Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 1 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR Aula 3: Olá Pessoal, tudo certo? Gostando do curso? Hoje vamos fechar os direitos e deveres individuais e coletivos. Vamos nessa. Direito de informação em órgãos públicos: XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; Essas informações são de relevância para a pessoa ou para a coletividade. Se negado este direito, poderá ser impetrado habeas data, no caso de ser uma informação pessoal do impetrante, ou mandado de segurança, no caso de uma informação, que embora seja de seu interesse, não seja estritamente ligada à sua pessoa. 1. (ESAF/Procurador PGFN/2012) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Comentários: É isso aí. Trata-se do direito de informação, previsto no art. 5°, XXXIII, da CF/88. Gabarito: Correto. 2. (FGV/Analista de Controle Interno – SAD – PE/2009) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Comentários: A banca usou a disposição literal encontrada no art. 5.º, XXXIII. O direito de informação permite que todas as pessoas, que assim necessitarem, possam se dirigir a órgãos públicos e pedir informações que sejam de seu interesse particular ou de interesse da coletividade. Importante notar que a autoridade pública deve prestar estas CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 2 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR informações no prazo legal, sob pena de ser responsabilizada. A autoridade não está obrigada a prestar aquelas informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Gabarito: Correto. 3. (FGV/Advogado-Senado/2008) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Comentários: Novamente a banca explorou o teor do dispositivo encontrado no art. 5.º, XXXIII, literalmente. Gabarito: Correto. Direito de petição e direito de obter certidões XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; O direito de petição é o direito que QUALQUER pessoa (física ou jurídica) possui de se dirigir ao Poder Público (qualquer poder) e "pedir" (petição) que se tome alguma atitude em defesa de seus direitos, ou contra alguma ilegalidade ou abuso de poder. Não se deve confundir o direito de petição, que é o direito de pedir que o Poder Público (seja o Poder Executivo, Legislativo, Judiciário ou ainda o Ministério Público) tome certas providências, com o direito de ingressar com uma ação judicial ou de postular em juízo. Muitas bancas tentam confundir o candidato associando erroneamente estes institutos. Embora a literalidade da Constituição pareça conceder uma imunidade ao pagamento de taxas, essa imunidade parece ser defendida com força apenas pela doutrina tributarista, boa parte da doutrina de direito constitucional entende que o legislador constituinte pretendia dar gratuidade geral de quaisquer custas referentes a esses institutos e não apenas dispensar o pagamento de taxas (que é apenas uma das espécies de tributos). Em provas de CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 3 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR concursos, as bancas não têm entrado nesse mérito, limitando-se a cobrar os seguintes pontos sobre o direito de petição e certidão: 1. Não precisa de lei regulamentadora; 2. Independe do pagamento de quaisquer taxas, e não possui caráter restritivo, ou seja, TODOS são isentos, e não apenas os pobres ou com insuficiência de recursos. Até as pessoas jurídicas poderão fazer uso e receber a imunidade. 3. No direito de petição, a denúncia ou o pedido poderão ser feitos em nome próprio ou da coletividade. 4. É um direito fundamental perfeitamente extensível aos estrangeiros que estejam sob a tutela das leis brasileiras. 5. Estes direitos, se negados, também poderão dar motivo à impetração de Mandado de Segurança. 4. (CESPE/A.Administrativo - PREVIC/2011) Independentemente do pagamento de taxas, é assegurada a todos, para a defesa e esclarecimento de situações de interesse pessoal e de terceiro, a obtenção de certidões em repartições públicas. Comentários: A Constituição não assegura o direito de certidão para esclarecer situações de interesse de terceiros, apenas as de interesse pessoal (CF, art. 5º, XXXIV, "b"). Gabarito: Errado. 5. (ESAF/Procurador PGFN/2012) São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas, a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimentos de situações de interesse pessoal. Comentários: Isso aí... é o teor do art. 5º,XXXIV, “a” e “b”. Gabarito: Correto. Inafastabilidade do Judiciário XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; O princípio da inafastabilidade do Judiciário é um princípio importantíssimo para o Estado democrático de direito. Pois ao garantir que toda lesão ou ameaça a direito estará sujeita a CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 4 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR apreciação do Poder Judiciário, a Constituição impede os usos arbitrários de poder que ameaçam a democracia. Vamos tecer algumas considerações sobre o princípio: O princípio da inafastabilidade do Judiciário é um princípio expresso na Constituição? Sim, está no art. 5º, XXXV: "a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito". O entendimento deste artigo é que, por este princípio, alguém poderá acessar o Poder Judiciário sem necessariamente esgotar as esferas administrativas e será apenas o Poder Judiciário que fará a “coisa julgada” em definitivo, típico do direito inglês, diferentemente do franCês, onde há o “Contencioso administrativo”. (no contencioso administrativo, a esfera administrativa é capaz de proferir decisões definitivas, sem que sejam apreciadas pelo Poder Judiciário). 2- Existem exceções a este princípio? Sim: A) CF, art. 217 §1º → O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. B) Em se tratando de Habeas Data, só será admitida a propositura deste remédio depois de negado o pedido pela autoridade administrativa. (entendimento doSTF - HD 22/DF, entre outros - e STJ - Súmula nº2) C) Lei no 11.417/06 → Contra omissão ou ato da administração pública (contrário ao teor de súmula vinculante do STF), o uso da reclamação (impugnação ao Supremo de descumprimento da decisão) só será admitido após esgotamento das vias administrativas. 3- Por que este princípio existe? O Brasil é um Estado Democrático de Direito. Assim, para que esta característica se concretize, precisa-se de um Poder Judiciário efetivo, que realmente tome conhecimento das demandas, e assim sirva de "balança" nas relações internas. Assim, o Poder Judiciário é peça importantíssima para efetivação do sistema de "freios e contrapesos", pois, impede que haja abusos e autoritarismos por parte dos Poderes Executivo e Legislativo. 6. (FCC/Analista - TRF 5ª/2008) A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. Comentários: CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 5 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR Esta é a literalidade do princípio da inafastabilidade do Poder Judiciário, presente na Constituição Federal em seu art. 5º, XXXV. Gabarito: Correto. 7. (FCC/Procurador - Recife/2008) Estão excluídas da apreciação do Poder Judiciário as decisões administrativas, enquanto não forem esgotadas as instâncias administrativas. Comentários: Isso contraria o princípio da inafastabilidade do judiciário. Segundo este princípio, não existe necessidade para o esgotamento das esferas administrativas, ressalvando-se duas exceções: - Ajuizamento de habeas data (Segundo o STF, precisa haver prévia recusa administrativa em fornecer as informações); - Ajuizamento de questões desportivas, precisa esgotar as instâncias da Justiça Desportiva (CF, art. 217, §1º). Gabarito: Errado. 8. (FCC/Procurador - Recife/2008) Estão excluídas da apreciação do Poder Judiciário as ações relativas à disciplina e às competições desportivas enquanto não se esgotarem as instâncias da justiça desportiva. Comentários: Trata-se de expressa exceção constitucional ao princípio da inafastabilidade do Judiciário. Tal exceção é encontrada no art. 217 §1º da Constituição. Gabarito: Correto. 9. (ESAF/Agente de Fazenda-SMF-RJ/2010) A lei não poderá excluir da aprecição do Judiciário lesão ou ameça de direito, mas a própria Constituição pode fazê-lo. Comentários: Item correto, veja que o dispositivo constitucional veda que a lei possa afastar a apreciação de um conflito pelo judiciário, mas a Constituição pode fazer. Gabarito: Correto. 10. (ESAF/Agente de Fazenda-SMF-RJ/2010) A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito, mas CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 6 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR pode condicionar tal acesso ao prévio esgotamento das instâncias administrativas. Comentários: Isso também seria um obstáculo ao acesso ao Poder Judiciário, sendo que somente a própria Constituição pode fazê-lo, a lei não tem esse Poder. Gabarito: Errado. Limitação a retroatividade da lei XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; Esses conceitos não são consensuais e frequentemente ocorrem brigas judiciais tentando reconhecer direitos adquiridos diversos. Segundo o art. 6º da Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro (LINDB – antiga Lei de Introdução ao Código Civil - LICC): a lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada e define os conceitos: • (§1º) Reputa-se ato jurídico perfeito: o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. • (§2º) Consideram-se adquiridos: assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo ("data") pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. • (§3º) Chama-se coisa julgada ou caso julgado: a decisão judicial de que já não caiba recurso. O caso do ato jurídico perfeito (aquela coisa que já está consumada nos termos da lei, logo não pode ser alterada, pois "já se foi", já se consumou) e o caso da coisa julgada são de fácil entendimento. A grande discussão se dá no caso do direito adquirido. Vamos ver algumas discussões: Direito adquirido X nova constituição: Observe que a Constituição fala no termo "lei", assim, não se poderão invocar direitos adquiridos face à entrada em vigor de uma nova Constituição, até porque sabemos que o Poder Constituinte Originário é ilimitado, não há barreiras intransponíveis. Já em se tratando de Emendas Constitucionais, a questão é controversa, pois esta não é ilimitada como a Constituição originária e deve respeitar limitações constitucionais, como os direitos CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 7 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR individuais. Sendo assim, a posição majoritária é que as emendas constitucionais devem respeitar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Direito adquirido X lei de ordem pública: STF – ADI 493 → O disposto no art. 5º, XXXVI, da Constituição Fede- ral, se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distinção entre lei de direito público e lei de direito privado, ou entre lei de ordem pública e lei dispositiva. O que se quer dizer com esse julgado é que "qualquer lei infraconstitucional deve respeitar o disposto no art. 5º, XXXVI da Constituição". Assim, o direito adquirido e o ato jurídico perfeito aplicam-se inclusive às leis de ordem pública. Desta forma, conforme salientado por José Afonso da Silva, o correto seria dizer que não há direito adquirido individual que prevaleça sobre o interesse geral. Estando incorreto falar que não se pode invocar o direito adquirido face à lei de ordem pública ou lei de direito público. Para fins de elucidação dos termos: A lei pode ser classificada como direito público ou direito privado: Lei de direito privado - são leis que regulamentam relações estritas entre particulares, não envolvem interesses da sociedade como um todo nem os interesses do Estado. Leis de direito público - estabelecem relações envolvendo o Estado e defendendo o interesse público. Quanto à sua obrigatoriedade, as leis podem ser: Leis de ordem pública (ou imperativas) - são também chamadas de cogentes, são aquelas leis imperativas que organizam a sociedade, proibindo ou autorizando condutas. Sendo de observância obrigatória, a autonomia particular não pode se opor a elas. Leis dispositivas - são aquelas leis não imperativas, estabelecem direcionamentos, mas sem negar a autonomia privada. São as normas que irão vigorar em caso de silêncio das partes. Mais uma vez ratificando: qualquer lei, independentemente do seu teor ou classificação deve respeitar o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. Direito adquirido X regime jurídico: CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 8 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR A recorrente frase "não existe direito adquirido a regime jurídico" decorre de diversos julgados onde o STF reconheceu que a mudança das relações institucionais entre o Estado e seus servidores não podem ser impugnadas sob a alegação de que os servidores teriam direito adquirido àquelas relações vigentes no momento em que entraramem serviço. Por exemplo, se uma lei federal viesse a substituir ou modificar a lei 8.112/90 (regime jurídico dos servidores federais) alterando alguns direitos previstos nesta norma, não poderiam os servidores federais alegar que pelo fato de terem entrado em serviço sob a vigência daquela norma teriam adquirido o direito a fazer jus aos benefícios contidos naquele diploma. Irretroatividade da lei X ente público que editou a lei: STF – Súmula nº 654 → A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5º XXXVI, da Constituição, não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado. Essa súmula, deriva de alguns julgados do STF, principalmente sobre a aposentadoria especial. Ela visa fazer com que o Estado cumpra compromissos criados por ele mesmo, não podendo se proteger com a garantia constitucional quando ele próprio editou a lei que cria o ônus. Vamos citar um exemplo: imagine o fato de que exista uma lei dizendo: é garantida a aposentadoria especial para as classes de trabalhadores X e Y, por realizarem atividades insalubres durante 25 anos. Bom, posteriormente a entidade estatal edita uma lei declarando que a atividade dos trabalhadores da classe Z também é insalubre. O Estado é obrigado a reconhecer retroativamente os direitos da classe Z. Ele não pode dizer: "calma aê, a lei é irretroativa, antes disso não vou mudar nada, só vale daqui pra frente". Não pode! Porque para o STF a garantia da irretroatividade da lei não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado. 11. (CESPE/Advogado - Petrobrás/2007) No ordenamento jurídico vigente, a legislação infraconstitucional, ainda quando de ordem pública, não pode retroagir para alcançar ato jurídico perfeito. Comentários: Dispõe o art. 5º, XXXVI: a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Segundo o STF no julgamento da ADI 493: o disposto no art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal, se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 9 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR distinção entre lei de direito público e lei de direito privado, ou entre lei de ordem pública e lei dispositiva. Gabarito: Correto. 12. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) Suponha que Maria, viúva de servidor público estadual, estivesse recebendo, com base em lei estadual, pensão de 100% do valor da remuneração do cargo efetivo do falecido marido e que lei estadual superveniente tenha reduzido esse percentual para 50% do valor da remuneração do cargo. Nessa situação hipotética, a redução legal alcança o benefício recebido por Maria, já que não há direito adquirido a regime jurídico. Comentários: No caso em tela, a pensionista já está com o seu direito adquirido, fruindo dele, não pode ser alcançada pela retroação da lei. A redução da pensão iria ferir a "irredutibilidade dos vencimentos", logo, não seria possível, segundo o STF. Gabarito: Errado. 13. (FCC/AJEM-TRT 20/2011) No tocante aos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, o direito adquirido a) é a expectativa de direito. b) é a situação fática consumada independentemente de previsão na legislação. c) emana diretamente da lei em favor de um titular. d) é o direito que já se integrou ao patrimônio e que já foi exercido. e) é o ato jurídico stricto sensu. Comentários: Segundo o art. 5º, XXXVI da Constituição, a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Segundo o art. 6º da Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro (LINDB – antiga Lei de Introdução ao Código Civil - LICC): • (§1º) Reputa-se ato jurídico perfeito: o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. • (§2º) Consideram-se adquiridos: assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo ("data") pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 10 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR • (§3º) Chama-se coisa julgada ou caso julgado: a decisão judicial de que já não caiba recurso. Letra A – Errado. Expectativa de direito é aquele direito que ainda não foi adquirido, mas que a pessoa espera que um dia possa alcançar por haver alguma previsão normativa para tal. Letra B – Errado. A coisa que já foi consumada não é direito adquirido, é ato jurídico perfeito (ato que já se consumou, logo, não pode ser alterado). Letra C – Correto. Direitos adquiridos são os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, já possa exercer, pois cumpriu todos os requisitos previstos na lei. Letra D – Errado. O direito adquirido realmente é aquele que já se incorporou ao patrimônio da pessoa, porém “já foi exercido” dá idéia de algo consumado! O direito adquirido é algo que está em fruição ou que se adquiriu o direito para exercer. Letra E – Errado. ato jurídico stricto sensu é um conceito muito amplo. Trata-se de qualquer comportamento, previsto em lei, do qual decorram efeitos jurídicos. Não pode ser usado para definir “direito adquirido”. Gabarito: Letra C. Juiz Natural XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; Juiz natural nada mais é do que dizer: para se julgar alguém já existe um órgão determinado previamente para tal, não podendo haver julgamento por órgãos excepcionais, pois isso seria parcial e arbitrário. Ressalta-se que este conceito não abrange somente os julgamentos do Judiciário. Por exemplo, o Senado Federal é o juízo natural para o julgamento do Presidente da República nos crimes de responsabilidade. Outra face deste princípio se encontra no inciso LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; Tribunal de exceção → Aquele que é criado especificamente para julgar um crime, sem que existisse previamente. Também chamado de tribunal “ad hoc”, expressão latina que significa “específico”, “para isto” etc. STF – Súmula nº 704 → Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal, a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados. CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 11 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 14. (CESPE/TJAA-STM/2011) A imparcialidade do Poder Judiciário e a segurança do povo contra o arbítrio estatal são garantidas pelo princípio do juiz natural, que é assegurado a todo e qualquer indivíduo, brasileiro e estrangeiro, abrangendo, inclusive, pessoas jurídicas. Comentários: Isso aí. Quando alguém está sendo acusado de algo, já deve existir um foro pré-determinado para seu julgamento, não se poder criar um órgão julgador "de exceção", apenas para julgar o referido caso, isso seria parcial e arbitrário. Esse direito abrange também pessoas jurídicas e estrangeiros, já que ambos são destinatários de direitos fundamentais (sempre que a eles não seja vedada a aplicação por decorrência lógica ou expressa). Gabarito: Correto. 15. (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho - MTE/ 2010) O princípio do juiz natural deve ser interpretado buscando não só evitar a criação de tribunais de exceção, mas também de respeito absoluto às regras objetivas de determinação de competência, para que não sejam afetadas a independência e imparcialidade do órgão julgador. Comentários: Perfeita a assertiva, estes realmente são os escopos detal princípio. Gabarito: Correto. Promotor natural: É entendido como desdobramento do Juiz natural, mas é referente ao processo, e não à sentença. 1. Para sentenciar ou processar alguém, só autoridade competente. 2. Para dar respaldo a isso, a CF também garantiu: a) é privativa do Ministério Público a ação penal pública (art. 129 da CF); b) os membros do MP gozarão de inamovibilidade, salvo por interesse público (art. 128, § 5º da CF) Tudo isso para garantir que não haja processo de exceção na justiça brasileira. Os cargos do Ministério Público são previstos em lei, fixos, não se admite cargos genéricos. CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 12 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR Uadi Lammêgo Bulos ensina que o fundamento deste princípio é que o acusado possa ter o seu processo analisado de forma livre e independente, de acordo com a legalidade. 16. (CESPE/Analista Adm.- MPU/2010) O princípio do promotor natural decorre da independência funcional e da garantia da inamovibilidade dos membros da instituição. Comentários: O princípio do promotor natural é entendido como desdobramento do Juiz natural, mas é referente ao processo, e não à sentença. São todas as disposições que garantem que não haja processo de exceção na justiça brasileira. Gabarito: Correto. Tribunal do Júri XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; A ideia do instituto do juri é um importante ponto do Estado Democrático de Direito, dando oportunidade à própria sociedade de julgr seus membros que cometerem garaves crimes. Aqui importante destacar que a “plenitude da defesa” tem uma abrangência maior que a ampla defesa e o contraditório, considerando que o acusado e o seu defensor podem utilizar de argumentos não jurídicos para a obtenção de sua absolvição, como por exemplo evocar questões de ordem sentimental, sociológica ou de política criminal. Importante destacar que tal soberania se refere aos fatos criminosos, haja vista que as questões relacionadas à aplicação da pena quem julga é o juiz presidente do tribunal do juri, desta forma, a pena imposta no tribunal do juri pode ser aumentada em grau de recurso pelo tribunal respectivo para julgar o recurso, o que este tribunal não pode fazer é condenar/ absolver o réu contrariando a decisão dos jurados.Assim, está errado falar que as decisões do juri são irrecorríveis ou imutáveis (essa pegadinha cai muito em concursos). Cabe recurso da decisão do Júri, quando (art. 593, III, do Código de Processo Penal): CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 13 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. Por favor, não quero ninguém decorando essas coisas do Código de Processo Penal, eu coloquei apenas de forma a exemplificar a possibilidade de recurso da decisão do Júri. Beleza?? Ninguém vai ficar me perguntando: "Professor, não entendi o art. 593, III do CPP...", não é pra entender mesmo não, é só pra saber que existe. Valeu?! Só para fins de exemplificação novamente, no caso de recurso, poderá se convocar um novo Júri para fazer novo julgamento. Se for somente retificar algum erro na aplicação da pena, o tribunal faz, mas para julgar novamente, só se for outro Júri, justamente pela soberania dos veredictos. Um outro ponto bastante cobrado em concursos é o fato de a competência do tribunal do Júri não prevalecer sobre as “prerrogativas de foro” conferidas pela própria Constituição Federal. Assim, ainda que nesses crimes dolosos contra a vida, o Pre- sidente da República, por exemplo, será julgado pelo STF, devido à sua prerrogativa e não pelo Júri. Porém, lembramos que apenas a Constituição Federal poderá estabelecer “prerrogativas de foro” que prevalecerão sobre o Júri. Consoante a isso, dispõe a Súmula nº 721: STF – Súmula nº 721 → A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual. STF – Súmula nº 603 → A competência para o processo e julgamento de latrocínio* é do juiz singular e não do júri. *Latrocínio, (roubo seguido de morte) é considerado crime contra o patrimônio e não crime doloso contra a vida. 17. (CESPE/AJAJ-STF/2008) O julgamento dos crimes dolosos contra a vida é de competência do tribunal do júri, mas a CF não impede que outros crimes sejam igualmente julgados por esse órgão. Comentários: CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 14 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR A Constituição estabeleceu no art. 5º XXXVIII que o júri tem a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. Mas realmente não restringiu esta competência a somente estes crimes. Gabarito: Correto. Legalidade penal e Irretroatividade da lei penal: XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; STF – Súmula nº 711 → A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, caso ela entre em vigor anteriormente à cessação da continuidade ou da permanência. O crime continuado é aquele crime que perdura por um espaço de tempo, ele não é instantâneo. Exemplo típico é o tráfico de drogas. Não se pode falar que alguém "cometeu tráfico de drogas às 14:00 de ontem", mas sim que a pessoa "está traficando" ou "estava traficando" durante um certo período de tempo, que pode ser de, horas, dias, meses, anos (se bem que falar em anos já é difícil, geralmente traficante tem vida curta!). Assim, se uma lei penal é publicada durante este espaço de tempo em que o crime está ocorrendo, ela será aplicável ainda que prejudicial ao infrator. A lei penal mais grave só não será aplicável ao crime continuado quando este crime cessar antes da publicação da lei. 18. (CESPE/OAB-SP exame nº 137/2008) É correto afirmar que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. Comentários: Trata-se do princípio da irretroatividade da lei penal, disposto no art. 5º, XL da Constituição. Gabarito: Correto. 19. (ESAF/ATRFB/2009) A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. Comentários: CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 15 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR Mais uma questão de súmula, o que mostra a importância de saber a literalidade destes pensamentos fixados pelo tribunal. Trata-se da súmula 711 do STF: “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.” Gabarito: Correto. Proteção aos direitos e liberdades fundamentais XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; 20. (CESPE/ANAC/2009) É imprescritívela ação tendente a reparar violação dos direitos humanos ou dos direitos fundamentais da pessoa humana. Comentários: Decorrente do princípio fundamental da dignidade da pessoa humana, e pelo fato da ausência de disposição constitucional, temos que as violações aos direitos humanos podem ser punidas a qualquer tempo, não podendo se falar em prescrição do direito do Estado de puni-las. Gabarito: Correto. Crimes inafiançáveis XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; • Anistia: o Estado renuncia ao seu direito de punir determinados fatos. A anistia não é pessoal, direciona-se aos fatos. • Graça: concedida pessoalmente, extingue diretamente a pena imposta em sentença judicial transitada em julgado. CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 16 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR • Indulto: ocorre da mesma forma que graça, porém é coletivo e não individual. • Competência para conceder anistia: privativa da União (art. 21, XVII) sempre através de lei federal com deliberação no CN (art. 48, VIII). • Competência para conceder indulto (e graça): é de discricionariedade do Presidente da República (art. 84, XII) podendo ainda ser delegada aos Ministros de Estado, PGR ou AGU (art. 84, § único). Pulo do Gato: Em meu livro "Constituição Federal Anotada para Concursos", eu proponho um método para facilitar a memorização destes crimes previstos na CF/88. Perceba que todos eles são inafiançáveis. Agora, existe uma diferença nos outros tratamentos. Deste modo os crimes se dividiriam em 3 grupos: racismo, ação de grupos armados, e o que chamaria de 3TH (tortura, tráfico, terrorismo e hediondos). A Constituição estabeleceu para eles o seguinte tratamento: • ação de grupos armados contra o Estado – imprescritível; • racismo – imprescritível e sujeito a reclusão (R – racismo X R – reclusão); • 3TH – insuscetível de graça ou anistia (tente relacionar a fonética do “H” – “A–GA”– para lembrar de “Graça” ). 21. (CESPE/Advogado OAB–SP/2008) Segundo a Constituição de 1988, constitui crime inafiançável e imprescritível: a) a prática da tortura b) a prática do racismo c) o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins d) o definido em lei como hediondo Comentários: Inafiançável, já sabemos que todos são. Falta saber qual é imprescritível CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 17 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR a) a prática da tortura – É um dos “T” do 3TH. b) a prática do racismo – Resposta CERTA e como visto ainda sujeita o infrator à reclusão. c) o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins – É um dos “T” do 3TH. d) o definido em lei como hediondo – É o “H” do 3TH Gabarito: Letra B. 22. (CESPE/MEC/2009) A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei. Comentários: Todos os crimes que estão expressamente citados pela Constituição são inafiançáveis, embora haja diferença em um segundo tratamento. A Constituição estabeleceu para tais crimes o seguinte: • Ação de grupos armados contra o Estado - Imprescritível; • Racismo - Imprescritível e sujeito a Reclusão (R - Racismo X R - Reclusão); • 3TH (Tortura, Tráfico, Terrorismo e Hediondos) - Insuscetível de graça ou anistia (tente relacionar a fonética do "H" - "A-GA"- para lembrar de "Graça"). Gabarito: Correto. 23. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) Todos os crimes estão sujeitos a prescrição. Comentários: A Constituição prevê que a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei. Prevê ainda que constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático (CF, art. 5º, XLII e XLIV). Desta forma, estes crimes poderão ser punidos a qualquer tempo, não podendo os infratores alegar perda do direito do Estado para punir. Gabarito: Errado. 24. (CESPE/Analista-TJ-RJ/2008) São inafiançáveis os crimes de ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 18 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR constitucional e o Estado Democrático, de racismo, de prática da tortura, de tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, de terrorismo e os definidos como crimes hediondos. Comentários: Todos os crimes que estão expressamente citados pela Constituição são inafiançáveis, embora haja diferença em um segundo tratamento. A Constituição estabeleceu para tais crimes o seguinte: • Ação de grupos armados contra o Estado - Imprescritível; • Racismo - Imprescritível e sujeito a Reclusão (R - Racismo X R - Reclusão); • 3TH (Tortura, Tráfico, Terrorismo e Hediondos) - Insuscetível de graça ou anistia (tente relacionar a fonética do "H" - "A-GA"- para lembrar de "Graça"). Gabarito: Correto. 25. (CESPE/OAB-SP exame nº 135/2008) Segundo a Constituição de 1988, constitui crime inafiançável e imprescritível a prática da tortura. Comentários: A prática de tortura não seria imprescritível, seria insuscetível de graça ou anistia. Gabarito: Errado. 26. (CESPE/OAB-SP exame nº 135/2008) Segundo a Constituição de 1988 a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeitando o infrator à pena de detenção. Comentários: O racismo realmente é crime inafiançável e imprescritível, porém, sujeita o infrator à pena de reclusão (CF, art. 5º, XLII). Gabarito: Errado. Obs.: Atualmente defende-se que não existem divisões de "raça", só existiria uma raça: a raça humana. Desta forma, para definirmos a noção de racismo não há nenhum critério objetivo e científico que nos permita fazer uma separação entre diferentes raças. Assim, o conceito de racismo deve ser considerado amplo, não no sentido de apenas "cor de pele" ou outras características físicas, mas também devido a traços culturais e etnia. CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 19 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR Veja o que diz o art. 1º da Lei nº 7.716/89: “Serão punidos, na forma desta lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. Assim é possível perceber a vedação à discriminação resultante várias origens, e não somente pela cor da pele. Por fim, importante ainda não confundir o crime de racismo com o crime de injúria classificada por racismo ("injúria racial"). A mencionada lei pune com reclusão de até 5 anos os crimes resultantes de discriminação quando empregados como uma ofensa geral e não só a um indivíduo isoladamente. Já o crime de injúria qualificada por racismo está prevista no Código Penal, art. 140, §3º, é um crime contra a honra, em que o agente ofende uma pessoa isoladamente,como ocorreu no famoso caso do jogador Grafite que foi xingado pelo zagueiro argentino de macaco e por isso foi preso em São Paulo há uns anos atrás. 27. (CESPE/Agente - ABIN/2008) Um romancista famoso publicou, no Brasil, um livro no qual defende a tese de que as pessoas que seguem determinada religião seriam menos evoluídas do que as que seguem outra religião. Nessa situação, tal afirmação poderia ser enquadrada como racismo, embora, tecnicamente, religião não constitua raça. Comentários: Trata-se do conceito amplo de "raça", para fins de proteção. Gabarito: Correto 28. (FUNIVERSA/Delegado - PC-DF/2009 - Adaptada) O antissemitismo pode ser considerado como crime de racismo. Comentários: Trata-se do conceito amplo de "raça", para fins de proteção. Gabarito: Correto Sucessão da pena XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; Baseado neste dispositivo, vemos que a pena é intransferível, deve ser aplicada somente àquele que cometeu a infração, não podendo CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 20 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR ser passada aos seus sucessores. A Constituição, no entanto, admite que haja uma “sanção patrimonial” a estes sucessores (filhos, herdeiros e etc.) que consiste na obrigação de reparar danos e no perdimento de bens limitado ao valor que foi recebido pela sucessão, para o caso de penas com consequências patrimoniais (multas, indenizações e etc.). 29. (FCC/AJAJ-TRE-AP/2011) Pitágoras foi condenado a reparar os danos morais que causou à Libero por racismo. Porém, Pitágoras faleceu sem pagar a dívida, o que motivou Libero a pleitear de Tibério, filho do falecido, o pagamento. No tocante aos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos previstos na Constituição Federal, tal cobrança em face de Tibério é a) possível, desde que Pitágoras tenha deixado bens, ressalvando que a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido. b) impossível, porque a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens jamais serão estendidas aos sucessores e contra eles executadas, mesmo se o falecido deixou bens. c) impossível, porque a Constituição Federal veda expressamente. d) possível, porque por força da Constituição Federal, mesmo não tendo praticado o racismo, é responsável solidário da obrigação de reparar o dano pelo simples fato de ser filho do condenado, sendo irrelevante se Pitágoras faleceu ou não e se deixou ou não bens. e) impossível, porque a sentença de mérito que condenou Pitágoras à reparar os danos morais não condenou seu sucessor, Tibério, como responsável subsidiário da obrigação, mesmo havendo bens deixados pelo falecido à titulo de herança. Comentário: A questão tentava extrair do candidato o conhecimento sobre o teor do art. 5º, XLV da Constituição: Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; Assim, a pena é intransferível, deve ser aplicada somente àquele que cometeu a infração, não podendo ser passada aos seus sucessores. A Constituição, no entanto, admite que haja uma “sanção patrimonial” a estes sucessores (filhos, herdeiros e etc.) que consiste na obrigação de reparar danos e no perdimento de bens limitado CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 21 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR ao valor que foi recebido pela sucessão, para o caso de penas com consequências patrimoniais (multas, indenizações e etc.). Gabarito: Letra A. Individualização da pena XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; Por exemplo, uma pessoa condenada por crime de improbidade administrativa terá seus direitos políticos suspensos por força do art. 37, § 4º, e pelo art. 15 da CF. XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; (CF, art. 84, XIX) → Compete privativamente ao Presidente da República declarar guerra e a mobilização nacional (total ou parcialmente), no caso de agressão estrangeira: • autorizado pelo CN; ou • referendado pelo CN, quando ocorrer no intervalo das sessões legislativas; 30. (CESPE/TJAA - TRT 5ª/2009) É proibida a instituição de pena de morte no Brasil por força de mandamento constitucional. Comentários: A questão é confusa, pois a regra é ser proibida a instituição de pena de morte no Brasil. Porém, a banca entendeu que a questão estaria incorreta, pois existe o caso de pena de morte em tempo de guerra externa declarada. O CESPE costuma usar esta assertiva como CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 22 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR incorreta, sempre olhando para a exceção, por isso, já se pode adotar esta postura em relação à banca. Gabarito: Errado. 31. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) A pena de trabalhos forçados em estabelecimentos prisionais de segurança máxima depende de regulamentação por meio de lei complementar para ser implementada no ordenamento jurídico brasileiro. Comentários: Não há possibilidade para que a lei estabeleça este tipo de pena, já que segundo a Constituição, art. 5º, XLVII, não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis. Gabarito: Errado. 32. (ESAF/Auditor da Receita Federal/2012) A Constituição Federal de 1988 admite a aplicação da pena de banimento. Comentários: Não permite não. Tal modalidade é expressamente vedada pelo art. 5º, XLVII, d. Gabarito: Errado. Direitos dos presos XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; Demais direitos dos presos: � LXII - ter a sua prisão comunicada imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 23 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR � LXIII → Ser informado sobre seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, e ser assistido pela família e pelo advogado; � LXIV → Identificação dos responsáveis por sua prisão ou interrogatório policial; � LXV → Ter sua prisão relaxada imediatamente se ela for ilegal; � LXVI → Não ser levado à prisão, ou não ser mantido nela, caso a lei admita liberdade provisória, seja com ou sem fiança; � LXXV → Receber indenização por erro judiciário,ou se ficar preso além do tempo fixado na sentença; Extradição LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; Extradição: É um pedido que um país faz a outro, quando alguém que está no território deste foi condenado ou está sendo processado por alguma infração penal no país que pediu a extradição, para que, assim, possa ser processado ou cumpra pena em seu território. Geralmente ocorre nos termos de tratados internacionais bilaterais de extradição. Para países sem tratados com o Brasil, deverá ser observado o “Estatuto do Estrangeiro” (Lei nº 6.815/80). A extradição geralmente é efetuada observando tratados bilaterais, mas está condicionada a observância de 3 requisitos básicos, de ordem geral: 1- Não ser crime político nem crime de opinião; 2- O crime a ele imputado deve ter dupla tipificação (ou seja, tem que ser algo que seja considerado crime tanto no país que pede a extradição quanto no Brasil); 3- A pena imposta ao extraditado não pode ser superior ao máximo da lei brasileira (30 anos). A extradição pode ser classificada como ativa ou passiva: • ativa – quando solicitada pelo Brasil a outro Estado (Brasil fez o pedido = ativa); • passiva – quando requerida por outro Estado ao Brasil (o Brasil recebeu o pedido = passiva); A Constituição só previu regras para a extradição passiva, ou seja, os casos de um país estrangeiro pedir a extradição de alguém que se CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 24 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR encontra no território nacional, essa extradição passiva será julgada pelo STF, nos termos da Constituição, art. 102, I, g: "Compete ao STF, julgar a extradição solicitada por Estado estrangeiro". Não compete ao STF julgar, porém, a extradição ativa, que deve ser pedida diretamente pelo Presidente da República sem intervenção do Judiciário.1 Então, podemos organizar a extradição da seguinte forma: Extradição passiva de brasileiro: • nato → nunca; • naturalizado → pode, se cometer: � crime comum antes da naturalização; � tráfico ilícito a qualquer tempo, na forma da lei. • Extradição passiva de estrangeiro: pode ser extraditado, salvo se o motivo for crime político ou de opinião; Conceitos conexos Deportação: Ato compulsório de competência da Polícia Federal, que ocorre quando algum estrangeiro entrou irregular no País ou nele permanece sem a devida autorização (os “vistos”). É um ato para coibir a clandestinidade. Se um deportado futuramente conseguir o visto poderá ingressar no território nacional. Expulsão: A expulsão é um ato discricionário, mas ocorre quando um estrangeiro regularmente inserido no território nacional pratica um ato que torne sua permanência “inconveniente” ou por ter praticado algum delito ou infração prevista em lei que justifique tal medida. Segundo o “Estatuto do Estrangeiro”, compete ao chefe do Executivo Federal decretar a expulsão ou revogá-la segundo seus critérios de oportunidade e conveniência (art. 66). Entrega: É um ato feito por um Estado a um tribunal internacional de jurisdição permanente, como por exemplo o Tribunal Penal Internacional de Roma (conforme previsto na CF, art, 5º, §4º), a entrega de brasileiros, em princípio, é permitida. Jurisprudência relevante: Embora caiba ao STF julgar a extradição passiva, o Supremo decidiu que esta decisão está sujeita ao crivo do Presidente da República e 1 Pet 3569 / MS – Mato Grosso do Sul / 2006: “Não compete, ao STF, apreciar, nem julgar da legalidade de extradições ativas. Estas deverão ser requeridas, diretamente, pelo Estado brasileiro, aos Governos estrangeiros, em cujo território esteja a pessoa reclamada pelas autoridades nacionais” CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 25 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR que a decisão do Presidente da República em negar extradição é um ato político de soberania nacional, não podendo ser revisto pelo Supremo2. 33. (CESPE/AJAA-TJES/2011) O brasileiro nato não poderá ser extraditado para outro país em nenhuma hipótese. Comentários: A Constituição não previu a extradição passiva de brasileiro nato. Somente de estrangeiros e de brasileiros naturalizados, sendo os naturalizados só poderão ser extraditados em caso de: � Crime comum, praticado antes da naturalização; ou � Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; Lembrando ainda que nunca poderá extraditar ninguém se o crime cometido for “político” ou “de opinião”. Gabarito: Correto. 34. (CESPE/MMA/2009) Se um brasileiro nato viajar a outro país estrangeiro, lá cometer algum crime, envolvendo tráfico ilícito de entorpecentes, e voltar ao seu país de origem, caso aquele país requeira a extradição desse indivíduo, o Brasil poderá extraditá-lo. Comentários: O brasileiro nato nunca poderá ser extraditado, isso já é suficiente para acertar a questão, mas, a título de informação lembramos que caso ele fosse naturalizado, isso poderia acontecer, já que a CF diz em seu artigo LI que nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de: � Crime comum, praticado antes da naturalização; ou � Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei. Gabarito: Errado. 35. (CESPE/FINEP/2009) Dispõe a CF que nenhum brasileiro pode ser extraditado, nem concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião. Comentários: 2 STF - EXT 1085. CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 26 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR Em regra, nenhum brasileiro pode ser extraditado, mas, de forma absoluta, isso só vale para o brasileiro nato, ou seja, a questão peca ao afirmar "nenhum brasileiro pode ser extraditado", já que poderá sim, desde que seja um brasileiro naturalizado. A segunda parte que fala "nem concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião" está correta, já que, embora o estrangeiro possa, sem grandes empecilhos, ser extraditado, isso não ocorrerá, por vedação constitucional, quando se tratar de crime político ou de opinião. Gabarito: Errado. 36. (CESPE/TRT-17ª/2009) No Brasil, não há deportação nem expulsão de brasileiro. Comentários: Deportação é a "devolução" do estrangeiro que tentou ingressar ilegalmente no país. Expulsão é a "retirada" do estrangeiro que cometeu algum ato no país que torna a sua permanência inconveniente. Assim, são dois institutos não aplicáveis ao brasileiro. Gabarito: Correto. 37. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) Somente após decisão do STF, a expulsão ou a extradição de pessoa do território nacional poderá ser efetivada. Comentários: Cabe ao STF julgar a extradição passiva, porém, a expulsão (retirada de um estrangeiro do território nacional devido à inconveniência de sua presença) é ato do Poder Executivo, discricionário. Gabarito: Errado. 38. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) A CF não admite a extradição de brasileiro. Comentários: Poderá se extraditar o brasileiro naturalizado, em caso de: � Crime comum, praticado antesda naturalização; ou � Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; Gabarito: Errado. CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 27 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 39. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) A prática de crime político por estrangeiro radicado no Brasil enseja a concessão de extradição solicitada por Estado estrangeiro, desde que os efeitos penais ainda estejam ocorrendo. Comentários: A Constituição é clara em seu art. 5º, LII, ao afirmar que não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião. Gabarito: Errado. 40. (CESPE/ABIN/2008) Pedro, filho de João e Maria, nasceu em um país da América Latina onde seu pai exercia o cargo de embaixador do Brasil e trabalha, atualmente, em outro país da América Latina como humorista, onde critica o governo local. Sentindo-se perseguido nesse país, Pedro veio para o Brasil. Nessa situação, Pedro poderá ser preso e extraditado, pois a injúria caracteriza-se como crime comum, caso em que é permitida a extradição. Comentários: Não será concedida a extradição por crime político ou de opinião (CF, art. 5º, LII). Gabarito: Errado. 41. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) Os crimes de opinião praticados por estrangeiros são passíveis de extradição, desde que cometidos contra a integridade nacional. Comentários: A Constituição é clara em seu art. 5º, LII, ao afirmar que não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião. Gabarito: Errado. 42. (ESAF/ATRFB/2012) A extradição será deferida pelo STF no caso de fatos delituosos puníveis com prisão perpétua, não sendo necessário que o Estado requerente assuma o compromisso de comutá-la em pena não superior à duração máxima admitida na lei penal do Brasil. Comentários: O erro está em dizer que é desnecessário que o estado requerente assuma o compromisso de comutar a pena de prisão perpétua em pena não superior a 30 anos de reclusão, pena máxima aplicada no Brasil, tal entendimento foi inaugurado no julgamento da Extradição CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 28 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR nº 855, caso do pedido de extradição por parte da República do Chile dos sequestradores do publicitário Washington Olivetto. Sabemos que extradição requer a observância de 3 requisitos básicos, de ordem geral: 1- Não ser crime político nem crime de opinião; 2- O crime a ele imputado deve ter dupla tipificação (ou seja, tem que ser algo que seja considerado crime tanto no país que pede a extradição quanto no Brasil); 3- A pena imposta ao extraditado não pode ser superior ao máximo da lei brasileira (30 anos). Gabarito: errado. Juiz natural (e promotor natural) – outra face LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; Devido processo legal (“due process of law”) LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; Mas o que seria o devido processo legal? Segundo o Ministro do STF Celso de Mello3, os elementos da garantia constitucional do “due process of law” seriam: � direito ao processo (garantia de acesso ao Judiciário); � direito à citação e ao conhecimento prévio do teor da acusação; � direito a um julgamento público e célere, sem dilações indevidas; � direito ao contraditório e a ampla defesa (direito à autodefesa e à defesa técnica – advogado); � direito de não ser processado com fundamento em provas revestidas de ilicitude; � direito de igualdade entre as partes; � direito ao benefício da gratuidade; � direito à observância do princípio do juiz natural; � direito ao silêncio (privilégio contra a autoincriminação); � direito à prova; 3 em decisão de 2008, no HC 94601 MC/CE. CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 29 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR � direito de presença e de participação ativa nos atos de interrogatório judicial dos demais litisconsortes penais passivos, quando existentes. Em outras ocasiões, já foi demonstrado que este princípio constitucional também é o responsável por trazer implicitamente o princípio da razoabilidade e proporcionalidade, muito cobrado em concurso, pois é essencial para uma administração pública eficiente, célere e que respeita o Estado Democrático. 43. (CESPE/TFCE-TCU/2012) O princípio da proporcionalidade ou da razoabilidade é um princípio constitucional não positivado. Comentários: Os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, segundo a doutrina, encontram-se presentes no ordenamento constitucional brasileiro, porém, eles estão "implícitos" no devido processo legal, e não "positivados" (expressos) no texto constitucional. Gabarito: Correto. Duplo grau de jurisdição: Duplo grau de jurisdição, à sua moda clássica, é a possibilidade de um reexame integral da sentença por um órgão diverso do que a proferiu e de hierarquia superior na ordem judiciária4. No Brasil, existe possibilidade de ocorrência do duplo grau de jurisdição. Porém, segundo o Supremo, o duplo grau de jurisdição, no âmbito da recorribilidade ordinária, não consubstancia garantia constitucional5 (questão recorrente do CESPE). Isso porque existem julgados que não poderão ser revistos, como, por exemplo, aqueles de competência originária do STF, onde não é admitida a recorribilidade a instância superior. Ainda nas palavras do STF, não é possível, sob as sucessivas Constituições da República, erigir (instituir) o duplo grau em princípio e garantia constitucional, tantas são as previsões, na própria Lei Fundamental, do julgamento de única instância ordinária6. Para sintetizar o tema, Uadi Lammêmgo Bulos traz um importante ensinamento: "No Brasil, somente a carta de 1824 consagrou o duplo grau de jurisdição de modo pleno e irrestrito (...). As demais 4 79.785, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 29-03-00, Plenário, DJ de 22-11-02 5 AI 209.954-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 15-9-98, 6 AI 601.832-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 17-3-09, CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 30 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR Constituições não prescreveram, in verbis, o vetor deixando-o implícito na ordem jurídica. É o caso do Texto Magno de 1988"7. 44. (CESPE/OAB/2009.1) O duplo grau de jurisdição, no âmbito da recorribilidade ordinária, não consubstancia garantia constitucional. Comentários: Exato. Gabarito: Correto. Contraditório e a ampla defesa LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; Súmula Vinculante nº 5 → A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. Súmula Vinculante nº 14 → É direito do defensor do representado ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. 45. (CESPE/AGU/2009) Segundo o STF, a falta de defesa técnica por advogado, no âmbito de processo administrativo disciplinar,não ofende a CF. Da mesma forma, não há ilegalidade na ampliação da acusação a servidor público, se, durante o processo administrativo, forem apurados fatos novos que constituam infração disciplinar, desde que rigorosamente observados os princípios do contraditório e da ampla defesa. O referido tribunal entende, também, que a autoridade julgadora não está vinculada às conclusões da comissão de processo administrativo disciplinar. Comentários: O primeiro período trata da súmula vinculante de nº 5: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. Em relação ao segundo e terceiro períodos , trata-se da completa literalidade do julgado do recurso em mandado de segurança (RMS) 24526 / DF - DISTRITO FEDERAL: "...1.Não há ilegalidade na ampliação da acusação a servidor público, se durante o processo administrativo forem apurados fatos novos que constituam infração disciplinar. O princípio 7 Bulos, Uadi Lammêgo. Constituição Federal Anotada 8ª ed. - São Paulo: Saraiva, 2008. CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 31 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR do contraditório e da ampla defesa deve ser rigorosamente observado. 2. É permitido ao agente administrativo, para complementar suas razões, encampar os termos de parecer exarado por autoridade de menor hierarquia. A autoridade julgadora não está vinculada às conclusões da comissão processante. Gabarito: Correto. 46. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) São de observância obrigatória os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa em processo administrativo disciplinar, configurando cerceamento de defesa a ausência de defesa técnica, por advogado, em tal hipótese. Comentários: O erro da questão figura no fato de que, segundo a Súmula Vinculante nº 5, a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição, não se configurando cerceamento de defesa. Gabarito: Errado. 47. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) Considere que Paulo tenha respondido a processo administrativo disciplinar e optado por nomear como seu defensor um colega de trabalho que não era nem advogado nem bacharel em direito. Nessa situação hipotética, caracteriza-se violação ao princípio da ampla defesa. Comentários: Pois a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a garantia constitucional da ampla defesa. (consoante com a súmula vinculante nº 5) Gabarito: Errado. Presunção de inocência LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; Trânsito em julgado significa “quando não houver mais como recorrer da sentença”. O princípio da presunção de inocência também pode ser enxergado sob um outro prisma: “ninguém precisa provar que não fez alguma coisa”, o dever de provar se dá em relação à ocorrência dos fatos, quem acusa alguém de algo é que deve provar que este algo aconteceu. CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 32 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 48. (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006) Decorre da presunção de inocência, consagrada no art. 5º, da Constituição Federal, a impossibilidade de exigência de produção, por parte da defesa, de provas referentes a fatos negativos. Comentários: Ninguém precisa provar que não fez algo, pois, todos presumem-se inocentes. Gabarito: Correto. Identificação criminal LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; Este inciso foi regulamentado pela lei 12037/09 que dispõe que a identificação civil é atestada por qualquer documento público que permita a identificação, como: carteira de identidade, carteira de trabalho, passaporte e etc. A disposição não é absoluta, pois ainda que apresentado o documento público, poderá se promover a identificação criminal caso este contenha rasuras, indícios de falsificação, for constatada de pluralidade de nomes, a identificação criminal for essencial às investigações e etc. 49. (ESAF/ATA-MF/2009) O civilmente identificado pode ser submetido à identificação criminal, nos termos da lei. Comentários: Desde que nos termos da lei, será possível submeter o civilmente identificado à identificação criminal (CF, art. 5º, LVIII). A lei que regulamenta tal identificação é a lei 12037/09. Gabarito: Correto. Ação penal privada subsidiária da pública LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; Em regra, os crimes são de ação penal pública. A ação penal pública é privativa do Ministério Público (art. 129, I), mas esta deve ser intentada no prazo legal (regra geral: 5 dias se o indiciado estiver preso e 15 dias se estiver solto, a partir do recebimento do inquérito policial), se excedido este prazo, o particular poderá agir com a ação privada subsidiária da pública. CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 33 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 50. (ESAF/ATA-MF/2009) Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal. Comentários: Exato teor do inciso LIX do art. 5º. Gabarito: Correto. Publicidade dos atos processuais LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; 51. (FCC/Assistente - TCE - AM/2008) A publicidade dos atos processuais não pode ser restringida pela lei. Comentários: Poderá ser restringida quando a defesa da intimidade ou o interesse social assim exigir (CF, art. 5º, LX). Gabarito: Errado. 52. (ESAF/ATA-MF/2009) A lei não poderá restringir a publicidade dos atos processuais. Comentários: Embora em regra seja vedada tal restrição (CF, art. 5º LX), poderá ocorrer nas hipóteses constitucionais de preservação da intimidade e do interesse social. Como já dito, recomenda-se que em questões objetivas o candidato sempre analise todas as opções para verificar se a questão está tentando buscar do candidato o conhecimento sobre as regras ou sobre as exceções. Gabarito: Errado. Prisão LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; CF, art. 228 → São penalmente inimputáveis os menores de 18 anos, sujeitos às normas da legislação especial. CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 34 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; 53. (CESPE/AJAJ-STF/2008) O preso tem direito à identificação dos responsáveis pelo seu interrogatório policial. Comentários: A Constituição estabelece no seu art. 5º LXIV que é direito do preso a Identificação dos responsáveis por sua prisãoou interrogatório policial. Gabarito: Correto. Prisão ilegal LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; Liberdade provisória LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; Prisão civil por dívida: LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; Então temos que a prisão civil por dívida, na literalidade do texto constitucional segue o seguinte: • regra → Não pode haver; • exceção → Poderá prender o responsável por inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e o depositário infiel. Nas palavras do Supremo, "a norma que se extrai do inciso LXVII do artigo 5º da Constituição Federal é de eficácia restringível (contida). CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 35 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR Pelo que as duas exceções nela contidas podem ser aportadas por lei, quebrantando, assim, a força protetora da proibição, como regra geral, da prisão civil por dívida". Desta forma, temos a regra: Não cabe prisão civil por dívida. Essa proibição pode ser relativizada caso haja alguma lei que preveja a prisão por inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel. Se a lei prever a prisão nestes casos, estará restringindo a proibição da norma. Muita atenção! Em 2008, o Supremo passou a entender não ser mais possível no Brasil a prisão civil por dívida do depositário infiel, o que motivou inclusive a edição da súmula vinculante 25: Súmula Vinculante nª25 → É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. 1- Mas porque o Supremo, passou a entender que, mesmo expresso na Constituição, tal prisão não seria válida? Tudo isso devido a um tratado internacional (pacto de San Jose da Costa Rica) assinado pelo Brasil. 2- Mas este tratado teve força para revogar a Constituição? Não. Para entender o tema, primeiro, é necessário observar o §3º deste art. 5º. Nele, vemos que a regra é que os tratados internacionais após serem internalizados serão equivalentes às leis ordinárias, mas, eles serão equivalentes às emendas constitucionais (status constitucional), se "versarem sobre direitos humanos" e "forem internalizados com a mesma votação de uma emenda constitucional". 3- E o pacto de San Jose? Ele foi votado por este procedimento de emendas? Não, pois na época não existia esta previsão constitucional do art. 5º §3º. O STF passou, então, a entender que os tratados internacionais sobre direitos humanos, caso não passem pelo rito de votação de uma emenda constitucional, não irá adquirir o status constitucional (emenda constitucional), porém, por si só já possuem um status de “supralegalidade” (estágio acima das leis, e abaixo da Constituição) podendo revogar leis anteriores e devendo ser observados pelas leis futuras. Esse entendimento foi a partir do final de 2008. Veja o julgado: “... Prevaleceu, no julgamento, por fim, a tese do status de supralegalidade da referida convenção, inicialmente defendida pelo Ministro Gilmar Mendes no julgamento do RE 466343/SP, (...). Vencidos, no ponto, os Ministros Celso de CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 36 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR Mello, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Eros Grau, que a ela davam a qualificação constitucional, perfilhando o enten- dimento expendido pelo primeiro no voto que proferira nesse recurso. O Min. Marco Aurélio, relativamente a essa questão, se absteve de pronunciamento.”8 Como nós vimos que a prisão do depositário infiel ou do inadimplente de alimentos só seria possível através de uma previsão legal, esta lei que porventura esteja prevendo a prisão do depositário infiel ficaria sem efeitos, pois estaria sendo inaplicável pelo pacto de San Jose, o qual tem status supralegal (acima das leis). Conclusão e observação: • Atualmente, é possível a prisão civil do depositário infiel? Não. Pois com base na tese da norma supralegal dos tratados internacionais de direitos humanos que não passaram pelo rito previsto no art. 5º, § 3º da CF, como ocorreu com o Pacto de San José da Costa Rica, a legislação infraconstitucional que previa tal prisão e estava em contrário com o Pacto ficou revogada. Tal entendimento deu origem a súmula vinculante 21. • A Constituição prevê a prisão do depositário infiel? Sim, porém, esta prisão é inaplicável. 54. (CESPE/ANAC/2009 - Adaptada) É vedada a prisão civil por dívida, salvo, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), quando se tratar de obrigação alimentícia ou de depositário infiel. Comentários: "Segundo o STF" a única possibilidade é o inadimplente voluntário e inescusável (injustificável) de obrigação alimentícia. Gabarito: Errado. 55. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Consoante entendimento do STF, a norma constitucional segundo a qual não há prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel, não é de eficácia restringível. Comentários: 8 HC 87585/TO, Rel. Min. Marco Aurélio, 3.12.2008 CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL MPU PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 37 Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR Ela é de eficácia restringível (contida), pois, se houver lei, poderá haver prisão civil por dívida, relativizando a proibição da regra geral. Gabarito: Errado. 56. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) O STF considera lícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. Comentários: Isto contraria diretamente a súmula vinculante nº 25, que dispões que é ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. Gabarito: Errado. 57. (CESPE/ANAC/2009) Embora seja possível a restrição da liberdade de locomoção dos indivíduos nos casos de prática de crimes, é vedada a prisão civil por dívida, salvo, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), quando se tratar de obrigação alimentícia ou de depositário infiel. Comentários: Embora a Constituição Federal permita a prisão civil por dívida tanto em caso de inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia quanto no caso do depositário infiel, não há, segundo posicionamento do STF, a aplicação desta possibilidade (prisão do depositário infiel) em nosso país, já que o Supremo considerou que o Pacto de San José da Costa Rica, tratado sobre direitos humanos assinado pelo Brasil, possui status de norma "supralegal", que embora não revogue a Constituição, deixa inaplicável todo o ordenamento infraconstitucional que for com ele incompatível, assim, todas as normas infraconstitucionais sobre a prisão civil do depositário infiel estão inaplicáveis. Gabarito: Errado. 58. (CESPE/PGE-AL/2008) Ao analisar a constitucionalidade da legislação brasileira acerca da prisão do depositário que não adimpliu obrigação contratual, o STF, recentemente, concluiu no sentido da derrogação das normas estritamente legais definidoras da custódia do depositário infiel, prevalecendo, dessa forma, a tese do status de supralegalidade do Pacto de San José da Costa Rica. Comentários: O Supremo considerou que o Pacto de San José da Costa Rica, tratado
Compartilhar