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PLANEJAMENTO E SUSTENTABILIDADE URBANA 
 
 
PLANNING AND URBAN SUSTAINABILITY 
 
 
PLANIFICACIÓN Y SOSTENIBILIDAD URBANA 
 
Renato da Silva Jordão Filho 
Bacharel em Administração de Empresas - Universidade da Amazônia - UNAMA, MBA em Administração 
Pública Gerencia de Cidades - IBPEX. 
 
Tatiana Souto Maior De Oliveira 
Graduada em Comunicação Social, Habilitação em Relações, Especialista em Planejamento e Gestão de 
negócios e tecnologia da informação e comunicação, Especialista em Gestão de tecnologia, Mestre em 
Gestão urbana e doutoranda em administração - Universidad de la empresa - Uruguay). 
 
 
 RESUMO 
A falta de planejamento adequado de cidades reflete negativamente na qualidade de vida dos moradores. 
Sendo assim, a busca pela sustentabilidade urbana tem se constituído num dos maiores desafios da 
atualidade. Tal busca está associada ao desenvolvimento e às políticas urbanas, pois uma parcela 
significativa da população mora nas cidades. Portanto, faz-se necessário planejá-las para que se tornem 
lugares seguros e agradáveis de viver. Este trabalho tem como objetivo discutir a importância do 
planejamento urbano e as consequências do crescimento desordenado das cidades. A metodologia 
utilizada para a concretude do referido trabalho foi a pesquisa bibliográfica. Foram realizadas leitura de 
livros e artigos científicos para dar suporte ao tema abordado. Diante dos dados obtidos, observou-se que a 
falta de planejamento de cidades traz grandes problemas para a sociedade, tais como: a falta de segurança, 
saúde deficiente, desemprego, poluição, entre outros. O planejamento é fundamental para que as pessoas 
possam usufruir de seus direitos e tenham uma melhor qualidade de vida. 
 
Palavras-chave: Planejamento urbano. Sustentabilidade urbana. Crescimento desordenado. 
 
 
 
 
 
 
Renato da Silva Jordão Filho e Tatiana Souto Maior De Oliveira 
Caderno Organização Sistêmica| vol.3 n.2 | jul/dez 2013 
54 
 
ABSTRACT 
 
The lack of appropriate city planning reflects negatively on the life quality of the inhabitants. In this way, 
the search for urban sustainability has become one of the hugest challenges at the present. It is also related 
to the development and urban policies because a significant part of the population lives in cities. Thus, it is 
necessary to plan the cities so that they may become safe and pleasant places to live in. This paper aims to 
discuss the importance of urban planning and the consequences of the disordered growth of cities. The 
methodology used for the accomplishment of this work was the bibliographic review. Reading books and 
scientific articles were performed in order to support the topic. In light of obtained data, it was observed 
that the lack of city planning brings major problems for society such as: lack of security, poor health, 
unemployment, pollution, among others. Planning is necessary so that people can take advantage of their 
rights and, consequently, they may have a better life quality. 
 
Key words: Urban planning. Urban sustainability. Disordered growth. 
 
 
RESUMEN 
 
La falta de una adecuada planificación de las ciudades incide negativamente en la calidad de vida de sus 
habitantes. Por lo tanto, la búsqueda de sostenibilidad urbana se constituye en uno de los mayores retos de 
la actualidad. Esa búsqueda está asociada con el desarrollo y con las políticas urbanas, ya que parte de la 
gente vive en las ciudades. Por lo tanto, es necesario planificarlas para que se conviertan en lugares seguros 
y agradables para vivir. Este trabajo tiene como objetivo analizar la importancia de la planificación urbana y 
las consecuencias del crecimiento desordenado de las ciudades. La metodología utilizada para la realización 
de dicho trabajo fue la investigación bibliográfica. Se realizaron lectura de libros y artículos científicos para 
apoyar el tema. A la luz de los datos obtenidos, se observó que la falta de planificación de las ciudades trae 
grandes problemas para la sociedad, tales como: La falta de seguridad, la precariedad de la salud, el 
desempleo, la contaminación, entre otros. La planificación es esencial para que la gente pueda disfrutar de 
sus derechos y para que tengan una mejor calidad de vida. 
Palabras-clave: Planificación urbana. Sostenibilidad urbana. Crecimento desordenado. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A ocupação desordenada do espaço urbano vem crescendo constantemente, 
desencadeando um círculo vicioso, que envolve muitos fatores tais como o crescimento 
urbano desordenado, o acúmulo de resíduos urbanos, aumento da densidade 
populacional, exclusão social e territorial, violência, fome, poluição, falta de saneamento, 
além de problemas econômicos, sociais e políticos. 
PLANEJAMENTO E SUSTENTABILIDADE URBANA 
 
Caderno Organização Sistêmica| vol.3 n.2 | jul/dez 2013 
55 
 
O planejamento urbano é um processo de criação e desenvolvimento de 
programas que buscam melhorar a qualidade de vida da população. Trabalha ainda com 
os processos de produção, estruturação e apropriação do espaço urbano, desenvolvendo 
soluções que visam proporcionar aos habitantes uma melhoria na qualidade de vida. 
Com o aumento constante da população na área urbana, faz-se necessário que 
sejam tomadas medidas de prevenção em relação ao meio ambiente, pois, junto com o 
crescimento populacional, ocorre também o aumento da poluição. Devido aos diversos 
problemas ambientais verificados nas cidades, a sustentabilidade urbana tem sido um dos 
maiores desafios da atualidade, sendo tal noção associada ao desenvolvimento de 
políticas urbanas. A sustentabilidade urbana, portanto, surge como uma solução para o 
alcance da qualidade por meio de mudanças de valores e atitudes. 
Desta forma, o presente trabalho objetivou discutir sobre a importância do 
planejamento urbano, tendo a sustentabilidade como uma ferramenta para o 
desenvolvimento sustentável. A metodologia utilizada foi o de uma revisão bibliográfica 
pertinente ao assunto, além de leituras de artigos para fornecer maior embasamento a 
respeito do tema abordado. 
Ao longo do trabalho, serão abordados os conceitos e o histórico do planejamento 
urbano, raízes do planejamento urbano, consequências da urbanização, 
insustentabilidade urbana, sustentabilidade urbana: novas representações sobre as 
cidades, que relatam sobre a necessidade do surgimento do planejamento urbano e as 
consequências do crescimento desordenado das cidades. 
 
 
PLANEJAMENTO URBANO 
 
O planejamento urbano é um processo no qual são criados programas que 
buscam melhorar aspectos relacionados à qualidade de vida da população, dentro de 
uma dada área urbana ou de uma nova área urbana em uma dada região. O objetivo é o 
de proporcionar aos habitantes uma vida mais digna. 
 
Renato da Silva Jordão Filho e Tatiana Souto Maior De Oliveira 
Caderno Organização Sistêmica| vol.3 n.2 | jul/dez 2013 
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O conceito de planejamento urbano sempre esteve relacionado a outros termos, 
como, desenho urbano, urbanismo e gestão urbana. Todos esses vocábulos, 
apesar de serem distintos, têm algo em comum: o seu objeto de estudo é a 
cidade, considerada tanto em relação a suas caracteristicas físicas quanto 
sociais, culturais e econômicas. (DUARTE, 2007, p. 24). 
 
A princípio, o urbanismo estava mais direcionado para o desenho da cidade, tanto 
na escala de espaços amplos e de ordenação territorial quanto na escala do desenho de 
mobiliário urbano e espaços intraurbanos. Já o planejamento urbano sugere, de acordo 
com Souza, (2008, p. 58) “um contexto mais amplo que aquele representado pelas 
expressões Urbanismo e Desenho Urbano”. 
 
 
O importante para entendermos o planejamento urbano é que ele não pode serrestrito a uma disciplina especifica. Nesse sentido, o campo se abre para 
conhecimento e metodologias que abrangem aspectos da sociologia, da 
economia, da geografia, da engenharia, do direito e da administração. (DUARTE, 
2007 p. 25). 
 
Considerando que as mudanças concretas na cidade podem alterar as relações 
econômicas, sociais e culturais, compete ao planejamento urbano prever essas 
modificações na organização espacial da cidade. Por meio do planejamento urbano são 
tomadas medidas para o alcance dos objetivos almejados, tendo em vista os recursos 
disponíveis e os fatores externos que podem influir nesse processo. 
O planejamento urbano reconhece e localiza as tendências ou as propensões 
naturais (locais ou regionais) para o desenvolvimento. Além de estabelecer regras de 
ocupação do solo, define as principais estratégias e políticas do município, explicitando as 
restrições, as proibições e as limitações que deverão ser observadas, de forma a manter e 
aumentar a qualidade de vida de seus munícipes. 
 
 
RAÍZES DO PLANEJAMENTO URBANO NO BRASIL 
 
Tendo suas origens em estudos realizados por historiadores, economistas e 
políticos do século XIX, o urbanismo se desenvolveu a partir de uma análise crítica e 
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global da sociedade, enfocando a cidade como um elemento integrado no processo 
socioeconômico e político. O desenvolvimento do capitalismo industrial criou os 
“chamados problemas urbanos” e, com eles, a necessidade de buscar soluções nas 
propostas elaboradas nos países desenvolvidos. 
A cidade, por muitos anos, foi interpretada como a raiz de todos os males da 
sociedade. Outras linhas enxergavam a padronização do urbanismo em todo o mundo, 
sendo que este era regido pela estética e eficácia. O urbanismo busca, na verdade, uma 
lógica racional arquitetônica e a cidade é vista como agente da riqueza e eficácia. 
 
 
No Brasil o urbanismo teve inicio com o desenvolvimento do capitalismo 
industrial brasileiro, iniciado no período de substituição de importações e 
aguçado nas décadas de 1960 e 1970, onde se criou os chamados "problemas 
urbanos" e com eles, a necessidade de buscar soluções nas propostas 
elaboradas nos países desenvolvidos. (MONTE-MÓR, 2007, p. 72). 
 
 
Para conter o elevado aumento populacional e tentar solucionar os problemas 
metropolitanos são necessárias novas políticas de planejamento urbano, pois o aumento 
populacional, aliado ao aumento da pobreza, provoca a degradação ambiental. Portanto, 
é necessário buscar o equilíbrio entre população, recursos naturais e poluição. 
Até meados de 1964, o planejamento do espaço urbano era encarado pelo 
governo federal como "artigo de luxo", sendo reservado somente aos grandes projetos 
políticos, no qual o caráter nobre do empreendimento exigia um toque artístico e uma 
funcionalidade técnica compatíveis com a grandeza da obra. A partir de então, com a 
ruptura do pacto social populista, a ação do Estado modificou-se radicalmente, 
culminando na institucionalização do planejamento. 
De acordo com Duarte (2007, p. 44) “os desafios para o planejamento urbano 
estão inseridos em fenômenos que ocorrem em diferentes escalas socioeconômicas”. O 
planejamento urbano surgiu da necessidade de lidar com a acelerada urbanização que 
causou, entre outros problemas, ocupação desordenada nos territórios urbanos, mesmo 
nas cidades que já possuíam planos diretores. 
O Plano Diretor é um instrumento de planejamento que norteia a política de 
desenvolvimento e expansão urbana. Tem como objetivo construir cidades com uma 
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qualidade urbana para todos, evitando a formação de assentamentos irregulares e 
informais, visando, sobretudo, a preservação da qualidade ambiental das cidades. 
Para Moreira (2008, p. 8) “o Plano Diretor tem por finalidade orientar a atuação do 
poder público na construção participativa de iniciativas, para ampliar e reformular ofertas 
de serviços públicos essenciais, assegurando melhores condições de vida para a 
população”. 
O plano diretor define a função social da propriedade e da cidade, cujo alcance se 
concretizará pela intervenção pública na busca pela redução de desigualdades, 
segregações e exclusões sociais, contribuindo terminantemente para a expansão da 
cidadania. 
 
 
CONSEQUÊNCIAS DA URBANIZAÇÃO 
 
O rápido processo de urbanização traz consigo problemas urbanos devido ao 
crescimento desordenado das cidades. A falta de planejamento tem como consequência 
problemas de ordem ambiental e social. O inchaço populacional, provocado pelo acúmulo 
de pessoas e a falta de uma infraestrutura adequada gera transtornos para a população 
urbana que, devido ao crescimento desordenado, acaba ocupando locais inadequados 
para moradia. 
De acordo com Garcia (2012), as consequências da urbanização que podem ser 
citadas são a moradia, o desemprego, o transporte, a violência e a poluição do ar. 
- Moradia: Um dos principais problemas encontrados nas grandes cidades é a falta de 
moradia adequada que possa proporcionar conforto e segurança aos cidadãos, já que 
parte expressiva da população vive em cortiços e favelas, em áreas de mananciais ou de 
risco de deslizamento e de enchentes. Não pode ser deixado de mencionar o grande 
quantitativo de moradores de ruas; 
- Desemprego: A informatização na produção e nos serviços tem diminuído a oferta de 
emprego. O desemprego tem atingido de forma mais intensa as cidades de grande porte. 
A cada dia, o mercado de trabalho exige mais de seus colaboradores, pois devido à 
concorrência, terá mais oportunidades aquele que estiver mais preparado e qualificado. 
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Isso nem sempre acontece com grande parte da população que se mantém à parte do 
mercado de trabalho; 
- Transportes: O transporte deficiente também merece atenção no cotidiano das grandes 
cidades, pois o trabalhador gasta muito tempo no deslocamento entre sua moradia e o 
local de trabalho. Além do alto custo, o transporte público não é de qualidade. Como seus 
usuários gastam horas no percurso de sua casa até o seu local de trabalho, acabam por 
chegar totalmente desgastados ao final de um dia de trabalho; 
- Violência: É um dos principais problemas enfrentados principalmente nas grandes 
cidades. Nas últimas décadas, a violência urbana tem crescido, envolvendo 
principalmente a população mais jovem, seja como vítima, seja como responsável pelos 
delitos. Entre as principais causas do aumento da violência estão a falta de oportunidade 
de estudo e trabalho para os mais carentes, a desestruturação familiar e a organização de 
grupos ligados ao narcotráfico, que se desenvolvem onde a presença do Estado e de 
infraestrutura social é deficiente; 
- Poluição do ar: Uma das consequências da intensa industrialização é a poluição 
atmosférica, somada à grande concentração populacional nas metrópoles. As fontes 
causadoras da poluição são basicamente duas, as estacionárias (como as chaminés dasfábricas) e as móveis (como os carros, ônibus e caminhões). Além de causar sérios 
problemas de saúde nas pessoas, a poluição também reduz a expectativa de vida. 
Sendo assim, há uma demanda de ações governamentais nas cidades brasileiras 
que visem soluções técnicas e políticas para os problemas sociais e econômicos. A cidade 
precisa ser vista, principalmente, como um problema técnico, resultante da somatória 
dos sistemas de produção dos serviços e infraestrutura requeridos e do processo da 
administração urbana. 
Os direitos sociais estão estabelecidos no Capitulo II da Constituição, Art. 6º. São 
direitos sociais: o direito à educação, à saúde, ao trabalho, à moradia, ao lazer, à 
segurança, à previdência social, à proteção à maternidade e à infância, à assistência dos 
desamparados. Todos são pressupostos básicos a serem exercidos pelos governantes 
políticos, pois é um direito do cidadão ter suas necessidades atendidas, assim como a de 
sua família e seu grupo social. Porém, cada um desses direitos gera impactos no meio 
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ambiente, pois é necessária uma infraestrutura para sua realização e bom funcionamento, 
bem como procedimentos adequados de gestão. 
 
 
INSUSTENTABILIDADE URBANA 
 
O processo de urbanização experimentada pela maioria das grandes cidades veio 
acompanhado do fenômeno da “favelização”. Devido ao grande contingente 
populacional que migrou do campo ou de outras cidades em direção aos grandes centros, 
as cidades não conseguiram absorver tal população com infraestrutura adequada, 
levando parte desse grupo a ocupar áreas de riscos como pontes, túneis, viadutos, 
encostas, terrenos de terceiros e propriedades ilegais. De acordo com Leite & França 
(2007, p. 140), “estes fatores têm resultado em cidades precárias e caóticas, apontando 
para uma problemática econômica, ambiental e social”. 
 
 
No Brasil, o diagnostico geral da urbanização, identificou pontos críticos para o 
desenvolvimento urbano sustentável, evidenciando entre eles o agravamento 
dos problemas urbanos e ambientais das cidades, decorrentes de adensamentos 
desordenados, ausência de planejamento, ausência de serviços e recursos, 
obsolescência da infraestrutura e dos espaços construídos, padrões atrasados 
de gestão e agressões ao ambiente. (NIGRO, 2007 p. 86). 
 
Com o avanço tecnológico, as pequenas empresas, em sua maioria, foram as 
principais prejudicadas, por não terem como acompanhar o desenvolvimento, já que 
grandes investimentos são necessários. Isso ocasionou a falência dos pequenos 
produtores que acabam por migrar para a cidade. Tal processo crescente de saída do 
campo para a cidade eleva o índice de urbanização em todo o mundo. 
Tendo surgido como uma resposta aos problemas enfrentados pelas cidades, o 
planejamento urbano marca uma mudança na forma de encarar a cidade e seus 
problemas. O surgimento de cidades sem um adequado planejamento de infraestrutura 
reflete negativamente na qualidade de vida dos moradores. 
A busca da sustentabilidade urbana tem se constituído num dos maiores desafios 
da atualidade e está associada ao desenvolvimento e às políticas urbanas. De acordo com 
Duarte (2007, p. 30) “planejamento urbano é um processo que se divide em quatro 
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etapas: diagnóstico; prognóstico; proposta e gestão”, como podem ser visualizadas no 
Quadro 01: 
 
 
 
Quadro 01: Etapas do Planejamento Urbano 
 
Diagnóstico 
 
É a análise de uma situação, compondo um cenário da realidade existente. 
 
Prognóstico 
Esta etapa deve responder questões sobre a situação atual da cidade, sua história e 
suas tendências. Se nada for feito, como a cidade estará amanhã? 
 
Proposta 
Parte do resultado de um processo de planejamento urbano e que transforma um 
futuro previsível em um futuro possível. Na proposta, entram aspectos de obras de 
infraestrutura, melhoria da qualidade de vida da população de um bairro etc. 
 
Gestão 
Cabe à gestão fazer com que o plano urbanístico se realize de modo eficaz e 
conforme o previsto. 
Fonte: DUARTE, (2007, p. 29-38) 
 
 
 
SUSTENTABILIDADE URBANA: NOVAS REPRESENTAÇÕES SOBRE AS CIDADES 
 
Em um planeta com população cada vez mais urbana e com cidades cada vez 
maiores, é necessário desenvolver modelos de sustentabilidade urbana capazes de 
alinhar o desenvolvimento desses espaços com o respeito aos princípios da 
sustentabilidade, pois as cidades são elementos-chave para o desenvolvimento 
sustentável global. 
Sem um adequado planejamento de infraestrutura, o aparecimento de cidades 
pode refletir negativamente tanto na qualidade ambiental, quanto na qualidade de vida 
dos moradores. Os fatores anteriormente destacados, quando aliados à concentração e à 
desigualdade de renda, entre outras consequências, podem provocar distúrbios e 
inseguranças sociais, insuficiência na oferta de infraestrutura e serviços urbanos 
adequados, como também a degradação ambiental. (MOURA et al., 2005). 
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A sustentabilidade urbana é um tema que tem sido bastante discutido em diversos 
meios, entre eles o científico. Assumiu dimensões econômicas, sociais e ambientais, 
buscando embasar uma nova forma de desenvolvimento, que possa atender as 
necessidades da geração atual, mas sem comprometer as necessidades das gerações 
futuras. Em virtude dos diversos problemas ambientais, a sustentabilidade urbana tem se 
constituído num dos maiores desafios da atualidade e está associada ao desenvolvimento 
das políticas urbanas. 
De acordo com Sachs (1993 apud Jesus & Sousa , 2007, p.3) “no planejamento do 
desenvolvimento sustentável é necessário considerar, simultaneamente, as seguintes 
dimensões da sustentabilidade”, conforme mostra o Quadro 02. 
O desenvolvimento econômico sustentável demanda uma gestão ambiental 
planejada que possa orientar, de forma adequada, a ocupação territorial por parte das 
atividades produtivas, bem como a utilização dos recursos naturais de forma responsável. 
A conscientização uma ferramenta indispensável, capaz de transformar o indivíduo em 
relação à importância da sustentabilidade, pois um indivíduo consciente surge de um 
processo gradual e contínuo de educação em todos os campos em que atua. O alcance da 
sustentabilidade é um processo que depende da consciência ecológica da sociedade, bem 
como dos governos nas suas representações municipal, estadual e federal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO E SUSTENTABILIDADE URBANA 
 
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Quadro 02: dimensões da sustentabilidade 
 
SUSTENTABILIDADE 
SOCIAL 
Tem como finalidade a melhoria das condições de vida da população. Busca a 
equidade dos direitos e a redução das diferenças entre os padrões de vida dos 
ricos e dos pobres. 
 
SUSTENTABILIDADE 
ECONÔMICA 
Por meio da alocação e gerenciamento eficiente dos recursos, deve ser mais 
avaliada sob critérios macrossociais, ao invés do microempresarial, além dos 
fluxos contínuos de investimentos públicos e privados. 
 
SUSTENTABILIDADE 
ECOLÓGICA 
Pode ser melhorada por meio de medidas de intensificação de pesquisas com 
vistas à adoção de tecnologias limpas, de modo a otimizara utilização dos 
recursos em favor do desenvolvimento urbano, rural e industrial, como 
também por meio de medidas que estabeleçam regras para uma adequada 
proteção ambiental. 
 
SUSTENTABILIDADE 
ESPACIAL 
Tem por finalidade o equilíbrio da configuração rural-urbana, como também 
uma melhor distribuição do território, no tocante à economia e aos 
assentamentos humanos. 
 
SUSTENTABILIDADE 
CULTURAL 
Tem por objetivo a busca de concepções endógenas de desenvolvimento, 
entendendo ecodesenvolvimento como conjunto de soluções que considera 
as peculiaridades locais, culturais e ecossistêmicas. 
Fonte: SACHS (1993 apud JESUS & SOUSA 2007, p.03) 
 
 
 
 
METODOLOGIA 
 
Ao se iniciar um trabalho científico, várias são as dúvidas que surgem sobre o tipo 
de pesquisa a ser utilizada, já que a escolha do tipo de pesquisa depende muito dos 
recursos e do tempo disponível para a concretude do trabalho. Dessa forma, o presente 
trabalho utilizou a pesquisa bibliográfica com leitura de várias obras pertinente ao 
assunto abordado, além de artigos que contribuíram para um maior embasamento 
respeito do tema. 
 
 
A pesquisa bibliográfica é uma etapa fundamental em todo trabalho científico 
que influenciará todas as etapas de uma pesquisa, na medida em que der o 
embasamento teórico em que se baseará o trabalho. Consistem no 
levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de informações relacionadas 
à pesquisa. (AMARAL, 2007 p. 1). 
 
Renato da Silva Jordão Filho e Tatiana Souto Maior De Oliveira 
Caderno Organização Sistêmica| vol.3 n.2 | jul/dez 2013 
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A pesquisa bibliográfica contribui significantemente com o a prendizado e com a 
ampliação do conhecimento do pesquisador, pois se obtém conhecimento das diferentes 
contribuições científicas disponíveis sobre o tema pesquisado. Além de dar suporte a 
todas as fases de qualquer tipo de pesquisa, uma vez que auxilia na definição do 
problema, na determinação dos objetivos, na construção de hipóteses, na 
fundamentação da justificativa da escolha do tema e na elaboração do relatório final. 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Administrar uma cidade é uma tarefa muito complexa, pois se trata de um espaço 
heterogêneo e bastante complexo. O desenvolvimento urbano ordenado tem sido um 
desafio para técnicos em planejamento, administradores públicos, políticos. Além disso, é 
uma demanda da sociedade que visa cidades organizadas que possam proporcionar a 
seus habitantes melhor qualidade de vida. 
As consequências em virtude do crescimento desordenado têm gerado grandes 
transtornos para a população. Seus habitantes são os principais prejudicados, por não 
terem uma estrutura que lhes possa proporcionar uma vida mais digna com saúde de 
qualidade, emprego, saneamento, segurança entre outros benefícios que uma cidade 
planejada pode fornecer aos seus moradores. Para vencer os novos desafios de tal 
realidade das cidades brasileiras, o planejamento urbano surge como uma ferramenta 
indispensável no planejamento sustentável de cidades, vilas etc., de forma a transformar 
as cidades em um espaço democrático no qual os seus moradores possam ter os seus 
direitos atendidos. 
Sendo assim, faz-se necessária a integração entre a sociedade e seus governantes 
para juntos pensarem em ações eficazes e ecologicamente corretas, de crescimento e 
desenvolvimento econômico. Decisões inteligentes e democráticas poderão resultar em 
melhor qualidade de vida para os cidadãos de uma determinada cidade ou lugar. 
 
 
PLANEJAMENTO E SUSTENTABILIDADE URBANA 
 
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REFERÊNCIA 
 
 
AMARAL, João J. F. Como Fazer uma Pesquisa Bibliográfica. Ceará, 2007. 
 
 
DUARTE, Fábio. Planejamento Urbano. 2ª Ed. Ibpex, 2007. 
 
 
GARCIA, D’ávila. Problemas urbanos nas grandes cidades. Disponível em: 
<http://www.slideshare.net/pegadafs/problemas-urbanos-nas-grandes-cidades>.Acesso 
em: 02 de Abr. de 2012. 
 
 
LEITE, Marcos Esdras; FRANÇA, Iara Soares de. Caminhos de Reflexões Sobre a 
Sustentabilidade Urbana: Novo Modelo de Gestão Ambiental da Cidade. Uberlândia v. 8, 
n. 22 set/2007. 
 
 
MONTE-MÓR, Roberto Luís de Melo. Planejamento Urbano no Brasil: Emergência e 
Consolidação. Minas Gerais, 2007. 
 
 
MOREIRA, Helion França. O Plano Diretor E As Funções Sociais Da Cidade. Rio de Janeiro, 
Abr. 2008. 
 
 
MOURA, Marcleia Elias; SANTOS, Marcleide Elias; JESUS, Tânia Santos de; SOUZA, 
Rosemeri Melo e. Desenvolvimento Regional. “In” X Encontro de Geógrafos da América 
Latina. X Anais. São Paulo, 2005. 
 
 
NIGRO, Carlos. Planos Diretores. Paraná, 2007. 
 
 
SACHS, Ignacy. “Estratégias de transição para o século XXI – desenvolvimento e meio 
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São Paulo: Brasiliense, 1993 in JESUS, Tânia S. de; SOUZA, Rosemeri Melo e. Ambiente 
Urbano e Qualidade de Vida – Uma Análise da (In)Sustentabilidade na Cidade de Nossa 
Senhora da Glória/SE. São Cristóvão - SE, 2007. 
 
 
SOUZA, Marcelo Lopes de Souza. Mudar a cidade: uma introdução crítica ao 
planejamento e à gestão urbanos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008.

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