Sensação e Percepção

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SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO
Resumo da aula de Processos Básicos I
Professora Albenise de Oliveira Lima
Introdução:
Dois conceitos básicos para o estudo da sensação e percepção: objeto distal (distante) e estimulação proximal (próximo).O objeto distal é o objeto no mundo externo. Em aula anterior, aquele exemplo da árvore que cai e não faz ruído, o objeto distal é a árvore que cai.Nesse caso, a percepção do objeto tem início mesmo antes de que a informação sensorial atinja os receptores dos sentidos.
Quando a informação entra em contato com os receptores sensoriais adequados dos olhos, do ouvido, entre outros, ocorre a estimulação proximal.Finalmente, a percepção ocorre quando um objeto perceptual interno reflete de alguma maneira propriedades do mundo externo.
Constâncias Perceptuais:
A constância perceptual ocorre quando a percepção de um objeto permanece igual, mesmo que a sensação proximal do objeto distal mude (Gillam, 2000). Vamos ver dois tipos de constância perceptual:
A constância de tamanho: é a percepção de que um objeto mantém o mesmo tamanho, apesar das mudanças no tamanho do estímulo proximal.
A constância de forma: está relacionada à percepção das distâncias. Neste caso, se tem a percepção de que um objeto mantém a mesma forma, apesar das mudanças na forma do estímulo proximal.
Percepção de profundidade:
A profundidade é a distância de uma superfície, em geral, usando o seu próprio corpo como superfície de referência.Ao dirigir, você usa a profundidade para avaliar a distância de um carro que se aproxima.Quando chamamos alguém, avaliamos a distância dessa pessoa para determinar o volume da nossa voz.
Abordagem da Gestalt:
A percepção também organiza objetos em grupos coerentes.Uma forma de entender como essa organização acontece é a partir da abordagem funcional da Gestalt.
A Gestalt baseia-se na noção de que o todo difere da soma das suas partes.Mostra-se útil para entender como percebemos grupos de objetos ou mesmo partes de objetos para formar todos integrais.
Simetria: tendemos a perceber os objetos como se formassem imagens de espelho em torno de seu centro.Exemplo:
			{ [ ] } < ( ) >
Princípio da Similaridade: o princípio da similaridade sugere que elementos similares tendem a aparecer agrupados. O agrupamento pode ocorrer inclusive em ambos os estímulos visuais e auditivos. Itens similares tendem a ser agrupados juntos. Na imagem seguinte, o "triângulo laranja" na verdade não existe:
Princípio do Fechamento: de acordo com o princípio do fechamento, objetos agrupados juntos são vistos como inteiros. Tendemos a ignorar buracos e completar contornos e linhas. Nas imagens seguintes não há quadrados ou triângulos completos. Mas nossa mente muitas vezes ignora as informações contraditórias e preenche as informações incompletas para criar formas e imagens que nos sejam familiares.
Princípio da Proximidade: de acordo com o princípio da proximidade, as coisas que estão próximas umas das outras parecem estar agrupadas. Os círculos seguintes aparentam estar agrupados numa coluna e numa linha, o que na verdade não tem nada a ver com a circunstância, pois nada mais são do que círculos independentes posicionados uns mais próximos do que outros:
Princípio da Continuidade: tendemos a perceber formas que fluem de forma regular ou contínua em lugar das interrompidas ou descontínuas.O princípio da continuidade afirma que os pontos que são conectados por linhas retas ou curvas são vistos de uma forma que se segue o caminho mais suave.Ao invés de ver linhas separadas e os ângulos, as linhas são vistas como pertencentes ao mesmo elemento. As linhas são vistas como se seguissem por um caminho invisível. A figura seguinte mostra uma sequência de traços pequenos dando a ideia de uma linha tracejada inteira que segue do canto esquerdo inferior do quadro até seu canto direito superior:
Figura e Fundo: o mais fundamental dos princípios da Gestalt é nossa tendência a distinguir entre figura e fundo.A discrepância entre figura e fundo é algumas vezes tão vaga que temos dificuldade em perceber o que é o quê. Isso é conhecido como figura reversível.Vejamos o exemplo seguinte:
Em síntese: quando percebemos um campo visual, alguns objetos (figuras) parecem destacar-se e outros aspectos do campo recuam no fundo.