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Aula 03 Tensões nos solos

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TENSÕES NOS SOLOS
Os solos são constituídos de partículas e as forças aplicadas nele são transmitidas partícula a partícula, além das que são suportadas pela água nos vazios. Esse fenômeno é muito complexo, principalmente no caso de argilas. É de mais fácil interpretação no caso de solos granulares.
Tensões em meio particulado
TENSÕES NOS SOLOS
Sendo possível colocar uma placa Q entre os grãos do solo, diversos grãos transmitirão forças à placa. Sendo impossível desenvolver modelos matemáticos com base em inúmeras forças a ação dessas forças será descrita através do conceito de tensões.
Tensões em meio particulado
TENSÕES NOS SOLOS
A somatória dos componentes normais ao plano dividida pela área total dos contatos é definida como tensão normal :
Tensões em meio particulado
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A somatória dos componentes tangenciais ao plano dividida pela área total dos contatos é definida como tensão cisalhante:
Tensões em meio particulado
TENSÕES NOS SOLOS
Tensões em meio particulado
TENSÕES NOS SOLOS
Tensões em meio particulado
TENSÕES NOS SOLOS
Nos solos as tensões devidas ao peso próprio tem valores consideráveis e não são desprezadas. Sendo o terreno horizontal a tensão atuante em uma certa profundidade é normal ao plano. Não há tensão cisalhante nesse plano.
Tensões devido ao peso próprio ou geostáticos
TENSÕES NOS SOLOS
Num plano horizontal acima do nível d’ água atua o peso do prisma definido por esse plano. O peso do prisma, dividido pela área indica a tensão vertical: 
Tensões devido ao peso próprio ou geostáticos
TENSÕES NOS SOLOS
Quando o solo é constituído de camadas a tensão vertical resulta do somatório do efeito das diversas camadas: 
Tensões devido ao peso próprio ou geostáticos
TENSÕES NOS SOLOS
Considerou-se até agora um plano acima do lençol freático em que o solo está totalmente seco. A tensão total no plano B abaixo do nível d’água, será a soma do efeito das camadas superiores. A água no interior dos vazios, abaixo do lençol freático, estará numa pressão que depende somente da sua profundidade em relação ao nível d’água. A pressão da água u será:
Pressão neutra e tensões efetivas
TENSÕES NOS SOLOS
Pressão neutra e tensões efetivas
		Terzaghi notou a diferença da natureza das duas forças atuantes e chegou a conclusão que a tensão total num plano qualquer deve ser considerada como a soma das suas parcelas:
	1 – a tensão efetiva ( ) que é a tensão transmitida pelos contatos entre as partículas.
	2 – a pressão neutra ( ) ou poro-pressão é a pressão da água.
		
TENSÕES NOS SOLOS
Pressão neutra e tensões efetivas
		Terzaghi, engenheiro austriaco considerado o pai da mecânica dos solos, estabeleceu em 1925 o Princípio das Tensões Efetivas, que pode ser expresso em duas partes:
	1) “A tensão efetiva, para solos saturados, pode ser expressa por:
	2) Todos os efeitos mensuráveis resultantes de variações de tensões nos solos, como compressão, resistência ao cisalhamento são devido a variações de tensões efetivas”.
TENSÕES NOS SOLOS
Pressão neutra e tensões efetivas
As deformações em sistemas particulados, caso dos solos, tem características muito distintas de outros materiais. No concreto por exemplo, as deformações correspondem a mudanças de forma e volume, com os elementos se deslocando de forma contínua, mantendo suas posições relativas. Nos solos as deformações são resultantes do deslocamento relativo entre as partículas como mostra a figura.
TENSÕES NOS SOLOS
Pressão neutra e tensões efetivas
A compressão das partículas, individualmente, é desprezível comparadas as deformações decorrentes dos deslocamentos das partículas, uma em relação as outras. Por esta razão entende-se que as deformações nos solos sejam devidas somente as variações de tensões efetivas, que correspondem as parcelas de te tensão referente as forças transmitidas grão a grão.
TENSÕES NOS SOLOS
Pressão neutra e tensões efetivas
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Pressão neutra e tensões efetivas
TENSÕES NOS SOLOS
Pressão neutra e tensões efetivas
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Pressão neutra e tensões efetivas
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Pressão neutra e tensões efetivas
TENSÕES NOS SOLOS
Pressão neutra e tensões efetivas
TENSÕES NOS SOLOS
Capilaridade nos solos
		Em alguns solos ocorre a capilaridade, que é a ascensão da água entre os interstícios de pequenas dimensões deixados pelas partículas sólidas, além do nível do lençol freático. A altura alcançada depende da natureza do solo. Na figura a seguir verifica-se que o solo não se apresenta saturado ao longo de toda altura de ascensão capilar, mas somente até um certo nível, denominado nível de saturação.
		
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Capilaridade nos solos
TENSÕES NOS SOLOS
Capilaridade nos solos
	A altura capilar que a água alcança em um solo se determina, considerando sua massa como um conjunto de tubos capilares, formados pelo seus vazios.
		O peso de água num tubo com raio r e altura de ascensão capilar hc é : 
	 Considerando a tensão superficial T atuando em toda a superfície de contato água –tubo, a força resultante é igual a:
TENSÕES NOS SOLOS
Capilaridade nos solos
	igualando-se as expressões tem-se:
	
 	
	Portanto a altura de ascensão capilar é inversamente proporcional ao raio do tubo. A tensão superficial da água a 20ºC é de 0,073 N/m². Conclui-se pela equação acima que a altura de ascensão capilar para tubos com 1mm de diâmetro é de 3cm. Para 0,1mm 30 cm, para 0,01mm 3,0 m.
TENSÕES NOS SOLOS
Capilaridade nos solos
		Portanto nos solos arenosos e pedregulhosos onde os poros são maiores, a altura de ascensão capilar está entre 30cm e 1 m, nos solos siltosos e argilosos a altura de ascensão capilar pode chegar a dezenas de metros, devido os poros destes solos serem menores.
		O fenômeno de capilaridade influência no cálculo da tensão efetiva ( ), pois a água nos vazios do solo, na faixa acima do lençol freático, mas com ele comunicada, está sob uma pressão abaixo da atmosférica. A pressão neutra é negativa. Neste caso a tensão efetiva será maior que a tensão total. A pressão neutra negativa provoca uma maior força nos contatos dos grãos, aumentando a tensão efetiva.
TENSÕES NOS SOLOS
Capilaridade nos solos
		No exemplo a seguir vemos que o solo superficial é uma areia fina, cuja a ascensão capilar deve ser superior a um metro. A água tende a subir por capilaridade e toda faixa superior poderá estar saturada, com água em estado capilar. 
TENSÕES NOS SOLOS
Capilaridade nos solos
		Como podemos ver a pressão neutra varia linearmente, desde zero na cota do nível d’água até o valor negativo na superfície, correspondente à diferença de cota. Portanto a camada superior de 1 m não está seca, a tensão efetiva passa a ser de 10kN/m2 e não nula. Como a resistência das areias é diretamente proporcional à tensão efetiva, a capilaridade confere a este terreno uma sensível resistência.

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