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Direitos e Garantias Fundamentais na Constituição

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CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU 
PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 
1 
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Aula 2 - Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais: 
 
Olá pessoal, tudo tranqüilo? Prontos para mais um passo rumo 
ao MPU?? Hoje trataremos de um dos temas mais cobrados em 
concursos públicos, os Direitos e Garantias Fundamentais, o 
curso está atualizadíssimo, inclusive com questões de 2013... 
 
Mas qual a diferença entre direitos e garantias? 
Diz-se que direito é uma faculdade de agir, exercer, fazer ou deixar 
de fazer algo, uma liberdade positiva. As garantias não se referem às 
ações, mas sim às proteções que as pessoas possuem frente ao 
Estado ou mesmo frente às demais pessoas. Diz-se que as garantias 
são proteções para que se possa exercer um direito1. 
José Afonso da Silva faz o delineamento da diferença com uma frase 
exaustivamente usada pelas bancas de concurso: "Em suma (...) os 
direitos são bens e vantagens conferidos pela norma, enquanto as 
garantias são os meios destinados a fazer valer esses direitos, são 
instrumentos pelos quais se asseguram o exercício e o gozo daqueles 
bens e vantagens"2. 
 
1. (CESPE/Analista Processual - MPU/2010) Considerando 
que os direitos sejam bens e vantagens prescritos no texto 
constitucional e as garantias sejam os instrumentos que asseguram o 
exercício de tais direitos, a garantia do contraditório e da ampla 
defesa ocorre nos processos judiciais de natureza criminal de forma 
exclusiva. 
Comentários: 
A consideração inicial da questão está correta: direitos são bens e 
vantagens prescritos no texto constitucional e as garantias são os 
instrumentos que asseguram o exercício de tais direitos, é isso que 
importa neste momento. A questão erra ao dizer que a garantia do 
contraditório e da ampla defesa ocorre nos processos judiciais de 
natureza criminal de forma exclusiva. Veremos que o contraditório e 
a ampla defesa (CF, art. 5º, LV) são garantias asseguradas em 
qualquer processo judicial ou administrativo. 
Gabarito: Errado. 
 
 
1
 CRUZ, Vítor. Vou Ter que Estudar Direito Constitucional! E Agora? São Paulo: Método. 2011. Pg. 30. 
2
 Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros. pg. 412. 
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2 
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2. (CESPE/Contador-AGU/2010) Embora se saliente, nas 
garantias fundamentais, o caráter instrumental de proteção a 
direitos, tais garantias também são direitos, pois se revelam na 
faculdade dos cidadãos de exigir dos poderes públicos a proteção de 
outros direitos, ou no reconhecimento dos meios processuais 
adequados a essa finalidade. 
Comentários: 
É isso aí... Essa é uma questão doutrinária. Nos mostra o papel das 
garantias constitucionais: “exigir dos poderes públicos a proteção de 
outros direitos (... e) reconhecimento dos meios processuais 
adequados a essa finalidade”. 
Gabarito: Correto. 
 
Qual o campo de abrangência da expressão "Direitos e 
Garantias Fundamentais? 
 
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu cinco espécies de direitos 
e garantias fundamentais: 
• 1ª - direitos e deveres individuais e coletivos (CF, art. 5º); 
• 2ª - direitos sociais (CF, art. 6º ao 11); 
• 3ª - direitos de nacionalidade (CF, art. 12 e 13); 
• 4ª - direitos políticos (CF, art. 14 a 16); e 
• 5ª - direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos 
políticos (CF, art. 17). 
 
Importante ainda é salientar que esses direitos e garantias não se 
constituem em uma relação fechada, exaustiva, mas em um rol 
exemplificativo, aberto para novas conquistas e reconhecimentos 
futuros. 
Art. 5º, § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta 
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e 
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja 
parte. 
Por este motivo a doutrina faz a seguinte classificação: 
Direitos Formalmente Fundamentais ��� São todos Direitos 
Fundamentais que se encontram arrolados do art. 5º ao art. 17 da 
Constituição. A Constituição expressamente estabeleceu tais 
direitos sob o título de “Direitos Fundamentais”. 
Direitos Materialmente Fundamentais ��� São os Direitos que, 
independentemente de onde estão elencados, possuem conteúdo 
de direito fundamental, protegendo os particulares contra o arbítrio 
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do Estado. Exemplo: as limitações ao poder de tributar do art. 150 
da Constituição. 
 
3. (CESPE/TJAA-STM/2011) Os direitos e as garantias expressos 
na Constituição Federal de 1988 (CF) excluem outros de caráter 
constitucional decorrentes do regime e dos princípios por ela 
adotados, uma vez que a enumeração constante no artigo 5.º da CF é 
taxativa. 
Comentários: 
Não, trata-se de um rol aberto, não taxativo, já que segundo o art. 
5º §2º, eles não excluem outros direitos e garantias decorrentes dos 
regimes e princípios adotados pela constituição ou decorrentes de 
tratados internacionais em que o Brasil seja parte. 
Gabarito: Errado. 
 
4. (CESPE/MMA/2009) Os direitos e garantias fundamentais 
encontram-se destacados exclusivamente no art. 5º do texto 
constitucional. 
Comentários: 
Primeiramente, o art. 5º da CF diz respeito apenas aos direitos e 
deveres individuais e coletivos, os direitos fundamentais estão 
expressamente elencados do art. 5º ao 17. Além disso, o rol de 
direitos fundamentais expressos não é um rol taxativo, pois por força 
do art. 5º §2º, não excluem os direitos e garantias decorrentes dos 
regimes e princípios adotados pela constituição ou decorrentes de 
tratados internacionais em que o Brasil seja parte. 
Existem, inclusive, diversos outros direitos e garantias individuais que 
estão espalhados ao longo do texto constitucional, como, por 
exemplo, as limitações ao poder de tributar do art. 150. 
Gabarito: Errado. 
 
5. (CESPE/Auditor Interno - AUGE-MG/2009) Nosso sistema 
constitucional estabelece um rol exaustivo de direitos e garantias 
fundamentais, razão pela qual eles não podem ser ampliados além 
daqueles constantes do art. 5.º da CF. 
Comentários: 
O rol é exemplificativo. Pode ser ampliado. 
Gabarito: Errado. 
 
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4 
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A doutrina costuma salientar que: embora "direitos humanos" 
e "direitos fundamentais" sejam termos comumente utilizados 
como sinônimos, a distinção ocorre pelo fato de que o termo 
"direitos humanos" é de aspecto universal, supranacional, enquanto 
"direitos fundamentais" são aqueles direitos do ser humano que 
foram efetivamente reconhecidos e positivados na Constituição de um 
determinado Estado. 
A doutrina também costuma elencar como características destes 
direitos: 
• historicidade e mutabilidade - São históricos porque que 
foram conquistados ao longo dos tempos. Esse caráter histórico 
também remete a uma idéia cíclica de nascimento, modificação 
e desaparecimento, o que nos impede de considerar tais 
direitos como imutáveis. 
• inalienabilidade - pois são intransferíveis e inegociáveis; 
• imprescritibilidade - podem ser invocados 
independentemente de lapso temporal, eles não prescrevem 
com o tempo; 
• irrenunciabilidade - podem até não estar sendo exercidos, 
mas não poderão ser renunciados; 
• universalidade - são aplicáveis a todos, sem distinção. 
• relatividade ou limitabilidade - Os direitos fundamentais não 
são absolutos, são relativos, pois existem limites ao seu 
exercício. Este limite pode ser de ordem constitucional 
(decretaçãode Estado de Sítio ou de Defesa) ou encontrar-se 
no dever de respeitar o direito da outra pessoa. 
• indivisibilidade, concorrência e complementaridade - Os 
direitos fundamentais formam um conjunto que deve ser 
garantido como um todo, e não de forma parcial. Um direito 
não excluiu o outro, eles são complementares, se somam, 
concorrendo para dotar o indivíduo da ampla proteção; 
• Interdependência - Pode ser empregada em dois sentidos: 
1º - Em um primeiro momento levaria à noção de 
indivisibilidade, já que a garantia de um direito fundamental 
dependeria da garantia conjunta de outro direito fundamental 
(exemplo: não se pode querer garantir os direitos sociais, sem 
garantir os direitos econômicos); 
2º - Em uma segunda acepção também é lembrada como a 
relação que deve existir entre as normas (sejam elas 
constitucionais ou infraconstitucionais) e os direitos 
fundamentais, de forma que as primeiras (normas 
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constitucionais e infraconstitucionais) devem traçar os 
caminhos para que efetivamente se concretizem tais direitos. 
 
6. (CESPE/OAB-Nacional/2007) Os direitos fundamentais são 
relativos e históricos, pois podem ser limitados por outros direitos 
fundamentais e surgem e desaparecem ao longo da história humana. 
Comentários: 
Exatamente. Entre as diversas características dos direitos 
fundamentais, temos a historicidade e a relatividade. 
Gabarito: Correto. 
 
7. (IADES/Analista Jurídico - CFA/2010) Sobre o tema 
Direitos e Garantias fundamentais, assinale a alternativa correta. 
(A) Os direitos fundamentais podem ser reclamados em um 
determinado tempo, pois há um lapso temporal que limita sua 
exigibilidade. 
(B) A interdependência diz respeito à relação entre normas 
constitucionais e infraconstitucionais com os direitos fundamentais, 
devendo as segundas zelar pelo alcance dos objetivos previstos nas 
primeiras. 
(C) A característica da complementaridade, refere-se à interpretação 
conjunta dos direitos fundamentais objetivando sua realização de 
forma parcial. 
(D) A inalienabilidade dos direitos fundamentais caracteriza-se pela 
impossibilidade de negociação dos mesmos, tendo em vista não 
possuírem conteúdo patrimonial. 
Comentários: 
Letra A - Errado. Os direitos fundamentais são imprescritíveis, logo 
independem de lapso temporal para serem exigidos. 
Letra B - Errado. Segundo a interdependência dos direitos 
fundamentais, não são as normas infraconstitucionais que devem 
zelar pelas normas constitucionais, mas sim, ambas as espécies 
normativas (constitucionais e infraconstitucionais), devem zelar pelo 
efetivo cumprimento dos direitos fundamentais. 
Letra C - Errado. Olha o que a questão fala: "objetivando sua 
realização de forma parcial". Tá errado! A realização tem que ser 
conjunta. 
Letra D - Correto. Os direitos fundamentais são inegociáveis, 
inalienáveis, não são bens! 
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Gabarito: Letra D. 
 
8. (TRT 14/Juiz Substituto - TRT 14/2008 - Adaptada) A 
universalidade e a concorrência são características dos direitos 
fundamentais. 
Comentários: 
Exato. Eles são universais já que se aplicam a todos sem distinção e 
concorrentes na medida que se somam, concorrendo para a proteção 
da pessoa. 
Gabarito: Correto. 
 
É importante salientar que estes direitos não se 
restringem a particulares, podendo, alguns, ser ga-
rantidos também a pessoas jurídicas, até mesmo de 
direito público, como, por exemplo, o direito de propriedade. 
 
É importante que citemos ainda que a pessoa jurídica 
faz jus inclusive ao direito à honra, ou seja, à sua 
reputação, bom nome... Na jurisprudência do STJ - 
Súmula nº 227: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”. 
 
9. (CESPE/MPS/2010) De acordo com a sistemática de direitos 
e garantias fundamentais presente na CF, as pessoas jurídicas de 
direito público podem ser titulares de direitos fundamentais. 
Comentários: 
Os direitos fundamentais não são aplicáveis somente aos particulares, 
alguns deles podem ser garantidos também a pessoas jurídicas, até 
mesmo de direito público, como o direito de propriedade. 
Gabarito: Correto. 
 
10. (CESPE/Analista Administrativo - MPU/2010) Sendo os 
direitos fundamentais válidos tanto para as pessoas físicas quanto 
para as jurídicas, não há, na Constituição Federal de 1988 (CF), 
exemplo de garantia desses direitos que se destine exclusivamente às 
pessoas físicas. 
Comentários: 
Em uma primeira visão, os destinatários dos direitos fundamentais 
são as pessoas físicas. Porém, percebe-se que alguns princípios são 
também extensíveis as jurídicas. Nem todo direito fundamental, 
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porém, pode ser exercido por pessoas jurídicas, como por exemplo o 
direito de "ir e vir" ou de "que os presos permaneçam com os filhos 
durante a amamentação". Assim, alguns direitos fundamentais são, 
logicamente, inviáveis de serem exercidos por pessoas jurídicas. 
Gabarito: Errado. 
 
11. (CESPE/Analista TJRJ/2008) O direito fundamental à honra 
se estende às pessoas jurídicas. 
Comentários: 
Exato. Honra se refere ao bom nome, reputação e etc.. Vá você 
difamar o nome de uma grande empresa como a Coca-cola, Pepsi e 
etc. para ver o que acontece... 
Gabarito: Correto. 
 
Historicamente, estes direitos se constituem em uma 
conquista de uma proteção do cidadão em face do poder 
autoritário do Estado (daí serem classificado como elementos 
limitativos da Constituição). Porém, atualmente, já se vislumbra o 
uso de tais direitos nas relações entre os próprios particulares, no 
que chamamos de eficácia horizontal dos direitos fundamentais. 
Desta forma, temos: 
 
Eficácia vertical 
Proteção do particular em face do Estado. 
 
Eficácia horizontal Proteção do particular em face de outro 
particular. 
 
12. (CESPE/Analista - TRT 9ª/2007) Os direitos e garantias 
fundamentais não se aplicam às relações privadas, mas apenas às 
relações entre os brasileiros ou os estrangeiros residentes no país e o 
próprio Estado. 
Comentários: 
Está incorreto, pois atualmente se reconhece a eficácia horizontal dos 
direitos fundamentais. 
Gabarito: Errado. 
 
13. (CESPE/AJEM-TJDFT/2008) A retirada de um dos sócios de 
determinada empresa, quando motivada pela vontade dos demais, 
deve ser precedida de ampla defesa, pois os direitos fundamentais 
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não são aplicáveis apenas no âmbito das relações entre o indivíduo e 
o Estado, mas também nas relações privadas. Essa qualidade é 
denominada eficácia horizontal dos direitos fundamentais. 
Comentários: 
Isso aí. Ainda que no âmbito dos poderes privados, os direitos 
fundamentais devem ser respeitados. 
Gabarito: Correto. 
É comum que a doutrina classifique os direitos fundamentais 
em dimensões, principalmente em 1ª, 2ª e 3ª dimensões 
(antes o termo usado era gerações, mas atualmente o uso 
deste termo é repudiado pelo fato de induzir ao pensamento de que 
uma geração acabaria por substituir a outra - o que é incorreto - e, 
ainda, que os direitos foram conquistados exatamente na ordem 
exposta, o que não é exatamente verdade em muitos países). 
É importante que revisemos aqui um pouco da "evolução do Estado" 
para entendermos melhor a questão dos direitos fundamentais: 
"Junto com o constitucionalismo temos a evolução do conceito de 
Estado. Com a Revolução Francesa e pela Independência dos Estados 
Unidos temoso início do Estado Liberal, já que se asseguraram as 
liberdades individuais, que vieram a ser chamadas de "direitos de 
primeira geração". Segundo os conceitos do liberalismo, o homem é 
naturalmente livre, então, buscou-se limitar o poder de atuação dos 
Estados para dotar de maior força a autonomia privada e deixar o 
Estado apenas como força de harmonização e consecução dos 
direitos. 
Na Constituição mexicana de 1917 e na de Weimar (Alemanha) em 
1919, que nascem logo após a 1ª Guerra Mundial, temos um estilo de 
Constituição que prega não mais os direitos individuais em sentido 
estrito, mas uma visão mais ampla, do indivíduo em sociedade. Não 
podemos associá-la, do ponto de vista histórico, ao conceito de 
“constituição liberal” expresso pela Revolução Francesa. Ela vai além 
do “Estado liberal”. A Constituição Mexicana de 1917 passa a trazer 
em seu texto mais do que simples liberdades (direitos de 1ª geração 
- liberdades individuais - direitos políticos e civis). Ela traz os direitos 
econômicos, culturais e sociais (direitos de segunda geração - 
relacionados à igualdade), surgindo então o conceito de “Estado 
Social”. Desta forma, possui como característica a mudança da 
concepçào de constituição sintética para uma constituição analítica, 
mais extensa, capaz de melhor conter os abusos da 
discricionariedade. Aumenta assim a intervenção do Estado na ordem 
econômica e social, dizendo-se que a democracia liberal-econômica 
passa a ser substituída pela democracia social. 
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Esse estado social é superado com o fim da 2ª Guerra Mundial, temos 
então o surgimento do Estado Democrático de Direito marcado pelas 
iniciativas relacionadas à solidariedade e aos direitos coletivos". 
Grosso modo, podemos fazer uma correlação de que forma esses 
direitos foram surgindo e a fase pela qual o mundo passava. 
Vejamos: 
 
 
Fase Marco 
Mundial 
Dimensão 
dos 
direitos 
Direitos Marco no 
Brasil 
Estado 
Liberal 
Revolução 
Francesa e 
Independê
ncia dos 
EUA 
1ª Liberdade: 
Direitos civis e 
políticos 
Incipiente 
na CF/1824 
e 
fortalecido 
na CF/1891 
Estado 
Social 
Pós 1ª 
Guerra 
Mundial - 
Constituiçã
o Mexicana 
(1917) e 
Weimar 
(1919). 
2ª Igualdade: 
Direitos Sociais, 
Econômicos e 
Culturais. 
CF/1934 
Estado 
Democrático 
Pós 2ª 
Guerra 
Mundial. 
3ª Solidariedade 
(fraternidade): 
Direitos coletivos e 
difusos. 
CF/1988 
 
 
Pulo do Gato: 
• As dimensões estão na ordem do lema da Revolução 
Francesa: liberdade, igualdade, e fraternidade. 
• Os direitos Políticos são os de Primeira dimensão. 
• Os direitos Sociais, Econômicos e Culturais (SEC - Lembre-
se de "second") são os de segunda dimensão. 
• Os direitos de “Todos” (difusos e coletivos) – seriam os de 
Terceira dimensão. 
 
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A primeira dimensão dos direitos são as chamadas liberdades 
negativas, clássicas ou formais, pois foram as primeiras conquistas 
de libertação do povo em face do Estado. Eram protetoras. Eram 
formais pois via o homem como um ser genérico, abstrato, todos 
iguais, mas sem enxergar as verdadeiras diferenças materiais 
(econômica, cultural...) entre as pessoas. 
A segunda dimensão reflete a busca da igualdade material, é 
também o que se chama das liberdades positivas, pois pressupõem 
não só uma proteção individual em face do Estado, mas uma efetiva 
ação estatal para que se concretizassem a igualdade econômica, 
social e cultural. 
A terceira dimensão enxerga o homem em sociedade. Desta forma, 
se preocupa com os direitos coletivos (pertencentes a um grupo 
determinado de pessoas) e os direitos difusos (pertencentes a uma 
coletividade indeterminada). São exemplos destes direitos o direito à 
paz, ao meio ambiente equilibrado, ao progresso e desenvolvimento, 
o direito de propriedade ao patrimônio comum da humanidade, o 
direito de comunicação, entre outros. 
Nesta 3ª dimensão podemos incluir ainda o que se chama de "direitos 
republicanos". Estes seriam os direitos do cidadão pensando no 
patrimônio público comum (res publica - coisa pública). Assim, o 
cidadão age ativamente para defender as instituições da sociedade 
reprimindo danos ao meio ambiente, ao patrimônio histórico-cultural, 
praticas de corrupção, nepotismo, e imoralidades administrativas. O 
principal instrumento deste exercício é a ação popular que veremos à 
frente. 
 
Podemos expor aqui, ainda, posicionamentos sobre a quarta e 
quinta dimensões: 
4ª dimensão - O professor Paulo Bonavides também propôs que já 
existiria a 4ª dimensão dos direitos, ou seja, os direitos que se 
vinculam à idéia de democracia, especialmente a democracia direta, 
incluindo o direito à informação e o direito ao pluralismo. Esta 
dimensão foi alcançada através da universalização dos direitos 
promovida pela globalização. Noberto Bobbio também já faz alusão a 
uma possível quarta dimensão dos direitos fundamentais, mas, de 
forma diversa de Bonavides. Para o autor, a quarta dimensão estaria 
materializada nos direitos relativos à biotecnologia e ao patrimônio 
genético dos indivíduos. 
5ª dimensão - O professor Bonavides ainda vislumbra a quinta 
dimensão dos direitos fundamentais, segundo ele, pela necessidade 
de se colocar em maior destaque o direito à paz, principalmente 
devido aos recentes atentados terroristas a partir do 11 de Setembro 
nos Estados Unidos. Outros diversos autores tratam dos direitos de 
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quinta geração como os direitos “virtuais” ou “cibernéticos”, ou seja, 
aqueles relativos ao comércio e contratos eletrônicos, publicidade 
virtual, e os interligados à defesa da honra e da dignidade da pessoa 
humana no meio da internet, entre outros correlatos. 
 
Questões sobre dimensões/gerações dos direitos: 
 
14. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Direitos humanos de 
terceira geração, por seu ineditismo e pelo caráter de lege ferenda 
que ainda comportam, não recebem tratamento constitucional. 
Comentários: 
Por "lege ferenda" entenda-se como algo ainda sem vigor, que será 
aplicado no futuro. Está errada a assertiva já que os direitos de 
"terceira geração" são os direitos coletivos e difusos e estão 
positivados na Constituição Federal. 
Gabarito: Errado. 
 
15. (CESPE/DPE-ES/2009) Os direitos de primeira geração ou 
dimensão (direitos civis e políticos) — que compreendem as 
liberdades clássicas, negativas ou formais — realçam o princípio da 
igualdade; os direitos de segunda geração (direitos econômicos, 
sociais e culturais) — que se identificam com as liberdades positivas, 
reais ou concretas — acentuam o princípio da liberdade; os direitos 
de terceira geração — que materializam poderes de titularidade 
coletiva atribuídos genericamente a todas as formações sociais — 
consagram o princípio da solidariedade. 
Comentários: 
Inverteram-se os princípios referentes à primeira e segunda 
gerações. A primeira dimensão materializa a liberdade, já a igualdade 
é referente à segunda dimensão. 
Gabarito: Errado. 
 
16. (CESPE/Advogado - CEHAP/2009) A evolução cronológica 
do reconhecimento dos direitos fundamentais pelas sociedades 
modernas é comumente apresentada em gerações. Nessa evolução, o 
direito à moradia está inserido nos direitos fundamentais de terceira 
geração, que são os direitos econômicos, sociais e culturais, surgidos 
no início do século XX. 
Comentários: 
Opa!!! 
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www.pontodosconcursos.com.brObrigado Vítor não esqueço mais... Os direitos sociais, econômicos e 
culturais são direitos de segunda geração e não de terceira (esta 
geração é marcada pelos direitos coletivos e difusos). 
Gabarito: Errado. 
 
17. (CESPE/Analista - DPU/2010) Acerca dos direitos sociais, 
assinale a opção correta. 
a) O cerceamento à liberdade de expressão é uma clara afronta aos 
direitos sociais capitulados na CF. 
b) Os direitos sociais são exemplos típicos de direitos de 2.ª geração. 
c) O direito à vida e o direito à livre locomoção são exemplos de 
direitos sociais. 
d) Os direitos sociais são exemplos de liberdades negativas. 
e) Os direitos sociais contemplados na CF, pela sua natureza, só 
podem ser classificados como direitos fundamentais de eficácia plena, 
não dependendo de normatividade ulterior. 
Comentários: 
...Olha o SECond aí denovo... 
Gabarito é a letra B !!! 
Vamos analisar o resto: 
Letra A - Errado. Trata-se de direito individual, não social. 
Letra C - Errado. Mais uma vez, são individuais, não sociais. 
Letra D - Errado. As liberdades negativas são os direitos individuais, 
são uma proteção. Os direitos sociais são "positivos" (necessitam que 
se faça uma ação). 
Letra E - Errado. Os direitos sociais são em regra de eficácia 
LIMITADA, precisam que se façam leis e ações administrativas para 
que possam ser concretizados. 
Gabarito: Letra B. 
 
18. (CESPE/Analista - DPU/2010) Os direitos políticos são 
exemplos típicos de direitos de 3.ª geração 
Comentários: 
Os direitos Políticos são de Primeira geração ou dimensão, da mesma 
forma que os civis. 
Gabarito: Errado. 
 
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19. (CESPE/DETRAN-DF/2009) O direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado é considerado direito fundamental de 
terceira geração. 
Comentários: 
Exato, trata-se de um direito difuso, preocupado com o homem em 
sociedade, sendo assim, de terceira dimensão. 
Gabarito: Correto. 
 
Questões sobre a evolução dos direitos fundamentais: 
20. (FCC/Procurador - PGE-PE/2004) Segundo a doutrina, a 
chamada teoria liberal dos direitos fundamentais tem como raízes 
filosóficas e jurídicas 
a) as doutrinas socialistas do século XIX. 
b) a doutrina social da Igreja. 
c) as doutrinas do contrato social e os princípios do direito natural 
positivados em Constituição. 
d) a noção de Estado como criador da liberdade. 
e) as doutrinas sobre solidariedade e internacionalização dos direitos 
humanos. 
Comentários: 
O pensamento iluminista que pregava o liberalismo através de 
direitos naturais do homem, e a teoria do pacto social de rousseau 
fora os principais antecedentes do Estado Liberal de Direito, que 
positivou os direitos de primeira dimensão. 
Gabarito: Letra C. 
 
21. (ESAF/PGFN/2007) Apenas com o processo de 
redemocratização do país, implementado por meio da Constituição de 
1946, é que tomou assento a ideologia do Estado do Bem-Estar 
Social, sob a influência da Constituição Alemã de Weimar, tendo sido 
a primeira vez que houve inserção de um título expressamente 
destinado à ordem econômica e social. 
Comentários: 
A questão estaria perfeita se dissesse 1934 em vez de 1946. 
Gabarito: Errada. 
 
Teoria dos limites e o núcelo essencial dos direitos 
fundamentais: 
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É pacífico, na doutrina e na jurisprudência, que os direitos e garantias 
fundamentais não são absolutos, todos eles são relativos. Diz-se que 
são relativos, pois estão sujeitos a restrições, tais restrições ora serão 
impostas pelo legilslador (nos casos em que a Constituição autorize, 
expressa ou implicitamente), ora serão impostas por outros direitos 
que poderão com eles colidir no caso concreto, devendo, neste caso, 
ser harmonizados, para descobrir qual prevalecerá, o intérprete (juiz) 
fará então uso do princípio da harmonização (ou concordância 
prática, ou ainda ponderação de interesses). 
Permite-se, então, para se proteger o teor de certos direitos 
fundamentais, que o legislador crie restrições a algum desses 
direitos. Essas restrições legais deverão decorrer de autorização da 
Constituição, porém, estas autorizações podem estar expressas na 
Constituição (limitações expressamente constitucionais) ou de forma 
implícita (limitações tacitamente constitucionais). 
Quando a Constituição permite a restrição de um direito através de 
lei, surge o que a doutrina chama de "reserva legal". Ou seja, 
reservou-se à lei o direito de estabelecer uma limitação. Essa reserva 
legal será chamada de: 
• Reserva legal simples - quando a Constituição se limita a 
autorizar a restrição (Ex. Art. 5º VII - é assegurada, "nos termos da 
lei", a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e 
militares de internação coletiva); ou 
• Reserva legal qualificada - quando, além de autorizar a 
restrição, a Constituição estabelece o que a lei fará (Ex. Art. 5º, XII - 
autoriza que a lei venha a trazer hipóteses de interceptação 
telefônica, mas somente para atender aos fins de investigação 
criminal ou instrução processual penal). 
É importante salientar que o legislador possui limites no seu exercício 
de limitação do direito fundamental, o que se tem chamado de os 
"limites dos limites". E qual seria tal limite? Seria a preservação do 
"núcleo essencial" do direito fundamental. 
O núcleo essencial é a essência do direito fundamental, o seu 
conteúdo intocável, protegido de forma que o direito o qual está 
sofrendo a restrição não fique descaracterizado e perca a sua 
efetividade. Embora não seja expresso na Constituição, a doutrina e a 
jurisprudência, adotam a proteção ao núcleo essencial como implícito 
em nosso ordenamento jurídico. Segundo a doutrina, podemos 
basicamente estabelecer 2 teorias sobre o núcleo essencial dos 
direitos fundamentais: 
• Teoria Absoluta - Independente do caso concreto, o núcleo 
existencial, ou seja, o limite imposto será sempre o mesmo, 
fixo. 
• Teoria Relativa - Deve-se observar o caso concreto para só 
então verificar qual será o limite de restrição. 
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22. (CESPE/Agente-Hemobrás/2008) A teoria dos limites dos 
limites serve para impor restrições à possibilidade de limitação dos 
direitos fundamentais. 
Comentários: 
É exatamente isso. Sabemos que os direitos fundamentais não são 
absolutos, são relativos já que podem sofrer limitações. Essas 
limitações também sofrem restrições, o chamado "limites dos 
limites". 
Gabarito: Correto. 
 
23. (FCC/DPE-MA/2003) Os direitos fundamentais consagrados 
na Constituição brasileira: 
a) são sempre direitos ilimitados. 
b) são sempre considerados direitos absolutos. 
c) não podem sofrer, em qualquer caso, restrições por intermédio de 
legislação. 
d) somente podem ser restringidos pelo exercício do poder de polícia 
quando este estiver expressamente previsto na Constituição para o 
caso. 
e) tem a natureza de direitos relativos porquanto convivem com 
outros direitos e liberdades individuais ou coletivas. 
Comentários: 
Questão que também não necessita de muitos comentários. Os 
direitos fundamentais são relativos, devem respeitar-se 
reciprocamente. 
Gabarito: Letra E 
 
24. (ESAF/PGFN/2007) O direito de livre locomoção (é livre a 
locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer 
pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com 
seus bens) pode sofrer restrição, conforme previsto na Constituição, 
por meio da chamada reserva legal qualificada. 
Comentários: 
Seria umareserva legal "simples" pois a Constituição limitou-se a 
prever que será "nos termos da lei" sem se preocupar em dizer quais 
seriam estes termos. 
Gabarito: Errado. 
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25. (ESAF/ATRFB/2009) A Constituição Federal de 1988 previu 
expressamente a garantia de proteção ao núcleo essencial dos 
direitos fundamentais. 
Comentários: 
Essa garantia é implícita e não expressa. Segundo a doutrina, o 
respeito ao núcleo essencial dos direitos fundamentais existe em 
nosso ordenamento de forma implícita e respaldado pela doutrina e 
pela jurisprudência, principalmente no princípio da proporcionalidade 
e razoabilidade, é a teoria dos "limites dos limites". Sabemos que 
nenhum direito fundamental é absoluto, porém, eles não podem ser 
limitados indiscriminadamente, o núcleo essencial implica uma 
limitação ao legislador e ao aplicador da lei, que deve ser respeitada. 
Este cerne mínimo do direito a lei não pode violar, senão será 
inconstitucional. 
Gabarito: Errado. 
 
26. (ESAF/ATRFB/2009) Quanto à delimitação do conteúdo 
essencial dos direitos fundamentais, a doutrina se divide entre as 
teorias absoluta e relativa. De acordo com a teoria relativa, o núcleo 
essencial do direito fundamental é insuscetível de qualquer medida 
restritiva, independentemente das peculiaridades que o caso concreto 
possa fornecer. 
Comentários: 
A teoria relativa é a que defende que o delineamento do núcleo 
essencial dependerá da análise do caso concreto. 
Gabarito: Errado. 
 
27. (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) O 
fenômeno da colisão dos direitos fundamentais não é admitido como 
possível no ordenamento jurídico brasileiro, já que a Constituição não 
pode abrigar normas que conduzam a soluções contraditórias na sua 
aplicação prática. 
Comentários: 
É admitido sim. Os direitos fundamentais podem "colidir", o que não 
pode é haver "contradição". Caso haja uma colisão, eles deverão ser 
harmonizados, para descobrir qual prevalecerá. 
Gabarito: Errado. 
 
Dimensão Subjetiva X Dimensão Objetiva dos Direitos 
Fundamentais: 
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A doutrina atual do Direito Constitucional aceita uma visão dos 
Direitos Fundamentais sob duas diferentes óticas: 
• Dimensão subjetiva – é a visão clássica dos Direitos 
Fundamentais. Consiste em enxergá-los como um direito da 
pessoa em face do Estado, o qual deve exercer um papel 
negativo (abstenção de intervir para que não viole os direitos 
previstos, notadamente os direitos e garantias individuais) ou 
positivo (prestações que o Estado faz para as pessoas de 
forma a garantir condições mais dignas de sobrevivência, 
notadamente os direitos sociais). 
• Dimensão objetiva – É a nova visão, onde os Direitos 
Fundamentais devem ser enxergados não só sob a ótica dos 
“direitos das pessoas frente ao Estado”, mas como enunciados 
que contém alta carga valorativa. Valores, princípios, regras 
que norteiam a aplicação do ordenamento jurídico e assumem 
um papel central no constitucionalismo. Podemos desmembrá-
la da seguinte forma3: 
1- Direitos fundamentais não são meros enunciados, são 
valores, princípios, possuem carga axiológica que deve ser 
usada para fins de aplicação, ainda que não estejam sendo 
titularizados por uma pessoa específica. 
2- Os direitos fundamentais se “irradiam” pelo ordenamento 
jurídico levando a uma ideia de “interpretação conforme os 
direitos fundamentais”. O Estado passa ainda a ter um dever de 
proteção dos valores contidos em tais direitos. 
3- Eles possuem aplicação imediata, devendo sempre que 
possível serem aplicados “de pronto”. 
4- Os direitos fundamentais possuem caráter mandamental, 
imperativo e, em especial aqueles de prestações positivas, 
como os Direitos Sociais, possuem eficácia dirigente, 
enunciando normas que impõem uma efetiva atuação do 
Estado, legislativa e administrativa, com o fim de regulamentá-
los e concretizá-los. 
5- Os direitos fundamentais podem ser reciprocamente 
condicionados, uns pelos outros, para que seja viável o convívio 
em sociedade. Lembrando que nesse condicionamento 
(harmonização, conformação), restringem-se direitos, mas 
devem ser preservados, ao menos, os núcleos essenciais de 
cada um. 
 
3 Sobre o tema: DIMOULIS, Dimitri; MARTINS, Leonardo. Teoria Geral dos Direitos 
Fundamentais. 2ª tiragem. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, e BONAVIDES, 
Paulo. Curso de Direito Constitucional. 21ª edição. São Paulo: Malheiros, 2007. 
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6- Surge a ideia de que tais direitos devem ser enxergados com 
eficácia horizontal (proteção do indivíduo em face dos outros 
indivíduos). 
 
28. (FCC/PGE-RO/2011) Dentre as características da perspectiva 
objetiva dos direitos fundamentais, compreende-se: 
a) o conjunto de metas traçadas com fins diretivos de ações positivas 
dos poderes públicos, com o fim de outorgar-lhes eficácia dirigente. 
b) a representação dos interesses individuais sob a ótica negativa 
perante o Poder Público. 
c) ter sempre a natureza princípio, nunca de regra. 
d) impossibilitar a agregação do ponto de vista axiológico da 
comunidade em sua interpretação. 
e) não há dimensão objetiva na esfera dos direitos fundamentais, os 
quais têm como característica defender de forma singular o espaço de 
liberdade individual. 
Comentário: 
Letra A – Correta. Um dos aspectos da dimensão objetiva é 
justamente esse, os Direitos Fundamentais formam um conjunto de 
metas traçadas com fins diretivos de ações positivas dos poderes 
públicos, com o fim de outorgar-lhes eficácia dirigente. 
Letra B – Errado. A representação dos interesses individuais sob a 
ótica negativa perante o Poder Público, é a visão clássica dos Direitos 
Fundamentais, ou seja, a sua dimensão subjetiva. 
Letra C – Errado. Eles passam a assumir caráter valorativo, 
principiológico, mas não podemos dizer que nunca enunciarão uma 
regra a ser seguida. 
Letra D – Errado. O correto seria “possibilitar” a agregação do ponto 
de vista axiológico da comunidade em sua interpretação. 
Letra E – Errado. Viajou... 
Gabarito: Letra A. 
 
29. (TRT 23ª/Juiz do Trabalho – TRT 23ª/2011) no que 
concerne à teoria dos direitos fundamentais, assinale a alternativa 
correta: 
a) Os direitos fundamentais foram concebidos para regular a relação 
do individuo com o estado, como direitos de proteção contra o 
arbítrio, de modo que, mesmo na atualidade, direitos clássicos como 
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a igualdade não tem aplicação nas relações jurídicas entre 
particulares. 
b) A consagração da dignidade da pessoa humana na constituição de 
1988 como principio fundamental da república (art. 1) e não como 
expresso direito fundamental típico (art. 5) significa que dele não 
podem ser deduzidas posições jurídico-fundamentais, mormente de 
natureza subjetiva, mesmo porque não é licito reconhecer direitos e 
garantias não expressos na constituição de 1988, nem mesmo se 
decorrentes dos princípios por ela adotados. 
c) O catalogo dos direitos fundamentais na constituição de 1988 
cinge-se àqueles previstos nos arts. 5 e 8 da Carta. 
d) O reconhecimento de uma dimensão objetiva dos direitos 
fundamentais significa que tais direitos irradiam seus efeitos pelo 
ordenamento jurídico (eficácia irradiante, no sentido de que, na sua 
condição de direito objetivo, os direitos fundamentais fornecem 
impulsos e diretrizes paraa aplicação e interpretação do direito 
infraconstitucional, apontando para a necessidade de uma 
interpretação conforme aos direitos fundamentais. 
e) A reserva do possível consiste em uma argumentação 
juridicamente válida para limitar a eficácia dos direitos fundamentais, 
significando que a realização dos direitos fundamentais é uma tarefa 
confiada aos agentes políticos detentores de mandato eletivo 
escolhidos como tais pelo povo, não sendo possível, diante da 
declaração da autoridade do poder executivo a respeito da 
inexistência de previsão orçamentária para a satisfação de um direito 
fundamental, a concessão de provimento jurisdicional em sentindo 
contrario com vistas a assegurar a fruição de determinado direito, 
como à vida ou à saúde, no caso concreto. 
Comentários: 
Letra A – Errado. Os direitos fundamentais podem ser enxergados na 
visão clássica de eficácia vertical (proteção do indivíduo em face do 
arbítrio estatal) e também dotados de eficácia horizontal (proteção do 
particular em face dos demais particulares). 
Letra B – Errado. Absurdo total. Primeiro que segundo a Constituição 
em seu art. 5º, §2º os direitos e garantias expressos na Constituição 
não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela 
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República 
Federativa do Brasil seja parte. Outra coisa é o fato de que os 
fundamentos da República Federativa do Brasil são princípios politico-
constitucionais, normas que se desdobram ao longo da Constituição. 
Assim, da Dignidade da Pessoa Humana decorrem diversos direitos 
fundamentais como a proibição à tortura, os direitos dos presos e etc. 
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Letra C – Errado. Os direitos fundamentais na CF, de forma 
expressa, vão do art. 5º ao 17. 
Letra D – Correto. Trata-se de uma visão mais atual dos Direitos 
Fundamentais, onde eles devem ser enxergados não só sob a ótica 
dos “direitos das pessoas frente ao Estado” (dimensão subjetiva), 
mas como valores, princípios, regras que norteiam a aplicação de 
todo ordenamento jurídico e assumem um papel central no 
constitucionalismo. 
Letra E – Errado. A reserva do possível é a contraposição de 
disponibilidade financeira do Estado com a necessidade de se 
implementar os direitos fundamentais (notadamente os direitos 
sociais) e as políticas públicas. Acontece que a reserva do possível 
não pode ser óbice para implementação daquele chamado "mínimo 
existencial" - este conceito corresponderia ao conjunto de 
situações materiais indispensáveis à existência humana digna. 
Não apenas "sobreviver", mas ter uma vida realmente digna, com 
suporte físico e intelectual necessário. 
O Estado deve garantir, pelo menos, o mínimo existencial à 
sociedade. E isso se reveste de caráter impositivo. Desta forma, o 
Judiciário tem decidido frequentemente no sentido de que compelir o 
Executivo na adoção de certas ações no sentido da concretização de 
direitos sociais, principalmente casos notórios do direito à saúde, 
onde muitas vezes era negada a compra de certos remédios tidos 
como "muito caros" por parte do Executivo. 
Gabarito: Letra D. 
 
DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AOS DIREITOS 
FUNDAMENTAIS EM GERAL: 
O art. 5º da Constituição nos traz 4 parágrafos com disposições 
aplicáveis aos direitos fundamentais. Sabemos, pelo §2º deste art. 
5º, que os direitos e garantias expressos na Constituição não 
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela 
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República 
Federativa do Brasil seja parte. Agora vamos estudar os outros 3 
parágrafos: 
 
Sobre as normas dos direitos e garantias fundamentais: 
Art. 5º § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias 
fundamentais têm aplicação imediata. 
 
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Este dispositivo mostra a preocupação com a efetividade dos direitos 
e garantias fundamentais. O que ele quer dizer na verdade, 
professor? 
Quer dizer que "em regra" devemos aplicar imediatamente todos dos 
direitos e garantias, não ficando parados, sentados, dormindo, 
esperando que venha uma lei para regulamentá-los. 
Pode haver regulamentação legal? Sim, mas esta não é essencial 
para a sua efetividade quando for possível aplicar desde logo o 
direito. 
Isso não quer dizer que as normas ali sejam todas de eficácia plena. 
Na verdade, trata-se apenas um apelo para que se busque 
efetivamente aplicá-las e assim não sejam frustrados os anseios da 
sociedade. 
 
30. (CESPE/PM-DF/2010) Segundo a CF, as normas 
constitucionais que prescrevem direitos e garantias fundamentais 
têm eficácia contida e dependem de regulamentação. 
Comentários: 
Segundo a Constituição (CF, art. 5º, §1º) elas têm aplicação 
imediata refletindo-se num apelo para que se busque efetivamente 
aplicá-las e assim não sejam frustrados os anseios da sociedade. 
Gabarito: Errado. 
 
31. (ESAF/Auditor Fiscal - SEFAZ-CE/2007) As normas 
definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação 
imediata e eficácia plena. 
Comentários: 
É errado dizer que possuem eficácia plena. 
Gabarito: Errado. 
 
32. (TRT 21/Juiz do Trabalho TRT 21ª/2010 - Adaptada) 
Apesar de não haver norma expressa na ordem jurídica brasileira, 
reconhece-se universalmente a aplicabilidade imediata dos direitos 
fundamentais. 
Comentários: 
Erra a questão devido à existência de norma expressa neste 
sentido. 
Gabarito: Errado. 
 
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Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos: 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos 
humanos que forem aprovados, em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos 
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às 
emendas constitucionais. (Incluído pela EC 45/04) 
A EC 45/04 abriu a possibilidade de ampliar a relação dos direitos 
fundamentais de status constitucional através da aprovação de 
tratados internacionais pelo mesmo rito de emendas constitucionais. 
Vamos entender melhor isso: 
• A regra é que os tratados internacionais são equivalentes às 
leis ordinárias. 
• A exceção é essa acima - eles vão estar equiparados às 
Emendas Constitucionais caso cumpram estes requisitos 
acima, ou seja, versem sobre direitos humanos e o decreto 
legislativo relativo a ele seja aprovado pelo mesmo rito 
exigido para as emendas à Constituição. 
• Ainda que não aprovados pelo rito das Emendas, se versarem 
sobre direitos humanos, o STF entende que possuem 
“supralegalidade” podendo revogar leis anteriores e devendo 
ser observados pelas leis futuras. É assim, por exemplo, que 
vigora em nosso ordenamento o "Pacto de San Jose da Costa 
Rica" - status acima das leis e abaixo da Constituição. 
• Lembrando que (CF, art. 49, I e 84, VII) cabe ao Congresso 
Nacional – por meio de Decreto Legislativo – resolver 
definitivamente sobre tratados internacionais (seja sobre 
direitos humanos ou não), referendando-os e, após isso, estes 
passarão a integrar o ordenamento jurídico nacional entrando 
em vigor após a edição de um decreto presidencial. 
Esquematizando, um tratado pode adquirir 3 status 
hierárquicos: 
1- Regra: Status de lei ordinária. Caso seja um tratado que não 
verse sobre direitos humanos. 
2- Exceção 1: Status Supralegal. Caso seja um tratado sobre 
direitos humanos não votado pelo rito de emendas constitucionais, 
mas pelo rito ordinário; 
3- Exceção 2: Status constitucional. Caso seja um tratado sobre 
direitos humanos votado pelo rito de emendas constitucionais (3/5 
dos votos,em 2 turnos de votação em cada Casa). Essa possibilidade 
só passou a existir com a EC 45/04. 
 
Mais observações: 
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• Com base neste parágrafo, vigora com força de Emenda 
Constitucional o Decreto Legislativo nº 186/08 que ratificou o 
texto da convenção sobre os direitos das pessoas com 
deficiência e de seu protocolo facultativo, assinados em Nova 
Iorque, em 30 de março de 2007. 
• Não precisa necessariamente ser direito individual, perceba que 
a norma fala direitos humanos. 
• Segundo o STF, como os tratados internacionais são 
equiparados às leis ordinárias, não podem versar matéria 
sob reserva constitucional de lei complementar, pois em 
tal situação, a própria Carta Política subordina o tratamento 
legislativo de determinado tema ao exclusivo domínio nor-
mativo da Lei Complementar. 
 
33. (FCC/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2012) Os 
tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que 
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, por dois quintos dos votos dos respectivos membros, serão 
equivalentes às emendas constitucionais. 
Comentários: 
Para que alcancem esse status precisam de 3/5 dos votos e não 2/5. 
Gabarito: Errado. 
 
34. (FCC/A J– Biblioteconomia – TRT 24ª/2011) Os tratados e 
convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados: 
a) pela Câmara dos Deputados, por maioria absoluta, mediante 
aprovação prévia da Advocacia Geral da União, serão equivalentes à 
Lei ordinária. 
b) pelo pleno do Supremo Tribunal Federal, desde que previamente 
aprovada pelo Presidente da República e Senado Federal, serão 
equivalentes às Leis ordinárias. 
c) pelo pleno do Supremo Tribunal Federal, desde que previamente 
aprovada pelo Presidente da República e Senado Federal, serão 
equivalentes às Leis complementares. 
d) em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três 
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às 
emendas constitucionais. 
e) pelo Presidente da República serão equivalentes à Medida 
Provisória e serão levados à Câmara dos Deputados, para, mediante 
aprovação por maioria dos votos, serem convertidas em Leis 
ordinárias. 
Comentários: 
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A questão queria, simplesmente, cobrar do candidato o conhecimento 
sobre a disposição constitucional do art. 5º, §3º, inserida pela EC 
45/04 que passou a admitir tratados internacionais de status 
constitucional, desde que fossem aprovados pelo mesmo rito de uma 
emenda constitucional, ou seja, aprovados em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos 
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
Gabarito: Letra D. 
35. (CESPE/PM-DF/2010) Se o Congresso Nacional aprovar, 
em cada uma de suas casas, em dois turnos, por três quintos dos 
seus votos dos respectivos membros, tratado internacional que 
verse sobre direitos humanos, esse tratado será equivalente às 
emendas constitucionais. 
Comentários: 
É a literalidade do dispositivo encontrado na Constituição em seu art. 
5º, §3º. 
Gabarito: Correto. 
 
36. (CESPE/PGE-AL/2008) Sabendo que o § 2.º do art. 5.º da 
CF dispõe que os direitos e garantias nela expressos não excluem 
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou 
dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil 
seja parte, então, é correto afirmar que, na análise desse dispositivo 
constitucional, tanto a doutrina quanto o STF sempre foram unânimes 
ao afirmar que os tratados internacionais ratificados pelo Brasil 
referentes aos direitos fundamentais possuem status de norma 
constitucional. 
Comentários: 
A regra é que os tratados internacionais após serem internalizados 
serão equivalentes às leis ordinárias, somente serão equivalentes 
às emendas se contiverem os seguintes requisitos: 
� Versem sobre direitos humanos; e 
� Forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, 
da mesma forma que uma emenda constitucional, ou seja: 
• Em dois turnos; e 
• Por 3/5 dos votos de seus respectivos membros; 
E essa possibilidade só foi aberta pela EC 45/04. 
Gabarito: Errado. 
 
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37. (CESPE/PGE-AL/2008) A EC n.º 45/2004 inseriu na CF um 
dispositivo definindo que os tratados e convenções internacionais 
sobre direitos humanos que forem aprovados no Congresso Nacional 
com quorum e procedimento idênticos aos de aprovação de lei 
complementar serão equivalentes às emendas constitucionais. 
Comentários: 
Para adquirir status de emenda devem ser votados pelo mesmo rito 
de uma emenda constitucional e não pelo procedimento de uma lei 
complementar. 
Gabarito: Errado. 
 
38. (CESPE/OAB-Nacional/2007) Quando previstos em tratados 
e convenções internacionais, os direitos fundamentais são 
equivalentes às emendas constitucionais. 
Comentários: 
Isso só acontecerá se forem ratificados pelo rito de votação das 
emendas constitucionais. Não basta estarem previstos em tratados. 
Gabarito: Errado. 
 
39. (ESAF/Procurador PGFN/2012) Sobre a relação entre 
direitos expressos na Constituição de 1988 e tratados internacionais, 
especialmente à luz da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é 
incorreto afirmar que: 
a) as normas de direitos humanos contidas em convenções 
internacionais pactuadas no âmbito da Organização das Nações 
Unidas, mesmo que a República Federativa do Brasil delas não seja 
parte, se incorporam ao direito pátrio de forma equivalente às 
emendas constitucionais. 
b) os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem 
outros decorrentes dos tratados internacionais em que a República 
Federativa do Brasil seja parte. 
c) da disposição contida no § 2o do art. 5o da Constituição não 
resulta que os direitos e garantias decorrentes dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte 
ostentem o nível hierárquico de norma constitucional. 
d) da disposição contida no § 3o do art. 5o da Constituição, 
decorrente da Emenda Constitucional n. 45 de 2004, resulta que as 
normas de direitos humanos contidas em convenções internacionais 
de que a República Federativa do Brasil seja parte, quando aprovadas 
pelo Congresso Nacional na forma ali disposta, sejam formalmente 
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equivalentes àquelas decorrentes de emendas constitucionais. 
e) especialmente da disposição contida no § 2o do art. 5o da 
Constituição resulta que as normas de direitos humanos contidas em 
convenções internacionais de que a República Federativa do Brasil 
seja parte, mesmo quando não aprovadas pelo Congresso Nacional 
na forma disposta no § 3o do mesmo dispositivo, tenham status de 
normas jurídicas supralegais. 
Comentários: 
a) Errado, se o Brasil não fizer parte da convenção, não se 
incorporarão ao nosso direito. 
b) Correto. É o que diz o § 2º do Art. 5º da CF-88, vejamos: “Os 
direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos 
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja 
parte”. 
c) Correto. Veja que a questão fala que não serão de nível hierárquico 
de norma constitucional. Para que tais direitos sejam elevados à 
status constitucional é necessário o quórum de aprovação de emenda 
à Constituição, aprovada em cada Casa do Congresso Nacional, em 
dois turnos, por três quintosdos votos dos respectivos membros 
d) Correto, este é o teor do art. 5º, § 3º. 
e) Correto. Este é o entendimento atual do Supremo, que decidiu os 
tratados sobre direitos humanos, ainda que não aprovados pelo rito 
das emendas constitucionais, se versarem sobre direitos humanos, o 
atual entendimento da corte é que tais tratados teriam status de 
“supralegalidade”, podendo revogar leis anteriores e devendo ser 
observados pelas leis futuras. É assim, por exemplo, que vigora em 
nosso ordenamento o "Pacto de San Jose da Costa Rica" status acima 
das leis e abaixo da Constituição. 
Gabarito: Letra A. 
 
Tribunal Penal Internacional: 
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal 
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. 
(Incluído pela EC 45/04) 
Outra inovação da EC 45/04. Esse dispositivo tem sido cobrado 
apenas literalmente nos concursos, independente do nível. 
 
40. (CESPE/Técnico-TRT 17ª/2009) O Brasil se submeterá à 
jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação manifestar 
adesão. 
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Comentários: 
Literalidade do art. 5º §4º da Constituição. Essa foi uma inovação 
trazida pela EC 45/04. 
Gabarito: Correto. 
 
41. (CESPE/Técnico-TJ-TJ/2008) A submissão do Brasil ao 
Tribunal Penal Internacional depende da regulamentação por meio de 
lei complementar. 
Comentários: 
Não há necessidade de lei complementar. 
Gabarito: Errado. 
 
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos: 
Esses direitos estão presentes no art. 5º da Constituição Federal. 
A Constituição dá o nome de "Direitos e Deveres", porém, não há 
"deveres individuais" propriamente ditos expressos no texto, os 
deveres são, na verdade, o de respeitar o direito do outro. 
Também não há segregação expressa daqueles que seriam direitos 
individuais e os que seriam direitos coletivos. 
Os direitos individuais são uma cláusula pétrea de 
nossa Constituição (CF, art. 60 §4º) – isso quer dizer que 
não podem ser abolidos ou ter a sua eficácia reduzida por 
uma emenda constitucional. Eles são “de pedra”, permanentes, uma 
modificação poderá fortalecê-los, mas nunca enfraquecê-los. 
Sabemos que a relação não é exaustiva, pois por força do § 2º do 
art. 5º, não se excluem outros direitos decorrentes dos regimes e 
princípios adotados pela Constituição ou decorrentes de tratados 
internacionais em que o Brasil seja parte. Assim, existem diversos 
outros direitos individuais e coletivos também protegidos como 
cláusula pétrea, espalhados ao longo do texto constitucional, como, 
por exemplo, as limitações ao poder de tributar do art. 150. 
 
42. (CESPE/Agente-Hemobrás/2008) Dos direitos 
fundamentais, apenas os direitos e garantias individuais podem ser 
considerados como cláusulas pétreas. 
Comentários: 
Não existe exata delimitação das cláusulas pétreas formadas pelos 
direitos e garantias fundamentais. Alguns autores defendem que os 
direitos sociais também seriam cláusulas pétreas, outros defendem 
que não. Nos afastando desta polêmica, a questão se resolve pelo 
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fato de o voto direto, secreto, universal e periódico também ser um 
direito fundamental (CF, art. 14) e também ser uma cláusula 
pétrea, que segundo o art. 60 §4º, são: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
Gabarito: Errado. 
 
43. (CESPE/AJAA-STF/2008) Todos os direitos e garantias 
fundamentais previstos na CF foram inseridos no rol das cláusulas 
pétreas. 
Comentários: 
Dentre os direitos e garantias fundamentais, a CF só previu como 
cláusula pétrea os direitos e garantias individuais e o voto com as 
suas características de ser "direto, secreto, universal e periódico". 
Gabarito: Errado. 
 
Caput do art. 5º: 
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos 
termos seguintes: 
Doutrina: 
Segundo o prof. Manuel Gonçalves Ferreira Filho, o critério usado 
para classificar os direitos do art. 5º (direitos e deveres individuais e 
coletivos) foi o critério do objeto imediato do direito assegurado4. 
Isso quer dizer que eles foram divididos em 5 “objetos imediatos”: 
vida, liberdade, igualdade, segurança e propriedade. Assim, os 
diversos incisos presentes no art. 5º são usados para definir direitos 
e garantias que, não obstante tenham um fim traçado na norma, 
possuem como “objeto imediato” o alcance do direito à vida, da 
liberdade, da igualdade, da segurança ou da propriedade. 
Podemos assim agrupar cada um dos incisos de acordo com o seu 
objeto imediato. Ex.: 
 
4 Manuel Gonçalves Ferreira Filho apud José Afonso da Silva, Curso de Direito 
Constitucional Positivo (33ª Ed.), pg. 194. 
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Direitos cujo objeto imediato é a “liberdade” - Direito de 
locomoção (CF, art. 5º, XV e LXVIII), Liberdade de pensamento e 
religião (CF, art. 5º, IV, VI, VII, VIII, IX), liberdade de reunião (CF, 
art. 5º, XVI), etc. 
 
Jurisprudência: 
- Segundo o Supremo, as pesquisas com células-tronco embrionárias 
não violam o direito à vida ou o princípio da dignidade da pessoa 
humana5. 
- No mesmo julgado, que se referia proteção do direito à vida, e a 
constitucionalidade da lei de Biossegurança (Lei 11.105/2005), o STF 
entendeu que a Constituição Federal, quando se refere à “dignidade 
da pessoa humana” e à proteção dos direitos e garantias individuais 
não se estaria se referindo a todo e qualquer estágio da vida 
humana, mas da vida que já é própria de uma concreta 
pessoa, porque nativiva, e que a inviolabilidade de que trata o art. 
5º diria respeito exclusivamente a um indivíduo já personalizado6. 
 
44. (CESPE/ AJAJ- TRE-MS/ 2013) O estrangeiro residente no 
Brasil, por não ser cidadão brasileiro, não possui o direito de votar e 
de impetrar habeas corpus. 
Comentários: 
Embora, realmente o estrangeiro não tenha direito a voto, pois é ato 
privativo de brasileiros (natos ou naturalizados), no que tange à 
impetração de habeas corpus não é possível negar tal direito aos 
estrangeiros, visto ser pacífico no STF que o estrangeiro, ainda que 
em mero trânsito em território brasileiro, faz jus aos direitos 
fundamentais expressos na Magna Carta, com exceção apenas 
daqueles privativos de brasileiros tal como o de impetrar ação 
popular e votar. 
 
45. (FCC/AJ-Arquivologia-TRT-19/2011) A Constituição 
Federal, ao classificar os direitos enunciados no artigo 5º, quando 
assegura a inviolabilidade do direito à vida, à dignidade, à liberdade, 
à segurança e à propriedade, adota o critério do 
a) perigo subjetivo do direito assegurado. 
 
5
 ADI 3.510, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 28 e 29-5-08, Plenário, 
Informativo 508 
6 ADI 3.510, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 28 e 29-5-08, Plenário, 
Informativo 508 
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b) objeto imediato do direito assegurado. 
c) alcance relativo do direito assegurado. 
d) plano mediato do direito assegurado. 
e) alcance subjetivo do direito assegurado. 
Comentário: 
O critério foi o do objeto imediato do direito assegurado.Eles foram divididos em 5 “objetos imediatos”: vida, liberdade, 
igualdade, segurança e propriedade. Assim, os diversos incisos 
presentes no art. 5º são usados para definir direitos e garantias que, 
não obstante tenham um fim traçado na norma, possuem como 
“objeto imediato” o alcance do direito à vida, da liberdade, da 
igualdade, da segurança ou da propriedade. 
Gabarito: Letra B. 
 
Extensão da expressão “residentes País” do art. 5º: 
Embora a literalidade do caput expresse o termo “residente”, o STF 
promoveu uma mutação constitucional, ampliando o escopo desses 
direitos. O Supremo decidiu que deve ser entendido como todo 
estrangeiro que estiver em território brasileiro e sob as leis 
brasileiras, mesmo que em trânsito. Assim o estrangeiro em trânsito 
estará amparado pelos direitos individuais, e poderá inclusive fazer 
uso de “remédios constitucionais” como habeas corpus e mandado de 
segurança. Ressalva-se que o estrangeiro não poderá fazer uso de 
todos os direitos, pois alguns são privativos de brasileiros como, por 
exemplo, o uso da ação popular. 
Vale dizer que esta extensão não deve ser entendida como apenas 
aos direitos individuais, mas todos os direitos fundamentais, na 
medida em que forem possíveis de serem aplicados. 
 
46. (CESPE/ANAC/2009) Os direitos fundamentais não são 
assegurados ao estrangeiro em trânsito no território nacional. 
Comentários: 
O estrangeiro, ainda que em trânsito, fará jus à proteção dos direitos 
fundamentais. 
Gabarito: Errado. 
 
47. (CESPE/ANAC/2009) A CF assegura a validade e o gozo dos 
direitos fundamentais, dentro do território brasileiro, ao estrangeiro 
em trânsito, que possui, igualmente, acesso às ações, como o 
mandado de segurança e demais remédios constitucionais. 
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Comentários: 
Item anulado. Preliminarmente foi considerada correta. A questão 
cometeu um pequeno deslize, que acarretou sua anulação: o termo 
"demais remédios constitucionais". Ao empregar este termo, acabou 
incluindo o estrangeiro como titular do direito de impetrar ação 
popular, e veremos que isso está errado, já que somente o cidadão 
brasileiro é que poderá fazer uso de tal remédio. Se fosse usado o 
termo "outros remédios" e não "demais remédios", o que dá a idéia 
de "todos os outros", a questão estaria correta. 
Gabarito: Anulado. 
 
48. (CESPE/TRT-17ª/2009) O estrangeiro sem domicílio no 
Brasil não tem legitimidade para impetrar habeas corpus, já que os 
direitos e as garantias fundamentais são dirigidos aos brasileiros e 
aos estrangeiros aqui residentes. 
Comentários: 
Segundo o STF, até mesmo o estrangeiro em trânsito tem 
legitimidade para impetrar remédios como habeas corpus, habeas 
data e mandado de segurança. Desta forma, faz-se uma 
interpretação expansiva do caput do art. 5º da CF. 
Gabarito: Errado. 
 
49. (CESPE/DPE-ES/2009) Considere que o estrangeiro Paul, 
estando de passagem pelo Brasil, tenha sido preso e pretenda 
ingressar com habeas corpus, visando questionar a legalidade da sua 
prisão. Nesse caso, conforme precedente do STF, mesmo sendo 
estrangeiro não residente no Brasil, Paul poderá valer-se dessa 
garantia constitucional. 
Comentários: 
Segundo a jurisprudência do STF, o estrangeiro que estiver sob as 
leis brasileiras faz jus aos mesmos direitos e garantias assegurados 
aos brasileiros, exceção se faz somente àqueles direitos privativos de 
brasileiros (voto, ação popular e etc.). 
Gabarito: Correto. 
 
50. (CESPE/AJAJ-STF/2008) Tendo em vista que o habeas 
corpus é uma garantia constitucional dos brasileiros e dos 
estrangeiros residentes no Brasil, não cabe esse remédio 
constitucional contra a decisão que ordena a prisão do extraditando. 
Comentários: 
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Segundo a jurisprudência do Supremo, qualquer pessoa que estiver 
sob as leis brasileiras pode fazer jus das garantias constitucionais, 
entre elas o habeas corpus. 
Gabarito: Errado. 
 
51. (ESAF/AFC-CGU/2012) A Constituição assegura aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no país, em igualdade de 
condições, os direitos e garantias individuais tais como: a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança 
e à propriedade, mas aos estrangeiros não se estende os direitos 
sociais destinados aos brasileiros. 
Comentários: 
Segundo o STF, o estrangeiro, que estiver sob as leis brasileiras, 
ainda que em mero trânsito pelo país, teria os mesmos direitos, 
garantias e deveres individuais que os brasileiros possuem, salvo 
aqueles direitos que a Constituição reserva somente a brasileiros, 
como o caso da impetração de ação popular, e esta extensão não 
deve ser entendida como apenas aos direitos individuais, mas todos 
os direitos fundamentais, na medida em que forem possíveis de 
serem aplicados. 
Assim, erra a questão ao dizer que os direitos sociais não podem ser 
aplicados aos estrangeiros. 
Gabarito: Errado. 
 
Igualdade (ou Isonomia): 
Art. 5º, I - homens e mulheres são iguais em direitos e 
obrigações, nos termos desta Constituição; 
O caput também faz menção a este princípio, quando diz: todos 
são iguais perante a lei. 
Este princípio pode ser entendido como: “a lei não pode fazer 
distinção, deve tratar de forma igual os iguais e de forma desigual os 
desiguais na medida de suas desigualdades”. Desta forma, temos 
dois diferentes tipos de isonomia: 
Isonomia formal 
Todos poderão igualmente buscar 
os direitos expressos na lei. 
Isonomia material 
É a igualdade real, vai além da 
igualdade formal. A busca da 
igualdade material acontece 
quando são tratadas 
desigualmente as pessoas que 
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estejam em situações desiguais. 
Geralmente usada para favorecer 
alguns grupos que estejam em 
posição de desvantagem. 
Obviamente ela só será válida se 
for pautada em um motivo lógico 
e justificável. Ex. Destinação de 
vagas especiais para deficientes 
físicos em concursos públicos. 
 
Discriminação Reversa - A isonomia material acaba gerando uma 
discussão sobre a chamada "discriminação reversa". Este tema foi 
muito debatido no caso de cotas raciais em faculdades públicas. A 
adoção do sistema de cotas iria, para alguns, gerar uma 
“discriminação reversa” na medida que uma ação estatal com 
objetivo de ajudar uma parcela da população a alcançar a isonomia 
material acabaria por gerar um preterimento de uma outra parcela, 
que seria, assim, prejudicada. 
A doutrina também costuma diferenciar outras duas formas de 
isonomia (ambas comportadas pela Constituição): 
 
Igualdade perante a lei 
Com a lei já elaborada, esta 
igualdade direciona o aplicador 
da lei para que a aplique sem 
fazer distinções (isonomia 
formal). 
Igualdade na lei 
É o princípio que direciona o 
legislador a não fazer distinções 
entre as pessoas no momento de 
se elaborar uma lei. 
 
Jurisprudência: 
STF - Súmula nº 339 - Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem 
função legislativa, aumentar vencimentos dos servidores públicos 
sob fundamento de isonomia. 
 
52. (CESPE/Analista-EBC/2011) O Poder Judiciário não pode, 
sob a alegação do direito a isonomia, estender a determinada 
categoria de servidores públicos vantagens concedidas a outras por 
lei. 
Comentários: 
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É pacífico na jurisprudência do Supremo a impossibilidade do Poder 
Judiciário atuar como legislador positivo, ou seja, basear-se na 
isonomia paraestender a categorias não contempladas benefícios 
que deveriam ser veiculados por lei. Assim, nos termos da Súmula 
339 do STF - Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função 
legislativa, aumentar vencimentos dos servidores públicos sob 
fundamento de isonomia. 
Gabarito: Correto. 
 
53. (CESPE/MMA/2009) No constitucionalismo, a existência de 
discriminações positivas é capaz de igualar materialmente os 
desiguais. 
Comentários: 
A questão está correta, já que se referiu a existência de 
discriminações com o intuito de se alcançar a isonomia no aspecto 
material. 
Gabarito: Correto. 
 
54. (CESPE/Analista- SEGER-ES/2009) A existência de lei 
prevendo tratamento favorecido para as empresas de pequeno 
porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e 
administração no Brasil só é admissível em razão de previsão 
constitucional expressa nesse sentido. Caso esse dispositivo fosse 
retirado da CF, qualquer lei que favorecesse as empresas de 
pequeno porte afrontaria o princípio da isonomia. 
Comentários: 
Na Constituição, está previsto no art. 170, IX, expressamente como 
um princípio da ordem econômica: o tratamento favorecido para as 
empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que 
tenham sua sede e administração no País. Caso essa norma 
constitucional fosse retirada, e uma lei previsse um tratamento 
favorecido a uma empresa de pequeno porte, essa lei seria 
inconstitucional? 
Não seria não, pois poderia estar se buscando uma isonomia material 
- tratar desigualmente os desiguais. 
Gabarito: Errado. 
55. (CESPE/Analista-TJ-RJ/2008) Homens e mulheres são 
iguais em direitos e obrigações, nos termos da CF, não podendo a lei 
criar qualquer forma de distinção. 
Comentários: 
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Poderá ocorrer tratamento diferenciado para que se possa alcançar a 
chamada isonomia material, ou seja, tratar de forma desigual os 
desiguais para que possamos reduzir as desigualdades, no caso entre 
o homem e a mulher. 
Gabarito: Errado. 
 
56. (CESPE/AJEM-TJDFT/2008) Se uma empresa francesa, 
estabelecida no Brasil, conferir vantagens aos seus empregados 
franceses, diferentes e mais benéficas que as vantagens 
concedidas aos empregados brasileiros. Nessa situação, configurar-
se-á ofensa ao princípio da igualdade, pois a diferenciação, no 
caso, baseia-se no atributo da nacionalidade. 
Comentários: 
Ofenderia a isonomia, pois qualquer discriminação tem que ser 
justificável, e ser usada para igualar os desiguais. Não se pode dizer 
que uma pessoa está em posição superior ou inferior a outra só por 
critério de nacionalidade. 
Gabarito: Correto. 
 
57. (CESPE/Juiz Substituto - TJ-PI/2007) O concurso público 
que estabelece como título o mero exercício de função pública não 
viola o princípio da isonomia. 
Comentários: 
Trata-se de um jurisprudência do STF firmada em 2005, no 
julgamento da ADI 3443 / MA - MARANHÃO: "Viola o princípio 
constitucional da isonomia norma que estabelece como título o mero 
exercício de função pública". 
Gabarito: Errado. 
 
Liberdade (legalidade na visão do cidadão): 
Art. 5º, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de 
fazer alguma coisa senão em virtude de lei; 
Doutrinariamente, chama-se de "liberdade" (uma de suas faces) o 
princípio que está expresso no art. 5º, II, já que somente a lei 
(legítima) pode obrigar que alguém faça ou deixe de fazer algo contra 
sua vontade. 
Este princípio também é conhecido como a faceta da legalidade para 
o cidadão, isso porque a legalidade pode ser entendida de 2 formas: 
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• Para o cidadão - O particular pode fazer tudo aquilo que a lei 
não proíba; 
• Para o administrador público - O administrador público só 
pode fazer aquilo que a lei autorize ou permita. 
 
Doutrina: 
Cabe-nos agora, expor uma outra discussão doutrinária relevante 
para concursos: a diferenciação dos termos "legalidade" e "reserva 
legal" (reserva de lei). Embora, não seja pacífico tal distinção, muitos 
juristas (inclusive o próprio STF7) consideram importante diferenciar 
tais institutos: 
1- Reserva legal - É um termo mais específico. Ocorre quando a 
Constituição estabelece um comando, mas faz uma "reserva" para 
que uma lei (necessariamente uma lei formal - emanada pelo Poder 
Legislativo - ou então, uma lei delegada ou medida provisória) 
estabeleça algumas situações. Ex. Art. 5º, XIII – É livre o exercício de 
qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer. Veja que a Constituição garantiu 
uma liberdade, porém, reservou à lei, e somente à lei (formal), a 
possibilidade de estabelecer restrições à norma. Esta reserva feita à 
lei, pode ocorrer de duas formas: 
• Reserva legal absoluta - Quando será a própria lei que irá 
atender o mandamento. Ex. Os casos constitucionais que 
venham com as expressões "a lei estabelecerá", "a lei regulará", 
" a lei disporá"... veja que é a própria lei, diretamente, que 
atenderá o comando constitucional; 
• Reserva legal relativa - Quando não é a lei que irá, 
diretamente, atender ao comando constitucional, mas 
estabelecerá os limites, ou os termos, dentro dos quais um ato 
infralegal irá atuar. Ex. Os casos constitucionais que venham 
com as expressões "nos termos da lei", "na forma da lei", "nos 
limites estabelecidos pela lei"... veja que não será a lei que 
atenderá ao comando, porém, esta estará traçando os limites 
para tal. 
2- Legalidade - É um termo mais genérico, também conhecido 
como "reserva da norma". Grosso modo, a legalidade (reserva de 
norma) pode ser atendida tanto com o uso de leis formais, quanto 
pelo uso de atos infralegais emanados nos limites da lei. Legalidade, 
então, seria simplesmente "andar dentro dos limites traçados pelo 
Legislador". Seja com o uso direto de uma lei, seja o uso de um ato, 
nos limites da lei, ambos conseguiriam perfeitamente cumprir o 
comando da "legalidade". 
 
7
 HC 85.060, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 23-9-2008, Primeira Turma, DJE de 13-2-2009. 
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Jurisprudência: 
Em julgado de 2008, o STF citou o fato de que a legalidade expressa 
no art. 5º, II da Constituição seria meramente uma "reserva de 
norma", ou seja, uma legalidade ampla e não uma reserva de lei 
(formal) em sentido estrito8. Assim, tal dispositivo poderia ser 
cumprido através de uma lei formal, e também por outros atos 
expressa ou implicitamente autorizados por ela. 
 
58. (CESPE/Oficial de Inteligência- ABIN/2010) O preceito 
constitucional que estabelece que ninguém é obrigado a fazer ou 
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei veicula a noção 
genérica do princípio da legalidade. 
Comentários: 
Trata-se da norma do art. 5º, II, que traz o chamado princípio da 
liberdade, ou o princípio da legalidade na visão do cidadão. Este 
princípio é conhecido como a faceta da legalidade para o cidadão 
porque a legalidade pode ser entendida de 2 formas: 
• Para o cidadão - O particular pode fazer tudo aquilo que a lei 
não proíba; 
• Para o administrador público - O administrador público só 
pode fazer aquilo que a lei autorize ou permita. 
Gabarito: Correto. 
Nas palavras do Supremo: ninguém é obrigado a cumprir 
ordem ilegal, ou a ela se submeter, ainda que emanada de 
autoridade judicial. É dever da cidadania opor-se à ordem 
ilegal; caso contrário, nega-se o Estado de Direito9. 
 
59. (CESPE/AJEM-TJDFT/2008) Ordens emanadas

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