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Sistema Cardiovascular: Abordagem Morfofuncional

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1	
  
ABORDAGEM MORFOFUNCIONAL DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 
 
Djanira Aparecida da Luz Veronez1 
 
INTRODUÇÃO 
 
O sistema cardiovascular apresenta-se como uma rede de transporte de 
sangue contendo nutrientes, oxigênio e substâncias residuais das células. É 
constituído pelo coração e vasos sanguíneos. 
O Coração é um órgão muscular, impar e mediano que atua como uma bomba 
contrátil propulsora de sangue, auto-ajustável, capaz de proporcionar pressão e 
sucção, atuando em conjunto com uma imensa rede de vasos sanguíneos para 
conduzir sangue a todas as partes do corpo humano. 
Os vasos sanguíneos apresentam-se como artérias, arteríolas, veias, vênulas e 
capilares. 
As paredes da maioria dos vasos sanguíneos que compõe o sistema 
cardiovascular possuem três camadas concêntricas de tecido denominadas 
túnicas íntima, túnica média e túnica adventícia. 
A túnica íntima, mais interna, é composta de endotélio sustentado por delicado 
epitélio escamoso simples, uma membrana basal, e um tecido elástico 
denominado laminam elástica interna. 
A túnica média é a camada intermediária que consiste basicamente em 
músculo liso. 
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
1	
   Biomédica.	
   Doutora	
   em	
   Ciências	
   Médicas	
   área	
   de	
   concentração	
   Neurociências	
   pela	
   Universidade	
  
Estadual	
  de	
  Campinas.	
  Professora	
  do	
  departamento	
  de	
  anatomia	
  da	
  Universidade	
  Federal	
  do	
  Paraná.	
  	
  
	
  
	
   2	
  
A túnica adventícia, mais externa, é uma camada formada por tecido conjuntivo 
ou uma bainha, composta principalmente de fibras elásticas e colágenas. 
O sangue, sob alta pressão, deixa o coração e é distribuído pelo corpo através 
das artérias. Os vasos de distribuição final, arteríolas, transportam o sangue 
oxigenado para os capilares, que consequentemente formam o leito capilar. 
Nos capilares, o sangue repassa oxigênio e nutrientes para as células, retendo 
resíduos do metabolismo celular e dióxido de carbono. O sangue proveniente 
do leito capilar drena para as vênulas de parede fina e altamente permeáveis. 
As vênulas drenam para as pequenas veias que se anastomosam em grandes 
veias até retornarem ao coração, onde serão bombeadas para o pulmão para 
re-oxigenação. 
 
ANATOMIA FUNCIONAL DO CORAÇÃO 
 
O coração localiza-se na parte inferior do mediastino médio, na cavidade 
torácica posteriormente ao osso esterno e superiormente ao músculo 
diafragmático (Figura 1). 
	
   3	
  
 
Figura	
  1.	
  Coração. 
O coração possui a forma semelhante à de um cone truncado invertido 
contendo um ápice, uma base e quatro faces. 
O ápice do coração, formado pela parte ínferolateral do ventrículo esquerdo, 
situa-se posteriormente ao 5º espaço intercostal esquerdo. 
A base do coração encontra-se voltada posteriormente em direção aos corpos 
das vértebras T6-T9, sendo separado destas pelo pericárdio, seio pericárdico 
oblíquo, esôfago e pela artéria aorta. A base do coração é formada 
principalmente pelo átrio esquerdo, com uma menor contribuição do átrio 
direito, recebe as veias pulmonares nos lados direito e esquerdo da sua porção 
atrial esquerda e as veias cavas superior e inferior nas extremidades superior e 
inferior da sua porção atrial direita. 
Anteriormente, o coração relaciona-se com os pulmões, o esterno, costelas e 
músculos intercostais; inferiormente com o músculo diafragma; posteriormente 
	
   4	
  
com a parte descendente da artéria aorta, esôfago e veia ázigos; lateralmente 
com os pulmões, hilos pulmonares, nervos frênicos e vagos. 
O coração apresenta quatro faces: a face esternocostal (anterior), formada 
principalmente pelo ventrículo direito; a face diafragmática (inferior), formada 
principalmente pelo ventrículo esquerdo e parte do ventrículo direito; a face 
pulmonar direita, formada principalmente pelo átrio direito e a face pulmonar 
esquerda, formada principalmente pelo ventrículo esquerdo. 
O coração apresenta dois terços do seu volume situados à esquerda da linha 
sagital mediana. Esta posição anatômica do coração chamada de levocárdica é 
a mais freqüente. Variações na posição do coração em relação ao tórax podem 
ocorrer. 
 
ESTRUTURA DA PAREDE CARDÍACA 
 
O coração é uma víscera torácica cavitária que apresenta paredes constituídas, 
principalmente, por músculo estriado cardíaco (miocárdio). 
O tecido muscular estriado cardíaco, também é encontrado nas paredes da 
artéria aorta, veias pulmonares e veia cava superior na base do coração. 
Internamente, o miocárdio é revestido pelo endocárdio, uma camada fina 
semelhante ao endotélio dos vasos sanguíneos que também cobre as valvas 
cardíacas. 
Externamente ao miocárdio (Figura 2) é encontrada uma camada delgada 
denominada pericárdio, sendo estrutura dividida em pericárdio seroso visceral 
(epicárdio) e pericárdio seroso parietal (pericárdio fibroso). 
	
   5	
  
 
Figura 2. Bolsa pericárdica. 
 
ESQUELETO FIBROSO DO CORAÇÃO 
 
 O esqueleto fibroso do coração é composto por tecido conjuntivo fibroso 
ou fibrocartilaginoso. Fazem parte do esqueleto fibroso os anéis das valvas 
mitral, tricúspide e aórtica, o corpo fibroso central, o septo membranoso, o 
tendão do cone e os trígonos fibrosos, anterior e posterior. A valva pulmonar, 
cujas válvulas apoiam-se diretamente na musculatura do trato de saída do 
ventrículo direito, não apresenta suporte fibroso, mas está unida ao esqueleto 
fibroso pelo tendão do cone. 
A função do esqueleto fibroso do coração é sustentar as valvas 
atrioventriculares e ancorá-las à massa ventricular. 
Entre os anéis das valvas mitral e aórtica encontra-se a região mais resistente 
do esqueleto, na continuidade fibrosa mitro-aórtica, que apresenta em suas 
	
   6	
  
margens espessamentos adicionais que constituem os trígonos fibrosos 
anterior e posterior. 
A unidade mitro-aórtica apresenta um prolongamento que a une ao anel valvar 
tricúspide, constituindo o corpo fibroso central que inclui o trígono fibroso 
posterior e o septo membranoso. 
 
PERICÁRDIO 
 
O coração está contido no pericárdio, que apresenta-se como um saco 
fibroseroso de parede dupla, através do qual relaciona-se com o coração e as 
raízes de seus grandes vasos. 
O pericárdio é constituído por duas lâminas: a parietal e a visceral. A primeira 
apresenta uma porção externa e resistente, chamada de pericárdio fibroso, que 
é praticamente inextensível, sendo composta por uma densa camada de feixes 
colágenos e fibras elásticas. 
O pericárdio parietal é revestido internamente por uma serosa. Ele envolve o 
coração como se fosse uma bolsa desde o ápice até a base, onde se funde 
com a adventícia dos grandes vasos. Inferiormente, o pericárdio fibroso 
confunde-se com o centro tendíneo do diafragma, ao qual está firmemente 
aderido formando o ligamento frenopericárdico. O pericárdio fibroso, 
posteriormente, é fixado por tecido conectivo frouxo às estruturas do 
mediastino superior, relacionando-se com a aorta torácica e com o esôfago. 
Em suas faces laterais adere à pleura mediastinal, exceto quando dela 
separado pelos nervos frênicos, formando a membrana pleuropericárdica. 
A lâmina visceral ou epicárdio encontra-se densamente aderida à superfície 
das câmaras cardíacas. O pericárdio seroso é um saco fechado e invaginado, 
sendo normalmente virtual a cavidade delimitada entresuas duas lâminas, a 
qual contém líquido pericárdico que lubrifica as superfícies, diminuindo o atrito 
durante os movimentos cardíacos. As lâminas do pericárdio fundem-se próximo 
aos vasos da base, refletindo-se para o coração. No interior da cavidade 
	
   7	
  
pericárdica encontram-se dois recessos ou seios: o seio transverso, que se 
apresenta como um túnel entre a superfície dos átrios e a superfície posterior 
das grandes artérias, e o seio oblíquo, localizado junto ao átrio esquerdo e 
limitado pela reflexão do pericárdio em torno das veias pulmonares e da veia 
cava inferior. 
A vascularização do pericárdio é realizada pelos ramos pericardicofrênicos das 
artérias torácicas internas e através dos ramos pericardíacos das artérias 
brônquicas, esofágicas e frênica superior. Esses vasos apresentam 
anastomoses extracardíacas com as artérias coronárias. O pericárdio seroso, 
em sua lâmina visceral ou epicárdio, é irrigado pelas artérias coronárias. A 
inervação do pericárdio faz-se pelos nervos de ramos oriundos do nervo frênico 
que contêm fibras vasomotoras e sensitivas. 
 
CÂMARAS CARDÍACAS 
 
A cavidade do coração é dividida em quatro câmaras cardíacas sendo: dois 
átrios direito e esquerdo e dois ventrículos direito e esquerdo por meio dos 
septos átrios ventriculares, interatrial e interventricular (Figura 3). 
	
   8	
  
	
  
Figura	
  3.	
  Vista	
  interna	
  do	
  coração. 
Os átrios são câmaras cardíacas de recepção com a finalidade de bombear o 
sangue o sangue para os ventrículos cuja função de expulsão possibilita a 
propulsão do sangue em direção aos pulmões (sangue venoso) e para todas as 
regiões corporais (sangue arterial). 
Entre o átrio (e aurícula direita) e o ventrículo direito passa sangue venoso. O 
sangue venoso, pouco oxigenado, que chega ao coração por meio da veia 
cava superior e da veia cava inferior ao átrio direito. Em seguida, é bombeado 
para o ventrículo direito e propulsionada para os pulmões por meio da artéria 
tronco pulmonar onde ocorrerá o mecanismo de hematose (troca gasosa) com 
a transformação do sangue venoso em sangue arterial. 
	
   9	
  
Entre o átrio esquerdo (e aurícula esquerda) e ventrículo esquerdo passa 
sangue arterial, rico em oxigênio. O sangue arterial chega ao átrio esquerdo 
por meio das quatro veias pulmonares, direitas e esquerdas. O sangue 
bombeado do átrio para o ventrículo esquerdo é imediatamente propulsionado 
para a parte ascendente da artéria aorta, e através de todos os seus ramos o 
sangue arterial é distribuído para todo o organismo. 
O septo interatrial separa os dois átrios, direito e esquerdo. Apresenta uma 
depressão oval do tamanho de uma impressão digital do polegar, o forame oval 
constituído apenas por endocárdio. 
O septo interventricular separa os dois ventrículos. É composto de partes 
membranácea e muscular, sendo uma partição espessa situada obliquamente 
entre os ventrículos direito e esquerdo. 
A trabécula septomarginal é um fascículo muscular curvo encontrado naa parte 
inferior do septo interventricular dirigindo-se para a base do músculo papilar 
anterior. Esta trabécula é importante porque carrega parte do ramo direito do 
fascículo atrioventricular, uma parte do complexo estimulante do coração para 
o músculo papilar anterior. 
Entre os átrios e ventrículos, direito e esquerdo se encontra o septo 
atriventricular, direito e esquerdo, separando os átrios dos ventrículos. 
As paredes dos átrios se apresentam mais membranáceas e delgadas, 
enquanto que as paredes dos ventrículos são evidentemente mais espessas 
constituídas por músculo cardíaco (miocárdio). 
Interiormente, nas paredes dos átrios e dos ventrículos, encontram-se 
trabéculas cárneas revestidas por uma fina membrana, praticamente 
transparente, denominada endocárdio. 
As trabéculas cárneas, cujos feixes de fibras musculares estriadas cardíacas 
fazem saliência na superfície interna das cavidades, podem ser de três tipos: 
1. Trabéculas cárneas de primeira ordem: são os músculos papilares; 
	
   10	
  
2. Trabéculas cárneas de segunda ordem: são os músculos pectíneos 
encontrados nas aurículas, direita e esquerda; 
3. Trabéculas cárneas de terceira ordem: são as colunas colocadas 
paralelamente à superfície interna das cavidades e apenas fazem saliência 
nessas paredes. 
 
 
Figura 4. Vista interna dos ventrículos. 
	
   11	
  
 
Átrio direito 
O átrio direito apresenta a desembocadura da veia cava superior e inferior e do 
seio coronário. As veias cavas drenam o sangue venoso sistêmico enquanto o 
seio coronário retorna sangue venoso do miocárdio. 
A desembocadura do seio venoso coronário situa-se posteriormente e 
medialmente à desembocadura da veia cava inferior, junto à transição 
atrioventricular. 
A aurícula direita é uma projeção da cavidade atrial em “dedo de luva”, que 
recobre o sulco atrioventricular à direita. A superfície interna da aurícula direita 
possui traves musculares paralelas que se estendem posteriormente, formando 
os músculos pectíneos, terminando em uma banda muscular transversa e 
bastante proeminente chamada de crista terminal. 
A parede medial e posterior do átrio direito corresponde ao septo interatrial que 
separa o átrio esquerdo do direito. 
No assoalho do átrio direito, implantada no óstio atrioventricular direito 
(abertura no septo interatrial), se encontra a valva tricúspide (conjunto de três 
válvulas ou cúspides), que se abre no ventrículo direito. 
Quando observado pelo lado direito, o septo interatrial apresenta uma estrutura 
característica, a fossa oval, constituída por uma lâmina delicada de endotélio. A 
porção mais anterior dessa lâmina pode não estar completamente aderida à 
borda da fossa oval, constituindo o chamado forame oval. 
Ventrículo direito 
A cavidade ventricular direita apresenta um formato triangular contendo três 
porções bem distintas: a via de entrada, que compreende a valva 
atrioventricular direita, a porção trabecular ou apical (cavidade ventricular 
direita, propriamente dita), e a via de saída, próximo da valva semilunar da 
artéria troncopulmonar. 
	
   12	
  
No ventrículo direito, as trabéculas ocupam toda a parede livre e a superfície 
septal, dando um aspecto esponjoso à parede. Uma trabécula em particular, se 
sobressai das demais, pela forma e localização. É a trabécula septomarginal, 
em forma de "Y", que se situa no septo ventricular, no limite entre a porção 
trabecular e a via de saída. 
O ventrículo direito apresenta frequentemente três músculos papilares, que se 
projetam para a cavidade vinculada as cordas tendíneas. 
As cordas tendíneas são conjuntos de feixes tendíneos delgados encontradas 
junto as bordas dos folhetos da valva tricúspide. Os folhetos por sua vez são 
identificados unidos a um anel fibroso que sustenta a valva atrioventricular 
entre o átrio e o ventrículo direito impedindo uma inversão das cúspides 
durante a circulação de sangue. 
Átrio esquerdo: 
As paredes do átrio esquerdo se apresentam mais espessas e lisas, quando 
comparadas as do átrio direito. Suas trabéculas cárneas se encontram restritas 
ao apêndice atrial denominada de aurícula esquerda. 
A aurícula esquerda apresenta borda chanfrada, com projeção digitiforme de 
sua extremidade, além de uma base mais estreita com um colo, separando 
mais nitidamente a aurícula do resto da cavidade atrial. 
O átrio esquerdo apresenta a desembocadura das quatro veias pulmonares 
responsáveis pela condução do sangue arterial dos pulmões para o coração. 
Ventrículo esquerdo 
A cavidade ventricular esquerda possui uma forma cônica e trabéculas mais 
finas de aspecto entrelaçadoe concentradas próximo ao ápice. A face septal 
se apresenta mais lisa, desprovida de trabéculas. 
A espessura das paredes ventriculares é aproximadamente três vezes maior 
que a do ventrículo direito. A camada de miocárdio se apresenta mais 
hipertrofiada devido à função de propulsão do sangue do ventrículo esquerdo 
para a circulação sistêmica, via artéria aorta. 
	
   13	
  
A câmara ventricular comumente contém dois músculos papilares grandes. As 
cordas tendíneas também são mais espessas, apesar de menos numerosas. 
 
VASOS DA BASE DO CORAÇÃO 
 
Todos os vasos sanguíneos que “chegam ou saem” do coração são 
encontrados junto à base, são eles: artéria tronco pulmonar, artéria aorta 
(Figura 5), as quatro veias pulmonares e as veias cavas, superior e inferior. 
Artéria tronco pulmonar 
A artéria tronco pulmonar sai do coração pelo ventrículo direito e se bifurca em 
duas artérias pulmonares, uma direita e outra esquerda. Cada uma delas se 
ramifica a partir do hilo pulmonar em artérias segmentares pulmonares. Este 
sistema é responsável pela condução de sangue venoso para os pulmões para 
que ocorra a troca de gás carbônico por oxigênio (hematose). 
Artéria aorta 
A artéria aorta sai do ventrículo esquerdo e se ramifica na porção ascendente 
em duas artérias coronárias, uma direita e outra esquerda para irrigar o 
coração. 
	
   14	
  
 
Figura 5. Vasos da base do coração. 
Na continuidade a artéria aorta se curva formando um arco para a esquerda 
dando origem a três artérias que se originam no arco da artéria aorta: 
1. Artéria tronco braquiocefálico; 
2. Artéria carótida comum esquerda; 
3. Artéria subclávia esquerda. 
A artéria tronco braquiocefálico origina duas artérias, a artéria carótida comum 
direita e a artéria subclávia direita. 
A artéria carótida comum (direita e esquerda) se ramifica em: 
1. Artéria carótida interna (direita ou esquerda); 
	
   15	
  
2. Artéria carótida externa (direita ou esquerda). 
 A artéria carótida interna perfunde o crânio por meio do canal carotídeo dando 
origem a três ramos colaterais: artéria oftálmica, artéria comunicante posterior 
e artéria corioidéia posterior. E mais dois ramos terminais, a artéria cerebral 
anterior e artéria cerebral média. 
A artéria carótida externa é responsável pela irrigação do pescoço e da face. 
Seus ramos colaterais são: artéria tireoídea superior, artéria lingual, artéria 
facial, artéria occipital, artéria auricular posterior e artéria faríngea ascendente. 
Seus ramos terminais são a artéria temporal e artéria maxilar. 
A artéria subclávia (direita ou esquerda), logo após o se início, origina a artéria 
vertebral (direita e esquerda) que segue em direção ao forame magno por meio 
dos forames transversos das vértebras cervicais para auxiliar na irrigação 
encefálica. 
A artéria subclávia, descendo em direção a axila, recebe o nome de artéria 
axilar, e quando atinge o braço seu nome muda novamente para artéria 
braquial. Na região do cotovelo a artéria braquial emite dois ramos terminais, 
as artérias radial e ulnar que percorrem o antebraço. Na mão essas duas 
artérias se anastomosam formando um arco palmar profundo que origina as 
artérias digitais palmares comuns e as artérias metacarpianas palmares que 
vão se anastomosar. As artérias digitais palmares originam as artérias digitais 
palmares próprias para cada dedo. 
A porção torácica da artéria aorta, após o arco da artéria aorta, começa a 
descer do lado esquerdo da coluna vertebral dado origem aos ramos: viscerais 
responsáveis pela irrigação dos órgãos são eles: 
1. Ramos pericárdicos; 
2. Ramos bronquiais; 
3. Ramos esofágicos; 
4. Ramos mediastinais; 
	
   16	
  
5. Ramos parietais (ramos intercostais posteriores, ramo subcostais, ramos 
frênicos superiores). 
A parte abdominal da artéria aorta ao atravessar o hiato aórtico do músculo 
diafragma segue até a altura da quarta vértebra lombar, onde termina 
originando vários ramos colaterais e dois terminais, as artérias ilíacas comuns, 
direita e esquerda. 
Veias pulmonares 
As veias pulmonares conduzem o sangue que retorna dos pulmões para o 
coração após sofrer a hematose (oxigenação). 
São quatro veias pulmonares, duas para cada pulmão, uma direita superior e 
uma direita inferior, uma esquerda superior e uma esquerda inferior. As 
quatro veias pulmonares desembocam no átrio esquerdo. Estas veias são 
formadas pelas veias segmentares que recolhem sangue venoso dos 
segmentos pulmonares. 
Veias cavas, superior e inferior 
As duas veias que desembocam no átrio direito conduzindo sangue venoso de 
todas as regiões corporais para o coração são as veias cavas, superior e 
inferior. 
A veia cava superior origina-se dos dois troncos braquiocefálicos (ou veia 
braquiocefálica direita e esquerda). Cada veia braquiocefálica é constituída 
pela junção da veia subclávia (que drena o sangue do membro superior) com a 
veia jugular interna (que recebe sangue da cabeça e pescoço). A veia cava 
inferior é formada pela anastomose das duas veias ilíacas comuns que 
recolhem sangue da região pélvica e dos membros inferiores. 
 
VASCULARIZAÇÃO DO CORAÇÃO 
 
	
   17	
  
Os vasos sanguíneos localizados na superfície externa do coração são artérias 
coronárias (direita e esquerda), seio coronário e as veias cardíacas. 
A artéria coronária direita se origina do seio da aorta direito (a partir da parte 
ascendente da artéria aorta) e passa para ao lado direito do tronco pulmonar, 
seguindo seu curso no sulco coronário entre os átrios e os ventrículos. Ao 
descer o sulco coronário emite um ramo marginal direito, que segue até a 
margem inferior do ápice do coração, irrigando o ventrículo direito e o ápice do 
coração. A artéria coronária direita também da origem a um ramo 
interventricular posterior, que segue o sulco interventricular posterior até o 
ápice do coração, suprindo as áreas adjacentes dos ventrículos direito e 
esquerdo e um terço posterior do septo interventricular. 
A artéria coronária esquerda se origina do seio da aorta esquerdo (da parte 
ascendente da artéria aorta), segue entre a aurícula esquerda e o lado 
esquerdo da artéria tronco pulmonar, seguindo seu curso no sulco coronário. A 
artéria coronária esquerda forma um ramo interventricular anterior, localizado 
do sulco coronário interventricular até o ápice do coração, para suprir as áreas 
dos ventrículos direito e esquerdo e 2/3 anteriores do septo interventricular. 
A artéria coronária esquerda forma o ramo circunflexo que percorre a parte 
esquerda do sulco átrio ventricular seguindo até a face posterior do coração 
para suprir as áreas do átrio esquerdo e ventrículo esquerdo. O ramo marginal 
esquerdo, também é formado pela artéria coronária esquerda que tem origem 
no ramo circunflexo seguindo até a margem esquerda do coração, para suprir a 
área do ventrículo esquerdo. 
As veias cardíacas têm a função de realizar a drenagem venosa do coração. 
São veias que tem abertura no seio coronário, o seio coronário é a principal 
veia do coração e seu trajeto se inicia da esquerda para a direita na parte 
posterior do sulco coronário. 
A veia cardíaca magna é a principal veia que drena para o seio coronário. Sua 
primeira parte inicia próximo do ápice do coração e se apresenta ascendente 
como o ramo interventricular da artéria coronária esquerda, estando no sulco 
coronário ela se vira para a esquerda e sua segunda parte segue ao redor do 
	
   18	
  
lado esquerdo do coração com o ramo circunflexo da artéria carótida esquerda 
para chegar ao seio coronário. A veia cardíaca magna drena as áreas do 
coração supridas pela artéria carótida esquerda.A veia cardíaca parva acompanhada da veia interventricular posterior 
acompanha o ramo marginal direito da artéria carótida direito, desta forma as 
duas veias drenam a maior parte das áreas comumente supridas pela artéria 
carótida direita. 
O seio coronário drena o sangue de três principais veias do coração a veia 
cardíaca magna, a veia cardíaca média e veia cardíaca parva ou menor ou 
pequena. 
 
VALVAS CARDÍACAS 
 
As valvas do tronco pulmonar e da aorta funcionam como um dispositivo para 
impedir o retorno do sangue, com o enchimento dos ventrículos, elas são 
formadas por três válvulas semilunares constituídas de tecido conjuntivo 
revestida de endotélio, elas não possuem cordas tendíneas para sustentá-las. 
Elas se projetam para a artéria sendo pressionadas em direção a suas paredes 
quando o sangue deixa o ventrículo, após o relaxamento do ventrículo 
acontece uma retração elástica forçando o retorno do sangue de volta ao 
coração. Desta maneira elas se abrem como bolsas enquanto recebem o fluxo 
sanguíneo no sentido inverso, unindo-se para sustentar umas às outras 
evitando o retorno do sangue. 
A valva pulmonar situada no ápice do cone arterial situa-se no nível da 3ª 
cartilagem costal esquerda enquanto a valva da aorta situada entre o ventrículo 
esquerdo e parte ascendente da aorta, é posicionada obliquamente. Está 
localizada posteriormente ao lado esquerda do esterno no nível do 3º espaço 
intercostal. 
As valvas tricúspide e bicúspide (mitral) estão inseridas cada uma em um anel 
fibroso na transição atrioventricular. São constituídas por cúspides de tamanho 
	
   19	
  
e extensão variáveis, as quais estão presas por cordas tendíneas aos 
músculos papilares, ou, como ocorre na tricúspide, diretamente na superfície 
do septo ventricular. 
As cúspides são constituídas por tecido conjuntivo frouxo com variável 
quantidade de colágeno, proteoglicanos e fibras elásticas. A partir da face atrial 
se identificam histologicamente duas camadas: a esponjosa, mais frouxa, e a 
fibrosa. 
O perímetro da valva tricúspide varia normalmente de 10 a 12 cm. A cúspide 
anterior é a mais longa, seguida em extensão pela cúspide posterior e pela 
cúspide septal. O nome das cúspides deriva de sua relação espacial com as 
paredes do ventrículo direito. Os músculos papilares do ventrículo direito 
mostram variação quanto ao número. Há, entretanto, um que é constante e em 
geral o mais desenvolvido situado na parede livre do ventrículo direito, 
denominado músculo papilar anterior. 
A valva mitral tem sua circunferência variando entre 8 e 10 cm, apresentando 
duas cúspides. A anterior é a maior, mostrando formato sutilmente triangular e 
apresentando espessas cordas tendíneas de sustentação. Caracteristicamente, 
as cordas tendíneas da valva mitral convergem para o topo dos músculos 
papilares do ventrículo esquerdo, com exceção de poucas cordas basais da 
cúspide posterior, que se inserem diretamente na musculatura da via de 
entrada ventricular. O septo ventricular é, no entanto, sempre livre de inserções 
cordais. Há dois grupos de músculos papilares, um situado ântero-lateralmente 
e o outro póstero-medialmente. 
 
VALVAS ARTERIAIS 
 
Tanto a valva da artéria aorta quanto a do tronco pulmonar apresentam três 
válvulas ou folhetos semilunares, cada um deles inserindo-se em uma linha 
com formato de "U", superiormente na túnica média de cada artéria 
	
   20	
  
correspondente e inferiormente no miocárdio da via de saída do ventrículo 
esquerdo e direito, respectivamente. 
Em cada diástole, os folhetos semilunares abaúlam pelo enchimento com 
sangue. 
Os folhetos da valva semilunar da artéria tronco pulmonar recebem nomes de 
acordo com sua distribuição topográfica. Há um anterior e dois posteriores, dos 
quais um é direito e outro esquerdo. 
Os folhetos da valva semilunar da artéria aorta são designados conforme os 
seios de Valsalva correspondentes e de acordo com a origem das artérias 
coronárias (coronariano direito, coronariano esquerdo e não coronariano). 
A estrutura histológica das valvas semilunares, aórtica e pulmonar, são 
semelhantes. Na face ventricular de cada válvula há tecido conjuntivo frouxo e 
na face arterial uma camada mais densa, a fibrosa, delimitada por fibras 
elásticas. 
 
TIPOS DE CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA 
 
Circulação Sistêmica 
A circulação sistêmica (grande circulação) é a designação dada à parte da 
circulação sanguínea que se inicia no ventrículo esquerdo e termina no átrio 
direito. 
O sangue (sangue arterial) é bombeado pela contração do ventrículo esquerdo 
para a artéria aorta. Esta se divide em diversos ramos para conduzir sangue 
oxigenado para todas as regiões e órgãos do corpo com exceção dos pulmões. 
Com o suprimento de sangue oxigenado, nas células ocorrem reações físico-
químicas resultando em gás (sangue venoso). 
O sangue venoso retorna ao coração pelas veias cavas, superior e inferior para 
o átrio direito. 
	
   21	
  
Circulação Pulmonar 
A circulação pulmonar (pequena circulação) é a designação dada à parte da 
circulação sanguínea que se inicia no ventrículo direto e finaliza no átrio 
esquerdo. 
Na circulação pulmonar, o sangue venoso encontrado no ventrículo direito 
passa para a artéria tronco pulmonar, para as artérias pulmonares dirigindo-se 
para os pulmões. Nos alvéolos pulmonares ocorre o mecanismo de hematose 
(troca gasosa) para a transformação de sangue venoso em sangue arterial. O 
sangue arterial retorna ao coração por meio das quatro veias pulmonares, 
desembocando no átrio esquerdo. 
Circulação Colateral: 
A circulação colateral é formada quando um vaso sanguíneo comunicante faz 
comunicações (anastomoses) entre ramos de artérias ou de veias entre si. 
Considera-se a circulação colateral como um mecanismo de defesa do 
organismo, para que áreas que possam estar comprometidas possam ser 
irrigadas ou drenadas. 
Circulação Portal: 
A circulação portal ocorre quando um vaso sanguíneo de maior calibre e 
diâmetro se encontra interligado a duas redes de capilares, sem passar por um 
órgão intermediário. 
A circulação portal ocorre na circulação porta hepática, provida de uma rede 
capilar no intestino (onde há absorção dos alimentos) e outra rede de capilares 
sinusóides hepáticos (onde ocorrem complexos processos metabólicos), 
estando à veia porta interposta entre as duas redes de capilares. Ocorre 
também um sistema porta na glândula hipófise. 
 
CICLO CARDÍACO 
 
	
   22	
  
O coração ciclicamente se contrai e relaxa. Quando se contrai, ejeta o sangue 
em direção das artérias, na fase chamada de sístole. Quando relaxa, recebe o 
sangue proveniente das veias, na fase chamada diástole. 
O ciclo cardíaco constitui as ações de bombeamento simultâneo das duas 
bombas (câmara direita e esquerda) atrioventriculares. É a sequência de fatos 
que acontece a cada batimento cardíaco. 
O ciclo cardíaco compreende três fases: sístole atrial, sístole ventricular e 
diástole ventricular. 
A sístole é a contração do músculo cardíaco. 
Na sístole atrial o sangue é impulsionado dos átrios para os ventrículos. Assim 
as valvas atrioventriculares se encontram abertas para a passagem de sangue. 
As valvas semilunares da artéria tronco pulmonar e da artéria aorta se 
encontram fechadas. 
Na sístole ventricular as valvas atrioventriculares estão fechadas e as 
semilunares abertas para a passagem de sangue. 
A diástole é o relaxamento do músculo cardíaco, é quando os ventrículos se 
enchem de sangue, neste momento as valvas atrioventriculares estão abertas 
e as valvas semilunares se encontram fechadas. 
 
CARÁTER SINCICIAL DO MÚSCULOCARDÍACO 
 
As fibras do músculo cardíaco possuem as mesmas estrias transversas 
características dos músculos esqueléticos, possuindo, portanto, o mesmo 
mecanismo contrátil de filamentos deslizantes de actina e miosina. Porém, as 
fibras musculares cardíacas são interconectadas, formando um feixe com 
aparência de células multinucleadas chamadas de sincício. 
Existem dois tipos de sincícios diferentes no coração, o atrial e o ventricular. A 
importância das duas formas sinciciais distintas é a propagação do potencial de 
	
   23	
  
ação que faz com que toda a massa se contraia, quando estimulada. Assim, 
quando o sincício atrial é estimulado, o potencial de ação se propaga para os 
dois átrios, fazendo com que as paredes atriais se contraiam a um só tempo, 
resultando na compressão do sangue pelas válvulas mitral e tricúspide. 
Em seguida, o potencial de ação se propaga pelo sincício ventricular, 
promovendo a contração dos dois ventrículos sincronicamente as válvulas, 
fazendo com que o sangue flua pelas válvulas pulmonar e aórtica. 
 
RETORNO VENOSO 
 
O retorno venoso corresponde ao volume do sangue que entra em uma câmara 
ventricular por unidade de tempo. 
O débito cardíaco corresponde a intensidade (ou velocidade) com que o 
coração bombeia sangue. É expresso em litros/min. 
Nas artérias, o fluxo sanguíneo é rápido devido à propulsão cardíaca, 
entretanto nas veias isto não acontece e o fluxo é lento. 
O retorno venoso só é possível devido à contração dos músculos esqueléticos 
que ajudam a comprimir as veias impulsionando o sangue e devido às válvulas 
existentes nas paredes das veias que impedem o refluxo do sangue. 
O débito cardíaco, a quantidade de sangue ejetado pelo coração, deve ser 
igual ao retorno venoso, que corresponde à quantidade de sangue que chega 
ao coração por minuto. A manutenção do débito cardíaco ocorre devido a 
capacidade de retorno venoso. 
O outro mecanismo que favorece o retorno venoso é o próprio processo de 
respiração, de ventilação. Durante a inspiração, pela contração da musculatura 
inspiratória, faz-se um “vácuo” dentro da cavidade torácica; simultaneamente, o 
retorno venoso é favorecido. 
 
	
   24	
  
INERVAÇÃO DO CORAÇÃO 
 
A inervação do músculo estriado cardíaco ocorre de duas formas: inervação 
extrínseca que provém de nervos situados fora do coração e outra inervação 
intrínseca que constitui um sistema só encontrado no coração e que se localiza 
no seu interior. 
A inervação extrínseca deriva do sistema nervoso autônomo, simpático e 
parassimpático. 
O coração é suprido pelas fibras nervosas autônomas provenientes dos plexos 
cardíacos superficial e profundo. Estas redes nervosas situam-se anteriores à 
bifurcação da traquéia, posteriores à parte ascendente da aorta e superiores à 
bifurcação do tronco pulmonar. 
A inervação simpática é proveniente das fibras pré e pós-ganglionares. O 
estímulo simpático do tecido nodal aumenta a frequência cardíaca e a força de 
suas contrações. Esse estímulo, indiretamente, produz dilatação das artérias 
coronárias inibindo sua constrição. 
A inervação parassimpática é decorrente das fibras pré-ganglionares do nervo 
vago. As fibras pós-ganglionares também finalizam nos nós sinoatrial e 
atrioventricular e diretamente nas artérias coronárias. O estímulo dos nervos 
parassimpáticos diminui a frequência cardíaca, reduz a força do batimento 
cardíaco e constringe as artérias coronárias. 
O neurotransmissor secretado pelos neurônios pós-ganglionares do sistema 
nervoso parassimpático é a acetilcolina, razão pela qual são denominados 
colinérgicos, geralmente com efeitos antagônicos aos neurônios pós-
ganglionares adrenérgicos do sistema nervoso simpático que liberam 
noradrenalina. Dessa forma, a estimulação parassimpática do sistema nervoso 
autônomo promove bradicardia (redução dos batimentos cardíacos), diminuição 
da pressão arterial e da frequência respiratória, relaxamento muscular e outros 
efeitos antagônicos aos da adrenalina. 
	
   25	
  
A estimulação dos nervos parassimpáticos causa sobre o coração: (1) 
diminuição da frequência dos batimentos cardíacos; (2) diminuição da força de 
contração do músculo atrial; (3) diminuição na velocidade de condução dos 
impulsos através do nódulo AV (atrioventricular) , aumentando o período de 
retardo entre a contração atrial e a ventricular; e (4) diminuição do fluxo 
sanguíneo através dos vasos coronários que mantêm a nutrição do próprio 
músculo cardíaco. 
A estimulação dos nervos simpáticos apresenta efeitos exatamente opostos 
sobre o coração: (1) aumento da frequência cardíaca, (2) aumento da força de 
contração, e (3) aumento do fluxo sanguíneo através dos vasos coronários 
visando a suprir o aumento da nutrição do músculo cardíaco. Os neurônios 
pós-ganglionares do sistema nervoso simpático secretam principalmente 
noradrenalina, razão pela qual são denominados neurônios adrenérgicos. A 
estimulação simpática do cérebro também promove a secreção de adrenalina 
pelas glândulas adrenais ou supra-renais. A adrenalina é responsável pela 
taquicardia (batimento cardíaco acelerado), aumento da pressão arterial e da 
frequência respiratória, aumento da secreção do suor, da glicose sanguínea e 
da atividade mental, além da constrição dos vasos sanguíneos da pele. 
A inervação intrínseca ou sistema de condução do coração, não é constituída 
só por fibras nervosas, mas sim por um tecido diferenciado conhecido por 
tecido nodal. 
 
SISTEMA DE CONDUÇÃO DO CORAÇÃO 
 
O sistema de condução do coração ou inervação intrínseca é um complexo 
estimulante do coração. 
O complexo estimulante do coração tem por finalidade coordenar o ciclo 
cardíaco, ele é composto por nodos e redes de fibras miocárdicas 
especializadas. 
Esse tecido nodal está distribuído por quatro formações: 
	
   26	
  
1. Nó sinoatrial: situado nas proximidades do óstio da veia cava superior; 
2. Nó atrioventricular: situado inferiormente ao óstio da veia cava inferior. 
3. Fascículo atrioventricular: origina-se do nó atrioventricular e se dirige 
para o septo interventricular, do qual se bifurca em dois ramos, um 
direito que desce pelo lado direito do septo interventricular, e outro 
esquerdo que perfura o septo, para descer pela sua face esquerda. 
4. Plexo subendocárdio: os ramos direito e esquerdo do fascículo 
atrioventricular, fornecem inúmeros ramos colaterais e terminais, que 
constituem uma verdadeira rede situada logo abaixo do endocárdio, que 
é o plexo subendocárdio. 
 
VIA DE CONDUÇÃO NERVOSA NO MÚSCULO CARDÍACO 
O sistema condutor do coração é constituído por células especializadas que 
geram e transmitem impulsos que determinam a contração cardíaca. Este 
sistema condutor coordena os batimentos, produzindo uma ação de 
bombeamento do sangue bastante eficiente. 
Embora as características do sincício cardíaco permitam que o potencial de 
ação seja transmitido célula a célula, este processo ainda é relativamente lento 
e a presença do sistema condutor contribui para uma rápida transmissão do 
potencial de ação, coordenando seus batimentos e tornando-os muito mais 
eficientes. 
O sistema condutor cardíaco é constituído pelo nó sinoatrial que é uma 
pequena massa de células cardíacas especializadas que se despolarizam 
espontaneamente e geram um potencial de ação a cada 0,8 segundos 
(aproximadamente 70 a 80 bpm). 
A velocidade de descarga do no sinoatrial determina o ritmo para todo o 
coração, por isso denominado marca passo cardíaco. A contração iniciada no 
nó sinoatrial chega às regiões superiores dos átrios e seguem em direção as 
	
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válvulas atrioventriculares,contribuindo para a movimentação do sangue dos 
átrios em direção aos ventrículos. 
O impulso transmitido do nó sinoatrial pelos átrios não consegue passar 
diretamente para o miocárdio. Para que os impulsos cheguem aos ventrículos, 
ele passa do nó sinoatrial através de finos feixes até o nó atrioventricular, que 
também é um sistema condutor especializado, localizado no interior do septo 
interatrial. 
A partir do nó atrioventricular o potencial de ação caminha através de um feixe 
de células especializadas, denominado feixe atrioventricular ou (feixe de Hiss). 
Este fascículo penetra no septo interventricular e se divide em ramos direito e 
esquerdo, os quais descem pelo interior do septo em direção ao ápice. Os 
ramos direito e esquerdo continuam-se com células condutoras terminais, os 
ramos subendocárdicos (fibras de Purkinje) e terminam na musculatura 
cardíaca dos ventrículos. No ápice do coração, essas fibras passam para a 
parede externa dos ventrículos e dirigem-se para a base do coração. 
PRESSÃO ARTERIAL 
A pressão arterial pode ser definida como a força que o sangue, impulsionado 
pelo coração, exerce contra as paredes das artérias por onde circula, uma 
pressão indispensável para que este possa circular até aos capilares e 
alcançar todos os tecidos periféricos. O aparelho cardiovascular é um sistema 
fechado, através do qual o sangue circula de maneira praticamente constante 
graças à ação impulsionadora do coração. De qualquer forma, o coração atua a 
um ritmo básico de 60 a 80 impulsos por minuto. Em cada batimento, o 
ventrículo esquerdo envia para a artéria aorta uma determinada quantidade de 
sangue que, através de múltiplas ramificações arteriais, chega até todos os 
tecidos do organismo. 
A artéria aorta, como todas as artérias de grande calibre, tem paredes muito 
elásticas, o que permite a sua dilatação quando recebe um volume de sangue 
proveniente do coração, para logo recuperar progressivamente o seu calibre 
anterior, impulsionando dessa forma o sangue para frente. Assim, e à medida 
que avança pelas artérias, o sangue segue num ritmo contínuo. Nesta fase, as 
	
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artérias provenientes da aorta vão-se ramificando em vasos cada vez de menor 
calibre, o que aumenta lentamente o leito vascular. Por outro lado, o facto de 
os vasos sanguíneos irem diminuindo progressivamente de diâmetro faz com 
que a resistência à passagem do sangue aumente. De facto, a pressão arterial 
é a força que o sangue bombeado pelo coração exerce contra as paredes 
arteriais, força essa necessária para que o sangue avance pelos vasos cada 
vez mais estenosados que colocam certa resistência à sua passagem. Além 
disso, qualquer alteração do diâmetro das pequenas arteríolas periféricas quer 
seja uma contração (vasoconstrição) ou uma dilatação (vasodilatação) provoca 
alterações na pressão arterial, visto que o coração responde bombeando o 
sangue, respectivamente, com maior ou menor força nas suas contrações. 
Pode-se considerar, por isso, que a pressão arterial depende de dois fatores 
básicos: O débito cardíaco, ou seja, a quantidade de sangue bombeado pelo 
ventrículo esquerdo, por minuto, para as artérias, dependendo esta do volume 
de sangue circulante, da frequência cardíaca e do grau de contração do 
miocárdio (força contrátil). A resistência vascular periférica, ou seja, a oposição 
dos vasos sanguíneos, que podem estar mais ou menos contraídos ou 
dilatados, à circulação do sangue. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	
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Referências: 
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WOLF-HEIDEGGER, G. Atlas de Anatomia Humana. 2°ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2004.

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