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Direitos Individuais e Coletivos na Constituição

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CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU 
PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 
1 
Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 
Aula 3: 
 
Olá Pessoal, tudo certo? Gostando do curso? Hoje vamos fechar os 
direitos e deveres individuais e coletivos. 
Vamos nessa. 
 
Direito de informação em órgãos públicos: 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de seu interesse particular, ou de interesse 
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo 
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 
Essas informações são de relevância para a pessoa ou para a 
coletividade. Se negado este direito, poderá ser impetrado habeas 
data, no caso de ser uma informação pessoal do impetrante, ou 
mandado de segurança, no caso de uma informação, que embora 
seja de seu interesse, não seja estritamente ligada à sua pessoa. 
 
1. (ESAF/Procurador PGFN/2012) Todos têm direito a receber dos 
órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de 
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 
Comentários: 
É isso aí. Trata-se do direito de informação, previsto no art. 5°, 
XXXIII, da CF/88. 
Gabarito: Correto. 
 
2. (FGV/Analista de Controle Interno – SAD – PE/2009) 
Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu 
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão 
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas 
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do 
Estado. 
Comentários: 
A banca usou a disposição literal encontrada no art. 5.º, XXXIII. O 
direito de informação permite que todas as pessoas, que assim 
necessitarem, possam se dirigir a órgãos públicos e pedir informações 
que sejam de seu interesse particular ou de interesse da coletividade. 
Importante notar que a autoridade pública deve prestar estas 
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informações no prazo legal, sob pena de ser responsabilizada. A 
autoridade não está obrigada a prestar aquelas informações cujo 
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 
Gabarito: Correto. 
 
3. (FGV/Advogado-Senado/2008) Todos têm direito a receber 
dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de 
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 
Comentários: 
Novamente a banca explorou o teor do dispositivo encontrado no art. 
5.º, XXXIII, literalmente. 
Gabarito: Correto. 
 
Direito de petição e direito de obter certidões 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do 
pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de 
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para 
defesa de direitos e esclarecimento de situações de 
interesse pessoal; 
O direito de petição é o direito que QUALQUER pessoa (física ou 
jurídica) possui de se dirigir ao Poder Público (qualquer poder) e 
"pedir" (petição) que se tome alguma atitude em defesa de seus 
direitos, ou contra alguma ilegalidade ou abuso de poder. 
Não se deve confundir o direito de petição, que é o direito de pedir 
que o Poder Público (seja o Poder Executivo, Legislativo, Judiciário ou 
ainda o Ministério Público) tome certas providências, com o direito de 
ingressar com uma ação judicial ou de postular em juízo. Muitas 
bancas tentam confundir o candidato associando erroneamente estes 
institutos. 
Embora a literalidade da Constituição pareça conceder uma 
imunidade ao pagamento de taxas, essa imunidade parece ser 
defendida com força apenas pela doutrina tributarista, boa parte da 
doutrina de direito constitucional entende que o legislador 
constituinte pretendia dar gratuidade geral de quaisquer custas 
referentes a esses institutos e não apenas dispensar o pagamento de 
taxas (que é apenas uma das espécies de tributos). Em provas de 
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concursos, as bancas não têm entrado nesse mérito, limitando-se a 
cobrar os seguintes pontos sobre o direito de petição e certidão: 
1. Não precisa de lei regulamentadora; 
2. Independe do pagamento de quaisquer taxas, e não possui 
caráter restritivo, ou seja, TODOS são isentos, e não apenas os 
pobres ou com insuficiência de recursos. Até as pessoas 
jurídicas poderão fazer uso e receber a imunidade. 
3. No direito de petição, a denúncia ou o pedido poderão ser feitos 
em nome próprio ou da coletividade. 
4. É um direito fundamental perfeitamente extensível aos 
estrangeiros que estejam sob a tutela das leis brasileiras. 
5. Estes direitos, se negados, também poderão dar motivo à 
impetração de Mandado de Segurança. 
 
4. (CESPE/A.Administrativo - PREVIC/2011) Independentemente 
do pagamento de taxas, é assegurada a todos, para a defesa e 
esclarecimento de situações de interesse pessoal e de terceiro, a 
obtenção de certidões em repartições públicas. 
Comentários: 
A Constituição não assegura o direito de certidão para esclarecer 
situações de interesse de terceiros, apenas as de interesse pessoal 
(CF, art. 5º, XXXIV, "b"). 
Gabarito: Errado. 
 
5. (ESAF/Procurador PGFN/2012) São a todos assegurados, 
independentemente do pagamento de taxas, a obtenção de certidões 
em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimentos de 
situações de interesse pessoal. 
Comentários: 
Isso aí... é o teor do art. 5º,XXXIV, “a” e “b”. 
Gabarito: Correto. 
 
Inafastabilidade do Judiciário 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito; 
O princípio da inafastabilidade do Judiciário é um princípio 
importantíssimo para o Estado democrático de direito. Pois ao 
garantir que toda lesão ou ameaça a direito estará sujeita a 
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apreciação do Poder Judiciário, a Constituição impede os usos 
arbitrários de poder que ameaçam a democracia. 
Vamos tecer algumas considerações sobre o princípio: 
O princípio da inafastabilidade do Judiciário é um princípio expresso 
na Constituição? 
Sim, está no art. 5º, XXXV: "a lei não excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça a direito". 
O entendimento deste artigo é que, por este princípio, alguém poderá 
acessar o Poder Judiciário sem necessariamente esgotar as esferas 
administrativas e será apenas o Poder Judiciário que fará a “coisa 
julgada” em definitivo, típico do direito inglês, diferentemente do 
franCês, onde há o “Contencioso administrativo”. (no contencioso 
administrativo, a esfera administrativa é capaz de proferir decisões 
definitivas, sem que sejam apreciadas pelo Poder Judiciário). 
2- Existem exceções a este princípio? 
Sim: 
A) CF, art. 217 §1º → O Poder Judiciário só admitirá ações relativas 
à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as 
instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. 
B) Em se tratando de Habeas Data, só será admitida a propositura 
deste remédio depois de negado o pedido pela autoridade 
administrativa. (entendimento doSTF - HD 22/DF, entre outros - e 
STJ - Súmula nº2) 
C) Lei no 11.417/06 → Contra omissão ou ato da administração 
pública (contrário ao teor de súmula vinculante do STF), o uso da 
reclamação (impugnação ao Supremo de descumprimento da 
decisão) só será admitido após esgotamento das vias administrativas. 
 
3- Por que este princípio existe? 
O Brasil é um Estado Democrático de Direito. Assim, para que esta 
característica se concretize, precisa-se de um Poder Judiciário efetivo, 
que realmente tome conhecimento das demandas, e assim sirva de 
"balança" nas relações internas. Assim, o Poder Judiciário é peça 
importantíssima para efetivação do sistema de "freios e contrapesos", 
pois, impede que haja abusos e autoritarismos por parte dos Poderes 
Executivo e Legislativo. 
 
6. (FCC/Analista - TRF 5ª/2008) A lei não excluirá da 
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. 
Comentários: 
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Esta é a literalidade do princípio da inafastabilidade do Poder 
Judiciário, presente na Constituição Federal em seu art. 5º, XXXV. 
Gabarito: Correto. 
 
7. (FCC/Procurador - Recife/2008) Estão excluídas da 
apreciação do Poder Judiciário as decisões administrativas, enquanto 
não forem esgotadas as instâncias administrativas. 
Comentários: 
Isso contraria o princípio da inafastabilidade do judiciário. Segundo 
este princípio, não existe necessidade para o esgotamento das 
esferas administrativas, ressalvando-se duas exceções: 
- Ajuizamento de habeas data (Segundo o STF, precisa haver prévia 
recusa administrativa em fornecer as informações); 
- Ajuizamento de questões desportivas, precisa esgotar as instâncias 
da Justiça Desportiva (CF, art. 217, §1º). 
Gabarito: Errado. 
 
8. (FCC/Procurador - Recife/2008) Estão excluídas da 
apreciação do Poder Judiciário as ações relativas à disciplina e às 
competições desportivas enquanto não se esgotarem as instâncias da 
justiça desportiva. 
Comentários: 
Trata-se de expressa exceção constitucional ao princípio da 
inafastabilidade do Judiciário. Tal exceção é encontrada no art. 217 
§1º da Constituição. 
Gabarito: Correto. 
 
9. (ESAF/Agente de Fazenda-SMF-RJ/2010) A lei não poderá 
excluir da aprecição do Judiciário lesão ou ameça de direito, mas a 
própria Constituição pode fazê-lo. 
Comentários: 
Item correto, veja que o dispositivo constitucional veda que a lei 
possa afastar a apreciação de um conflito pelo judiciário, mas a 
Constituição pode fazer. 
Gabarito: Correto. 
 
10. (ESAF/Agente de Fazenda-SMF-RJ/2010) A lei não excluirá 
da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito, mas 
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pode condicionar tal acesso ao prévio esgotamento das instâncias 
administrativas. 
Comentários: 
Isso também seria um obstáculo ao acesso ao Poder Judiciário, sendo 
que somente a própria Constituição pode fazê-lo, a lei não tem esse 
Poder. 
Gabarito: Errado. 
 
Limitação a retroatividade da lei 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato 
jurídico perfeito e a coisa julgada; 
Esses conceitos não são consensuais e frequentemente ocorrem 
brigas judiciais tentando reconhecer direitos adquiridos diversos. 
Segundo o art. 6º da Lei de Introdução às Normas de Direito 
Brasileiro (LINDB – antiga Lei de Introdução ao Código Civil - LICC): 
a lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico 
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada e define os conceitos: 
• (§1º) Reputa-se ato jurídico perfeito: o já consumado 
segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. 
• (§2º) Consideram-se adquiridos: assim os direitos que o 
seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles 
cujo começo do exercício tenha termo ("data") pré-fixo, ou 
condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de 
outrem. 
• (§3º) Chama-se coisa julgada ou caso julgado: a decisão 
judicial de que já não caiba recurso. 
O caso do ato jurídico perfeito (aquela coisa que já está consumada 
nos termos da lei, logo não pode ser alterada, pois "já se foi", já se 
consumou) e o caso da coisa julgada são de fácil entendimento. A 
grande discussão se dá no caso do direito adquirido. Vamos ver 
algumas discussões: 
 
Direito adquirido X nova constituição: 
Observe que a Constituição fala no termo "lei", assim, não se poderão 
invocar direitos adquiridos face à entrada em vigor de uma nova 
Constituição, até porque sabemos que o Poder Constituinte Originário 
é ilimitado, não há barreiras intransponíveis. 
Já em se tratando de Emendas Constitucionais, a questão é 
controversa, pois esta não é ilimitada como a Constituição originária 
e deve respeitar limitações constitucionais, como os direitos 
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individuais. Sendo assim, a posição majoritária é que as emendas 
constitucionais devem respeitar o direito adquirido, o ato jurídico 
perfeito e a coisa julgada. 
 
Direito adquirido X lei de ordem pública: 
STF – ADI 493 → O disposto no art. 5º, XXXVI, da Constituição Fede-
ral, se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer 
distinção entre lei de direito público e lei de direito privado, ou entre 
lei de ordem pública e lei dispositiva. 
O que se quer dizer com esse julgado é que "qualquer lei 
infraconstitucional deve respeitar o disposto no art. 5º, XXXVI da 
Constituição". Assim, o direito adquirido e o ato jurídico perfeito 
aplicam-se inclusive às leis de ordem pública. 
Desta forma, conforme salientado por José Afonso da Silva, o correto 
seria dizer que não há direito adquirido individual que prevaleça 
sobre o interesse geral. Estando incorreto falar que não se pode 
invocar o direito adquirido face à lei de ordem pública ou lei de direito 
público. 
 
Para fins de elucidação dos termos: 
A lei pode ser classificada como direito público ou direito privado: 
Lei de direito privado - são leis que regulamentam relações estritas 
entre particulares, não envolvem interesses da sociedade como um 
todo nem os interesses do Estado. 
Leis de direito público - estabelecem relações envolvendo o Estado 
e defendendo o interesse público. 
 
Quanto à sua obrigatoriedade, as leis podem ser: 
Leis de ordem pública (ou imperativas) - são também chamadas 
de cogentes, são aquelas leis imperativas que organizam a 
sociedade, proibindo ou autorizando condutas. Sendo de 
observância obrigatória, a autonomia particular não pode se opor a 
elas. 
Leis dispositivas - são aquelas leis não imperativas, estabelecem 
direcionamentos, mas sem negar a autonomia privada. São as 
normas que irão vigorar em caso de silêncio das partes. 
 
Mais uma vez ratificando: qualquer lei, independentemente do seu 
teor ou classificação deve respeitar o ato jurídico perfeito, o direito 
adquirido e a coisa julgada. 
 
Direito adquirido X regime jurídico: 
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A recorrente frase "não existe direito adquirido a regime jurídico" 
decorre de diversos julgados onde o STF reconheceu que a mudança 
das relações institucionais entre o Estado e seus servidores não 
podem ser impugnadas sob a alegação de que os servidores teriam 
direito adquirido àquelas relações vigentes no momento em que 
entraramem serviço. 
Por exemplo, se uma lei federal viesse a substituir ou modificar a lei 
8.112/90 (regime jurídico dos servidores federais) alterando alguns 
direitos previstos nesta norma, não poderiam os servidores federais 
alegar que pelo fato de terem entrado em serviço sob a vigência 
daquela norma teriam adquirido o direito a fazer jus aos benefícios 
contidos naquele diploma. 
 
Irretroatividade da lei X ente público que editou a lei: 
STF – Súmula nº 654 → A garantia da irretroatividade da lei, prevista 
no art. 5º XXXVI, da Constituição, não é invocável pela entidade 
estatal que a tenha editado. 
Essa súmula, deriva de alguns julgados do STF, principalmente sobre 
a aposentadoria especial. Ela visa fazer com que o Estado cumpra 
compromissos criados por ele mesmo, não podendo se proteger com 
a garantia constitucional quando ele próprio editou a lei que cria o 
ônus. 
Vamos citar um exemplo: imagine o fato de que exista uma lei 
dizendo: é garantida a aposentadoria especial para as classes de 
trabalhadores X e Y, por realizarem atividades insalubres durante 25 
anos. 
Bom, posteriormente a entidade estatal edita uma lei declarando que 
a atividade dos trabalhadores da classe Z também é insalubre. 
O Estado é obrigado a reconhecer retroativamente os direitos da 
classe Z. Ele não pode dizer: "calma aê, a lei é irretroativa, antes 
disso não vou mudar nada, só vale daqui pra frente". Não pode! 
Porque para o STF a garantia da irretroatividade da lei não é 
invocável pela entidade estatal que a tenha editado. 
 
11. (CESPE/Advogado - Petrobrás/2007) No ordenamento 
jurídico vigente, a legislação infraconstitucional, ainda quando de 
ordem pública, não pode retroagir para alcançar ato jurídico perfeito. 
Comentários: 
Dispõe o art. 5º, XXXVI: a lei não prejudicará o direito adquirido, o 
ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Segundo o STF no julgamento 
da ADI 493: o disposto no art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal, se 
aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer 
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distinção entre lei de direito público e lei de direito privado, ou entre 
lei de ordem pública e lei dispositiva. 
Gabarito: Correto. 
 
12. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) Suponha 
que Maria, viúva de servidor público estadual, estivesse recebendo, 
com base em lei estadual, pensão de 100% do valor da remuneração 
do cargo efetivo do falecido marido e que lei estadual superveniente 
tenha reduzido esse percentual para 50% do valor da remuneração 
do cargo. Nessa situação hipotética, a redução legal alcança o 
benefício recebido por Maria, já que não há direito adquirido a regime 
jurídico. 
Comentários: 
No caso em tela, a pensionista já está com o seu direito adquirido, 
fruindo dele, não pode ser alcançada pela retroação da lei. A redução 
da pensão iria ferir a "irredutibilidade dos vencimentos", logo, não 
seria possível, segundo o STF. 
Gabarito: Errado. 
 
13. (FCC/AJEM-TRT 20/2011) No tocante aos Direitos e Deveres 
Individuais e Coletivos, o direito adquirido 
a) é a expectativa de direito. 
b) é a situação fática consumada independentemente de previsão na 
legislação. 
c) emana diretamente da lei em favor de um titular. 
d) é o direito que já se integrou ao patrimônio e que já foi exercido. 
e) é o ato jurídico stricto sensu. 
Comentários: 
Segundo o art. 5º, XXXVI da Constituição, a lei não prejudicará o 
direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. 
Segundo o art. 6º da Lei de Introdução às Normas de Direito 
Brasileiro (LINDB – antiga Lei de Introdução ao Código Civil - LICC): 
• (§1º) Reputa-se ato jurídico perfeito: o já consumado 
segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. 
• (§2º) Consideram-se adquiridos: assim os direitos que o 
seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles 
cujo começo do exercício tenha termo ("data") pré-fixo, ou 
condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de 
outrem. 
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• (§3º) Chama-se coisa julgada ou caso julgado: a decisão 
judicial de que já não caiba recurso. 
 
Letra A – Errado. Expectativa de direito é aquele direito que ainda 
não foi adquirido, mas que a pessoa espera que um dia possa 
alcançar por haver alguma previsão normativa para tal. 
Letra B – Errado. A coisa que já foi consumada não é direito 
adquirido, é ato jurídico perfeito (ato que já se consumou, logo, não 
pode ser alterado). 
Letra C – Correto. Direitos adquiridos são os direitos que o seu 
titular, ou alguém por ele, já possa exercer, pois cumpriu todos os 
requisitos previstos na lei. 
Letra D – Errado. O direito adquirido realmente é aquele que já se 
incorporou ao patrimônio da pessoa, porém “já foi exercido” dá idéia 
de algo consumado! O direito adquirido é algo que está em fruição ou 
que se adquiriu o direito para exercer. 
Letra E – Errado. ato jurídico stricto sensu é um conceito muito 
amplo. Trata-se de qualquer comportamento, previsto em lei, do qual 
decorram efeitos jurídicos. Não pode ser usado para definir “direito 
adquirido”. 
Gabarito: Letra C. 
 
Juiz Natural 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
Juiz natural nada mais é do que dizer: para se julgar alguém já existe 
um órgão determinado previamente para tal, não podendo haver 
julgamento por órgãos excepcionais, pois isso seria parcial e arbitrário. 
Ressalta-se que este conceito não abrange somente os julgamentos do 
Judiciário. Por exemplo, o Senado Federal é o juízo natural para o 
julgamento do Presidente da República nos crimes de 
responsabilidade. 
Outra face deste princípio se encontra no inciso LIII – ninguém será 
processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; 
Tribunal de exceção → Aquele que é criado especificamente para 
julgar um crime, sem que existisse previamente. Também chamado 
de tribunal “ad hoc”, expressão latina que significa “específico”, “para 
isto” etc. 
STF – Súmula nº 704 → Não viola as garantias do juiz natural, da 
ampla defesa e do devido processo legal, a atração por continência 
ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função 
de um dos denunciados. 
 
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14. (CESPE/TJAA-STM/2011) A imparcialidade do Poder 
Judiciário e a segurança do povo contra o arbítrio estatal são 
garantidas pelo princípio do juiz natural, que é assegurado a todo e 
qualquer indivíduo, brasileiro e estrangeiro, abrangendo, inclusive, 
pessoas jurídicas. 
Comentários: 
Isso aí. Quando alguém está sendo acusado de algo, já deve existir 
um foro pré-determinado para seu julgamento, não se poder criar um 
órgão julgador "de exceção", apenas para julgar o referido caso, isso 
seria parcial e arbitrário. 
Esse direito abrange também pessoas jurídicas e estrangeiros, já que 
ambos são destinatários de direitos fundamentais (sempre que a eles 
não seja vedada a aplicação por decorrência lógica ou expressa). 
Gabarito: Correto. 
 
15. (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho - MTE/ 2010) O princípio 
do juiz natural deve ser interpretado buscando não só evitar a criação 
de tribunais de exceção, mas também de respeito absoluto às regras 
objetivas de determinação de competência, para que não sejam 
afetadas a independência e imparcialidade do órgão julgador. 
Comentários: 
Perfeita a assertiva, estes realmente são os escopos detal princípio. 
Gabarito: Correto. 
 
Promotor natural: 
É entendido como desdobramento do Juiz natural, mas é referente ao 
processo, e não à sentença. 
1. Para sentenciar ou processar alguém, só autoridade 
competente. 
2. Para dar respaldo a isso, a CF também garantiu: 
a) é privativa do Ministério Público a ação penal pública (art. 
129 da CF); 
b) os membros do MP gozarão de inamovibilidade, salvo por 
interesse público (art. 128, § 5º da CF) 
Tudo isso para garantir que não haja processo de exceção na justiça 
brasileira. Os cargos do Ministério Público são previstos em lei, fixos, 
não se admite cargos genéricos. 
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Uadi Lammêgo Bulos ensina que o fundamento deste princípio é que 
o acusado possa ter o seu processo analisado de forma livre e 
independente, de acordo com a legalidade. 
 
16. (CESPE/Analista Adm.- MPU/2010) O princípio do promotor 
natural decorre da independência funcional e da garantia da 
inamovibilidade dos membros da instituição. 
Comentários: 
O princípio do promotor natural é entendido como desdobramento do 
Juiz natural, mas é referente ao processo, e não à sentença. São 
todas as disposições que garantem que não haja processo de exceção 
na justiça brasileira. 
Gabarito: Correto. 
 
Tribunal do Júri 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a 
organização que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos 
contra a vida; 
A ideia do instituto do juri é um importante ponto do Estado 
Democrático de Direito, dando oportunidade à própria sociedade de 
julgr seus membros que cometerem garaves crimes. 
Aqui importante destacar que a “plenitude da defesa” tem uma 
abrangência maior que a ampla defesa e o contraditório, 
considerando que o acusado e o seu defensor podem utilizar de 
argumentos não jurídicos para a obtenção de sua absolvição, como 
por exemplo evocar questões de ordem sentimental, sociológica ou 
de política criminal. 
Importante destacar que tal soberania se refere aos fatos criminosos, 
haja vista que as questões relacionadas à aplicação da pena quem 
julga é o juiz presidente do tribunal do juri, desta forma, a pena 
imposta no tribunal do juri pode ser aumentada em grau de recurso 
pelo tribunal respectivo para julgar o recurso, o que este tribunal não 
pode fazer é condenar/ absolver o réu contrariando a decisão dos 
jurados.Assim, está errado falar que as decisões do juri são 
irrecorríveis ou imutáveis (essa pegadinha cai muito em concursos). 
Cabe recurso da decisão do Júri, quando (art. 593, III, do Código de 
Processo Penal): 
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a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; 
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à 
decisão dos jurados; 
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da 
medida de segurança; 
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos 
autos. 
Por favor, não quero ninguém decorando essas coisas do 
Código de Processo Penal, eu coloquei apenas de forma a 
exemplificar a possibilidade de recurso da decisão do Júri. 
Beleza?? Ninguém vai ficar me perguntando: "Professor, não 
entendi o art. 593, III do CPP...", não é pra entender mesmo 
não, é só pra saber que existe. Valeu?! 
Só para fins de exemplificação novamente, no caso de recurso, 
poderá se convocar um novo Júri para fazer novo julgamento. Se for 
somente retificar algum erro na aplicação da pena, o tribunal faz, 
mas para julgar novamente, só se for outro Júri, justamente pela 
soberania dos veredictos. 
 
Um outro ponto bastante cobrado em concursos é o fato de a 
competência do tribunal do Júri não prevalecer sobre as 
“prerrogativas de foro” conferidas pela própria Constituição 
Federal. Assim, ainda que nesses crimes dolosos contra a vida, o Pre-
sidente da República, por exemplo, será julgado pelo STF, devido à 
sua prerrogativa e não pelo Júri. 
 
Porém, lembramos que apenas a Constituição Federal poderá 
estabelecer “prerrogativas de foro” que prevalecerão sobre o Júri. 
Consoante a isso, dispõe a Súmula nº 721: 
STF – Súmula nº 721 → A competência constitucional do tribunal do 
júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido 
exclusivamente pela Constituição Estadual. 
STF – Súmula nº 603 → A competência para o processo e julgamento 
de latrocínio* é do juiz singular e não do júri. 
*Latrocínio, (roubo seguido de morte) é considerado crime contra o 
patrimônio e não crime doloso contra a vida. 
 
17. (CESPE/AJAJ-STF/2008) O julgamento dos crimes dolosos 
contra a vida é de competência do tribunal do júri, mas a CF não 
impede que outros crimes sejam igualmente julgados por esse órgão. 
Comentários: 
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A Constituição estabeleceu no art. 5º XXXVIII que o júri tem a 
competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. Mas 
realmente não restringiu esta competência a somente estes crimes. 
Gabarito: Correto. 
 
Legalidade penal e Irretroatividade da lei penal: 
 
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem 
pena sem prévia cominação legal; 
 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
 
STF – Súmula nº 711 → A lei penal mais grave aplica-se ao crime 
continuado ou ao crime permanente, caso ela entre em vigor 
anteriormente à cessação da continuidade ou da permanência. 
O crime continuado é aquele crime que perdura por um espaço de 
tempo, ele não é instantâneo. Exemplo típico é o tráfico de drogas. 
Não se pode falar que alguém "cometeu tráfico de drogas às 14:00 
de ontem", mas sim que a pessoa "está traficando" ou "estava 
traficando" durante um certo período de tempo, que pode ser de, 
horas, dias, meses, anos (se bem que falar em anos já é difícil, 
geralmente traficante tem vida curta!). Assim, se uma lei penal é 
publicada durante este espaço de tempo em que o crime está 
ocorrendo, ela será aplicável ainda que prejudicial ao infrator. 
A lei penal mais grave só não será aplicável ao crime continuado 
quando este crime cessar antes da publicação da lei. 
 
18. (CESPE/OAB-SP exame nº 137/2008) É correto afirmar que 
a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. 
Comentários: 
Trata-se do princípio da irretroatividade da lei penal, disposto no art. 
5º, XL da Constituição. 
Gabarito: Correto. 
 
19. (ESAF/ATRFB/2009) A lei penal mais grave aplica-se ao 
crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é 
anterior à cessação da continuidade ou da permanência. 
Comentários: 
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Mais uma questão de súmula, o que mostra a importância de saber a 
literalidade destes pensamentos fixados pelo tribunal. Trata-se da 
súmula 711 do STF: “A lei penal mais grave aplica-se ao crime 
continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à 
cessação da continuidade ou da permanência.” 
Gabarito: Correto. 
 
Proteção aos direitos e liberdades fundamentais 
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos 
direitos e liberdades fundamentais; 
 
20. (CESPE/ANAC/2009) É imprescritívela ação tendente a 
reparar violação dos direitos humanos ou dos direitos fundamentais 
da pessoa humana. 
Comentários: 
Decorrente do princípio fundamental da dignidade da pessoa humana, 
e pelo fato da ausência de disposição constitucional, temos que as 
violações aos direitos humanos podem ser punidas a qualquer tempo, 
não podendo se falar em prescrição do direito do Estado de puni-las. 
Gabarito: Correto. 
 
Crimes inafiançáveis 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e 
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis 
de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos 
como crimes hediondos, por eles respondendo os 
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se 
omitirem; 
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de 
grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o Estado Democrático; 
 
• Anistia: o Estado renuncia ao seu direito de punir determinados 
fatos. A anistia não é pessoal, direciona-se aos fatos. 
• Graça: concedida pessoalmente, extingue diretamente a pena 
imposta em sentença judicial transitada em julgado. 
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• Indulto: ocorre da mesma forma que graça, porém é coletivo e 
não individual. 
• Competência para conceder anistia: privativa da União (art. 21, 
XVII) sempre através de lei federal com deliberação no CN (art. 
48, VIII). 
• Competência para conceder indulto (e graça): é de 
discricionariedade do Presidente da República (art. 84, XII) 
podendo ainda ser delegada aos Ministros de Estado, PGR ou AGU 
(art. 84, § único). 
 
 
 
 
Pulo do Gato: 
Em meu livro "Constituição Federal Anotada para Concursos", 
eu proponho um método para facilitar a memorização destes 
crimes previstos na CF/88. Perceba que todos eles são inafiançáveis. 
Agora, existe uma diferença nos outros tratamentos. Deste modo os 
crimes se dividiriam em 3 grupos: racismo, ação de grupos armados, 
e o que chamaria de 3TH (tortura, tráfico, terrorismo e hediondos). A 
Constituição estabeleceu para eles o seguinte tratamento: 
• ação de grupos armados contra o Estado – 
imprescritível; 
• racismo – imprescritível e sujeito a reclusão (R – 
racismo X R – reclusão); 
• 3TH – insuscetível de graça ou anistia (tente relacionar 
a fonética do “H” – “A–GA”– para lembrar de “Graça” ). 
 
 
21. (CESPE/Advogado OAB–SP/2008) Segundo a Constituição 
de 1988, constitui crime inafiançável e imprescritível: 
a) a prática da tortura 
b) a prática do racismo 
c) o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins 
d) o definido em lei como hediondo 
Comentários: 
Inafiançável, já sabemos que todos são. Falta saber qual é 
imprescritível 
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a) a prática da tortura – É um dos “T” do 3TH. 
b) a prática do racismo – Resposta CERTA e como visto ainda sujeita 
o infrator à reclusão. 
c) o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins – É um dos “T” do 
3TH. 
d) o definido em lei como hediondo – É o “H” do 3TH 
Gabarito: Letra B. 
 
22. (CESPE/MEC/2009) A prática do racismo constitui crime 
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos 
da lei. 
Comentários: 
Todos os crimes que estão expressamente citados pela Constituição 
são inafiançáveis, embora haja diferença em um segundo tratamento. 
A Constituição estabeleceu para tais crimes o seguinte: 
• Ação de grupos armados contra o Estado - 
Imprescritível; 
• Racismo - Imprescritível e sujeito a Reclusão (R - 
Racismo X R - Reclusão); 
• 3TH (Tortura, Tráfico, Terrorismo e Hediondos) - 
Insuscetível de graça ou anistia (tente relacionar a fonética do 
"H" - "A-GA"- para lembrar de "Graça"). 
Gabarito: Correto. 
 
23. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) Todos os crimes estão sujeitos 
a prescrição. 
Comentários: 
A Constituição prevê que a prática do racismo constitui crime 
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos 
da lei. Prevê ainda que constitui crime inafiançável e imprescritível 
a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o Estado Democrático (CF, art. 5º, XLII e XLIV). 
Desta forma, estes crimes poderão ser punidos a qualquer tempo, 
não podendo os infratores alegar perda do direito do Estado para 
punir. 
Gabarito: Errado. 
 
24. (CESPE/Analista-TJ-RJ/2008) São inafiançáveis os crimes 
de ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
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constitucional e o Estado Democrático, de racismo, de prática da 
tortura, de tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, de 
terrorismo e os definidos como crimes hediondos. 
Comentários: 
Todos os crimes que estão expressamente citados pela Constituição 
são inafiançáveis, embora haja diferença em um segundo tratamento. 
A Constituição estabeleceu para tais crimes o seguinte: 
• Ação de grupos armados contra o Estado - 
Imprescritível; 
• Racismo - Imprescritível e sujeito a Reclusão (R - 
Racismo X R - Reclusão); 
• 3TH (Tortura, Tráfico, Terrorismo e Hediondos) - 
Insuscetível de graça ou anistia (tente relacionar a fonética do 
"H" - "A-GA"- para lembrar de "Graça"). 
Gabarito: Correto. 
 
25. (CESPE/OAB-SP exame nº 135/2008) Segundo a 
Constituição de 1988, constitui crime inafiançável e imprescritível a 
prática da tortura. 
Comentários: 
A prática de tortura não seria imprescritível, seria insuscetível de 
graça ou anistia. 
Gabarito: Errado. 
 
26. (CESPE/OAB-SP exame nº 135/2008) Segundo a 
Constituição de 1988 a prática do racismo constitui crime inafiançável 
e imprescritível, sujeitando o infrator à pena de detenção. 
Comentários: 
O racismo realmente é crime inafiançável e imprescritível, porém, 
sujeita o infrator à pena de reclusão (CF, art. 5º, XLII). 
Gabarito: Errado. 
Obs.: Atualmente defende-se que não existem divisões de 
"raça", só existiria uma raça: a raça humana. Desta forma, 
para definirmos a noção de racismo não há nenhum critério 
objetivo e científico que nos permita fazer uma separação entre 
diferentes raças. Assim, o conceito de racismo deve ser considerado 
amplo, não no sentido de apenas "cor de pele" ou outras 
características físicas, mas também devido a traços culturais e etnia. 
 
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Veja o que diz o art. 1º da Lei nº 7.716/89: “Serão punidos, na forma 
desta lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de 
raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. 
Assim é possível perceber a vedação à discriminação resultante várias 
origens, e não somente pela cor da pele. 
Por fim, importante ainda não confundir o crime de racismo com o 
crime de injúria classificada por racismo ("injúria racial"). A 
mencionada lei pune com reclusão de até 5 anos os crimes 
resultantes de discriminação quando empregados como uma ofensa 
geral e não só a um indivíduo isoladamente. 
Já o crime de injúria qualificada por racismo está prevista no Código 
Penal, art. 140, §3º, é um crime contra a honra, em que o agente 
ofende uma pessoa isoladamente,como ocorreu no famoso caso do 
jogador Grafite que foi xingado pelo zagueiro argentino de macaco e 
por isso foi preso em São Paulo há uns anos atrás. 
 
27. (CESPE/Agente - ABIN/2008) Um romancista famoso 
publicou, no Brasil, um livro no qual defende a tese de que as 
pessoas que seguem determinada religião seriam menos evoluídas do 
que as que seguem outra religião. Nessa situação, tal afirmação 
poderia ser enquadrada como racismo, embora, tecnicamente, 
religião não constitua raça. 
Comentários: 
Trata-se do conceito amplo de "raça", para fins de proteção. 
Gabarito: Correto 
 
28. (FUNIVERSA/Delegado - PC-DF/2009 - Adaptada) O 
antissemitismo pode ser considerado como crime de racismo. 
Comentários: 
Trata-se do conceito amplo de "raça", para fins de proteção. 
Gabarito: Correto 
 
Sucessão da pena 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, 
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do 
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos 
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor 
do patrimônio transferido; 
Baseado neste dispositivo, vemos que a pena é intransferível, deve 
ser aplicada somente àquele que cometeu a infração, não podendo 
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ser passada aos seus sucessores. A Constituição, no entanto, admite 
que haja uma “sanção patrimonial” a estes sucessores (filhos, 
herdeiros e etc.) que consiste na obrigação de reparar danos e no 
perdimento de bens limitado ao valor que foi recebido pela 
sucessão, para o caso de penas com consequências patrimoniais 
(multas, indenizações e etc.). 
 
29. (FCC/AJAJ-TRE-AP/2011) Pitágoras foi condenado a reparar 
os danos morais que causou à Libero por racismo. Porém, Pitágoras 
faleceu sem pagar a dívida, o que motivou Libero a pleitear de 
Tibério, filho do falecido, o pagamento. No tocante aos Direitos e 
Deveres Individuais e Coletivos previstos na Constituição Federal, tal 
cobrança em face de Tibério é 
a) possível, desde que Pitágoras tenha deixado bens, ressalvando que 
a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens 
ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles 
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido. 
b) impossível, porque a obrigação de reparar o dano e a decretação 
do perdimento de bens jamais serão estendidas aos sucessores e 
contra eles executadas, mesmo se o falecido deixou bens. 
c) impossível, porque a Constituição Federal veda expressamente. 
d) possível, porque por força da Constituição Federal, mesmo não 
tendo praticado o racismo, é responsável solidário da obrigação de 
reparar o dano pelo simples fato de ser filho do condenado, sendo 
irrelevante se Pitágoras faleceu ou não e se deixou ou não bens. 
e) impossível, porque a sentença de mérito que condenou Pitágoras à 
reparar os danos morais não condenou seu sucessor, Tibério, como 
responsável subsidiário da obrigação, mesmo havendo bens deixados 
pelo falecido à titulo de herança. 
Comentário: 
A questão tentava extrair do candidato o conhecimento sobre o teor 
do art. 5º, XLV da Constituição: 
Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a 
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens 
ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles 
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; 
Assim, a pena é intransferível, deve ser aplicada somente àquele que 
cometeu a infração, não podendo ser passada aos seus sucessores. A 
Constituição, no entanto, admite que haja uma “sanção patrimonial” 
a estes sucessores (filhos, herdeiros e etc.) que consiste na 
obrigação de reparar danos e no perdimento de bens limitado 
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ao valor que foi recebido pela sucessão, para o caso de penas 
com consequências patrimoniais (multas, indenizações e etc.). 
Gabarito: Letra A. 
 
Individualização da pena 
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e 
adotará, entre outras, as seguintes: 
a) privação ou restrição da liberdade; 
b) perda de bens; 
c) multa; 
d) prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de direitos; 
Por exemplo, uma pessoa condenada por crime de improbidade 
administrativa terá seus direitos políticos suspensos por força do art. 
37, § 4º, e pelo art. 15 da CF. 
XLVII - não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos 
do art. 84, XIX; 
b) de caráter perpétuo; 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento; 
e) cruéis; 
(CF, art. 84, XIX) → Compete privativamente ao Presidente da 
República declarar guerra e a mobilização nacional (total ou 
parcialmente), no caso de agressão estrangeira: 
• autorizado pelo CN; ou 
• referendado pelo CN, quando ocorrer no intervalo das sessões 
legislativas; 
 
30. (CESPE/TJAA - TRT 5ª/2009) É proibida a instituição de 
pena de morte no Brasil por força de mandamento constitucional. 
Comentários: 
A questão é confusa, pois a regra é ser proibida a instituição de pena 
de morte no Brasil. Porém, a banca entendeu que a questão estaria 
incorreta, pois existe o caso de pena de morte em tempo de guerra 
externa declarada. O CESPE costuma usar esta assertiva como 
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incorreta, sempre olhando para a exceção, por isso, já se pode adotar 
esta postura em relação à banca. 
Gabarito: Errado. 
 
31. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) A pena de trabalhos forçados 
em estabelecimentos prisionais de segurança máxima depende de 
regulamentação por meio de lei complementar para ser 
implementada no ordenamento jurídico brasileiro. 
Comentários: 
Não há possibilidade para que a lei estabeleça este tipo de pena, já 
que segundo a Constituição, art. 5º, XLVII, não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 
84, XIX; 
b) de caráter perpétuo; 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento; 
e) cruéis. 
Gabarito: Errado. 
32. (ESAF/Auditor da Receita Federal/2012) A Constituição 
Federal de 1988 admite a aplicação da pena de banimento. 
Comentários: 
Não permite não. Tal modalidade é expressamente vedada pelo art. 
5º, XLVII, d. 
Gabarito: Errado. 
 
Direitos dos presos 
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos 
distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o 
sexo do apenado; 
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade 
física e moral; 
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que 
possam permanecer com seus filhos durante o período de 
amamentação; 
Demais direitos dos presos: 
� LXII - ter a sua prisão comunicada imediatamente ao juiz 
competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; 
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� LXIII → Ser informado sobre seus direitos, entre os quais o de 
permanecer calado, e ser assistido pela família e pelo advogado; 
� LXIV → Identificação dos responsáveis por sua prisão ou 
interrogatório policial; 
� LXV → Ter sua prisão relaxada imediatamente se ela for ilegal; 
� LXVI → Não ser levado à prisão, ou não ser mantido nela, caso a 
lei admita liberdade provisória, seja com ou sem fiança; 
� LXXV → Receber indenização por erro judiciário,ou se ficar preso 
além do tempo fixado na sentença; 
 
Extradição 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o 
naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da 
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico 
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime 
político ou de opinião; 
Extradição: É um pedido que um país faz a outro, quando alguém que 
está no território deste foi condenado ou está sendo processado por 
alguma infração penal no país que pediu a extradição, para que, 
assim, possa ser processado ou cumpra pena em seu território. 
Geralmente ocorre nos termos de tratados internacionais bilaterais de 
extradição. Para países sem tratados com o Brasil, deverá ser 
observado o “Estatuto do Estrangeiro” (Lei nº 6.815/80). 
A extradição geralmente é efetuada observando tratados bilaterais, 
mas está condicionada a observância de 3 requisitos básicos, de 
ordem geral: 
1- Não ser crime político nem crime de opinião; 
2- O crime a ele imputado deve ter dupla tipificação (ou seja, tem 
que ser algo que seja considerado crime tanto no país que pede a 
extradição quanto no Brasil); 
3- A pena imposta ao extraditado não pode ser superior ao máximo 
da lei brasileira (30 anos). 
A extradição pode ser classificada como ativa ou passiva: 
• ativa – quando solicitada pelo Brasil a outro Estado 
(Brasil fez o pedido = ativa); 
• passiva – quando requerida por outro Estado ao Brasil (o 
Brasil recebeu o pedido = passiva); 
A Constituição só previu regras para a extradição passiva, ou seja, os 
casos de um país estrangeiro pedir a extradição de alguém que se 
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encontra no território nacional, essa extradição passiva será julgada 
pelo STF, nos termos da Constituição, art. 102, I, g: "Compete ao 
STF, julgar a extradição solicitada por Estado estrangeiro". 
Não compete ao STF julgar, porém, a extradição ativa, que deve ser 
pedida diretamente pelo Presidente da República sem intervenção do 
Judiciário.1 
Então, podemos organizar a extradição da seguinte forma: 
Extradição passiva de brasileiro: 
• nato → nunca; 
• naturalizado → pode, se cometer: 
� crime comum antes da naturalização; 
� tráfico ilícito a qualquer tempo, na forma da lei. 
• Extradição passiva de estrangeiro: pode ser extraditado, 
salvo se o motivo for crime político ou de opinião; 
Conceitos conexos 
Deportação: Ato compulsório de competência da Polícia Federal, que 
ocorre quando algum estrangeiro entrou irregular no País ou nele 
permanece sem a devida autorização (os “vistos”). É um ato para 
coibir a clandestinidade. Se um deportado futuramente conseguir o 
visto poderá ingressar no território nacional. 
Expulsão: A expulsão é um ato discricionário, mas ocorre quando um 
estrangeiro regularmente inserido no território nacional pratica um 
ato que torne sua permanência “inconveniente” ou por ter praticado 
algum delito ou infração prevista em lei que justifique tal medida. 
Segundo o “Estatuto do Estrangeiro”, compete ao chefe do Executivo 
Federal decretar a expulsão ou revogá-la segundo seus critérios de 
oportunidade e conveniência (art. 66). 
Entrega: É um ato feito por um Estado a um tribunal internacional de 
jurisdição permanente, como por exemplo o Tribunal Penal 
Internacional de Roma (conforme previsto na CF, art, 5º, §4º), a 
entrega de brasileiros, em princípio, é permitida. 
 
Jurisprudência relevante: 
Embora caiba ao STF julgar a extradição passiva, o Supremo decidiu 
que esta decisão está sujeita ao crivo do Presidente da República e 
 
 
1
 Pet 3569 / MS – Mato Grosso do Sul / 2006: “Não compete, ao STF, apreciar, 
nem julgar da legalidade de extradições ativas. Estas deverão ser requeridas, 
diretamente, pelo Estado brasileiro, aos Governos estrangeiros, em cujo território 
esteja a pessoa reclamada pelas autoridades nacionais” 
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que a decisão do Presidente da República em negar extradição 
é um ato político de soberania nacional, não podendo ser 
revisto pelo Supremo2. 
 
33. (CESPE/AJAA-TJES/2011) O brasileiro nato não poderá ser 
extraditado para outro país em nenhuma hipótese. 
Comentários: 
A Constituição não previu a extradição passiva de brasileiro nato. 
Somente de estrangeiros e de brasileiros naturalizados, sendo os 
naturalizados só poderão ser extraditados em caso de: 
� Crime comum, praticado antes da naturalização; ou 
� Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins, na forma da lei; 
Lembrando ainda que nunca poderá extraditar ninguém se o crime 
cometido for “político” ou “de opinião”. 
Gabarito: Correto. 
 
34. (CESPE/MMA/2009) Se um brasileiro nato viajar a outro país 
estrangeiro, lá cometer algum crime, envolvendo tráfico ilícito de 
entorpecentes, e voltar ao seu país de origem, caso aquele país 
requeira a extradição desse indivíduo, o Brasil poderá extraditá-lo. 
Comentários: 
O brasileiro nato nunca poderá ser extraditado, isso já é suficiente 
para acertar a questão, mas, a título de informação lembramos que 
caso ele fosse naturalizado, isso poderia acontecer, já que a CF diz 
em seu artigo LI que nenhum brasileiro será extraditado, salvo o 
naturalizado, em caso de: 
� Crime comum, praticado antes da naturalização; ou 
� Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins, na forma da lei. 
Gabarito: Errado. 
35. (CESPE/FINEP/2009) Dispõe a CF que nenhum brasileiro 
pode ser extraditado, nem concedida extradição de estrangeiro por 
crime político ou de opinião. 
Comentários: 
 
2
 STF - EXT 1085. 
 
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Em regra, nenhum brasileiro pode ser extraditado, mas, de forma 
absoluta, isso só vale para o brasileiro nato, ou seja, a questão peca 
ao afirmar "nenhum brasileiro pode ser extraditado", já que poderá 
sim, desde que seja um brasileiro naturalizado. 
A segunda parte que fala "nem concedida extradição de estrangeiro 
por crime político ou de opinião" está correta, já que, embora o 
estrangeiro possa, sem grandes empecilhos, ser extraditado, isso não 
ocorrerá, por vedação constitucional, quando se tratar de crime 
político ou de opinião. 
Gabarito: Errado. 
 
36. (CESPE/TRT-17ª/2009) No Brasil, não há deportação nem 
expulsão de brasileiro. 
Comentários: 
Deportação é a "devolução" do estrangeiro que tentou ingressar 
ilegalmente no país. Expulsão é a "retirada" do estrangeiro que 
cometeu algum ato no país que torna a sua permanência 
inconveniente. Assim, são dois institutos não aplicáveis ao brasileiro. 
Gabarito: Correto. 
 
37. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) Somente após decisão do 
STF, a expulsão ou a extradição de pessoa do território nacional 
poderá ser efetivada. 
Comentários: 
Cabe ao STF julgar a extradição passiva, porém, a expulsão (retirada 
de um estrangeiro do território nacional devido à inconveniência de 
sua presença) é ato do Poder Executivo, discricionário. 
Gabarito: Errado. 
 
38. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) A CF não admite a extradição 
de brasileiro. 
Comentários: 
Poderá se extraditar o brasileiro naturalizado, em caso de: 
� Crime comum, praticado antesda naturalização; ou 
� Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins, na forma da lei; 
Gabarito: Errado. 
 
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39. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) A prática de crime político por 
estrangeiro radicado no Brasil enseja a concessão de extradição 
solicitada por Estado estrangeiro, desde que os efeitos penais ainda 
estejam ocorrendo. 
Comentários: 
A Constituição é clara em seu art. 5º, LII, ao afirmar que não será 
concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião. 
Gabarito: Errado. 
 
40. (CESPE/ABIN/2008) Pedro, filho de João e Maria, nasceu em 
um país da América Latina onde seu pai exercia o cargo de 
embaixador do Brasil e trabalha, atualmente, em outro país da 
América Latina como humorista, onde critica o governo local. 
Sentindo-se perseguido nesse país, Pedro veio para o Brasil. Nessa 
situação, Pedro poderá ser preso e extraditado, pois a injúria 
caracteriza-se como crime comum, caso em que é permitida a 
extradição. 
Comentários: 
Não será concedida a extradição por crime político ou de opinião (CF, 
art. 5º, LII). 
Gabarito: Errado. 
 
41. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) Os crimes de opinião 
praticados por estrangeiros são passíveis de extradição, desde que 
cometidos contra a integridade nacional. 
Comentários: 
A Constituição é clara em seu art. 5º, LII, ao afirmar que não será 
concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião. 
Gabarito: Errado. 
 
42. (ESAF/ATRFB/2012) A extradição será deferida pelo STF no 
caso de fatos delituosos puníveis com prisão perpétua, não sendo 
necessário que o Estado requerente assuma o compromisso de 
comutá-la em pena não superior à duração máxima admitida na lei 
penal do Brasil. 
Comentários: 
O erro está em dizer que é desnecessário que o estado requerente 
assuma o compromisso de comutar a pena de prisão perpétua em 
pena não superior a 30 anos de reclusão, pena máxima aplicada no 
Brasil, tal entendimento foi inaugurado no julgamento da Extradição 
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nº 855, caso do pedido de extradição por parte da República do Chile 
dos sequestradores do publicitário Washington Olivetto. 
Sabemos que extradição requer a observância de 3 requisitos 
básicos, de ordem geral: 
1- Não ser crime político nem crime de opinião; 
2- O crime a ele imputado deve ter dupla tipificação (ou seja, tem 
que ser algo que seja considerado crime tanto no país que pede a 
extradição quanto no Brasil); 
3- A pena imposta ao extraditado não pode ser superior ao máximo 
da lei brasileira (30 anos). 
Gabarito: errado. 
 
Juiz natural (e promotor natural) – outra face 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela 
autoridade competente; 
 
Devido processo legal (“due process of law”) 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens 
sem o devido processo legal; 
Mas o que seria o devido processo legal? Segundo o Ministro do STF 
Celso de Mello3, os elementos da garantia constitucional do “due 
process of law” seriam: 
� direito ao processo (garantia de acesso ao Judiciário); 
� direito à citação e ao conhecimento prévio do teor da 
acusação; 
� direito a um julgamento público e célere, sem dilações 
indevidas; 
� direito ao contraditório e a ampla defesa (direito à 
autodefesa e à defesa técnica – advogado); 
� direito de não ser processado com fundamento em provas 
revestidas de ilicitude; 
� direito de igualdade entre as partes; 
� direito ao benefício da gratuidade; 
� direito à observância do princípio do juiz natural; 
� direito ao silêncio (privilégio contra a autoincriminação); 
� direito à prova; 
 
3
 em decisão de 2008, no HC 94601 MC/CE. 
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� direito de presença e de participação ativa nos atos de 
interrogatório judicial dos demais litisconsortes penais 
passivos, quando existentes. 
Em outras ocasiões, já foi demonstrado que este princípio 
constitucional também é o responsável por trazer implicitamente o 
princípio da razoabilidade e proporcionalidade, muito cobrado em 
concurso, pois é essencial para uma administração pública eficiente, 
célere e que respeita o Estado Democrático. 
 
43. (CESPE/TFCE-TCU/2012) O princípio da proporcionalidade 
ou da razoabilidade é um princípio constitucional não positivado. 
Comentários: 
Os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, segundo a 
doutrina, encontram-se presentes no ordenamento constitucional 
brasileiro, porém, eles estão "implícitos" no devido processo legal, e 
não "positivados" (expressos) no texto constitucional. 
Gabarito: Correto. 
 
Duplo grau de jurisdição: 
Duplo grau de jurisdição, à sua moda clássica, é a possibilidade de 
um reexame integral da sentença por um órgão diverso do que a 
proferiu e de hierarquia superior na ordem judiciária4. 
No Brasil, existe possibilidade de ocorrência do duplo grau de 
jurisdição. Porém, segundo o Supremo, o duplo grau de jurisdição, no 
âmbito da recorribilidade ordinária, não consubstancia garantia 
constitucional5 (questão recorrente do CESPE). Isso porque existem 
julgados que não poderão ser revistos, como, por exemplo, aqueles 
de competência originária do STF, onde não é admitida a 
recorribilidade a instância superior. Ainda nas palavras do STF, não é 
possível, sob as sucessivas Constituições da República, erigir 
(instituir) o duplo grau em princípio e garantia constitucional, tantas 
são as previsões, na própria Lei Fundamental, do julgamento de única 
instância ordinária6. 
Para sintetizar o tema, Uadi Lammêmgo Bulos traz um importante 
ensinamento: "No Brasil, somente a carta de 1824 consagrou o duplo 
grau de jurisdição de modo pleno e irrestrito (...). As demais 
 
4
 79.785, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 29-03-00, Plenário, DJ de 22-11-02 
5
 AI 209.954-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 15-9-98, 
6
 AI 601.832-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 17-3-09, 
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Constituições não prescreveram, in verbis, o vetor deixando-o 
implícito na ordem jurídica. É o caso do Texto Magno de 1988"7. 
 
44. (CESPE/OAB/2009.1) O duplo grau de jurisdição, no âmbito 
da recorribilidade ordinária, não consubstancia garantia 
constitucional. 
Comentários: 
Exato. 
Gabarito: Correto. 
 
Contraditório e a ampla defesa 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e 
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e 
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
Súmula Vinculante nº 5 → A falta de defesa técnica por advogado no 
processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. 
Súmula Vinculante nº 14 → É direito do defensor do representado ter 
acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em 
procedimento investigatório realizado por órgão com competência de 
polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. 
 
45. (CESPE/AGU/2009) Segundo o STF, a falta de defesa técnica 
por advogado, no âmbito de processo administrativo disciplinar,não 
ofende a CF. Da mesma forma, não há ilegalidade na ampliação da 
acusação a servidor público, se, durante o processo administrativo, 
forem apurados fatos novos que constituam infração disciplinar, 
desde que rigorosamente observados os princípios do contraditório e 
da ampla defesa. O referido tribunal entende, também, que a 
autoridade julgadora não está vinculada às conclusões da comissão 
de processo administrativo disciplinar. 
Comentários: 
O primeiro período trata da súmula vinculante de nº 5: 
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo 
disciplinar não ofende a Constituição. Em relação ao segundo e 
terceiro períodos , trata-se da completa literalidade do julgado do 
recurso em mandado de segurança (RMS) 24526 / DF - DISTRITO 
FEDERAL: "...1.Não há ilegalidade na ampliação da acusação a 
servidor público, se durante o processo administrativo forem 
apurados fatos novos que constituam infração disciplinar. O princípio 
 
7
 Bulos, Uadi Lammêgo. Constituição Federal Anotada 8ª ed. - São Paulo: Saraiva, 2008. 
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do contraditório e da ampla defesa deve ser rigorosamente 
observado. 2. É permitido ao agente administrativo, para 
complementar suas razões, encampar os termos de parecer exarado 
por autoridade de menor hierarquia. A autoridade julgadora não está 
vinculada às conclusões da comissão processante. 
Gabarito: Correto. 
 
46. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) São de observância 
obrigatória os princípios constitucionais do contraditório e da ampla 
defesa em processo administrativo disciplinar, configurando 
cerceamento de defesa a ausência de defesa técnica, por advogado, 
em tal hipótese. 
Comentários: 
O erro da questão figura no fato de que, segundo a Súmula 
Vinculante nº 5, a falta de defesa técnica por advogado no processo 
administrativo disciplinar não ofende a Constituição, não se 
configurando cerceamento de defesa. 
Gabarito: Errado. 
 
47. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) Considere 
que Paulo tenha respondido a processo administrativo disciplinar e 
optado por nomear como seu defensor um colega de trabalho que 
não era nem advogado nem bacharel em direito. Nessa situação 
hipotética, caracteriza-se violação ao princípio da ampla defesa. 
Comentários: 
Pois a falta de defesa técnica por advogado no processo 
administrativo disciplinar não ofende a garantia constitucional da 
ampla defesa. (consoante com a súmula vinculante nº 5) 
Gabarito: Errado. 
 
Presunção de inocência 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em 
julgado de sentença penal condenatória; 
Trânsito em julgado significa “quando não houver mais como recorrer 
da sentença”. 
O princípio da presunção de inocência também pode ser enxergado 
sob um outro prisma: “ninguém precisa provar que não fez alguma 
coisa”, o dever de provar se dá em relação à ocorrência dos fatos, 
quem acusa alguém de algo é que deve provar que este algo 
aconteceu. 
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48. (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006) Decorre da 
presunção de inocência, consagrada no art. 5º, da Constituição 
Federal, a impossibilidade de exigência de produção, por parte da 
defesa, de provas referentes a fatos negativos. 
Comentários: 
Ninguém precisa provar que não fez algo, pois, todos presumem-se 
inocentes. 
Gabarito: Correto. 
 
Identificação criminal 
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a 
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; 
Este inciso foi regulamentado pela lei 12037/09 que dispõe que a 
identificação civil é atestada por qualquer documento público que 
permita a identificação, como: carteira de identidade, carteira de 
trabalho, passaporte e etc. 
A disposição não é absoluta, pois ainda que apresentado o 
documento público, poderá se promover a identificação criminal caso 
este contenha rasuras, indícios de falsificação, for constatada de 
pluralidade de nomes, a identificação criminal for essencial às 
investigações e etc. 
 
49. (ESAF/ATA-MF/2009) O civilmente identificado pode ser 
submetido à identificação criminal, nos termos da lei. 
Comentários: 
Desde que nos termos da lei, será possível submeter o civilmente 
identificado à identificação criminal (CF, art. 5º, LVIII). A lei que 
regulamenta tal identificação é a lei 12037/09. 
Gabarito: Correto. 
 
Ação penal privada subsidiária da pública 
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação 
pública, se esta não for intentada no prazo legal; 
Em regra, os crimes são de ação penal pública. A ação penal pública 
é privativa do Ministério Público (art. 129, I), mas esta deve ser 
intentada no prazo legal (regra geral: 5 dias se o indiciado estiver 
preso e 15 dias se estiver solto, a partir do recebimento do inquérito 
policial), se excedido este prazo, o particular poderá agir com a ação 
privada subsidiária da pública. 
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50. (ESAF/ATA-MF/2009) Será admitida ação privada nos crimes 
de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal. 
Comentários: 
Exato teor do inciso LIX do art. 5º. 
Gabarito: Correto. 
 
Publicidade dos atos processuais 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos 
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse 
social o exigirem; 
 
51. (FCC/Assistente - TCE - AM/2008) A publicidade dos atos 
processuais não pode ser restringida pela lei. 
Comentários: 
Poderá ser restringida quando a defesa da intimidade ou o interesse 
social assim exigir (CF, art. 5º, LX). 
Gabarito: Errado. 
 
52. (ESAF/ATA-MF/2009) A lei não poderá restringir a publicidade 
dos atos processuais. 
Comentários: 
Embora em regra seja vedada tal restrição (CF, art. 5º LX), poderá 
ocorrer nas hipóteses constitucionais de preservação da intimidade e 
do interesse social. Como já dito, recomenda-se que em questões 
objetivas o candidato sempre analise todas as opções para verificar 
se a questão está tentando buscar do candidato o conhecimento 
sobre as regras ou sobre as exceções. 
Gabarito: Errado. 
 
Prisão 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por 
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária 
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou 
crime propriamente militar, definidos em lei; 
CF, art. 228 → São penalmente inimputáveis os menores de 18 anos, 
sujeitos às normas da legislação especial. 
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LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se 
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz 
competente e à família do preso ou à pessoa por ele 
indicada; 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os 
quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a 
assistência da família e de advogado; 
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis 
por sua prisão ou por seu interrogatório policial; 
 
53. (CESPE/AJAJ-STF/2008) O preso tem direito à identificação 
dos responsáveis pelo seu interrogatório policial. 
Comentários: 
A Constituição estabelece no seu art. 5º LXIV que é direito do preso a 
Identificação dos responsáveis por sua prisãoou interrogatório 
policial. 
Gabarito: Correto. 
 
Prisão ilegal 
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela 
autoridade judiciária; 
 
Liberdade provisória 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a 
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; 
 
Prisão civil por dívida: 
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável 
pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação 
alimentícia e a do depositário infiel; 
Então temos que a prisão civil por dívida, na literalidade do texto 
constitucional segue o seguinte: 
• regra → Não pode haver; 
• exceção → Poderá prender o responsável por 
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação 
alimentícia e o depositário infiel. 
Nas palavras do Supremo, "a norma que se extrai do inciso LXVII do 
artigo 5º da Constituição Federal é de eficácia restringível (contida). 
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Pelo que as duas exceções nela contidas podem ser aportadas por lei, 
quebrantando, assim, a força protetora da proibição, como regra 
geral, da prisão civil por dívida". 
Desta forma, temos a regra: Não cabe prisão civil por dívida. Essa 
proibição pode ser relativizada caso haja alguma lei que preveja a 
prisão por inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação 
alimentícia e a do depositário infiel. Se a lei prever a prisão nestes 
casos, estará restringindo a proibição da norma. 
 
Muita atenção! 
Em 2008, o Supremo passou a entender não ser mais possível no 
Brasil a prisão civil por dívida do depositário infiel, o que motivou 
inclusive a edição da súmula vinculante 25: 
Súmula Vinculante nª25 → É ilícita a prisão civil de depositário infiel, 
qualquer que seja a modalidade do depósito. 
1- Mas porque o Supremo, passou a entender que, mesmo 
expresso na Constituição, tal prisão não seria válida? 
Tudo isso devido a um tratado internacional (pacto de San Jose da 
Costa Rica) assinado pelo Brasil. 
2- Mas este tratado teve força para revogar a Constituição? 
Não. Para entender o tema, primeiro, é necessário observar o §3º 
deste art. 5º. Nele, vemos que a regra é que os tratados 
internacionais após serem internalizados serão equivalentes às leis 
ordinárias, mas, eles serão equivalentes às emendas constitucionais 
(status constitucional), se "versarem sobre direitos humanos" e 
"forem internalizados com a mesma votação de uma emenda 
constitucional". 
3- E o pacto de San Jose? Ele foi votado por este procedimento 
de emendas? 
Não, pois na época não existia esta previsão constitucional do art. 5º 
§3º. O STF passou, então, a entender que os tratados internacionais 
sobre direitos humanos, caso não passem pelo rito de votação de 
uma emenda constitucional, não irá adquirir o status constitucional 
(emenda constitucional), porém, por si só já possuem um status de 
“supralegalidade” (estágio acima das leis, e abaixo da Constituição) 
podendo revogar leis anteriores e devendo ser observados pelas leis 
futuras. Esse entendimento foi a partir do final de 2008. Veja o 
julgado: 
“... Prevaleceu, no julgamento, por fim, a tese do status de 
supralegalidade da referida convenção, inicialmente 
defendida pelo Ministro Gilmar Mendes no julgamento do RE 
466343/SP, (...). Vencidos, no ponto, os Ministros Celso de 
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Mello, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Eros Grau, que a ela 
davam a qualificação constitucional, perfilhando o enten-
dimento expendido pelo primeiro no voto que proferira nesse 
recurso. O Min. Marco Aurélio, relativamente a essa questão, 
se absteve de pronunciamento.”8 
Como nós vimos que a prisão do depositário infiel ou do inadimplente 
de alimentos só seria possível através de uma previsão legal, esta lei 
que porventura esteja prevendo a prisão do depositário infiel ficaria 
sem efeitos, pois estaria sendo inaplicável pelo pacto de San Jose, o 
qual tem status supralegal (acima das leis). 
 
Conclusão e observação: 
• Atualmente, é possível a prisão civil do depositário 
infiel? Não. Pois com base na tese da norma supralegal dos 
tratados internacionais de direitos humanos que não passaram 
pelo rito previsto no art. 5º, § 3º da CF, como ocorreu com o 
Pacto de San José da Costa Rica, a legislação 
infraconstitucional que previa tal prisão e estava em contrário 
com o Pacto ficou revogada. Tal entendimento deu origem a 
súmula vinculante 21. 
• A Constituição prevê a prisão do depositário infiel? Sim, 
porém, esta prisão é inaplicável. 
 
54. (CESPE/ANAC/2009 - Adaptada) É vedada a prisão civil por 
dívida, salvo, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal 
(STF), quando se tratar de obrigação alimentícia ou de depositário 
infiel. 
Comentários: 
"Segundo o STF" a única possibilidade é o inadimplente voluntário e 
inescusável (injustificável) de obrigação alimentícia. 
Gabarito: Errado. 
 
55. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Consoante 
entendimento do STF, a norma constitucional segundo a qual não há 
prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento 
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário 
infiel, não é de eficácia restringível. 
Comentários: 
 
8
 HC 87585/TO, Rel. Min. Marco Aurélio, 3.12.2008 
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Ela é de eficácia restringível (contida), pois, se houver lei, poderá 
haver prisão civil por dívida, relativizando a proibição da regra geral. 
Gabarito: Errado. 
 
56. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) O STF considera lícita a 
prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do 
depósito. 
Comentários: 
Isto contraria diretamente a súmula vinculante nº 25, que dispões 
que é ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a 
modalidade do depósito. 
Gabarito: Errado. 
 
57. (CESPE/ANAC/2009) Embora seja possível a restrição da 
liberdade de locomoção dos indivíduos nos casos de prática de 
crimes, é vedada a prisão civil por dívida, salvo, conforme 
entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), quando se tratar 
de obrigação alimentícia ou de depositário infiel. 
Comentários: 
Embora a Constituição Federal permita a prisão civil por dívida tanto 
em caso de inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação 
alimentícia quanto no caso do depositário infiel, não há, segundo 
posicionamento do STF, a aplicação desta possibilidade (prisão do 
depositário infiel) em nosso país, já que o Supremo considerou que o 
Pacto de San José da Costa Rica, tratado sobre direitos humanos 
assinado pelo Brasil, possui status de norma "supralegal", que 
embora não revogue a Constituição, deixa inaplicável todo o 
ordenamento infraconstitucional que for com ele incompatível, assim, 
todas as normas infraconstitucionais sobre a prisão civil do 
depositário infiel estão inaplicáveis. 
Gabarito: Errado. 
58. (CESPE/PGE-AL/2008) Ao analisar a constitucionalidade da 
legislação brasileira acerca da prisão do depositário que não adimpliu 
obrigação contratual, o STF, recentemente, concluiu no sentido da 
derrogação das normas estritamente legais definidoras da custódia do 
depositário infiel, prevalecendo, dessa forma, a tese do status de 
supralegalidade do Pacto de San José da Costa Rica. 
Comentários: 
O Supremo considerou que o Pacto de San José da Costa Rica, 
tratado

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