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se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóvel. Nesse caso, o contrato definitivo pode ser substituído por uma sentença judicial de natureza constitutiva. Essa sentença -‐ proferida numa ação de adjudicação compulsória -‐ é um meio peculiar de execução específica. Se houver compromisso de compra e venda, a execução específica se dará com essa intensidade – sentença substituta da escritura pública. Do Direito do Promitente Comprador Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel. A parte de um compromisso de compra e venda tem um direito real peculiar, novo, estabelecido pelo CC de 2002.5 04/10/2010 Compromisso de compra e venda (continuação) 5 Regra dos direitos reais: são estabelecidos em números cláusos, há a necessidade de reconhecimento prévio pela lei. 13 Ele gera um reconhecimento não como um mero contrato preliminar, não como pré-‐contrato, mas gera direitos reais. Estes são estabelecidos em números cláusos pelo ordenamento jurídico. Temos no compromisso de compra e vendo um contrato mais que consensual, mas que tem efeitos reais. O compromissário comprador já tem o título não para a propriedade, mas para o exercício da posse. O compromisso não transfere propriedade, mas efeitos reais pela posse. Na prática, esse direito real existirá. Se esse título não for levado a registro, ele terá efeito inter partes; o registro deve ser feito para a eficácia erga omnes. Jurisprudência consolidada sobre isso: 1. Súmula 76 do STJ (4 de maio de 1991): mesmo o compromisso não registrado gera interpelação pela lei; 2. Súmula 84 (2 de julho de 1993): é admissível a oposição de embargos de 3º ainda que desprovido de registro, ou seja, se uma das partes tem 1 credito e resolve penhorar um bem que esta na propriedade de 3º, só que se esse bem está compromissado para alguém, esse compromisso, mesmo não registrado, dá fundamento para entrar com embargos de terceiro, que é um instrumento processual para aquele que tem sua posse ofendido por relações entre terceiros, basta a posse. Na verdade, é comum isso gerar fraude contra terceiros, em que o compromisso é forjado; 3. Súmula 239 do STJ (30 de agosto de 2000) – é do STJ porque trata de contrariedade de legislação federal: o direito a adjudicação compulsória não se condiciona ao compromisso de compra e venda no cartório de registro de imóveis, ou seja, não se condiciona aos efeitos erga omnes que o registro gera. E aí, o que prevalece: as súmulas ou a lei? A lei. Entretanto, nenhuma súmula caiu, continuam sendo aplicadas, mas prevalece a lei, em regra. A questão é que essa jurisprudência surgiu no vazio normativo, por isso são aplicadas, porém não são vinculantes, não obrigam o juiz de primeiro grau. Investido na posse do imóvel, o compromissário comprador poderá: 1. Usar e fruir esse bem de maneira ilimitada; 2. A segunda conseqüência é que esses direitos dele são oponíveis a terceiros; 3. Esses direitos são passiveis de alienação mediante o contrato de cessão; 4. O compromissário comprador se obrigara pelas obrigações propter rem que abrangerem o imóvel. É complicado, porque o compromissário não paga imposto de renda, o qual será cobrado do vendedor, a princípio. O compromisso não exige forma específica, pode ser feito por instrumento privado. Meios de execução: 1. Escritura pública (bens imóveis); 2. Adjudicação compulsória (é a sentença judicial). Ver: Decreto-‐lei 5810/12 e Lei 10.776. Resolução do contrato – regras especiais: aqui eu não resolvo o compromisso nem que haja pacto comissório expresso, é preciso forma determinada, porém há necessidade de uma interpelação prévia, constituindo em mora a parte inadimplente(decreto-‐lei 745 de 10/08/79). Formas de extinção do compromisso: 1. Execução voluntária; 2. Execução coativa; 3. Resolução (para o descumprimento da obrigação); 4. Distrato. Doação Contrato pelo qual uma das partes se obriga a transferir, gratuitamente, bem de sua propriedade para outra parte. Haverá a exata correspondência entre o acréscimo patrimonial de uma parte e a diminuição de outra. Transfere-‐se a propriedade, não simplesmente o direito de usar ou fruir, abrange-‐se um direito real mais amplo, direito real de coisa própria. Partes: quem transfere é o doador, quem recebe, donatário. 14 Seu pressuposto, sendo contrato, é o consentimento.