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A HISTORIA DA ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA NO BRASIL

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A HISTORIA DA ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA NO BRASIL’
 LIVRO : ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA NO BRASIL. - Yves Bruand
INTRODUÇÃO
O livro de Bruand configura-se como leitura básica indispensável e ainda insubstituível pelo amplo e consistente levantamento historiográfico sobre a arquitetura moderna brasileira. Logo no início, o autor evidencia a ausência de um trabalho metódico e relevante, enquanto historiografia, sobre essa produção. Bruand faz uma abordagem sistemática do movimento, principalmente através de protagonistas e realizações, o cerne de sua pesquisa, com um vasto e rigoroso levantamento documental. (Marília Santana Borges ,2004)
“[...] examinar os monumentos não apenas em seus valores instrísecos e em função de sua estética, bem como considerando sua situação no tempo e suas filiações perceptíveis, a fim de tentar revelar sua evolução e seu significado histórico.” (BRUAND, 1981, p.7)
“a arquitetura depende diretamente das condições materiais, e excluir os aspectos históricos e geográficos dentros dos quais ela se desenvolveu implicaria não compreender seu significado e sua própria razão de ser.” (BRUAND, 1981, p.11)
A obra estrutura-se em três partes principais: a primeira expõe a situação da arquitetura brasileira no início do século XX, quais ‘estilos históricos’ dominavam até então, abordando também o processo de surgimento e afirmação da nova arquitetura no Brasil.
“o adjetivo ‘moderno’ [...] de modo algum conveniente, pois contém apenas uma noção de tempo aplicável ao conjunto da produção de uma época e não unicamente uma de suas partes; substituir sua acepção cronológica por um elemento de valor é um contra-senso, hoje infelizmente muito comum.” (BRUAND, 1981)
A obra, amplamente ilustrada com desenhos e fotos, por vezes incorre em explicações psicologistas e pelo excesso de rigor técnico, com ênfase nos aspectos plásticos-formais, em suas análises. (Marília Santana Borges .)
Estruturação da Obra.
O arquiteto inicia o livro abordando algumas transformações sofridas nas principais cidades brasileira no início do século XX, é fato que o discurso de Bruand é marcado por um forte entusiasmo e por uma visão otimista desta arquitetura, acabando por construir um panorama demasiado homogêneo, onde sua postura, apesar de engajada, torna-se pouco crítica. Sua proximidade temporal ao movimento o imbuiu do espírito apologético da arquitetura moderna. Porém, essas constatações não comprometem o valor de sua obra na historiografia da arquitetura brasileira.
No próprio prefácio do livro, Bruand (1981, p.7) adverte:
“É impossível conhecer tudo, e pode ocorrer que obras importantes tenham escapado ao registro [...]. A abundância de obras obriga, por outro lado, a se proceder a uma seleção [...] . É claro que realizamos essa seleção com a máxima objetividade, mas seria presunçoso admiti-la como inteiramente justificável num futuro mais ou menos remoto [...].”
Os estilos históricos
Bruand, inicia evidenciando a ausência de criatividade ou mau gosto oferecida pala arquitetura brasileira por volta de 1900. Os edifícios recém construídos não passavam de meras cópias em geral medíocres dos países europeus onde os mais abastados com frequência visitavam e admiravam seus contextos naturais mas não compreendiam que o encanto dessas casas vinham de sua autenticidade, assim floresceram este estilo no Rio de Janeiro e São Paulo, e menor grau nas grandes cidades do País.
Os estilos Classicizantes
“No Brasil, acostuma se englobar sob o rótulo de “NEOCLÁSSICOS’ todos os Edifícios onde se pode notar o emprego de um vocabulário arquitetônico cuja a origem distante remota à antiguidade greco romana” Porém o que se originou se a chamar de neoclássico não passa de um remontado renascença Italiana com o segundo império Frances passando pelo barroco e pelo verdadeiro neoclássico de fins do século XVIII. Assim o que se tem é apenas um certo parentesco devido ao espírito acadêmico da época. Existe diferenças regionais principalmente nos dois grandes centros, Rio de Janeiro e São Paulo.
A escola carioca 
A convite de D. João VI o arquiteto granjean de Montigny fundou a Escola de Belas Artes no Rio de janeiro introduzindo o verdadeiro neoclássico pela missão artística Francesa em 1816. Apesar de rivalidade que se estabeleceu de princípio com seus colegas aos poucos foi se impondo à arte oficial um verdadeiro neoclássico puro. Nesse período os edifícios públicos adotavam o vocabulário arquitetônico importado pelos Franceses e provocou certo confronto com os pedreiros e mestres de obras portugueses ou local formados nos canteiros de obras, e os arquitetos formados na escola de Belas Artes do Rio de janeiro ou vindo da Europa. No inicio do século XX predominava portanto a influencia francesa. O prestigio de paris, no auge naquela época contribuía para isso. As grandes obras de haussmann que tinha aspecto com a criação de grandes avenidas obcecavam os espíritos , Isso fez que Francisco Pereira Passos, prefeito do Rio em 1902 a 1906 destruísse parte do Rio antigo para abrir amplas avenidas nas quais a principal foi avenida central ( Hoje Rio Branco).
O Caso de São Paulo
 A “ terra da garoa” conheceu o ecletismo equivalente ao do Rio, o estilos classicizantes tiveram um papel importante nas primeiras décadas do século. Contudo, o contexto onde se desenvolveu eram totalmente diferentes. A tradição implantada no Rio chegou com atraso em São Paulo. A ruptura com a tradição local ocorrida em 1878 com o GRAND HOTEL do alemão Puttkamer só se firmou com a construção do monumento comemorativo da independência. ( Atualmente Museu do Ipiranga). Essa obra teve grande repercussão e inaugurou a era italiana em São Paulo. A enorme imigração italiana levou a são Paulo mão de obra abundante, compreendendo vários artesãos e pedreiros formados em seu País de origem. Vários arquitetos também vieram em grande número. Alem disso, enriqueceram com a indústria e o comércio formando uma clientela abastada a exemplo da família MATARAZZO que obviamente davam preferencia aos seus compatriotas. Os alemães também tiveram grande importância na clientela germânica
Outros centros Brasileiros. Salvador , Belo Horizonte
É encontrada situação idêntica em quase todo Brasil até 1940 um estilo neoclássico e neorrenascentista relativamente puro e pouco pesado foi regra em quase todos os edifícios oficiais. Salvador a velha capital colonial ainda hoje guarda seu encanto colonial graças a predominância em seu centro de construções do século XVIII. Belo Horizonte, a capital administrativa de um dos principais estado da Federação, desta forma foi beneficiada com indiscutível unidade que lhe conferiu um caráter nitidamente definido ao qual não falta um certo ritmo, apesar da ausência de qualidade intrínseca nos edifícios construídos . O exemplo de Belo Horizonte mostra que o academicismo classicizante ainda era uma força que predominava no começo do século XX.
Estilos medievais e Pitorescos 
Autoridades civis transformavam a adoção de um estilo que em pregava as tendências e o vocabulário clássicos em necessidade psicológicas e as autoridades religiosas faziam o mesmo quando confessavam suas preferencias pelos modelos romanos e góticos que simbolizavam o apogeu da fé católica. Por conseguinte todas as igrejas construídas no do século lançaram mão das grandes tradições medievais. Deve se dizer que o resultado deixou a desejar, como também parece que os arquitetos e construtores realizavam se numa competição de feiura. Um fracasso total. De fato, é bom lembrar que a tradição acadêmica era muito menos forte nesse setor que na construção não religiosa. Um dos arquitetos mais atuantes no setor foi o alemão Max hehl, professor da escola politécnica de São Paulo cidade onde se estabelecera. Dentre seus projetos devem ser citados a igreja da consolação e a catedral de São Paulo estas duas destinadas a substituir as antigas igrejas da época. A catedral de São Paulo foi escolhido um modelo Gótico por se tratar de
uma basílica arquiepiscopal.
 O Estilo Neocolonial
A revolução industrial provocou uma reviravolta nos estilos contemporâneos até então empregado, os novos arquitetos foram chamados a dar uma resposta as necessidades do homem do século XX. A conscientização dos brasileiros e a possibilidade de impor sua originalidade voltava se para uma identidade voltada para o presente e para o futuro que desprezava os vestígios de seu passado. O engenheiro Português Ricardo Severo exilou se no Brasil depois de participar de uma conspiração para derrubar a monarquia em Portugal. Homem de grande cultura, ligado a arquitetura tradicional portuguesa conhecia de modo admirável inclusive do ponto vista arqueológico. Ricardo Severo não se limitou a conduzir com vigor na sua campanha em favor do estilo colonial brasileiro, construiu para si próprio e para alguns clientes atraído por sua ideias belas residências, uma em São Paulo e outra no Litoral, no Guarujá. Os primeiros sintomas de despertar propriamente brasileiro e de uma unidade estilística so começaram a manifestar se a partir de 1920 quando aos poucos o movimento neocolonial foi se impondo. Por conseguinte mais uma vez foi preciso apelar para cultura contemporânea antes que o arquiteto brasileiro fosse capaz de trilhar seu próprio caminho. Essa revira volta esboçou se de modo tímido por volta de 1930, data que sobre todo ponto de vista é uma marco na história do Brasil.

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