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Riane Wanzeler de Oliveira M3 – 2016.1 Página 1 Anatomia do Eixo Hipotalâmico-Hipofisário A) Caso Clínico 1 - Tumor de Hipófise -Papiloedema (edema de papila) é uma alteração oftalmoscópica caracterizada pelo velamento e elevação das margens da papila ou disco óptico (percebida no exame de fundo de olho); *Deve ser reservado para o edema de papila da hipertensão intracraniana; *Transmissão da pressão ao longo da bainha do nervo óptico; *Outras causas de edema de papila: neuropatias ópticas inflamatórias, isquêmicas, compressivas ou infiltrativas, tóxicas, uveítes, hipotonia ocular, oclusão vascular; B) Hipotálamo -Principais características; *Mede 4 cm3 ou 0,03% do total do encéfalo; *É uma parte fundamental do SNC e essencial à vida; -Funções; *Controla o sistema nervoso autônomo e o sistema endócrino e, portanto, a homeostase corporal; *Recebe numerosas vias neuronais convergentes e divergentes; *Através de seu suprimento sanguíneo, é capaz de analisar a bioquímica sanguínea; *Executa respostas apropriadas de controle após a integração de suas aferências nervosas e químicas; -Localização anatômica; *É parte do diencéfalo que se estende da região do quiasma óptico à borda caudal dos corpos mamilares; *Situa-se abaixo do tálamo e forma o assoalho e a parte inferior das paredes laterais do terceiro ventrículo; Riane Wanzeler de Oliveira M3 – 2016.1 Página 2 -Limites; *Anterior ao hipotálamo há uma área que, por motivos funcionais, é frequentemente incluída nos seus domínios; *Como estende-se para a frente a partir do quiasma óptico até a lâmina terminal e comissura anterior, é chamada de área pré-óptica; OBS: Por motivos funcionais, a área pré-óptica é incluída como parte do hipotálamo; *Caudalmente, o hipotálamo funde-se com o tegmento do mesencéfalo; *O limite lateral é formado pela cápsula interna; *Inferiormente, percebe-se que o hipotálamo relaciona-se com as seguintes estruturas (em direção anteroposterior); ->Quiasma óptico; ->Túber cinéreo e infundíbulo; ->Corpos mamilares; -Núcleos; *Ao exame microscópico, o hipotálamo compõe-se de pequenas células nervosas que estão dispostas em grupos ou núcleos - muitos não estão claramente segregados; Riane Wanzeler de Oliveira M3 – 2016.1 Página 3 *São divididos por um plano parassagital imaginário em zonas medial e lateral; *Esse plano parassagital contém as colunas do fórnice e o trato mamilotalâmico, que servem de marcadores; 1- Zona medial (em direção anteroposterior) apresenta; ->Parte do núcleo pré-óptico; ->Núcleo anterior, que se funde com o núcleo pré-óptico; ->Parte do núcleo supraquiasmático; ->Núcleo paraventricular; ->Núcleo dorsomedial; ->Núcleo ventromedial; ->Núcleo infundibular (arqueado); ->Núcleo posterior; 2- Zona lateral (em direção anteroposterior) apresenta; ->Parte do núcleo pré-óptico; ->Parte do núcleo supraquiasmático; ->Núcleo supraótico; ->Núcleo lateral; ->Núcleo tuberomamilar; ->Núcleos tuberais laterais; *Alguns dos núcleos, como o núcleo pré-óptico, o núcleo supraquiasmático e os núcleos mamilares se estendem às duas zonas; Riane Wanzeler de Oliveira M3 – 2016.1 Página 4 *A maioria dos núcleos hipotalâmicos possui limites mal definidos; *Com o uso da tecnologia moderna, os grupos de neurônios e suas conexões estão sendo identificados mais precisamente; -Linhas hipotalâmicas de comunicação; *Recebe informações do resto do corpo através; ->Conexões nervosas; ->Corrente sanguínea; ->Líquido cerebroespinal; *Os neurônios dos núcleos hipotalâmicos respondem e exercem seu controle por intermédio das mesmas vias; *O líquido cerebroespinal serve como conduto entre as células neurossecretoras do hipotálamo e locais distantes do encéfalo; -Conexões aferentes do hipotálamo (numerosas e complexas); 1- Vias aferentes somáticas e viscerais: chegam através de ramos colaterais das fibras aferentes lemniscais e do trato solitário e através da formação reticular; 2- Fibras aferentes visuais: partem do quiasma óptico para o núcleo supraquiasmático; 3- O olfato: segue através do feixe medial do prosencéfalo; 4- Vias aferentes auditivas: não foram identificadas (como os estímulos auditivos podem influenciar o hipotálamo, elas devem existir); 5- Fibras córtico-hipotalâmicas surgem do lobo frontal do córtex cerebral e seguem diretamente para o hipotálamo; 6- Fibras hipocampo-hipotalâmicas seguem do hipocampo através do fórnice até o corpo mamilar; 7- Fibras amígdalo-hipotalâmicas seguem do complexo amigdaloide para o hipotálamo através da estria terminal e por uma via que passa inferiormente ao núcleo lentiforme; 8- Fibras tálamo-hipotalâmicas surgem dos núcleos medial dorsal e medianos do tálamo; 9- Fibras tegmentais partem do mesencéfalo; Riane Wanzeler de Oliveira M3 – 2016.1 Página 5 -Conexões eferentes do hipotálamo (numerosas e complexas); 1- Fibras descendentes para o tronco encefálico e a medula espinhal influenciam os neurônios periféricos do sistema nervoso autônomo; *Descem através de uma série de neurônios na formação reticular; *O hipotálamo é conectado aos núcleos parassimpáticos dos nervos oculomotor, facial, glossofaríngeo e vago no tronco encefálico; *Fibras reticuloespinais conectam o hipotálamo com; ->Células simpáticas de origem nas colunas cinzentas intermédias do primeiro segmento torácico ao segundo segmento lombar da medula espinal; ->Fluxo eferente parassimpático sacral ao nível do segundo, terceito e quarto segmentos sacrais da medula espinal; 2- Trato mamilotalâmico origina-se no corpo mamilar e termina no núcleo anterior do tálamo; 3- Trato mamilotegmental parte do corpo mamilar e termina nas células da formação reticular no tegmento do mesencéfalo; 4- Múltiplas vias para o sistema límbico; Riane Wanzeler de Oliveira M3 – 2016.1 Página 6 -Controle autonômico; *.O hipotálamo exerce influência controladora sobre o sistema nervoso autônomo; *Parece integrar os sistemas autônomo e neuroendócrino, preservando assim a homeostase corporal; *Essencialmente, o hipotálamo deve ser visto como um centro nervoso superior para o controle dos centros autonômicos inferiores no tronco encefálico e na medula espinal; *A estimulação elétrica do hipotálamo em experimentos com animais mostra que a área anterior do hipotálamo e a área pré-óptica influenciam as respostas parassimpáticas; ->Redução da pressão arterial; ->Diminuição da frequência cardíaca; ->Contração da bexiga; ->Aumento da motilidade do trato gastrintestinal; ->Aumento da acidez do suco gástrico; ->Salivação; ->Constrição pupilar; *A estimulação dos núcleos posterior e laterais causa respostas simpáticas, que incluem; ->Elevação da pressão arterial; ->Aceleração da frequência cardíaca; ->Cessação da peristalse no trato gastrintestinal; Riane Wanzeler de Oliveira M3 – 2016.1 Página 7 ->Dilatação pupilar; ->Hiperglicemia; *Essas respostas levariam a acreditar que existem no hipotálamo áreas que poderiam ser chamadas de centros parassimpáticos e simpáticos; OBS: Contudo, mostrou-seque ocorre superposição considerável nessas áreas; -Regulação da temperatura; *A parte anterior do hipotálamo controla os mecanismos que dissipam a perda de calor; ->A estimulação experimental dessa área causa dilatação dos vasos sanguíneos cutâneos e sudorese, que reduzem a temperatura corporal; *A estimulação da parte posterior do hipotálamo resulta em; ->Vasoconstrição dos vasos sanguíneos cutâneos e inibição da sudorese; ->Também pode haver tremores, através dos quais os músculos esqueléticos produzem calor; *Normalmente, o hipotálamo ajusta a temperatura corporal entre 36,6º a 37º C; *O ajuste da temperatura pode ser alterado em resposta aos extremos da temperatura ambiental ou em uma infecção; -Distúrbios associados a lesões hipotalâmicas (hipertermia e hipotermia); *Hipertermia pode ocorrer de lesões do hipotálamo causadas por traumatismo craniano ou após cirurgias na região do hipotálamo / o paciente com hipertermia é de resto normal e não tem sinais de mal-estar, que ocorre na pirexia secundária a infecções; *Hipotermia também pode suceder uma lesão hipotalâmica; -Regulação da ingestão de água e alimentos; *A estimulação da região lateral do hipotálamo suscita a sensação de fome e resulta em aumento da ingestão de alimentos; ->Essa região lateral, às vezes, é chamada de centro da fome; ->A destruição bilateral desse centro resulta em anorexia, com a consequente perda de peso corporal; Riane Wanzeler de Oliveira M3 – 2016.1 Página 8 *A estimulação da região medial do hipotálamo inibe a alimentação e reduz a ingestão alimentar; ->Essa área é chamada de centro da saciedade; ->A destruição bilateral do centro da saciedade produz apetite voraz incontrolável, causando obesidade extrema; *Estimulação experimental de outras áreas da região lateral do hipotálamo gera aumento imediato no desejo de ingerir água; ->Área chamada de centro da sede; *O núcleo supraótico do hipotálamo exerce controle sobre a osmolaridade do sangue através da secreção de ADH; ->Aumenta a reabsorção de água nos túbulos contorcidos distais e túbulos coletores dos rins; -Emoções e comportamento; *As emoções e o comportamento são uma função do hipotálamo, sistema límbico e córtex pré-frontal; *Alguns autores acreditam que o hipotálamo é o integrador das informações aferentes recebidas de outras áreas do sistema nervoso e ocasiona a expressão física das emoções; ->Pode produzir aumento da frequência cardíaca; ->Elevação da pressão arterial; ->Sequidão da boca; ->Rubor ou palidez da pele e sudorese; ->Com frequência produz atividade peristáltica maciça do trato gastrintestinal; *A estimulação dos núcleos laterais do hipotálamo pode causar os sinais e sintomas de raiva; ->Lesões dessas áreas podem induzir passividade; *A estimulação do núcleo ventromedial pode causar passividade; ->Lesões desse núcleo podem provocar raiva; -Controle do ritmo circadiano; Riane Wanzeler de Oliveira M3 – 2016.1 Página 9 *O hipotálamo controla muitos ritmos circadianos, incluindo; ->Temperatura corporal; ->Atividade adrenocortical; ->Contagem dos eosinófilos; ->Secreção renal; *O sono e a vigília, embora dependentes das atividades do tálamo, sistema límbico e sistema reticular ativador, também são controlados pelo hipotálamo; *As lesões da parte anterior do hipotálamo interferem seriamente no ritmo de sono e vigília; *O núcleo supraquiasmático, que recebe fibras aferentes da retina, parece desempenhar um papel importante no controle dos ritmos biológicos; *Impulsos nervosos gerados em resposta a variações na intensidade da luz são transmitidos através desse núcleo para influenciar as atividades de muitos dos núcleos hipotalâmicos; *As atividades do hipotálamo são influenciadas por; ->Numerosas vias aferentes de diferentes partes do sistema nervoso central (especialmente do sistema límbico e córtex pré-frontal); ->Pelos níveis plasmáticos dos hormônios circulantes; *O hipotálamo exerce sua influência nas funções corporais através do sistema nervoso autônomo e do sistema nervoso endócrino; -Conexões hipotálamo-hipófise; OBS: O Paulo deu a entender na aula, que considera essa parte muito importante e interessante para ser cobrada na prova. Esteja atento; *O hipotálamo é conectado à glândula hipófise (pituitária) por 2 vias; ->Fibras nervosas que seguem dos núcleos supraótico e paraventricular para a neuro-hipófise; ->Vasos sanguíneos portais longos e curtos que conectam os sinusoides na eminência mediana e infundíbulo com plexos capilares na adeno-hipófise; C) Caso Clínico 2 - Tumor de Hipófise D) Hipófise -Principais características; Riane Wanzeler de Oliveira M3 – 2016.1 Página 10 *Estrutura ovoide, de tonalidade vermelho-acinzentada; *Cerca de 12 mm de diâmetro transversal e 8 mm de diâmetro anteroposterior; *Peso médio de 500 mg no adulto; -Localização anatômica; *E contínua com o infundíbulo, um prolongamento inferior oco, de formato cônico, derivado do túber cinéreo do hipotálamo; *Encontra-se dentro da fossa hipofisial do osso esfenoide; *É coberta superiormente por um diafragma da sela, de formato circular, derivado da meningite dura-máter; -Limites; *Inferiormente, a glândula hipófise está separada do assoalho da fossa hipofisial por um seio venoso que se comunica com seios circulares (intracavernosos anterior e posterior); Riane Wanzeler de Oliveira M3 – 2016.1 Página 11 -Lobos da Hipófise; *Neuro-hipófise e adeno-hipófise incluem partes do infundíbulo (enquanto os antigos termos “lobo anterior” e “lobo posterior” não incluem); -Cirurgias hipofisárias; *Via transesfenoidal: menos invasivas; ->Não é necessária craniotomia, manipulação do cérebro de neurocirurgia convencional; ->Menor risco; ->Menor tempo de recuperação; E) Caso Clínico 3 - Diabetes Insipidus Provocada por Trauma -Trato hipotálamo-hipofisário; Riane Wanzeler de Oliveira M3 – 2016.1 Página 12 *Os hormônios vasopressina e ocitocina são sintetizados nas células nervosas dos núcleos supraóptico e paraventricular; *Os hormônios são conduzidos ao longo dos axônios com proteínas carreadoras denominadas neurofisinas; *São liberados nas terminações axonais, onde são absorvidos em capilares fenestrados do lobo posterior da hipófise; *O hormônio vasopressina (hormônio antidiurético) é produzido principalmente nas células nervosas do núcleo supraóptico; ->Função: causar vasoconstrição; ->Exerce função antidiurética importante, aumentando a absorção de água nos túbulos contorcidos distais e túbulos coletores do rim; *A ocitocina é o outro hormônio produzido pela neuro-hipófise, principalmente no núcleo paraventricular; ->Próximo ao termo da gravidez, é produzida e grandes quantidades e estimula as contrações uterinas do trabalho de parto; Riane Wanzeler de Oliveira M3 – 2016.1 Página 13 -Sistema portal hipofisário; *Células neurossecretoras principalmente na zona medial do hipotálamo são responsáveis pela produção de; ->Hormônios de liberação; ->Hormônios inibidores da liberação; *O sistema portal hipofisário é formado de cadalado da artéria hipofisária superior, que é um ramo da artéria carótida interna; *A artéria entra na eminência mediana e divide-se em tufos de capilares; *Esses capilares drenam para vasos descendentes longos e curtos que terminam na adeno-hipófise; ->Dividem-se em vasos sinusoides que passam entre as células secretoras da adeno-hipófise; *O sistema portal conduz os hormônios de liberação e os hormônios inibidores da liberação para as células secretoras da adeno-hipófise; Riane Wanzeler de Oliveira M3 – 2016.1 Página 14 *Neurônios do hipotálamo responsáveis pela produção dos hormônios são influenciados pelas fibras aferentes; *Também são influenciados pelo nível do hormônio produzido pelo órgão-alvo controlado pela hipófise; ->Caso o nível sanguíneo de tiroxina caia, por exemplo, o fator de liberação de hormônio tireotrópico é produzido em quantidades aumentadas; F) Caso Clínico 4 - Acromegalia Secundária a um Tumor Secretor de GH -Alterações da secreção de GH; *Deficiência de GH na infância; *Excesso de GH na infância; *Excesso de GH na vida adulta - Maurice Tiillet, por exemplo; G) Caso Clínico 5 - Apoplexia Hipofisária Pós-Parto (Síndrome de Sheehan) -Apoplexia Hipofisária Pós-Parto (Síndrome de Sheehan); *Ocorre quando há uma rápida expansão da hipófise por hemorragia infarto ou crescimento agudo de um adenoma pituitário; *Os sintomas são dor de cabeça, náuseas, vômitos, paralisias oculomotoras e déficits de campo visual; *A expansão da hipófise superiormente causa a compressão do nervo óptico, levando alterações no campo e acuidade visual; *A expansão lateral no seio cavernoso pode levar à compressão dos nervos cranianos nele contidos (III, IV, V e VI); Riane Wanzeler de Oliveira M3 – 2016.1 Página 15 *Alterações do estado mental e meningismo podem ocorrer com o extravasamento de sangue para o fluido cerebroespinhal ou secundárias a um aumento da pressão intracraniana; *Fatores de risco incluem gravidez e traumatismo craniano; *O tratamento imediato para a apoplexia pituitária inclui cuidados médicos de suporte, monitoramento de eletrólitos e terapia de reposição de esteroides; *Em casos graves, pode ser necessária a descompressão cirúrgica; *Endocrinopatias (por exemplo, diabetes insipidus) ou amenorreia secundária podem ocorrer após apoplexia pituitária porque os pacientes frequentemente desenvolvem hipopituitarismo.
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