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1 RESUMO N1 DOENÇAS TROPICAIS MEDICINA - 5º PERÍODO - TURMA XIX GRUPO: KELL, THAY, CÉSAR, COLLINS, RIAD AUTOR(A): THAY _____________________________________________________________________________ HIV DEFINIÇÃO • Qualquer indivíduo infectado pelo HIV com contagem de células T CD4+ < 200/µL, independentemente da presença de sintomas ou doenças oportunistas → AIDS • Tabela livro • Depois que o paciente apresenta um distúrbio clínico da categoria B, a classificação de sua doença não pode reverter para categoria A, mesmo que o distúrbio regrida. CONCEITOS (Prof Glauce) • Heterossexualizacao → Drogas injetáveis → camada mais abastada • Interiorização → Transmissão pelo interior → via sexual • Pauperização → Atingir população carente • Feminização → Mulheres infectadas → MULHER TRANSMITE HIV → colo útero!!! • Desigualdade social → Todas classes econômicas → mais informados procuram atendimento/tratamento precoce • Taxa mortalidade → Caiu → possibilidade de tratamento • Taxa morbidade → Estabilizada AGENTE ETIOLÓGICO • HIV-1: EUA, Europa, Brasil (subtipo B) • HIV-2: África → Menos agressivo • Terapêutica é guiada pelos subtipos • A pandemia de AIDS é causada principalmente pelo HIV-1 do grupo M. MORFOLOGIA DO HIV • Duas proteínas de envoltório: o Gp120: externa o Gp41: transmembrana TRANSMISSÃO • Relações sexuais (heterossexuais e homossexuais masculinas) • Sangue e hemocomponentes 2 • Mães infectadas aos filhos → período intraparto e perinatal, aleitamento materno TRANSMISSÃO SEXUAL • Mecanismo mais comum → transmissão heterossexual • Transmissão: mulher – homem → 0,04% • Transmissão: homem – mulher →0,08% • Presença do vírus: liquido seminal, colo uterino e secreção vaginal • O risco de transmissão do HIV é maior em relações anais passivas sem proteção (em homens e mulheres) • Transmissão por coito: É maior durante estágio inicial da doença → ↑ níveis de RNA viral; e quando a doença está avançada → ↑ carga viral • Tratamento antirretroviral: reduz muito a viremia → redução do risco de transmissão (↓92%) • Sexo oral: é um mecanismo muito menos eficiente de transmissão do que o coito anal ou vaginal → Sexo oral também transmite HIV TRANSMISSÃO PELO SANGUE E HEMOCOMPONENTES • Transfusões de sangue ou hemocomponentes • Transplantes de tecidos contaminados • Usuários de drogas ilícitas expostos ao HIV • Transfusão de sangue: o Triagem do sangue doado para anticorpos anti-HIV, antígeno p24 e ácido nucléico viral; o Seleção cuidadosa dos doadores; o Autoexclusão e descarte do sangue de indivíduos HIV-negativos com sorologia positiva para Hepatite B e C. • A probabilidade de infecção de um hemofílico pelos concentrados de fatores de coagulação foi praticamente eliminada → tratamento dos concentrados pelo calor • Transplantes de tecidos: o Doadores passam por triagem prévia para HIV • Usuários de drogas ilícitas: o Compartilhamento de seringas, seringas → transmissão através de punção intravenosa, subcutânea e intrasmuscular TRANSMISSÃO OCUPACIONAL • Lesões percutâneas → picadas de agulhas ou cortes por objetos afiados • Contato com mucosas ou pele lesadas (menor risco que contato com mucosas) • Conduta: Tratamento profilático com antirretrovirais combinados (TARV) • Outros líquidos infecciosos: líquidos cerebroespinhal, sinovial, pleural, peritoneal, pericárdico e amniótico. 3 TRANSMISSÃO MATERNOFETAL / NEONATAL • Durante gravidez; • Parto; • Aleitamento materno. • Transmissão mais comum: período perinatal TRANSMISSÃO POR OUTROS LÍQUIDOS CORPORAIS • Saliva: NÃO há evidências convincentes. • Mordidas humanas: A transmissão pode ocorrer, mas é rara. • Exposição à lágrimas, suor e urina: NÃO há evidências FISIOPATOLOGIA E PATOGENIA (Prof Glauce) • Deficiências quantitativa e qualitativa progressivas da subpopulação de linfócitos T → TCD4+ → atua como receptor celular principal do HIV • Correceptores principais: CCR5 e CXCR4 • Gp 120 gp 41→ mudam conformação para o vírus entrar → fusão cel cd4 → vira gp 160 → libera material genético → transcriptase reversa → vira DNA → integrase fita de DNA viral integra ao DNA do hospedeiro → para formar RNA viral → lide celular → virus sai novamente • CCR5 → primeiro do-receptor de membrana a ser utilizado recaem infectado • CXCR4 → utilizam na fase mais avançada da doença → formador de sincicio -> para depletar mais cd4 -> pacientes com cd4 muito baixo → mais de 5 anos de evolução da doença • CD4 normal → 1300, 1500 para cima • Há pessoas que não tem Ccr5 na membrana da célula → não se infectam com HIV → pois o vírus só entra na célula se tiver CCR5 e CXCR4 • Macrófagos → expressam mais CCR5 • Linfócitos → expressam mais CXCR4 • Existe uma população vírus que se réplica e outra que fica em latência • Patogenia pela mucosa → infecção mesmo sem lesão → celulas dendriticas, macrófagos .. → vÍrus vai para o linfonodo loco-regional se multiplicar (fase de penumbra/eclipse → 3 a 5 dias → nenhum exame consegue detectar, só detecta quando está no sangue) → depois vírus vai para o corpo (corrente sanguínea) → ativação sistema imunológico → anti-hiv positivo • Terapia antirretroviral → antes de chegar no Linfonodo loco-regional (até 2h) → pode bloquear contaminação EVENTOS INICIAIS DA INFECÇÃO PELO HIV: PRIMOINFECÇÃO E DISSEMINAÇÃO INICIAL DO VÍRUS • Barreira mucosa → o vírus pode atravessar por: o Transporte dentro das células dendríticas; o Falhas microscópicas da mucosa → doenças genitais ulcerativas • Vírus busca alvos susceptíveis → Células TCD4+ dispersas na mucosa • Amplificadores iniciais da infecção: Linfócitos TCD4+ em repouso e ativados • Linfócitos TCD4+ em repouso: são mais abundantes • Linfócitos TCD4+ ativados: produzem quantidades maiores do vírus 4 • Vírus são produzidos nos primeiros dias ou semanas • São dispersos primeiramente nos linfonodos regionais → depois para outros compartimentos linfóides → onde conseguem acesso fácil à concentrações alta de células TCD4+ → viremia explosiva em níveis altos • Órgão linfóide importante: GALT (tecidos linfóides associados ao intestino) → um dos alvos principais da infecção pelo HIV e local onde grandes quantidades de células TCD4+ são infectadas e deletadas. • Quando a replicação viral alcança esse limiar → vírus está completamente disseminado → Infecção definitivamente estabelecida → Processo é irreversível FASES (Prof Stella) 1. Apresentação vírus ao linfonodo loco-regional → 2 dias → até que o vírus chegue ao linfonodo loco-regional. 2. Período de Eclipse → 1 semana → Vírus ainda no linfonodo loco-rerional → NÃO DETECTADO NA CORRENTE SANGUÍNEA. 3. Síndrome Viral Aguda → 2 semanas → Reação do organismo à infecção pelo HIV → Alta chance de contágio, mas exame negativo (REPETIR EXAME!!!) → A maioria dos pacientes apresenta esta fase, mas é pouco diagnosticada. Sintomas: • Febre; • Dor de garganta e no corpo; • Cefaleia; • Rash cutâneo. 4. Soroconversão → 30 – 45 dias → Produção de anticorpos → Alta carga viral e baixa quantidade de linfócitos TCD4+. 5. Set Point Viral → 3 a 6 meses → Quando acaba a fase aguda e o organismo consegue recuperar TCD4+ (mas não mesma quantidade de antes; quantidade normal TCD4+ → 1.200 a 1.500) e carga viral baixa. 6. Latência Clínica → 8 a 10 anos → Paciente assintomático, mas soropositivo; contágio ocorre. 7. Após latência clínica → Alta carga viral e Baixa quantidade TCD4+ novamente → Sintomas Constitucionais: • Diarreia • Perda de peso • Queda de cabelo EXAMES LABORATORIAIS (Prof Stella) 1. Carga Viral → PCR quantitativo → RNA viral 2. CD4 e CD8 3. Hemogramacompleto 4. TGO, TGP, Bilirrubina → Fígado 5. FA, Gama GT, TAP → Fígado 6. Proteínas totais e fração → Fígado 7. Ureia e creatinina → Rim 8. Amilase → Pâncreas Óbito Infecções oportunistas • I n f e c ç õ e s o p o r t 5 9. Colesterol (HDL, LDL, VLDL) fração + Triglicerídeos → Os inibidores de protease alteram esses exames 10. Glicemia → Inibidores de protease alteram a glicemia 11. EAS → Urina 12. EPF → Fezes 13. PPD → TB 14. Toxicológico 15. RX de tórax SOROLOGIAS (Prof Stella) 1. Hepatite B → Se + → Pedir para hepatite A e D. 2. Hepatite C → Se + → Pedir para hepatite A. 3. Toxoplasmose 4. CMV 5. Herpes simples 1 e 2 6. HTLV 1 e 2 → Vírus linfocitário humano → Aumenta linfócitos → Aumenta linfócitos TCD4+ → Mascara infecção pelo HIV → Paciente infectado, mas com TCD4+ alto. 7. Chagas → Elisa 8. VDRL → Sífilis ESTABELECIMENTO DA INFECÇÃO CRÔNICA PERSISTENTE • Uma vez estabelecida a infecção, o vírus consegue escapar da destruição por mecanismos imunes • Até se beneficia da ativação do sistema imune • Nunca é eliminado por completo do corpo • Ocorre infecção crônica, que persiste com graus variáveis de replicação viral contínua no paciente não tratado por um período médio de cerca de 10 anos, antes de manifestar doença clínica. • Mesmo em determinados pacientes, nos quais a viremia plasmática foi suprimida a m enos de 50 cópias/mL do RNA do HIV pelo TARV, a replicação viral em níveis baixos continua. v EVASÃO DO CONTROLE DO SISTEMA IMUNE • Nível persistente de replicação associado à geração → por mutação e rearranjo de uma diversidade viral → meio de escapar do controle e da eliminação pelo sistema imune. v LATÊNCIA CLÍNICA • O declínio das células T CD4+ pode ser gradativo ou abrupto → pico significativo nos níveis de viremia plasmática. A m • aioria dos pacientes é relativamente assintomática durante esse declínio progressivo → Estado de latência clínica. 6 DOENÇA AVANÇADA CAUSADA PELO HIV • A contagem de células TCD4+ diminui depois de um período variável abaixo de um limiar crítico (< 200/µL), geralmente em alguns anos → Paciente torna-se altamente suscetível às doenças oportunistas. • Contagem de células TCD4+ < 200/µL → AIDS SOBREVIVENTES DE LONGO PRAZO E INDIVÍDUOS SEM PROGRESSÃO DA DOENÇA A LONGO PRAZO • Pacientes sem doença progressiva a longo prazo (5 a 15% ) → quando estavam infectados pelo HIV por períodos longos (>10 anos), tinham contagens de células T CD4+ normais e permaneciam estáveis ao longo dos anos, embora não fizessem TARV. • Uma percentagem significativa desses indivíduos progredia e por fim necessitava de tratamento. • Controladores de “elite” (menos de 1%) → têm níveis extremamente baixos de viremia plasmática e contagens normais de células T CD4+. • Alguns outros fatores genéticos estavam envolvidos em maior ou menor grau no controle da replicação viral e na taxa de progressão da doença causada pelo HIV. ÓRGÃOS LINFOIDES E PATOGENIA DO HIV • Replicação viral: ocorre principalmente no tecido linfoide (e não no sangue) • Nível de viremia plasmática: reflete diretamente a produção do vírus no tecido linfoide. • Linfadenopatia: reflete a ativação celular e a resposta imune ao vírus no tecido linfóide → hiperplasia dos folículos ou centros germinativos • GALT: Ocorre o primeiro surto de replicação viral associada à depleção acentuada das células T CD4+. ATIVAÇÃO IMUNE, INFLAMAÇÃO E PATOGENIA DO HIV • Ativação imune e a inflamação, nos indivíduos infectados pelo HIV, contribuem expressivamente para: 1. replicação do vírus; 2. indução da disfunção imune; 3. incidência mais alta de distúrbios crônicos associados à ativação imune e à inflamação persistentes. ANORMALIDADES DAS CÉLULAS MONONUCLEARES v CÉLULAS T CD4+ • A lesão imunopatogenética principal da infecção pelo HIV afeta as células T CD4+. v CÉLULAS T CD8+ • A linfocitose relativa de células T CD8+: associada aos níveis altos de viremia plasmática do HIV e reflete a desregulação homeostática causada pela ativação imune generalizada. 7 v CÉLULAS B • Ativação celular anormal → anormalidade das células B → reduzida → ampliação da apoptose. • As células B dos pacientes com viremia do HIV têm m enos capacidade de produzir resposta proliferativa à ligação do receptor de antígeno das células B • As interações entre as células T CD4+ e B cognatas são anormais → linfócitos B não respondem adequadamente à ajuda fornecida pelas células T CD4+ → recebem sinais coestimuladores inadequados dos linfócitos B ativados. • As anormalidades das células B são responsáveis: o Resposta atenuada às vacinas; o Pelo aumento da incidência de algumas infecções bacterianas detectadas nos adultos com doença avançada. v MONÓCITOS/MACRÓFAGOS • O número de monócitos circulantes é normal nos indivíduos infectados pelo HIV. • Monócitos: expressam a molécula CD4 e vários correceptores do HIV →CCR5, CXCR4 e CCR3 →estas células são alvos da infecção pelo HIV. • Funções: o Disseminação do HIV pelo corpo; o Atuar com o reservatórios da infecção → obstáculo à erradicação do HIV pelos fármacos antirretrovirais v CÉLULAS DENDRÍTICAS E CÉLULAS DE LANGERHANS • Células dendríticas: papel significativo na iniciação da infecção pelo HIV → vírus liga-se aos receptores de lectina do tipo C • Apresentação eficiente do vírus às células-alvos T CD4+ que se tornam infectadas • Os complexos formados por células T CD4+ infectadas e células dendríticas → microambiente ideal à replicação do vírus. v CÉLULAS NATURAL KILLERS (NK) • Função: realizar vigilância imune contra as células infectadas por vírus, certas células tumorais e células alogênicas • Não existem indícios convincentes de que o HIV infecte produtivam ente as células NK • Existem anormalidades funcionais das células NK ao longo de toda a evolução da doença causada pelo HIV • A gravidade destas anormalidades aumenta à medida que a doença avança. NEUROPATOGENIA • ↓ expressiva da incidência da encefalopatia causada pelo HIV entre os pacientes que têm acesso ao tratamento com TARV modernos. • Mas ainda podem desenvolver várias anormalidades neurológicas atribuídas às infecções oportunistas e às neoplasias, ou aos efeitos diretos do HIV. • Lesões da substância branca • Perda neuronal 8 PATOGENIA DO SARCOMA DE KAPOSI • Doença oportunista; • Não está estritamente relacionada com o nível de depressão da contagem das células TCD4+. • Interação de vários de fatores: o Próprio HIV-1; o Herpesvírus humano 8 (HHV-8); o Ativação imunológica; o Secreção das citocinas. • Praticamente todos os pacientes com SK são soropositivos para o HHV-8. • Prevalência da soropositividade para HHV-8 → 4% das mulheres infectadas pelo HIV → baixa incidência do SK entre as mulheres. RESPOSTA IMUNE AO HIV • Depois do episódio inicial de virem ia durante a infecção primária, os indivíduos infectados pelo HIV desenvolvem respostas imunes vigorosas: o Reduzem significativamente os níveis de viremia plasmática o Contribuem para o retardo do desenvolvimento final da doença clinicamente aparente (média de 10 anos) • Células T CD4+ com receptores específicos para o HIV → primeiros alvos da infecção produtiva pelo HIV → são suscetíveis à morte ou à disfunção celular causada pela infecção. • Conseqüência precoce da infecção pelo HIV: interferência com a redução da população de células T necessárias para o desenvolvimento de um a resposta imune eficaz. DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO PELO HIV • Triagem da infecção pelo HIV → ELISA → consegue detectar os dois tipos de vírus(HIV-1 e HIV-2) • Quarta geração: detecção de anticorpos anti-H IV + detecção do antígeno p24 do HIV. • RESULTADOS ELISA: o Positivo: altamente reatores → repetir o teste: § Resultados forem negativos em duas ocasiões → erro técnico na execução do ensaio → paciente é negativo. § Se o repetido for positivo ou indeterminado: confirmar com exame Western Blot: ü Western blot positivo: diagnóstico de infecção pelo HIV-1 estará confirmado; 9 ü Western blot negativo: pode-se supor que o IEE era falso positivo para o HIV-1 e a infecção pode ser descartada. ü Western blot indeterminado: deverá ser repetido em 4 a 6 semanas → pode-se proceder a um ensaio de captura do antígeno p24, ensaio do RNA do HIV-1 ou PCR do DNA do HIV- 1. o Negativo: não reatores → a menos que haja algum a forte razão para suspeitar de infecção inicial pelo HIV (como em um paciente exposto nos últimos 3 meses), exclui-se o diagnóstico → o teste deve ser repetido apenas quando há indicação clínica. o Indeterminado: parcialmente reatores → repetir o teste § fazer exame Western Blot para definir resultado • Exame Confirmatório → Western Blot → pesquisa de anticorpos contra os produtos dos três principais genes do HIV → p24, gp41 e gp 120/160 • RESULTADOS WESTERN BLOT: o Positivo: quando existem anticorpos contra duas das três proteínas do HIV: p24, gp41 e gp 120/160. o Negativo: não há qualquer faixa nos pesos moleculares que correspondem aos produtos gênicos do HIV → pode-se concluir com certeza que a reatividade no IEE foi falsa positiva ü Indeterminado: repetir o Western blot dentro um mês para definir se o padrão indeterminado representa ou não um padrão em evolução ou fazer exame de captura do antígeno p24, ensaio do RNA do HIV-1 ou PCR do DNA do HIV-1. o Exame de captura do antígeno p24, ensaio do RNA do HIV-1 ou PCR do DNA do HIV-1: quando Western blot der indeterminado, para avaliar o prognóstico e a resposta aos tratamentos antirretrovirais. • OBS.: PADRÃO DE REFERÊNCIA PARA O DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO PELO HIV → IEE POSITIVO E CONFIRM ADO PELO WESTERN BLOT. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS SÍNDROME AGUDA DO HIV • De 3 a 6 semanas após a infecção primária. • A síndrome é típica de uma infecção viral aguda →comparada à Mononucleose infecciosa aguda. • Sinais e sintomas persistem por uma a várias semanas e regridem gradativamente à medida que a resposta imune ao HIV se desenvolve e os níveis de viremia plasmática diminuem. • Latência Clínica → A infecção primária com ou sem uma síndrome aguda é seguida de um intervalo longo de latência clínica ou níveis baixos de atividade da doença. 10 • Sintomas gerais: o Febre o Faringite o Linfadenopatia → 70% dos indivíduos com infecção primária pelo HIV o Cefaleia/Dor retro-orbitária o Artralgias/Mialgias o Letargia/Mal estar o Anorexia/emagrecimento o Náuseas/Vômitos/Diarreia ESTÁGIO ASSINTOMÁTICO – LATÊNCIA CLÍNICA • Intervalo de 10 anos → para pacientes não tratados. • Pacientes com doença progressiva de longa duração → apresentam pouco ou nenhum declínio nas contagens de TCD4+ por intervalos longos e níveis extremamente baixos de RNA viral. • “Controladores de elite” → com níveis de RNA viral < 50 cópias/µL. • Alguns outros pacientes permanecem totalmente assintomáticos, embora suas contagens de células TCD4+ apresentem declínio contínuo e progressivo até chegar a níveis extremamente baixos. • TCD4+ < 200 → Risco alto de infecções oportunistas e neoplasias. DOENÇA SINTOMÁTICA • Diagnóstico de AIDS → Qualquer indivíduo infectado pelo HIV com contagens de células TCD4+ < 200 cópias/µL OU qualquer paciente HIV-positivo que apresente uma das doenças associadas ao HIV consideradas como distúrbio grave da imunidade celular. • Tratamento das doenças → Assegurar o controle adequado da replicação viral pelo uso do TARV (Terapia Antirretroviral); e quando necessário → Esquemas profiláticos primários e secundários para doenças oportunistas. • Profilaxia primária → evitar que a doença se instale. • Profilaxia secundária → quando já teve a doença e quer prevenir nova infecção. • Paciente com TCD4+ 100 → Profilaxia com Sulfa • Paciente com TCD4+ 40 → Profilaxia com Sulfa + Azitromicina DOENÇAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO BRONQUITE E SINUSITE AGUDA • Prevalentes durante todos os estágios da infecção pelo HIV. • Pacientes com contagens baixas de células TCD4+ → casos mais graves • Diagnóstico → TC ou RM. • Tratamento → Antimicrobiano. 11 PNEUMONIA BACTERIANA • Principais agentes etiológicos → S. pneumoniae e H. influenzae. • Medida profilática → Imunização com polissacarídeo pneumocócico → É mais eficaz em pacientes com contagens > ou iguais a 200 cópias/µL. PNEUMONIA POR PNEUMOCYSTIS (PPC) • Maior risco → Pacientes que já tiveram outros episódios no passado, com história de Candidíase orofaríngea, indivíduos com contagens de TCD4+ < 200 cópias/µL. • Imuossuprimido → Reativação • Contagem média de TCD4+ → < 200 cópias/µL. • Recomendação → Pacientes com < 200/µL → Fazer algum tipo de profilaxia. • Quadro clínico insidioso • Sintomas gerais: o Dispneia progressiva; o Febre; o Tosse → Seca ou com expectoração; o Dor torácica retroesternal típica → Piora ao inspirar, em ponta ou ardência. • Manifestações extra pulmonares → Hepatomegalia, lesões cutâneas, medula óssea e retinopatia, emagrecimento. • Diagnóstico → o Raio X tórax → Infiltrados intersticiais bilaterais tênues, denso nos hilos, podendo ocorrer condensações, derrames e cavitações. o TC → Aspecto em vidro fosco, presença de cistos com cavidades de tamanhos e formas variados. • Achado importante → Elevação dos níveis de desdrogenase lática (DHL) • Diagnóstico definitivo → Demonstração do microorganismo nas amostras obtidas (escarro induzido, lavado broncoalveolar, biópsia transbrônquica ou biópsia pulmonar aberta). • Outros exames → Hemograma, função renal e hepática, gasometria arterial (devido à hipoxemia ser fator determinante), LDH > 500. • Diagnóstico diferencial → TB miliar, histoplasmose, sarcoma de Kaposi visceralizado, linfoma, pneumonias intersticiais por Clamídia e micoplasma. • Tratamento → Sulfametoxazol + Trimetropima (SMX/TMP) → Por 21 dias. • Profilaxia secundária → SMX/TMP. TUBERCULOSE • Agente etiológico → M. Tuberculosis. • Quando não tratada pode acelerar a evolução da infecção pelo HIV. • Contagem média de TCD4+ → 326/µL. • PPD → Fazer para ver se paciente já teve contato com o bacilo da TB (Ver áudio → Prova) • ADA → Enzima que fica aumentada em casos de TB. 12 • Sinais e sintomas: o Febre; o Tosse; o Dispneia aos esforços; o Perda de peso; o Sudorese noturna; o Raio X tórax → Doença cavitária apical dos lobos superiores. • Triagem para TB → Deve fazer parte da avaliação inicial de qualquer paciente HIV- positivo. • Diagnóstico definitivo → Cultura do microorganismo. • OBS 1.: Os pacientes sob suspeita de TB pulmonar devem ser colocados em isolamento respiratório em um quarto com pressão negativa → evitar disseminação hospitalar e comunitária da infecção. • OBS 2.: O PPD no paciente com HIV é considerado positivo quando > ou igual 5mm → Cuidado!!!! • Tratamento → Pacientes com reação cutânea > 5mm ou indivíduos que vivem em contato direto com pacientes portadores de TB em atividade → Isoniazida + Piridoxina por 9 meses. • Tratamento → o HIV positivo com PPD reator → afastar doença e se ausência de doença → quimioprofilaxia para TB → Isoniazida 300mg por 6 meses. o HIV positivo com PPD não reator e assintomático → acompanhamento HISTOPLASMOSE • Contagem de células TCD4+ → 33/µL. • Doença disseminada devido à reativação.• Sinais e sintomas: o 4 a 8 semanas de febre e emagrecimento; o Hepatoesplenomegalia; o Linfadenopatia; o Acometimento do SNC → Meningite ou lesão expansiva; o Medula óssea → Trombocitopenia, neutropenia e anemia; o DHL elevado o Pele → Lesões mucocotâneas; erupção mucopapulosa, úlceras cutâneas ou da cavidade oral; o Sistema respiratório → Sintomas brandos → Raio X co infiltrado difuso ou vários nódulos pequenos. • Diagnóstico: o Isolamento do fungo em cultura de sangue, medula óssea ou tecidos; o Detecção de antígeno no sangue ou urina → pode ajudar no diagnóstico • Tratamento → Itraconazol o Anfotericina B → nas formas graves o Livro → Anfotericina B + Manutenção com Itraconazol oral → Até nível sérico do antígeno do histoplasma seja < 2 unidades + que o paciente esteja 13 utilizando TARV há no mínimo 6 meses + contagens de células TCD4+ seja > 150/µL. INFECÇÕES POR MICOBACTÉRIAS ATÍPICAS • Agentes etiológicos → M. Avium e M. intracellulare → Complexo Mycobacterium avium (MAC). • É uma complicação tardia da infecção pelo HIV. • Contagem média de células → < 50/µL. • Sinais e sintomas: o Febre; o Emagrecimento; o Sudorese noturna; o Micobacteremia; o Raio X tórax → Infiltrados bilaterais dos lobos inferiores → Sugestivo de disseminação miliar. • Diagnóstico → Hemocultura ou cultura em tecido acometido. • Tratamento → Claritromicina +Etambutol → Com utilização do TARV, interromper quando atingir > 100/µL por 3 a 6 meses. • Profilaxia primária → Para pacientes com < 50/µL. DOENÇAS DA OROFARINGE E DO SISTEMA GASTRINTESTINAL BOCA v CANDIDÍASE ORAL • Contagem média de TCD4+ → < 300/µL. • Sinais e sintomas: o Exsudato caseoso esbranquiçado na mucosa eritematosa da orofaringe posterior. • Diagnóstico → Exame direto de raspado à procura de pseudo-hifas. • Tratamento → Nistatina ou Fluconazol v LEUCOPLASIA PILOSA ORAL • Contagem média de TCD4+ → < 300/µL. • Sinais e sintomas: o Lesões esbranquiçadas semelhantes a uma folhagem, nas bordas laterais da língua. • Não é considerado um distúrbio pré-maligno. • As lesões estão associadas à replicação exuberante do VEB. v ÚLCERAS AFTOSAS • Na orofaringe posterior. • Podem ser muito dolorosas → interferir com a deglutição. • Tratamento → Talidomida. 14 ESÔFAGO v CANDIDÍASE ESOFAGIANA • É a manifestação esofágica mais comum. • Sinais e sintomas: o Disfagia; o Odinofagia. • Tratamento → Fluconazol v ESOFAGITE • Agente etiológico→ Cândida, CMV (úlceras grandes) ou HSV (úlceras pequenas). • Sinais e sintomas: o Odinofagia; o Dor retroesternal. • Diagnóstico → Endoscopia alta. • Tratamento → Ganciclovir DOENÇAS NEOPLÁSICAS – ESTÔMAGO • Sarcoma de Kaposi; • Linfoma. DOENÇAS INTESTINO DELGADO E GROSSO • Infecções por bactérias, vírus e protozoários. • Agentes etiológicos → Salmonella; Shigella; Campylobacter. • Sinais e sintomas: o Diarreia; o Dor abdominal; o Febre. • Diagnóstico → Hemocultura e coprocultura. • Tratamento → Uso prolongado de Ciprofloxacino. INFECÇÕES FÚNGICAS v HISTOPLASMOSE v COCCIDIOIDOMICOSE v PENICILINOSE • Sinais e sintomas comuns: o Febre; o Diarreia. INFECÇÕES POR PROTOZOÁRIOS v CRIPTOSPORIDIOSE • Doença diarréica autolimitada ou intermitente. • CD4+ < 200 15 • Sinais e sintomas: o Diarreia líquida; o Perda de peso; o Anorexia; o Leucócitos fecais; o Febre; o Mialgia; o Dor abdominal espasmódica; o Náuseas e/ou vômitos. • Diagnóstico → Exame de fezes → revela cistos; ou biópsia de intestino delgado Tratamento → Sem terapêutica eficaz → Medidas de suporte. v MICROSPORIDIOSE • CD4+ < 100 • Sinais e sintomas: o Diarreia aquosa; o Febre; o Anorexia; o Dor abdominal periumbilical; o Má absorção; o Diarreia; o Colangite. • Diagnóstico → Amostra de fezes, aspirado intestinal ou biópsia intestinal. • Tratamento → Albendazol; Recuperar o sistema imune combatendo a infecção com uso do TARV. v ISOSPORÍASE • Sinais e sintomas: o Fezes líquidas, com sangue ou com células inflamatórias; o Dor abdominal tipo cólica; o Perda de peso. • Tratamento → SMT + TMP. SINDROME DIARREICA CRÔNICA • Ou Enteropatia da Aids ou do HIV. • Agentes etiológicos → Salmonella, Campylobacter jejuni, Clostridium difficile. • Sinais e sintomas: o Atrofia discreta da mucosa; o Redução das figuras mitóticas; o Atividade da lactase reduzida ou ausente; o Má absorção com emagrecimento. • Diagnóstico → Exame de fezes; cultura; pesquisa de ovos e parasitos; pesquisa para toxina do Clostridium difficile. • Investigação complementar → Endoscopia com biópsia. 16 • Quando investigação diagnóstica não é conclusiva → Diarreia por mais de um mês → Diagnóstico presuntivo de enteropatia pelo HIV. GIARDÍASE E AMEBÍASE • CD4+ > 200 • Sinais e sintomas: o Cólicas; o Flatulências; o Náuseas; o Azia; o Plenitude gástrica; o Diarreia. • Tratamento →Metronidazol ou secnidazol. • Orientações → Lavar mãos e alimentos. AFECÇÕES HEPÁTICAS • Esteatose, hepatites virais (B e C) → evolução mais rápida para cirrose e hepatocarcinoma LESÕES RETAIS • Úlceras e erosões perrretais → Por reativação do HSV. • Tratamento → Aciclovir; Fanciclovir ou Foscarnet. • Carcinoma anal pelo HPV → Lesões inflamatórias. DOENÇAS DERMATOLÓGICAS DERMATITE SEBORREICA • 50 % dos pacientes HIV-positivos. • Prevalência e gravidade aumentam com contagens baixas de TCD4+. FOLICULITE • Contagem média de células TCD4+ → < 200/µL. • Sinais e sintomas: o Pápulas na face, no tronco e nas superfícies extensoras. • Tratamento → Podem ser melhorados com TARV. HERPES ZÓSTER • Indica declínio modesto da função imune. 17 • Em média de 5 anos após a infecção pelo HIV. • Aids mais provável quando episódio de zóster estava associada a dor intensa, lesões cutâneas extensivas e acometimento dos dermátomos cranianos e cervicais. • Tratamento → Aciclovir, vanciclovir ou fanciclovir. • Oftalmológico → Lesões eritematovesicobolhosas que acompanham o trajeto do ramo facial → Pode evoluir para uveíte. HERPES SIMPLES • É uma Síndrome de reativação recidivante. • Lesões orolabiais, genitais e perianais. • Lesões coloração vermelho-vivo, extremamente dolorosas. • Tendem a acometer a parte superior da fenda glútea. MOLUSCULO CONTAGIOSO • Pacientes com infecção avançada pelo HIV. • Pode ocorrer em pálpebras → Lesões papulares ou nódulos elevados, pálidos e umbilicados → Tratamento com excisão cirúrgica. • Lesões umbilicadas da cor da pele. • Tendem a regredir com TARV. DOENÇAS NEUROLÓGICAS • Os problemas neurológicos podem ser: o Primários → ao processo patogênico da infecção viral o Secundários → às infecções oportunistas ou às neoplasias. DISTÚRBIOS NEUROCOGNITIVOS ASSOCIADOS AO HIV (HAND) • Transtornos que incluem: o Disfunção neurocognitiva assintomática (DNA); o Distúrbio neurocognitivo brando (DNB); o Demência clinicamente grave. v ENCEFALOPATIA DO HIV • Classificada como doença que define AIDS. • 50% dos pacientes HIV-positivos têm disfunção neurocognitiva branda a moderada. • Quase todos os pacientes HIV-positivos têm algum grau de acometimento do sistema nervoso pelo vírus. v CRIPTOCOCOSE • Agente etiológico→ Cryptococcus Neoformans • Principal agente infeccioso da meningite dos pacientes com Aids. • Contagem média de TCD4+ → < 100/µL. • Sinais e sintomas: 18 o São inespecíficos, sem que haja evidência de infecção sistêmica ou irritação meníngea. o Febre; o Náuseas; o Vômitos; o Alteração do estado mental; o Cefaleia; o Sinais meníngeos;o Obnubilação; o Papilemema. • Além da meningite, os pacientes podem desenvolver criptococomas e disfunção dos nervos cranianos. • Diagnóstico definitivo → Identificação do microorganismo no LCR por meio de exame com tinta nanquim → 75 a 85% de sensibilidade. o LCR → Pode estar normal ou ↑ proteína e glicose ↓. o Celularidade → < 20 células → 70% de todos os pacientes. • Teste detecção do antígeno criptocócico. • OBS.: Pacientes que apresentam aumento da pressão intracraniana (PIC) → Indica pior prognóstico. • Tratamento → o Terapia de Indução: § Anfotericina B + Flucitosina o Terapia de Consolidação: § Fluconazol → 8 semanas § Tratamento até cultura de LCR ser NEGATIVA. o Terapia de Manutenção: § Fluconazol é o preferido § Anfotericina B é alternativa • Profilaxia primária → não é recomendada em pacientes com HIV. • Profilaxia secundária ou terapia de manutenção→ é apropriada para maioria dos pacientes. • Critérios para interrupção do tratamento: o Completar terapia com sucesso; o Assintomático sem sinais e sintomas de criptococose; o Contagem de células CD4+ > 100 – 200 sustentada por mínimo de 6 meses (em tratamento com HAART) v MENINGOENCEFALITE POR TB • Risco aumentado no HIV positivo para formas extra pulmonares. • Pacientes com menos necrose e mais bacilos. • Sinais e sintomas: o Sintomatologia por mais de 2 semanas; o Paralisia de VI par craniano; o Febre; o Cefaleia; 19 o Irritação meníngea; o Diminuião do nível de consciência. • Diagnóstico: o Punção lombar: § LCR: com padrão linfomonocitário, aumento de proteína e diminuição de glicose, neutrófilos nos primeiros 10 dias e presença de BAAR em 10-22% dos casos. § ADA § PCR o Neuroimagem: § Meningite → quebra de barreira; § Granulomas; § Abscessos; § Isquemia cerebral e infarto (vasculite); § Hidrocefalia. • Tratamento: o RHZE → Rifampicina + Isoniazida + Pirazinamida + Etambutol → 2 meses o RH → Rifampicina + Isoniazida → 7 meses o Corticoterapia → 1 a 4 meses → Diminuem a inflamação (A reconstituição imune aumenta a inflamação) → Diminui a probabilidade de hidrocefalia. v DEMÊNCIA ASSOCIADA AO HIV • Conjunto de sinais e sintomas secundários à doença o SNC. • Infecção encefálica própria do HIV em indivíduos com imunodeficiência avançada. • Desenvolvimento de demência → declínio da capacidade cognitiva a partir de um nível prévio. • Sinais e sintomas: o Diminuição da capacidade de concentrar-se; o Esquecimento acentuado; o Dificuldade de ler; o Dificuldade crescente de realizar tarefas complexas; o Anormalidades motoras → perda equilíbrio, marcha instável, tremores, dificuldade de efetuar movimentos alternados rápidos; o Anormalidades comportamentais; o Apatia; o NÃO é comum: Afasia, apraxia e agnosia. • Diagnóstico: o Demonstração de declínio da função cognitiva o É aconselhável que todos os pacientes com diagnóstico de infecção pelo HIV façam o miniexame do estado mental (MEEM) → para posterior comparação. o RM ou TC → Atrofia cerebral (Cortical e subcortical). o LCR: Afasta outras causas de acometimento neurológico. • Tratamento → TARV. 20 v CONVULSÕES • Por infecções oportunistas (Toxoplasmose cerebral, meningite meningocócica), neoplasias (linfoma primário do SNC), encefalopatia do HIV e LEMP. • Tratamento → Fenitoína, fenobarbital ou ácido valpróico DÉFICITS NEUROLÓGICOS FOCAIS v TOXOPLASMOSE • Infecção oportunista mais comum do SNC. • Contagem média de células TCD4+ → < 200/µL. (Harrison – porém slide da prof. Stella diz < 100). • Mecanismo → Reativação dos cistos latentes, causada pela perda de imunidade celular. • OBS.: Os pacientes com diagnóstivo de infecção pelo HIV devem fazer truagem para anticorpos IgG anti-Toxoplasma gondii → para avaliação inicial. • Sinais e sintomas: o Febre; o Cefaleia; o Déficits neurológicos focais; o Hemiparesia; o Convulsão (às vezes pode ser o primeiro sintoma); o Afasia; o Edema cerebral; o Confusão; o Demencia; o Letargia. • Diagnóstico → RM: o Lesões múltiplas em vários locais (pode ter única lesão), hipodensas; o Com efeito de massa; o Com halos de acentuação pelo contraste de RM; o Área nodular excêntrica de captação → Sinal do alvo excêntrico → Típico da Toxoplasmose. o Necrose centrsl com edema circunjacente. • Diagnóstico diferencial → Linfoma primário de SNC, TB e abscessos fúngicos ou bacterianos. • Diagnóstico definitivo: o Biópsia cerebral →Para pacientes que não respondem ao tratamento, com títulos negativos de Ac ou lesões atípicas para toxoplasmose. o Sangue: Presença de taquizoíto. • Outros: o Sorologia → Anticorpos anri T.gondii ajudam a determinar se as lesões estão relacionadas com toxoplasmose → Mas ausência de Ac NÃO excluem neurotoxoplasmose → e presença de IgG não discrimina infecção latende de infecção ativa. 21 o LCR: Pouco útil → Pode estar normal ou com pleiocitose; pode apresentar proteinorraquia e hipoglicoraquia. o Punção lombar: Pode ser potencialmente danosa → Risco de herniação. • Tratamento de manutenção: o Contagens < 200 → Sulfadiazina + pirimetamina + ácido folínico. o Contagens < 100 e Ac IgG para Toxo → Fazer profilaxia primária. • Profilaxia secundária ou tratamento de manutenção→Pode ser interrompido quando paciente estiver em uso de TARV e aumentar contagens para > 200. v LEMP – LEUCOENCEFALOPATIA MULTIFOCAL PROGRESSIVA • Agente etiológico → Vírus JC. • Manifestação tardia da Aids. • Condição definidora para diagnóstico de Aids. • CD4+ < 100 • Evolução insidiosa, com curso progressivo e fatal em 6 meses. • Começam com pequenos focos de desmielinização da substância branca subcortical, que por fim coalescem. • Sinais e sintomas: o Convulsões; o Ataxia; o Hemiparesia; o Déficits dos campos visuais; o Afasia; o Déficits sensoriais; o Amaurose; o Demência; o Confusão mental; o Coma. • Diagnóstico → RM: o Revela várias lesões da substância branca; o Sem acentuação pelo contraste; o Podem coalescer; o Tem predileção pelos lobos parietal e occipital. • TC axial • Identificação do vírus JC por biópsia de tecido → Pode ser dispensada com os achados da RM. • Tratamento → NÃO existe tratamento específico → Uso de TARV fornece sobrevida média de 2 anos. DOENÇAS OFTALMOLÓGICAS • Exame fundo de olho → Manchas algodonosas → manchas brancas duras que aparecem na superfície da retina e geralmente tem bordas irregulares. • Representam áreas de isquemia retiniana secundária à doença microvascular. 22 • Em alguns casos, é associada a hemorragia → dificuldade de diferenciá-la da retinite associada ao CMV. • Lesões algodonosas → não estão associadas à perda visual e estabilizam ou melhoram com o transcorrer do tempo (ao contrário da retinite por CMV). RETINITE POR CMV • Pacientes de alto risco → Contagens < 100/µL → devem fazer exames oftalmológicos a cada 3 a 6 meses. • Sinais e sintomas: o Perda progressiva e indolor da visão; o Turvação visual; o “Manchas flutuantes”; o Cintilações; o Em geral é bilateral (mas afeta mais um olho que outro); o Complicação → Descolamento de retina. • Diagnóstico → bases clínicas por oftalmologista experiente → Aspecto típico da retina → Hemorragia e exsudato perivasculares. • Tratamento → Vanciclovir oral, Ganciclovir ou Foscarnet → Ciclo de indução por 3 semanas → Seguido de manutenção com Vanciclovir oral. • Tratamento de manutenção → Até contagens > 100 a 150 por mais de 6 meses. SÍNDROME DE NECROSE RETINIANA AGUDA OU NECROSE RETINIANA EXTERNA PROGRESSIVA • HSV e o vírus varicela-zóster → Podem causar retinite necrosante bilateral rapidamente progressiva.• Sinais e sintomas (≠ Retinite por CMV): o Dor; o Ceratite; o Irite; o Exame oftalmológico → Lesões periféricas cinza-claro disseminadas; o Complicação → Descolamento de retina. • Tratamento → Aciclovir. DOENÇAS NEOPLÁSICAS • TARV → Reduziu incidências do Sarcoma de Kaposi (SK) e linfoma primário de SNC → De forma que as neoplasias malignas que não definem Aids causam mais morbidade e mortalidade que as neoplasias malignas que definem Aids. SARCOMA DE KAPOSI – SK • Neoplasia multicêntrica com vários nódulos que se formam na pele, mucosas e vísceras. • Tumor de vasos sanguíneos. 23 • Presença de neoformação vascular. • CD4+ < 50 células • Evolução pode ser insidiosa ou fulminante. • Cofator viral da patogenia do SK → HHV-8 ou KSHV. • Pode ocorrer mesmo com contagens normais de TCD4+. • Lesões em áreas expostas ao sol → Ponta do nariz. • Lesões em áreas de traumatismo → Fenômeno de Koebner. • Lesões em cores que variam de avermelhadas a púrpura e marrom e comumente adquirem aspecto de equimoses com coloração amarelada e manchada. • Maioria dos casos são máculas elevadas, mas também podem ser papulosas. • Outros órgãos acometidos → Linfonodos, TGI, pulmões. • Diagnóstico → Biópsia da lesão (anatomopatológico) • Diagnóstico diferencial → Linfoma, angiomatose bacilar e infecções micobacterianas cutâneas. • Tratamento → TARV → facilita o controle das lesões. o Radio e quimioterapia LINFOMAS • Contagem média de células TCD4+ → < 200/µL. v LINFOMA IMUNOBLÁSTICO • 60% dos linfomas; • Grau III ou grau IV. • Maioria → Linfoma difuso de grandes células B. • Tipos: o Linfoma primário com derrame (LPD); o Linfoma plasmocítico de cavidade oral → Derrames pleuaria, pericárdicos e/ou peritoneais. v LINFOMA DE BURKITT • 20% dos linfomas. • Agente etiológico → Apenas 50% está ligado ao vírus EBV. v LINFOMA PRIMÁRIO DE SNC • 20% dos linfomas. • Agente etiológico → Geralmente está associado ao vírus EBV. • Contagem média de células TCD4+ → 50/µL. • Apresenta estágio mais avançado da infecção pelo HIV que o linfoma sistêmico. • Sinais e sintomas: o Déficits neurológicos focais; o Anormalidades dos nervos cranianos; o Cefaleia; o Convulsões; o Alterações cognitivas e do estado mental. 24 • Diagnóstico → TC ou RM: o Pequeno número de lesões (1 a 3); o Lesões com 3 a 5 cm; o Com aspecto sólido, com efeito de massa e localização periventricular. o Com halos de intensificação após contraste → mas é menos acentuada do que na toxoplasmose; o Áreas mais afetadas → Estruturas profundas da substância branca. • LCR → Pouco sugestivo; • PCR → Achado de Dna do EBV → Altamente sugestivo; • Biópsia cerebral • Diagnóstico diferencial → Toxoplasmose e Doença de Chagas cerebrais. v LINFOMA SISTÊMICO • Contagem média de células TCD4+ → 189/µL. • Além dos linfonodos, envolve TGI (disfagia, dor abdominal), medula óssea (pancitopenia), fígado e pulmões (lesão expansiva, múltiplos nódulos ou infiltrado intersticial). • Diagnóstico → TC ou RM de abdome. • Tratamento → Poliquimioterapia + TARV. v DISPLASIA INTRAEPITELIAL DA CÉRVICE OU DO ÂNUS • Agente etiológico → HPV – papiloma vírus humano. • Câncer cervical invasivo → Definidor de AIDS. • Diagnóstico → Esfregaço de Pap → Se demonstrar lesões intraepteliais escamosas → fazer exames colposcópico com biópsia (se necessário).
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