 1923; RECK et al., 2011). Este carrapato é extremamente agressivo a 
seres humanos e animais, e possui caráter endêmico do Estado do Rio Grande do Sul, 
21Capítulo 2 Espécies de carrapatos relatadas no estado de Mato Grosso do Sul
além de apresentar hábitos semelhantes ao O. rostratus, da qual é considerada espécie 
próxima (ARAGÃO, 1931).
Segundo Di Primio (1934) estes ectoparasitas, podem viver até seis anos em je-
jum quando adultos. Esta espécie foi encontrada naturalmente infectada por Borrelia 
brasiliensis, bioagente causador de febre em cobaias de laboratório (DAVIS, 1952).
Argas miniatus (KOCH, 1844)
É uma espécie de carrapato neotropical encontrada principalmente na América 
do Sul, mas também ocorre nas Américas do Norte e Central. Esse argasídeo se 
mantém	na	natureza	principalmente	em	pequenas	criações	domésticas	de	galinhas	
Gallus gallus. Pode determinar perdas na produtividade, decorrentes do hemato-
fagismo, da transmissão de agentes patogênicos, como Borrelia anserina (MAR-
CHOUX;	SALIMBENI,	1903)	e	da	paralisia	induzida	pelas	larvas	em	aves	jovens	
(MAGALHÃES et al., 1987).
É um carrapato heteróxeno e com hábito alimentar noturno. Durante o processo 
de alimentação a larva permanece sobre o hospedeiro durante dias, enquanto ninfas e 
adultos	realizam	seus	repastos	sanguíneos	em	poucos	minutos.	Na	fase	de	vida	livre,	
são encontrados em abrigos e ninhos de seus hospedeiros (SANTOS et al., 2008).
LISTa DE CaRRaPaTOS (PaRaSITO-HOSPEDEIRO) COM 
OCORRêNCIa EM MaTO GROSSO DO SUL (aCaRI, IxODIDaE, 
aRGaSIDaE)
No	presente	estudo	foi	realizado	uma	segunda	lista	com	21	espécies	de	carrapatos	
(Acari: Ixodidae, Argasidae) com ocorrência já registrada no estado de Mato Grosso 
do Sul. A listagem anterior havia sido elaborada por Aragão (1913), antes do des-
membramento do estado de Mato Grosso, em 1977, para criação do estado de Mato 
Grosso do Sul.
Os nomes comuns dos hospedeiros foram incluídos segundo Guglielmone et al. 
(2010).
Gênero: Argas
 Argas miniatus (Koch, 1844) (Figura 2.1).
Hospedeiros: galinha-doméstica (Gallus gallus).
Referência: Prette et al. (2012).
Gênero: Rhipicephalus
 Rhipicephalus microplus (Canestrini, 1888) (Figura 2.2).
Hospedeiros: gado bovino (Bos indicus e o B. taurus), veado-campeiro (Ozoctoceros 
bezoarticus), cervo-do-Pantanal (Blastocerus dichotomus), veado-catingueiro (Mazama 
gouazoubira), e onça-pintada (Panthera onca).
Referências: Bechara et al. (2000), Pereira et al. (2000), Labruna et al. (2002), 
Szabó	et	al.	(2003).
Capítulo 2 Espécies de carrapatos relatadas no estado de Mato Grosso do Sul22
 Rhipicephalus sanguineus (Latreille, 1806) (Figura 2.3).
Hospedeiro: cães domésticos (Canis familiaris)
Referência: Almeida et al. (2012). No prelo.
Gênero: Ixodes
 Ixodes loricatus (Neumann, 1899) (Figura 2.4).
Hospedeiros: gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris).
Referência:	Miziara	et	al.	(2008).
Gênero: Dermacentor
 Dermacentor nitens (Neumann, 1897) (Figura 2.5).
Hospedeiros: cervo-do-Pantanal (Blastocerus dichotomus).
Referência:	Szabó	et	al.	(2003).
Gênero: Amblyomma
 Amblyomma cajennense (Fabricius, 1787) (Figura 2.6).
Hospedeiros: cervo-do-Pantanal (Blastocerus dichotomus), veado-catingueiro 
(Mazama gouazoubira), quati (Nasua nasua), tamanduá-bandeira (Myrmecophaga 
Argas miniatus. Foto: Jaqueline Matias. 
Embrapa Gado de Corte. Museu do carrapato.
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Rhipicephalus microplus parasitando bovino. 
Foto: Jaqueline Matias.
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23Capítulo 2 Espécies de carrapatos relatadas no estado de Mato Grosso do Sul
trindactyla), tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), capivara (Hydrochaeris hydro-
charis), gado bovino (Bos indicus; B. taurus), cavalo-pantaneito (Equus caballus), cão 
doméstico (Canis familiaris), porco-monteiro (Sus scrofa), tatu-amarelo (Euphractus 
sexcinctus), gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris), tatu-galinha (Dasypus 
septemcinctus), cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), onça parda (Puma concolor), porco- 
do-mato (Tayassu tajacu), bugio-preto (Aloutta caraya), macaco-prego (Cebus apella).
Referências: Aragão (1913), Bechara et al. (2000), Pereira et al. (2000), Costa et 
al.	(2002),	Labruna	et	al.	(2002),	Szabó	et	al.	(2003),	Medri	et	al.	(2010).
 Amblyomma rotundatum (Koch, 1844) (Figura 2.7).
Hospedeiros: jararaca (Bothrops moojeni), jibóia (Boa constrictor).
Refererência: Labruna et al. (2002).
Rhipicephalus sanguineus. A: fêmea 
vista dorsal. B: macho vista dorsal. Foto: 
Jaqueline Matias. Embrapa Gado de 
Corte. Museu do carrapato.
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Macho de Ixodes loricatus. A: vista 
dorsal. B: vista ventral. Foto: Jaqueline 
Matias. Embrapa Gado de Corte. Museu 
do carrapato.
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Macho de Dermacentor nitens. Foto: Jaqueline 
Matias. Embrapa Gado de Corte. Museu do 
carrapato.
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Capítulo 2 Espécies de carrapatos relatadas no estado de Mato Grosso do Sul24
 Amblyomma longirostre (Koch, 1844).
Hospedeiros: porco-espinho ou “ouriço” (Coendou prehensilis).
Referência: Labruna et al. (2002).
 Amblyomma coelebs (Neumann, 1899) (Figura 2.8).
Hospedeiros: onça-parda (Puma concolor).
Referência: Labruna et al. (2002).
 Amblyomma parvum (Aragão, 1908) (Figura 2.9).
Hospedeiros: veado-catingueiro (Mazama gouazoubira), quati (Nasua nasua), 
porco-monteiro (Sus scrofa), tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), cervo-do- 
Pantanal (Blastocerus dichotomus), guaxinim (Procyon cancrivoros), lobinho (Cer-
docyon thous), cão doméstico (Canis familiaris), cutia (Dasiprocta asarae), gado bovino 
(Bos indicus e B. taurus), porco-doméstico (Sus scrofa), porco-monteiro (Sus scrofa), 
cateto (Tayaçu tajacu), tamanduá-bandeira (Myrmecophaga trindactyla), tamanduá- 
mirim (Tamandua tetradactyla), onça-pintada (Panthera onca), onça parda (Puma 
concolor), veado-monteiro (Mazana Americana), capivara (Hydrochaeris hydrocharis), 
anta (Tapirus terrestres).
Referências: Bechara et al. (2000), Pereira et al. (2000), Martins et al. (2004).
Amblyomma cajennense. 
A: fêmea dorsal. B: macho 
vista dorsal. Foto: Jaqueline 
Matias. Embrapa Gado de 
Corte. Museu do carrapato.
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Amblyomma rotundatum. Foto: Jaqueline Matias. Embrapa 
Gado de Corte. Museu do carrapato.
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25Capítulo 2 Espécies de carrapatos relatadas no estado de Mato Grosso do Sul
 Amblyomma tigrinum (Aragão, 1908).
Hospedeiros: veado-catingueiro (Mazama gouazoubira), quati (Nasua nasua), lobi-
nho (Cerdocyon thous),onça-pintada (Panthera onca), cão doméstico (Canis familiaris).
Referências: Bechara et al. (2000), Pereira et al. (2000), Onófrio (2007).
 Amblyomma dissimile (Koch, 1844).
Hospedeiro: jabuti (Geochelonia carbonaria), jararaca-boca-de-sapo (Bothrops 
matogrossense).
Referência: Cançado (2008).
 Amblyomma ovale (Koch, 1844) (Figura 2.10).
Hospedeiros: quati (Nasua nasua), porco-monteiro (Sus scrofa), guaxinim 
(Procyon cancrivoros), lobinho (Cerdocyon thous), cão doméstico (Canis familiaris), 
quati (Nasua nasua), jaguatirica (Leopardus pardalis).
Referências: Bechara et al. (2000), Pereira et al. (2000).
 Amblyomma triste (Koch, 1844) (Figura 2.11).
Hospedeiros: tamanduá-bandeira (Myrmecophaga trindactyla), cervo-do-Pantanal 
(Blastocerus dichotomus).
Referências:	Labruna	et	al.	(2002),	Szabó	et	al.	(2003).
Amblyomma coelebs. Foto: Jaqueline Matias. 
Embrapa Gado de Corte. Museu do carrapato.
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Amblyomma parvum. 
A: macho dorsal. 
B: fêmea dorsal. 
Foto: Jaqueline 
Matias. Embrapa 
Gado de Corte. 
Museu do carrapato.
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Capítulo 2 Espécies de carrapatos relatadas no estado de Mato Grosso do Sul26
 Amblyomma scalpturatum (Neumann, 1906).
Hospedeiros: tamanduá-bandeira (Myrmecophaga trindactyla), tatu-galinha 
(Dasypus septemcinctus).
Referências: Bechara et al. (2000), Pereira et al. (2000).
 Amblyomma naponense (Packard, 1869) (Figura 2.12)
Hospedeiros: porco-monteiro (Sus scrofa), queixada (Tayassu pecari), caititu 
(Tayassu tajacu).
Referência: Onófrio (2007).
 Amblyomma pseudoconcolor (Aragão, 1908).
Hospedeiros: tatu-peba (Euphractus sexcinctus).
Referências: Bechara et al. (2000), Pereira et al. (2000).
 Amblyomma nodosum (Neumann, 1899) (Figura 2.13).
Hospedeiros: tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), tamanduá-bandeira 
(Myrmecophaga trindactyla).
Referência: Pereira et al. (2000), Labruna et al. (2002), Martins et al. (2004).
Amblyomma ovale. Foto: Jaqueline Matias. 
Embrapa Gado de Corte. Museu do carrapato.
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Amblyomma triste. A: fêmea 
dorsal. B: Macho dorsal. 
Foto: Jaqueline Matias. 
Embrapa Gado de Corte. 
Museu do carrapato.
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27Capítulo 2 Espécies de carrapatos relatadas no estado de Mato Grosso do Sul
 Amblyomma calcaratum (Neumann, 1899).
Hospedeiros: tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), tamanduá-bandeira 
(Myrmecophaga trindactyla).
Referência: Onófrio (2007).
 Amblyomma dubitatum (Neumann, 1899) (Figura 2.14).
Hospedeiros: capivara (Hydrochaeris hydrocharis).
Referências: Labruna et al. (2002), Barros-Battestti et al. (2006), Onófrio (2007).
Macho de Amblyomma naponense. Foto: Jaqueline Matias. 
Embrapa Gado de Corte. Museu do carrapato.
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Amblyomma nodosum. Foto: Jaqueline Matias. Embrapa 
Gado de Corte. Museu do carrapato.
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Amblyomma dubitatum. Foto: Jaqueline Matias. Embrapa 
Gado de Corte. Museu do carrapato.
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Capítulo 2 Espécies de carrapatos relatadas no estado de Mato Grosso do Sul28
Gênero: Ornithodoros
 Ornithodoros rostratus (Aragão, 1911) (Figura 2.15).
Hospedeiros: porco-monteiro (Sus scrofa).
Referência: Aragão (1913).
Gênero: Carios
 Carios fonsecai (Labruna, 2009).
Hospedeiros: morcegos (Peropteryx macrotis e Desmodus rotundus)
Referência: Labruna et al. (2009).
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Robson Almeida Ferreira Cavalcante 
 de Almeida
Renato Andreotti
Principais doenças 
transmitidas por 
carrapatos no Brasil
3
35Capítulo 3 Principais doenças transmitidas por carrapatos no Brasil
INTRODUÇÃO
Os carrapatos são cosmopolitas e estão amplamente dispersos no Brasil (BARROS- 
BATESTI et al., 2006), agindo como vetores de bioagentes (SONENSHINE 1991; 
ESTRADA-PEÑA; JONGEJAN, 1999), e por si só exercendo diversos efeitos 
deletérios no organismo do hospedeiro, que vão desde a lesão cutânea, à anemia 
ocasionada por uma infestação maciça, à inoculação de toxinas neurotrópicas que 
causam paralisia flácida ascendente (SERRA-FREIRE, 1983), paralisias setoriais, e 
eventualmente	induzir	à	morte.	Obviamente,	tais	efeitos	variam	conforme	a	espécie	
de carrapato e a área geográfica (SERRA- FREIRE et al., 2011). 
Para	os	animais	de	produção	e	trabalho	os	agentes	do	complexo	da	tristeza	pa-
rasitaria (Anaplasma spp. e Babesia spp.) são os que merecem maior atenção. Nos 
animais de companhia, os carrapatos são considerados os ectoparasitos mais impor-
tantes e transmissores da erlichiose e babesiose canina, que são responsáveis por 
muitos óbitos, principalmente em raças de cães que são sensíveis a ixodidioses e seus 
agentes patogênicos (ALMEIDA et al., 2012a).
Esses ectoparasitas também têm despertado o interesse da comunidade científica 
e de saúde pública devido à sua participação na transmissão de doenças e esse inte-
resse vem aumentando por causa da emergência e reemergência dessas enfermidades 
e	pela	natureza	zoonótica,	e	muitas	vezes	letal,	que	algumas	exercem	sobre	os	seres	
humanos. A capacidade desses parasitos de transmitirem os agentes patogênicos de 
um estágio para o outro (transmissão transestadial: de larvas para ninfa, ou de ninfa 
para adulto) e/ou entre gerações (transmissão transovariana de uma fêmea para seus 
ovos),	fazem	dos	carrapatos	grandes	reservatórios	de	patógenos	na	natureza	(LA-
BRUNA, 2004). Desta forma, o conhecimento desse parasito e de seus patógenos, 
que	participam	diretamente	na	manutenção	enzoótica	de	doenças	in loco, também 
permitem obter informações sobre o diagnóstico rápido e preciso, de estratégias de 
controle	da	doenças	em	animais,	e	das	antrozoonoses	emergentes	e	re-emergentes	
transmitidas por carrapatos.
PRINCIPaIS DOENÇaS TRaSMITIDaS POR CaRRaPaTOS 
animais de produção e trabalho
Bovinos 
As principais doenças em bovinos transmitidas por carrapatos pertecem ao com-
plexo	da	tristeza	parasitária	bovina	(TPB).	A	TPB	compreende	duas	enfermidades	
bem	 conhecidas:	 a	 babesiose,	 determinadas	 pelos	 protozoários	Babesia bigemina 
(Figura 3.1) e Babesia bovis, e a anaplasmose determinada por Anaplasma marginale 
(ALMEIDA et al., 2006; GUEDES JÚNIOR et al., 2008). A TPB é responsável por 
grandes	prejuízos	econômicos	como	mortalidade	no	rebanho,	queda	na	produção	de	
leite, diminuição do ganho de peso, além de gastos com controle e profilaxia (GON-
ÇALVES, 2000; GRISI et al., 2002; BARROS et al., 2005). 
Capítulo 3 Principais doenças transmitidas por carrapatos no Brasil36
Na maioria das regiões do Brasil, o carrapato R. microplus, principal vetor de 
A. marginale e o único de B. bigemina e B. bovis, ocorre durante o ano inteiro e 
proporciona	condições	para	que	todos	bezerros	se	infectem	nos	primeiros	meses	
de	vida.	Neste	período	os	bezerros	precisam	receber	o	colostro	para	obter	os	anti-
corpos protetores contra esses agentes para, desta forma estabelecer um quadro de 
equilíbrio	enzoótico	entre	os	parasitos	e	o	hospedeiro.	De	acordo	com	trabalhos	
australianos a população bovina susceptível à babesiose é aquela que não se infecta 
até 9 meses de idade. Apesar destas circunstâncias tem sido constatada incidência 
de	babesiose	e	anaplasmose	em	bezerros,	principalmente	na	faixa	etária	entre	um	
a quatro meses de idade, nos estados de Mato Grosso do Sul e de Minas Gerais 
(MADRUGA et al., 1987).
Nos	bovinos,	a	manifestação	clínica	da	tristeza	parasitária	está	na	dependência	
da	presença	do	vetor,	caracterizando	a	região	para	condições	de	instabilidade	e/ou	
estabilidade	enzoótica,	do	clima,	do	manejo	dos	animais,	das	condições	fisiológicas	
do hospedeiro e da raça (SOUZA et al., 2000). 
Com relação às babesioses, B. bovis e B. bigemina são as espécies mais comuns 
que infectam os bovinos (FIGUEROA et al., 1998). De modo geral, a babesiose 
bovina progride da forma aguda à crônica, dependendo do curso da infecção. O 
período de incubação é, geralmente, de 14 a 21 dias após o contato com carrapatos 
infectados. No entanto, esse período pode variar de acordo com as condiçoes fisio-
lógicas e da imunidade do animal. As manifestações clínicas da doença são típicas 
de doenças com anemia hemolítica, e o quadro observado em bovinos adultos com 
B. bovis geralmente é mais patogênico do que em B. bigemina. Mais precisamente, 
quando ocorre a lise dos eritrócitos parasitados, subsequentemente os sinais clí-
nicos aparecem, como anemia, icterícia, hemoglobinúria, incoordenação motora e 
sintomas de hipertermia, dispnéia e taquicardia. A evolução da doença está intima-
mente ligada com a idade do hospedeiro, imunidade humoral pelos anticorpos co-
lostrais, quantidade do inócuo, virulência da amostra e do estado nutricional do 
animal	(KUTTLER,	1998).	Às	vezes	em	infecções	por	B. bovis podem existir sinais 
neurológicos graves, que estão associados com sequestro de eritrócitos infectados 
em capilares cerebrais.
FI
G
U
R
A
 3
.1
.
Babesia bigemina (Foto: Arquivo pessoal).
37Capítulo 3 Principaisdoenças transmitidas por carrapatos no Brasil
O	diagnóstico	laboratorial	pode	ser	realizado	por	meio	de	esfregaço	sanguíneo	
delgado, principalmente de sangue periférico (ponta de orelha), por reação em ca-
deia	da	polimerase	e	por	métodos	imunoenzimáticos.
Organismos da Familia Anaplasmataceae compreendem um grupo de bactérias 
gram-negativas, intracelulares obrigatórias, que podem infectar animais e seres hu-
manos (SACCHI et al., 2012). Em bovinos a anaplasmose é considerada uma das 
hemoparasitoses prevalentes (BARBET et al., 1987; PALMER, 1989). Guglielmone 
(1995) avalia que, nos Estados Unidos e nos países da América Central e do Sul, 
excetuando-se a Argentina e o Uruguai, a anaplasmose é um problema mais sério do 
que a babesiose. A anaplasmose clínica evolui para inapetência, depressão, parada da 
ruminação,	emagrecimento,	 fezes	escuras,	 taquicardia,	 taquipneia,	constipação	 in-
testinal e mucosas ictéricas e pálidas. Como não há destruição dos glóbulos verme-
lhos na anaplasmose, os eritrócitos infectados são, posteriormente, fagocitados por 
macrófagos, especialmente no baço, resultando em um quadro de intensa anemia, 
mas sem ocorrer hemoglobinúria e hemoglobinemia.
A transmissão é feita principalmente por carrapatos R. microplus, no entanto, mos-
cas, mosquitos e outros insetos picadores, como os tabanídeos podem trasmitir a do-
ença (ARTECHE, 1992; SCOLES et al., 2005). No entanto, a capacidade de transmis-
são de A. marginale por insetos hematófagos deve ser objeto de mais pesquisas antes 
de considerá-los como vetores epidemiologicamente importantes (KESSLER, 2001).
A. marginale multiplica-se nas células do epitélio intestinal do carrapato e este 
pode infectar-se em qualquer estágio. A transmissão para o bovino ocorre de estágio 
para estágio e os machos, por sua maior longevidade e mobilidade, são considerados 
mais importantes na transmissão da anaplasmose (KESSLER; SCHENK, 1998) e 
servem como reservatórios da infecção.
Eritrócitos são as células alvo de A. marginale, que sofre um ciclo de desenvol-
vimento complexo, que se inicia nos carrapatos por infecção de células intestinais, 
e a transmissão aos hospedeiros susceptíveis ocorre a partir de glândulas salivares 
durante a alimentação. Proteínas principais de superfície (MSPs) desempenham um 
papel crucial na interação do agente com células do hospedeiro, e incluem proteínas 
de adesão e MSPs de famílias multigênicas que sofrem alteração antigênica e seleção 
em bovinos, contribuindo, assim, para a manutenção de infecções persistentes (KO-
CAN et al., 2010).
Como a imunidade contra A. marginale pode	ser	induzida	por	imunização	com	
MSPs, a identificação dessas proteínas conservadas entre A. marginale stricto sensu 
podem ser úteis na identificacação de proteínas candidatas a antigenos para diagnós-
ticos e para produção de vacina (ARAUJO et al., 2005; KOCAN et al., 2010).
As	vacinas	têm	protegido	eficazmente	a	anaplasmose	clínica	em	bovinos,	mas	não	
conseguiram bloquear a infecção por A. marginale. As vacinas são necessárias para 
prevenir a doença clínica e, simultaneamente, evitar a infecção em animais e carra-
patos, eliminando, assim, estes hospedeiros como reservatórios da infecção. Avan-
ços em genômica, proteômica, imunologia e tecnologias bioquímicas e moleculares 
durante a última década têm sido aplicados à pesquisa de A. marginale e organismos 
relacionados. O recente desenvolvimento de um sistema de cultura de células para 
A. marginale tem proporcionado um formato para estudar a relação patógeno/car-
Capítulo 3 Principais doenças transmitidas por carrapatos no Brasil38
rapato (HERNDON et al., 2010). Os avanços recentes e novas metodologias de 
pesquisa devem oferecer oportunidades adicionais para o desenvolvimento de novas 
estratégias de prevenção e controle da anaplasmose bovina. 
Mais estudos são necessários para compreender os mecanismos de regulação exer-
cidos por A. marginale sobre o sistema imunológico bovino, para delineamento de es-
tratégias	mais	eficientes	de	imunização	contra	essa	riquétsia	(RIBEIRO	et	al.,	2006).
Equídeos
Em equinos as principais enfermidades transmitidas por carrapatos são as babe-
sioses e a erliquiose granulocítica equina. 
A babesiose tem sido citada como a principal parasitose equina por causa dos 
danos diretos como as perdas de performance e mortalidade, além de danos indire-
tos	como	o	impedimento	para	comercialização	e	principalmente	exportação	(FRIE-
DHOFF	et	al.,	1990).	Pode	ser	causada	por	dois	hematozoários	distintos,	Babesia 
caballi (Figura 3.2) e Babesia equi (sinonímia de Theileria equi) (Figura 3.3), que são 
transmitidos naturalmente por meio de carrapatos, sendo que os equídeos podem ser 
parasitados por uma ou ambas as espécies de Babesia spp. Estudos epidemiológicos 
em criações de equinos na América do Sul revelaram elevada infestação por D. nitens, 
R. microplus e A. cajennense associada a altos níveis de babesioses em equinos, sendo a 
primeira espécie associada à B. caballi e as duas últimas à T. equi (RONCATI, 2006).
FI
G
U
R
A
 3
.3
.
FI
G
U
R
A
 3
.2
.
Babesia caballi (Foto: PIOTTO, 2009).
Theileria equi (Foto: PIOTTO, 2009).
39Capítulo 3 Principais doenças transmitidas por carrapatos no Brasil
Os animais doentes podem apresentar clinicamente febre, anemia, petéquias ou 
até hemorragias de membranas mucosas, icterícia e hemoglobinúria. Após o perío-
do de incubação que é de cerca de 8 a 10 dias, o primeiro sinal evidente é o aumento 
de temperatura corpórea, que pode se apresentar em picos ao final da tarde. A 
anemia é causada pela diminuição no número de eritrócitos, havendo hemólise in-
travascular, resultando em liberação de hemoglobina e deposição de bilirrubina nos 
tecidos (icterícia). A parasitemia de Babesia caballi pode chegar a 1% das células, 
da linhagem vermelha e dificilmente o animal morre de anemia, mas principalmente 
pela formação de microtrombos. No caso de Theileria equi a parasitemia é maior, 
comumente por volta de 7% dos eritrócitos, mas em animais imunodeprimidos ou 
sem qualquer contato prévio, a parasitemia pode chegar a 80% e a morte se dá por 
anemia aguda.
O	diagnóstico	desses	hematozoários	 é	 realizado,	 principalmente,	 por	meio	de	
esfregaços sanguíneos corados, entretanto a sensibilidade desta tecnica é baixa, e 
muitos	animais	apresentam	resultados	falso	negativos.	Outros	testes	utilizados	para	
diagnóstico são a reação em cadeia da polimerase (PCR) e testes de imunoadsorção 
enzimática	(cELISA).	Nos	ensaios	sorológicos,	apesar	de	resultados	positivos	não	
diferirem animais portadores daqueles que apresentam apenas anticorpos de memó-
ria, essas provas são de grande sensibilidade e confirmam os resultados negativos, 
diminuindo	os	riscos	de	se	introduzir	animais	portadores	em	áreas	onde	a	doença	
não é endêmica e os carrapatos vetores estão presentes (PIOTTO, 2009).
Outra importante enfermidade dos equideos associada a carrapatos, a erliquiose 
granulocítica	equina	é	uma	doença	 infecciosa,	não	contagiosa	sazonal,	que	ocorre	
principalmente nos EUA, no norte da Califórnia, mas também notificada em vários 
outros estados, bem como na Europa e América do Sul. O agente causal foi inicial-
mente denominado Ehrlichia equi, mas com base em relações de sequência de DNA, 
o organismo é agora referido como Anaplasma phagocytophilum que, além de ser 
um problema médico-veterinário é, também, de saúde pública, por acometer tanto 
animais como humanos (DAGNONE et al., 2001).
A. phagocytophilum é uma bactéria intracelular de glóbulos brancos e a severidade 
dos sinais clínicos é variável, com base numa diversidade de fatores incluindo idade, 
raça e pode ser evidente de 1 a 12 dias pós-inoculação. Após a inoculação da bactéria 
os cavalos desenvolvem sinais progressivos de febre, depressão, letargia, anorexia 
parcial, edema de membros, lesões

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