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e ele disse que não, mas e se outro patenteasse antes dele? A professora disse-lhe que é bom sinal, de que alguém conseguiu reproduzir. Técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, ou terapêuticos e diagnósticos → E se métodos cirúrgicos fossem patenteados? Criaria 1 barreira ao acesso à saúde, também é preocupação com o interesse público. Nos Estados Unidos é admitida a patente de tese tributária. Em certa medida isso pode ser visto como 1 barreira ao acesso à Justiça. No "nosso Brésil" isso seria impedido, com a justificativa do interesse público. Como funciona lá: se trata de planejamento consultivo tributário, ou seja-se criam-se procedimentos administrativos para pagar menos tributos. Quando 1 advogado patenteia essa ideia, ele é o único autorizado a promover esse rearranjo empresarial., Outro advogado que o faça terá que lhe pagar royalties. Por que evita-se a patente de métodos, mas se libera a de medicamentos? Até 1998 o "nosso Brésil" não tinha as patentes de medicamentos, mas, em 1994 teve de reconhecer por força do Trips. Mas o equipamento usado no método pode ser patenteado livremente. Também por causa do Trips e daa pressão dos países desenvolvidos. Mas a pesquisa científica para desenvolver essa máquina não é patenteada, e pode ser utilizada para desenvolver equipamentos similares. É 1 maneira de atenuar a patenteabilidade do produto, mas insuficiente. 3. Outra forma de proteção ao interesse público: a principal e a mais desrespeitada no "nosso Brésil": 24. O relatório deverá descrever clara e suficientemente o objeto, de modo a possibilitar sua realização por técnico no assunto e indicar, quando for o caso, a melhor forma de execução. Parágrafo único. No caso de material biológico essencial à realização prática do objeto do pedido, que não possa ser descrito na forma deste artigo e que não estiver acessível ao público, o relatório será suplementado por depósito do material em instituição autorizada pelo INPI ou indicada em acordo internacional. Essa exigência é frequentemente desrespeitada no "nosso Brésil". Eu te concedo a exclusividade, mas você tem que contar o segredo. Por quê? Porque decorrido o prazo de proteção, todo mundo vai poder reproduzir sua criação, e até melhorá-la. É isso também que o empresário pondera quando resolve manter a criação em segredo industrial. Porque este sigilo permite que o cabra explore sua criação por prazo indeterminado. O sistema de propriedade intelectual se baseia na premissa contrária. Infelizmente, o que acontece é que o INPI - Instituto Nacional de Proteção Industrial concede patentes que não apresentam relatórios suficientemente descritivos. O efeito é 1 verdadeiro segredo industrial patenteado, é como se a patente fosse prorrogada, porque se evita que alguém reproduza e melhore o invento. O cabra não conta o pulo do gato. O INPI - Instituto Nacional de Proteção Industrial nem sequer deveria conceder a patente. Mas, concedida, pode-se anular a patente se se provar que o relatório não é suficientemente descritivo, em tese. Mas a professora nunca na história deste País viu isso. O opositor só consegue re-registrar a patente quando a incompleta for cancelada definitivamente. Durante o período do depósito o relatório fica em sigilo, mas, após o registro, ele se torna público. Se, durante o período de sigilo, outra pessoa requer a patente de algo semelhante, no sistema brasileiro, há a presunção de que o 1º a pedir o depósito é o criador, ainda que o 2º tenha 1 depósito mais completo. Produtos que interferem na saúde não é exigido nenhum estudo preliminar, mas a Anvisa exige isso para que ele possa ser comercializado. 4. Reconhecimento da “função social” da propriedade intelectual. Embora tudo aqui seja função social, os autores dão mais ênfase à função social na licença compulsória. 71. Nos casos de emergência nacional ou interesse público, declarados em ato do Poder Executivo Federal, desde que o titular da patente ou seu licenciado não atenda a essa necessidade, poderá ser concedida, de ofício, licença compulsória, temporária e não exclusiva, para a exploração da patente, sem prejuízo dos direitos do respectivo titular. (Regulamento) Parágrafo único. O ato de concessão da licença estabelecerá seu prazo de vigência e a possibilidade de prorrogação. Precisa ser caracterizada situação de interesse público ou emergência nacional. Reconhecido em decreto presidencial. O titular da patente ou seu licenciado não atende a necessidade do mercado nacional. (os defensores dos laboratórios de medicamentos de hipertensão e diabetes alegaram que atendem o mercado satisfatoriamente). Os direitos do titular continuam vigentes, por isso é necessário que os que reproduzirem o invento terão que pagar royalties, mas eles são reduzidos. 5. Sanções para as hipóteses de abuso do exercício do direito de propriedade industrial. Licença compulsória concedida após iniciativa de particular, se o titular da patente agir de forma abusiva ou praticar abuso do poder econômico (v.g., cobrar preços exorbitantes, ou praticar venda casada compulsória). Os direitos de exclusividade são prato cheio para abusos de poder econômico. Art. 68. O titular ficará sujeito a ter a patente licenciada compulsoriamente se exercer os direitos dela decorrentes de forma abusiva, ou por meio dela praticar abuso de poder econômico, comprovado nos termos da lei, por decisão administrativa ou judicial. § 1º Ensejam, igualmente, licença compulsória: I - a não exploração do objeto da patente no território brasileiro por falta de fabricação ou fabricação incompleta do produto, ou, ainda, a falta de uso integral do processo patenteado, ressalvados os casos de inviabilidade econômica, quando será admitida a importação; ou II - a comercialização que não satisfizer às necessidades do mercado. § 2º A licença só poderá ser requerida por pessoa com legítimo interesse e que tenha capacidade técnica e econômica para realizar a exploração eficiente do objeto da patente, que deverá destinar-se, predominantemente, ao mercado interno, extinguindo-se nesse caso a excepcionalidade prevista no inciso I do parágrafo anterior. § 3º No caso de a licença compulsória ser concedida em razão de abuso de poder econômico, ao licenciado, que propõe fabricação local, será garantido um prazo, limitado ao estabelecido no art. 74, para proceder à importação do objeto da licença, desde que tenha sido colocado no mercado diretamente pelo titular ou com o seu consentimento. § 4º No caso de importação para exploração de patente e no caso da importação prevista no parágrafo anterior, será igualmente admitida a importação por terceiros de produto fabricado de acordo com patente de processo ou de produto, desde que tenha sido colocado no mercado diretamente pelo titular ou com o seu consentimento. § 5º A licença compulsória de que trata o § 1º somente será requerida após decorridos 3 (três) anos da concessão da patente. Relação entre a propriedade industrial e o direito concorrencial Breve introdução do direito concorrencial O direito concorrencial é: Constituição Federal Artigo 173 § 4º - A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros. O objetivo principal do direito concorrencial é reprimir o abuso do poder econômico. Constatação interessante do professor Calixto → o objetivo do direito concorrencial não é extinguir o poder econômico. Ele simplesmente existe.