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(condição para a realização do contrato), a venda pode ser desfeita, sendo então resolvida como uma das situações de inadimplemento. Contrato estimatório Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-‐los, pagando àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-‐lhe a coisa consignada. Art. 535. O consignatário não se exonera da obrigação de pagar o preço, se a restituição da coisa, em sua integridade, se tornar impossível, ainda que por fato a ele não imputável. Art. 536. A coisa consignada não pode ser objeto de penhora ou seqüestro pelos credores do consignatário, enquanto não pago integralmente o preço. Art. 537. O consignante não pode dispor da coisa antes de lhe ser restituída ou de lhe ser comunicada a restituição. É a chamada venda por consignação e é o negócio jurídico pelo do qual uma das partes consigna à outra determinadas coisas móveis para que as venda pelo preço estimado, com a condição de devolver as que não vender no prazo estimado, como no caso do livreiro que recebem cem exemplares de uma obra e pode devolver oitenta que não conseguiu colocar no mercado. Outro exemplo: deixo meu carro com o cara lá na loja para ele vender para mim. Pactos adjetos à compra e venda: são cláusulas especiais inseridas no contrato de compra e venda, que, modificam a sua fisionomia e o submetem a regras especiais. Estão ou foram tipificadas pela lei, nesse ou no Código de 1916, algumas não foram revalidadas, mas permanecem lícitas. 1. Pacto da retrovenda: por esse pacto, o comprador se compromete a revender ao vendedor a coisa comprada. O vendedor pode exigir que se celebre novo contrato de revenda. Não cumprido o pacto, há indenização por perdas e danos. Orlando Gomes é um dos autores que distinguem o pacto de retrovenda da figura do resgate, que é uma modalidade que outorgaria maior poder ao vendedor. Seria um direito potestativo, por ato unilateral, atribuído ao vendedor, oponível erga omnes, perante quaisquer terceiros, para que seja, a critério do vendedor, exercida a transferência de propriedade. Não cumprido o estipulado, há execução específica. Da Retrovenda Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-‐se o direito de recobrá-‐la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias. Art. 506. Se o comprador se recusar a receber as quantias a que faz jus, o vendedor, para exercer o direito de resgate, as depositará judicialmente. Parágrafo único. Verificada a insuficiência do depósito judicial, não será o vendedor restituído no domínio da coisa, até e enquanto não for integralmente pago o comprador. Art. 507. O direito de retrato, que é cessível e transmissível a herdeiros e legatários, poderá ser exercido contra o terceiro adquirente. 11 Art. 508. Se a duas ou mais pessoas couber o direito de retrato sobre o mesmo imóvel, e só uma o exercer, poderá o comprador intimar as outras para nele acordarem, prevalecendo o pacto em favor de quem haja efetuado o depósito, contanto que seja integral. São cláusulas tipificadas que só valem para imóveis. É transmissível intervivos ou causa mortis, sendo um direito passível de ser cedido a terceiros. 2. Venda a contento: não se dará (condição suspensiva) ou será desfeita (condição resolutiva) se o comprador não gostar da coisa vendida. Funciona como um período de experiência para o comprador. Ex.: venda de um tapete no qual o vendedor deixou o produto na casa do cliente. Passado um tempo, o vendedor volta à casa para ou levar o tapete embora ou fazer a compra – até lá, não houve a efetivação da compra e venda, havia uma condição suspensiva. Art. 509. A venda feita a contento do comprador entende-‐se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado. 3. Venda sujeita à prova: aqui, a discricionariedade com comprador é menor. Se o bem tiver as qualidades que foram estabelecidas no consentimento, a compra é válida, o negócio é perfeito. A condição que pode se estabelecer nesse tipo também pode ser suspensiva ou resolutiva. Art. 510. Também a venda sujeita a prova presume-‐se feita sob a condição suspensiva de que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea para o fim a que se destina. 4. Perempção: o comprador se obriga, quando quiser vender o bem, a dar preferência