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Universidade Federal do Rio de Janeiro Tecnologia de Bioprocessos Experimental Isolamento e identificação de microrganismos presentes no leite fermentado Alunos: João Belorio Leonardo Pardo Lukas Louback Introdução Lactobacillus Casei são micro-organismos anaeróbicos presentes no intestino e na boca dos seres humanos, possuindo -tolerantes espécie adaptável - desenvolvimento do sabor em determinadas variedades de queijo. Uma das mais conhecidas cepas pertence a esse grupo, Lactobacillus casei shirota gastrointestinais. Materiais e métodos Produção de catalase Materiais: Placas de vidro; Alça de platina; Solução de NaCl; Placa de Petri contendo meio de cultivo (MRS) e micro-organismo; Peróxido de hidrogênio. Métodos: Em uma placa de vidro, colocar uma pequena quantidade de solução de NaCl, apenas para receber o micro-organismo, utilizando uma alça de platina esterilizada. Realizar, novamente, a esterilização da alça e retirar uma amostra da bactéria da placa de Petri onde foi realizado seu crescimento anteriormente. Espalhar, cuidadosamente, a bactéria sob a placa de vidro e esperar alguns segundos. Pingar uma gota de H2O2 sobre a placa de vidro contendo a cultura a ser analisada. Verificar surgimento de bolhas. Tabela 1: Reagentes para o teste da catalase. Composto Quantidade Água oxigenada a 30% 10 mL g Água destilada 90 mL Cultivar o microrganismo em MRS e depois adicionar os reagentes. Tabela 2: Composição do meio MRS. Composto Quantidade (1L) Dextrose Extrato de levedura Peptona bacteriológica Extrato de carne Acetato de sódio Fosfato de sódio Extrato de amônia 20 g 5 g 10 g 10 g 5 g 3,775 g 2 g Tween 80 1 g Sulfato de magnésio 0,2 g Sulfato de manganês 0,05 g Testes de fermentação da fonte de carbono (meio isento de fonte de C em tubos com tampa de rosca) Materiais: Tubos de ensaio com tampa de rosca preta; Tubos de Durham; Erlenmeyer 250 mL; Autoclave; Reagentes (seguem no quadro abaixo). Preparar 100 mL do meio isento da fonte de C e colocar 4 mL em cada tubo (tubo com tampa de rosca preta). Depois colocar o tubo de Durham invertido. Fechar o tubo (sem agitar) e esterilizar. Verificar, após certo tempo, se há surgimento de bolha dentro do tubo de Durham. Quadro 1: Composição do meio utilizado no teste de fermentação. Composição Em 1 L Em 0,1 L Extrato de levedura 5 g 0,5 g Peptona bacteriológica 3 g 0,3 g Fosfato de potássio monobásico 2 g 0,2 g Água destilada 1 L 100 mL Depois de dissolver todos os componentes, adicionar o indicador púrpura de bromocresol (0,1 mL para 100 mL de meio). Testes de assimilação da fonte de carbono (meio isento de fonte de carbono em placas de Petri) Materiais: Placas de Petri; Erlenmeyer 500 mL; Rolha de algodão; Tiras de jornal; Barbante; Autoclave; Reagentes (seguem no quadro abaixo). 1. Preparar 500 mL de meio isento de fonte de C. Quadro 2: Composição do meio utilizado no teste de assimilação. Composição Em 1 L Em 0,5 L Sulfato de amônio 5 g 2,5 g Fosfato de potássio monobásico 1 g 0,5 g Sulfato de magnésio 0,5 g 0, 25 g Cloreto de cálcio 0,1 g 0,05 g Cloreto de sódio 0,1 g 0,05 g Ágar* 20 g 10 g Água destilada 1 L 500 mL Dissolver todos os componentes em 500 mL de água destilada, com exceção do ágar*. Pesar, em dois bécheres separados, 5g de ágar em cada. Colocar 250 mL de meio dissolvido em erlenmeyer de 500 mL e adicionar os 5 g de ágar. Agitar cuidadosamente. Colocar a rolha de algodão e o jornal por cima, amarrando-o com barbante de forma bem firme. Fazer o mesmo para os outros 250 mL de meio. Autoclavar a 0,5 atm por 20 minutos. Em uma placa de Petri, adicionar o meio isento de fonte de carbono. Após a sua solidificação, adicionar fonte de carbono (uma para cada placa de Petri) e espalhar com cuidado. Então, adicionar suspensão, em solução salina, do micro-organismo a ser avaliado sobre a placa de Petri preparada. 2. Preparar cada fonte de carbono separadamente. Em erlenmeyer de 250 mL, colocar 50 mL da fonte de carbono (3 g da fonte de C em 50 mL de água destilada) Glicose Xilose Lactose Para cada micro-organismo, fazer uma suspensão em MRS (sem ágar). 3. Não foi preparado meio isento da fonte de N. Testes de esporulação Materiais: Placas de vidro; Alça de platina; Solução de NaCl; Placa de Petri contendo meio de cultivo (MRS) e micro-organismo; Solução de verde de malaquita; Microscópio. Em uma placa de vidro, colocar uma pequena quantidade de solução de NaCl, apenas para receber o micro-organismo, utilizando uma alça de platina esterilizada. Realizar, novamente, a esterilização da alça e retirar uma amostra da bactéria da placa de Petri onde foi realizado seu crescimento anteriormente. Espalhar, cuidadosamente, a bactéria sob a placa de vidro e esperar alguns segundos. Após isso, espalhar sobre a placa de vidro solução de verde q ’ 15 uida, lavar com água destilada, esperar secar e aplicar algumas gotas de safranina. Após 15 segundos, lavar com água destilada, esperar secar e observar no microscópio se há coloração verde indicando a presença de esporos. Resultados e Discussão Após a retirada das amostras plaqueadas, nos diferentes meios, da estufa foi possível observar suas características macroscópicas. Foram selecionadas placas que apresentavam colônias com características distintas para o esgotamento, sendo estas: Tabela 3: Colônias a serem esgotadas. Quantidade Meio Diluição Colônia 2 MRS 10-5 "E" e "P" 2 MRS Modificado 10-5 "L" e "B" 3 Sabouraud 10-4 "D", "N" e "S" O aspecto macroscópico das colônias esgotadas pode ser visto nas fotos abaixo: Figura 1: Colônia E. Figura 2: Colônia P. Figura 3: Colônia B. Figura 4: Colônia L Figura 5: Colônia D. Figura 6: Colônia N Figura 7: Colônia S. O aspecto macroscópico esperado para as colônias seria semelhante ao do Lactobacillus casei, que pode ser visto na figura abaixo: Figura 8: Aspecto macroscópico do Lactobacillus casei. Prosseguiu-se com o teste de coloração de Gram para ô “P” “ ” “B” “D” agora nomeadas como Pezão, Lula, Bolsonaro e Dilma, respectivamente. O aspecto microscópico das colônias pode ser observado nas fotos abaixo: Figura 9: Aspecto microscópico do Pezão.Figura 10: Aspecto microscópico do Lula. Figura 11: Aspecto microscópico do Bolsonaro. Figura 12: Aspecto microscópico da Dilma. Apesar de todos os microrganismos serem Gram positivos (o que era esperado, dado que o Lactobacillus casei é Gram positivo), pode-se notar uma grande distinção em seu aspecto microscópico. Lula e Pezão apresentam aspecto de bacilo, já Dilma se assemelha mais a um coco, enquanto Bolsonaro é mais próximo de um fungo filamentoso. AHMED, L.I. et al avaliou a higiene de produtos à base de leite fermentado e encontrou que a Sporosarcina ureae era um dos principais contaminantes desse tipo de produto, tendo este um aspecto macroscópico muito semelhante ao de Dilma, que pode ser observado na figura abaixo: Figura 13: Aspecto macroscópico da Sporosarcina ureae. REIS, J.A. et al avaliou a microbiota contaminante em bebidas lácteas fermentadas e observou que das 30 amostras comerciais analisadas, todas continham alguma quantidade de fungos filamentosos, além da inexistência de um padrão microbiológico para fungos filamentosos e leveduriformes neste tipo de bebida. O que embasa a ideia de que Bolsonaro pode ser um fungo filamentoso. Prosseguiu-se com uma sequência de testes bioquímicos a fim de confirmar e os microrganismos Lula e Pezão são, de fato, Lactobacillus casei. O primeiro destes foi o teste da produção de catalase, que pode ser facilmente demonstrada pela adição de peróxido de hidrogênio à cultura fixada em uma placa. Caso ocorra o desprendimento de bolhas (O2) pode-se afirmar que houve decomposição do peróxido devido a produção de catalase (e o inverso, caso não haja desprendimento de bolhas). Ambos os microrganismos testaram negativo para a produção de catalase, como pode ser observado na figura abaixo: Figura 14: Teste da produção de catalase. Lula a direita, Pezão a esquerda. Em seguida realizou-se o teste de coloração de esporos utilizando verde de malaquita e safranina. Caso ocorra a formação de esporos, estes estariam corados de verde quando vistos ao microscópio. O resultado pode ser observado nas figuras abaixo: Figura 15: Aspecto microscópico do Lula após o teste de coloração de esporos. Figura 16: Aspecto microscópico do Pezão após o teste de coloração de esporos. Foi então realizado o teste de assimilação de fontes de carbono. Nesse teste não foi possível observar o crescimento do micro-organismo. Esse problema pode ter ocorrido durante o preparo do meio, visto que o micro-organismo é exigente nutricionalmente. Desta forma, um erro durante o preparo do meio pode ser suficiente para que o micro-organismo não cresça. Foi também realizado o teste de fermentação. No teste de fermentação, houve a formação de ácido, visto que houve mudança de coloração no tubo, o que era esperado, visto que na fermentação deve-se formar ácido lático. Porém, foi observada também a presença de uma bolha no tubo, algo que não deveria acontecer, já que na fermentação lática não há formação de CO2. Isto pode ter ocorrido durante o preparo do tubo, a imersão do tubo coletor de gás pode não ter sido feita corretamente fazendo com que uma bolha de ar tenha ficado presa ali. Figura 17: Teste de fermentação Conclusão Após a realização dos testes, pode-se dizer que o micro-organismo em questão é o Lactobacillus Casei. Apesar de alguns testes terem apresentado resultados diferentes do esperado, pode-se facilmente detectar os erros cometidos nos procedimentos experimentais. Assim como foi possível observar a presença de Lactobacillus Casei em outras situações como a observação macroscópica(onde Pezão e Lula demostraram maior semelhança com o Lactobacillus Casei), assim como na observação microscópica. Referências Hygienic Quality of Some Fermented Milk Products. Ahmed, L.I.; Morgan, S.D.; Hafez, R.S. and Abdel-All, A.A.A. Microbiota contaminante em bebidas lácteas fermentadas comerciais. REIS, J.A.; PENNA, A.L.B.; HOFFMANN, F.L. Apostila de Microbiologia Aplicada Experimental. FRANÇA, F. P.; AMARAL, P. F. F. http://www.pharmakondf.com.br/Pharmakon/arquivos/INSUMOS_FARMACEUTICOS/L/Lac._C asei.pdf http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/BUOS- 9QTHDZ/dissertacao_mestrado_ligia_isoni_auad.pdf?sequence=1 https://is.muni.cz/do/rect/el/estud/prif/ps06/mikroorg/web/images/bakterie/mikro/
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