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Narrativa ReflexivaCiclo3

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Narrativa Reflexiva
Dentro do cenário da saúde da mulher temos duas oportunidades de frequentar o centro obstétrico por três dias, com a finalidade de realizar algum procedimento se for possível e entender como funciona a rotina dentro do CO. Dentro dessas duas passagens, tive duas experiências que me chamaram bastante atenção. 
Em minha primeira vez, que ocorreu nos dias 27/02-28/02-01/03, o que mais me chamou a atenção foi o processo de trabalho de parto de uma garota menor de idade, estava evoluindo para um parto vaginal, pois não havia nenhuma indicação de realizar um parto cesáreo, estava ocorrendo a dilatação e as contrações estavam com espaçamentos cada vez menores. Porem ela se encontrava muito assustada, com medo e tensa, devido esta ser sua primeira gestação. Devido a este fato, ela não tinha muito conhecimento sobre todo o processo que estava acontecendo. Em um segundo momento que a encontrei ela já estava na sala de parto no momento de realizar anestesia, que não foi nada fácil de ser realizada devido a estar assustada ela acabava se mexendo no momento de introduzir a agulha, apesar de a auxiliar de enfermagem estar a todo momento com ela segurando sua mão e conversando com ela, ainda foi preciso algumas tentativas para conseguir efetivamente a anestesia. Pude perceber nesse momento que não é só com a ajuda da auxiliar que vai ajudar a acalmar a paciente, pois a cada tentativa de introduzir a agulha o anestesista ficava mais irritado, fazia expressões por de trás da paciente e soltava frases como “minha filha se você continuar assim não vai da”, “minha filha vamos que preciso fazer meu trabalho”, demonstrando que é necessário a ajuda da equipe toda para realizar um bom atendimento, a equipe toda teria que neste caso entender que era uma primeira gestação, ela era menor de idade, estava com muito medo, que não entendia direito o que estava acontecendo com ela naquele momento.
Ao acabar a cesárea perguntei porque havia mudado para a cesárea se estava evoluindo para um PVE. A resposta foi de que seria um parto difícil por ela ser menor de idade e ser a primeira gestação, que ela não iria entender que precisava fazer força no momento do parto e acabaram optando por realizar a cesárea por ser mais fácil e cômodo. Nesse momento foi possível entender porque dizem que o Brasil tem uma cultura da cesárea. Talvez se fosse tirado um tempo para conversar com a paciente, explicar o que iria acontecer passo a passo, explicar a diferença da recuperação entre o PV e a cesárea, ela poderia ter tido um PV e um atendimento mais humanizado, que ao meu ver é algo que ainda falta no processo do parto cesáreo.
Já na minha segunda semana de CO que foram nos dias 20/03-21/03-22/03, tive contato com algo novo, a realização de um parto cesáreo com a paciente portadora de HIV. Pude observar duas diferenças, a primeira foi da paramentação dos médicos, onde estes usavam por debaixo da roupa estéril, uma roupa de plástico e ainda envolveram os pés com “sacolas” de plástico. Segundo a professora que estava conosco no CO, ainda era necessário utilizar um capacete com uma proteção de plástico que vai desde a cabeça até o final do pescoço. 
Porem mesmo nos sendo falado que esse EPI fazia parte de um protocolo, este item acabava sendo ignorado e trocado por óculos e a máscara, que se acontecesse uma perda grande de sangue e está esguichasse na máscara acabaria entrando em contato com a mucosa.
Além disso na hora de retirar o bebe, eles estavam tentando retira-lo sem romper as membranas, quando vi pela primeira vez achei que estes estavam fazendo isso apenas porque queriam, apenas para ver se conseguiam fazer isso, porem se rompeu no meio do processo. Após o parto pudemos questionar sobre o porquê dessa tentativa de não romper a membrana e nos fizeram refletir até que nos foi dito que era feito esta tentativa para minimizar o risco de contaminação.
Através dessas duas semanas pude perceber como apesar de possuir estudos, técnicas cada vez mais avançadas tanto para realização de cesáreas ou de qualquer outro procedimento, ainda falta um pouco da questão da humanização, de que você está com um ser humano na maca e não encarar a pessoa como mais um trabalho que você tem que fazer e quer acabar rápido com aquilo. E além disso a importância saber como se portar frente a casos que não são tão corriqueiros como realizar parto de uma paciente com HIV, onde foram poucas as diferenças que pude observar mas que são de grande importância tanto para quem realiza o parto como para o próprio bebe e com certeza devem haver mais recomendações para esta ocasião.

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