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UNIVERSIDADE FEEVALE INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS BACHARELADO DIREITO ARETUSA DO AMARAL RAMOS RELATÓRIO DO FILME O JULGAMENTO EM NUREMBERG NOVO HAMBURGO 2015 ARETUSA DO AMARAL RAMOS RELATÓRIO DO FILME O JULGAMENTO EM NUREMBERG Trabalho desenvolvido durante a disciplina de História do Direito e Direito Romano, como parte da avaliação referente ao semestre em questão Profesor: HENRIQUE ALEXANDER GRASSI KESKE NOVO HAMBURGO 2015 RESUMO O trabalho, que aqui é relatado irá abordar inicialmente a narrativa escrita e por seu final as críticas do filme “O Julgamento em Nuremberg”. Outro fator que será desenvolvido no decorrer do trabalho são as reflexões ideológicas raciais nazistas de Hitler, que alimentaram intolerâncias e intentaram conservar ou transformar as adversidades alemãs para injetar uma “falsa consciência” e produzir uma crença mistificante. Apresentarei também os ganhos dos Direitos Internacionais para humanidade após esse período. O JULGAMENTO EM NUREMBERG Nuremberg, cidade da Alemanha, sediou o primeiro Tribunal Internacional constituído para julgar crimes cometidos durante o segundo conflito mundial. Ocorreu entre novembro de 1945 a outubro de 1946 e no banco de réus havia 21 líderes do Terceiro Reich, Hermann Goering, Rudolf Hess, Joachim Von Ribbentrop, Robert Ley, Wilhelm Keitel, Emst Kaltenbrunner, Alfred Rosemberg, Hans Frank, Wilhelm Frick, Julius Streicher, Wilhelm Funk, Hjalmar Sclacht, Gustav Krupp, Karl Donitz, Erich Raeder, Baldur Von Schirach, Frita Sauckel, Alfred Jodl, Martins Borman, Franz Von Papen, Arthur Seyss-Inquart, Albert Speer, Constantin Von Neurath e Hans Fritz-che. Sabemos que a Segunda Guerra Mundial não foi apenas um dos eventos mais marcantes do século XX, mas o mais trágico da história da humanidade. Foi com a derrota alemã que veio aos olhares do mundo atos do governo Hitler que comandou o genocídio contra os judeus. Desde que Adolf Hitler assumiu o comando da Alemanha, em 1933, investiu em um regime totalitário que mudaria a conduta de seu povo no restante da década, disseminando um comportamento racista que atingiria níveis extremos. Assim o nazismo alemão criaria uma das maiores atrocidades da humanidade, os campos de concentração para extermínio de judeus (um dos primeiros campos foi criado pelo Marechal Hermann Goering, agente ativo e um dos principais chefes do movimento nazista), identificados como grande problema do mundo na visão de Hitler. Sabemos através da história que ao final da Segunda Guerra Mundial, mais de seis milhões de judeus foram mortos nesses locais, após sofrerem com trabalhos forçados, experiências médicas e torturas variadas. Goering não apenas executava como promovia as agressões visando uma boa estratégia de massacre, diante do tribunal declarou-se não culpado pelos crimes de que estava sendo acusado, no entanto, documentos que foram apresentados no seu dossiê concluíram sua culpabilidade e o condenaram à pena de morte por enforcamento, mas cometeu suicídio do mesmo modo que Hitler, ingerindo cianeto na véspera da execução. Para o julgamento, os acusados que em sua maioria alegaram está cumprindo ordens, o estatuto do tribunal foi assinado em Londres no mês de agosto de 1945, oferecendo oportunidade para a plena defesa dos acusados, podiam escolher seus advogados dentre aqueles aprovados pela Corte ou ainda solicitar aprovação da Corte para um nome que lembrasse. Não foi concedido tempo para colheita de provas e muito menos para preparação de defesa dos réus. Acompanhamos no filme, que grande maioria dos defensores os acusaram e os responsabilizaram pela desgraça do país alemão, poucos foram os réus que se disseram arrependidos de terem participado de toda atrocidade da era Hitler. Robert Jackson, promotor norte-americano iniciou a acusação contra os réus juntando documentos comprometedores contra os acusados. Primeiramente realizou uma violenta denúncia da tirania nazista, proclamando que a civilização esperava que a ação jurídica dos juízes do Tribunal colocasse as forças do direito internacional, acima de tudo, suas sanções ao lado da paz, para que homens e mulheres de boa vontade, em todos os países, possam ter "a liberdade de viver, sem depender da permissão de ninguém, sob a proteção da lei". O tribunal ouviu mais de 240 depoimentos até outubro de 1946, o procedimento do julgamento foi todo previamente acordado entre as potências vencedoras da guerra Estados Unidos, União Soviética, Grã Bretanha e França. Foram decretadas 12 condenações à morte, três prisões perpétuas e 17 condenações até 20 anos de cadeia. Os três absolvidos foram Franz Von Papen (primeiro foi um opositor dos nazistas), Hans Fritzsche (ajudante de Goebbels no Ministério da Propaganda) e Hjalmar Schacht (banqueiro alemão responsável pela recuperação econômica da Alemanha na década de 1930. COMENTÁRIO CRÍTICO Após essa narrativa, podemos refletir sobre um cenário sedento por justiça e que após cenas tão fortes clamava por punição ao ver exposto fotos e vídeos feitos por militares onde se apresentavam as câmaras de gás, torturas contra judeus e fornalhas colocando crianças a queimar. O filme é uma realidade surpreendente, ainda mais aos estudantes de Direito. Deparamo-nos com fatos escolhidos por mim para crítica, envolvendo a ideologia fascista e direito internacional, Gostaria assim de colocar que como cada um de nós tem sua ideologia, é normal que defendemos a nossa e rejeitemos a que se contrapõe. Foi assim que Hitler aproveitou o momento que a Alemanha passava, abalada pelas imposições do Tratado de Versalhes logo após a 1ª guerra mundial onde as indenizações absurdas enterraram a economia alemã e a fragilidade de um povo podia lhe render o poder totalitário alemão. Ele partiu do princípio de que as características, as atitudes, as habilidades e o comportamento das pessoas eram determinadas por suas “origens raciais” e que somente os arianos (altos, fortes, claros e inteligentes) seriam puros o suficiente para compor a raça alemã. Dando continuidade ao que diz respeito ao Direito Internacional, o Julgamento em Nuremberg foi o marco que impulsionou grandes mudanças na estrutura do Sistema Jurídico Internacional do séc XX, trazendo temas como o crime de genocídio além dos crimes contra a paz e os crimes contra a humanidade. Pela primeira vez na história da humanidade homens foram condenados em “nome do Estado”. Isso se deu com a reavaliação do sistema jurídico, uma vez que todas as formas de guerras passaram a ser condenadas, tornou-se possível a criação de organismos de defesas internacionais como a conhecida Carta das Nações Unidas e posteriormente o Tribunal Penal Internacional. Estes dois organismos trazem consigo bases do tribunal militar de 1945 e buscam hoje punir todos aqueles que atentam contra o direito internacional. O Julgamento em Nuremberg nos deixou a lição de que os fins não justificam os meios e, consequentemente os meios injustificados por uma parte poderão legitimar a reação da outra. Coloco assim que por mais justificável que seja a defesa pelos direitos humanos e da liberdade ameaçada pelos ataques terroristas, devemos utilizar de meios legais, provenientes do direito internacional para responsabilizar os culpados. Como marca semeada do Tribunal temos a ONU – Organização das Nações Unidas – no propósito de manter a paz e a segurança internacional, ligando raças, povose culturas sem descriminações e envolvendo o respeito, moral e justiça. Banco dos réus, cena do filme O Julgamento em Nuremberg Os campos de concentração lotas por corpos de judeus O promotor-chefe Robert Jackson oferece o discurso da acusação americana no julgamento Tribunal Militar Internacional de criminosos de guerra em Nuremberg (abertura) REFERENCIAS FERRO, Ana Luiza Almeida. O Tribunal de Nuremberg - Dos precedentes à confirmação de seus princípios . Mandamentos, 2002. Filme: O Julgamento em Nuremberg https://www.youtube.com/watch?v=MoWuvmaSnIw Tratado de Versalhes < http://www.suapesquisa.com/pesquisa/tratado_de_versalhes.htm> Ideologia Racial Nazista < http://www.ushmm.org/wlc/ptbr/article.php?ModuleId=10007457> Ilustrações Google imagens, páginas diversas.
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