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que rompa o nexo contratual. Essa impossibilidade pode ser parcial, como no caso de impossibilidade econômica, em que é possível fazer cumprir a obrigação, mas ficaria tão caro que seria inviável fazê-‐la. A doutrina entende que essa resolução se operaria ex tunc (as partes voltariam, na medida do possível, ao estado anterior. Essa inexecução se caracteriza por uma impossibilidade superveniente, posterior ao fato, e está vinculada à obrigação principal do contrato. 5 Na inexecução voluntária, haverá indenização por perdas e danos, que podem incluir os lucros cessantes, os danos emergentes os danos morais e a cláusula penal. Cláusula penal: tem natureza de indenização prevista ou por lei ou no contrato, servindo como um desincentivo ao inadimplemento. É uma multa, que pode ocorrer mesmo que o contrato seja mantido (ex.: o atraso de uma parcela – pode gerar uma multa). O limite a essa cláusula penal está contido nos artigos 412 e 413do CC: a obrigação acessória não pode ultrapassar a obrigação principal. Entretanto, se esta for abusiva, há a possibilidade de interferência do juiz. Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal. Art. 413. A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-‐se em vista a natureza e a finalidade do negócio. Cláusulas puramente potestativas: são nulas, uma vez que são baseadas no arbítrio de só uma parte (“se eu quiser, isso ocorrerá”) Cláusula leonina: atribui a um dos contratantes vantagens injustificáveis e prejudiciais ao outro, é abusiva e pode ou não depender do arbítrio de uma parte. No CDC, fica clara a vedação a essas clausulas abusivas. CDC, Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: IV -‐ estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-‐fé ou a eqüidade; § 1º Presume-‐se exagerada, entre outros casos, a vontade que: I -‐ ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence; II -‐ restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual; III -‐ se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-‐se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso. Quando houver onerosidade excessiva superveniente, haverá a possibilidade de resolução do contrato ou revisão do preço. Se a onerosidade excessiva for contemporânea à execução do contrato, havendo: 1) Lesão: passível de resolução por vício de consentimento; 2) Vício redibitório: resolução do contrato (ação redibitória) ou abatimento do preço (ação estimatória). Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-‐se o réu a modificar eqüitativamente as condições do contrato. Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-‐la, a fim de evitar a onerosidade excessiva. Resilição É a dissolução do contrato por simples declaração de vontade de uma ou das duas partes contratantes. Ou seja, basta a manifestação de vontade de um dos contratantes para que o contrato se extinga, deixe de existir. Não há a motivação necessária pelo inadimplemento, basta a declaração de vontade. 6 Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte. A resilição bilateral é o distrato, negócio jurídico pelo qual as partes, declarando conjuntamente a vontade de dar acbo do contrato, rompem o vínculo extinguindo a relação jurídica. É, em síntese, um contrato para extinguir o outro.1 Art. 472. O distrato faz-‐se pela mesma forma exigida para o contrato. Na resilição unilateral em contratos por prazo indeterminado2, presume a lei que as partes não quiseram se obrigar perpetuamente e, portanto, que se reservaram a faculdade de, a todo tempo, resilir o contrato. O fundamento do poder