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AULA 01 - CONSTITUIÇÃO ECONÕMICA

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UNIVERSIDADE DE CUIABÁ
FIS – FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS,
GERENCIAIS E EDUCAÇÃO DE SINOP
CURSO DE DIREITO
AULA 01 – A CONSTITUIÇÃO ECONÔMICA
A expressão ordem econômica constitucional pode ser entendida como conjunto de princípios
e regras jurídicas que, funcionando harmonicamente e garantindo os elementos
conformadores de um determinado sistema econômico, instituem uma determinada forma de
organização e funcionamento da economia.
A coexistência de valores, fundamentos e princípios diversos no texto constitucional repercute
sobre o modelo econômico adotado de modo a descaracterizá-lo como sendo de natureza
puramente descentralizada. Pode-se falar, na verdade, da adoção de um modelo econômico
misto que não só resguarda os princípios liberais da livre iniciativa e da concorrência, mas
também ampara a atuação normativa e reguladora do Estado brasileiro diante da atividade
econômica.
O grande Professor português VITAL MOREIRA define Constituição Econômica como:
“O conjunto de preceitos e instituições jurídicas que, garantindo os elementos definidores de
um determinado sistema econômico, instituem uma determinada forma de organização e
funcionamento da economia e constituem, por isso mesmo, uma determinada ordem
econômica; ou, de outro modo, aquelas normas ou instituições jurídicas que, dentro de um
determinado sistema e forma econômicos, que garantem e (ou) instauram, realizam uma
determinada ordem econômica concreta”.
Nas lições do Professor JOSÉ AFONSO DA SILVA:
“A constituição econômica formal brasileira consubstancia na parte da Constituição Federal
que contém os direitos que legitimam a atuação dos sujeitos econômicos, o conteúdo e limites
desses direitos e a responsabilidade que comporta o exercício da atividade econômica”.
Abandonando-se a crença no sistema de mercado como regulador de si mesmo, passa-se,
hoje, até mesmo a exigir uma intervenção do Estado, como agente necessário ao bom
funcionamento e ao equilíbrio necessário ao sistema econômico, chegando-se a um modelo
econômico misto.
1 – FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. ART. 1º DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Mu-
nicípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes elei-
tos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Professor Donizete Rúpolo – e-mail: rupolo.adv@gmail.com 
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FIS – FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS,
GERENCIAIS E EDUCAÇÃO DE SINOP
CURSO DE DIREITO
2 – FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. ART. 3º DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.
Desta forma, a Constituição de 1988 conferiu ao Poder Público competência para planejar a
atividade econômica global, sendo esse planejamento meramente indicativo para o setor
privado, porém determinante para o setor público. Conferiu, ainda, ao Poder Público, no
campo da atividade regulatória estatal, competência para reprimir o abuso do poder
econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento
arbitrário dos lucros.
3 – PRINCÍPIOS DA ORDEM ECONÔMICA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
TÍTULO VII
Da Ordem Econômica e Financeira
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça
social, observados os seguintes princípios:
I – soberania nacional;
II – propriedade privada;
III – função social da propriedade;
IV – livre concorrência;
V – defesa do consumidor;
VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o
impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; 
VII – redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII – busca do pleno emprego;
IX – tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica,
independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
4 – FUNDAMENTOS DA ORDEM ECONÔMICA
4.1 – Valorização do trabalho humano
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O trabalho humano deve ser considerado fator de promoção dos fundamentais. A relação
jurídica de emprego interessa não só empregado e empregador mas o Estado como agente
regulador deve agir a fim de evitar abusos e condutas contrárias aos direitos básicos do
trabalhador previstos no art. 7º da Constituição Federal.
Ex: Fiscalização das condições de trabalho e cumprimento de normas de saúde e segurança no
trabalho.
4.2 – Livre iniciativa
O fundamento da livre iniciativa prescreve que todos possuem o direito de exercer atividades
econômicas, desde que respeitados os direitos fundamentais dos cidadãos, sem cerceamentos
por parte do Estado.
O Supremo Tribunal Federal já decidiu que a intervenção nas atividades econômicas é
possível a fim de preservar a livre iniciativa quando outros agentes econômicos venham
cercear os direitos dos demais agentes econômicos:
"A intervenção estatal na economia, mediante regulamentação e regulação de setores
econômicos, faz-se com respeito aos princípios e fundamentos da Ordem Econômica. CF,
art. 170. O princípio da livre iniciativa é fundamento da República e da Ordem econômica:
CF, art. 1º, IV; art. 170. Fixação de preços em valores abaixo da realidade e em
desconformidade com a legislação aplicável ao setor: empecilho ao livre exercício da
atividade econômica, com desrespeito ao princípio da livre iniciativa." (RE 422.941, Rel.
Min. Carlos Velloso, julgamento em 5-12-2005, Segunda Turma, DJ de 24-3-2006.) 
5 – PRINCÍPIOS DA ORDEM ECONÔMICA
5.1 – Soberania Nacional
O Brasil, no âmbito interno, possui autonomia para fixação dos critérios de desempenho das
atividades econômicas, política fiscal e tributária, regras de concorrência e participação do
Estado nas atividades econômicas, além dos critérios de fiscalização e exclusão do mercado
das empresas consideradas prejudiciais ao mercado.
O deferimento de recuperação judicial, com base no art. 47 da Lei 11.101/2005 demonstra a
soberania do Estado em promover a recuperação de atividade econômica:
Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise
econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do
emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação
da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.
Da mesma forma, as empresas que não são passíveis de recuperação judicial, é possível a
decretação da falência mediante retirada do mercado de sociedades ou empresários não
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recuperáveis: Se de um lado, a lei incentiva a recuperação das empresas viáveis, de outro
lado, sendo ela inviável, por problemas crônicos na atividade ou na administração da empresa,
o Estado deve “promover de forma rápida e eficiente sua retirada do mercado”.
A falência é o PROCESSO JUDICIAL de execução coletiva no qual todo o patrimônio de
um empresário declarado falido (pessoa física ou jurídica) é arrecadado, visando o pagamento
da universalidade de seus credores, de forma completa que compreende arrecadação dos bens,
sua administração e conservação, bem como a verificação e o acertamento dos créditos, para
posterior liquidação dos bens e rateio entre os credores.
O art. 75 da Lei nº 11.101/2005 (Lei de Falências), fiel ao princípio de preservação da
empresa, estabelece:
Art. 75. A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a preser-
var e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, inclusive os in-
tangíveis, da empresa.
Parágrafo único. O processo de falência atenderá aos princípios da celeridade e da economia
processual.
5.2 – Propriedade privada e função social da propriedade
Art. 5º (…)
XXII – é garantido o direito de propriedade;
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
5.2.1 – Propriedade urbana prevista no art. 182 da Constituição Federal:
CAPÍTULO II
DA POLÍTICA URBANA
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento
das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
§ 1º - O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais
de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão
urbana.
§ 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamen-
tais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§ 3º - As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em
dinheiro.
§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no
plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, su-
cessivamente, de:
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I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamen-
te aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais,
iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
5.2.3 – Propriedade rural prevista no art. 186 da Constituição Federal de 1988:
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, se-
gundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
5.3 – Livre concorrência
Atualmente, a livre concorrência encontra-se disciplinada na Lei nº. 12.529/2011 que
estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência – SBDC e dispõe sobre a prevenção
e repressão às infrações contra a ordem econômica, conforme referido no art. 31 do diploma:
Art. 31. Esta Lei aplica-se às pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado, bem
como a quaisquer associações de entidades ou pessoas, constituídas de fato ou de direito,
ainda que temporariamente, com ou sem personalidade jurídica, mesmo que exerçam
atividade sob regime de monopólio legal. 
5.4 – Defesa do Consumidor
Art. 5º (…)
XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; 
A Lei nº. 8.078/90 – Código de Defesa do Consumidor, dispõe sobre a proteção do
consumidor e dá outras providências:
 Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem
pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da
Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço
como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que
indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou
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comercialização de produtos ou prestação de serviços.
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração,
inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes
das relações de caráter trabalhista.
“Farmácia. Fixação de horário de funcionamento. Assunto de interesse local. A fixação de
horário de funcionamento para o comércio dentro da área municipal pode ser feita por lei
local, visando o interesse do consumidor e evitando a dominação do mercado por
oligopólio.” (RE 189.170, Rel. p/ o ac. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 1º-2-2001,
Plenário, DJ de 8-8-2003.) No mesmo sentido: AI 729.307-ED, Rel. Min. Cármen Lúcia,
julgamento em 27-10-2009, Primeira Turma, DJE de 4-12-2009; RE 321.796-AgR, Rel.
Min. Sydney Sanches, julgamento em 8-10-2002, Primeira Turma, DJ de 29-11-2002; RE
237.965-AgR, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 10-2-2000, Plenário, DJ de 31-3-
2000.
5.5 – Defesa do meio ambiente com previsão no art. 225 da Constituição Federal:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º – Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as
entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; 
IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade;
V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias
que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente
§ 2º – Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma
da lei.
§ 3º – As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, as sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danoscausados
5.5.1 – Conceito de meio ambiente no art. 3º da Lei 6.938/91, que dispõe sobre a Política 
Nacional do Meio Ambiente:
Art. 3º – Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I – meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química 
e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;
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A definição de meio ambiente é ampla, pois entendemos que meio ambiente é tudo aquilo que
nos circundam, ou seja, conforme o art. 3º, inciso I, da Lei 6.938/81 (Lei da Política Nacional
do Meio Ambiente), entende-se por meio ambiente o conjunto de condições, leis, influências
e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas
as suas formas.
Já Celso Antonio Pacheco Fiorillo (2006, p. 20) nos ensina que: “A divisão do meio ambiente
em aspectos que o compõem busca facilitar a identificação da atividade degradante e do bem
imediatamente agredido. Não se pode perder de vista que o direito ambiental tem como
objeto maior tutelar a vida saudável, de modo que a classificação apenas identifica o aspecto
do meio ambiente em que valores maiores foram aviltados. E com isso encontramos pelo
menos quatro significativos aspectos: meio ambiente natural, artificial, cultural e do
trabalho”.
5.5.2 – Meio ambiente natural ou físico:
Meio ambiente natural ou físico pode ser entendido como aquele constituído pelo solo, pela
água, pelo ar atmosférico, pela fauna e pela flora, consistindo assim, num equilíbrio entre os
recursos naturais, os bens ambientais naturais ou ecológicos e os diversos ecossistemas
existentes.
José Afonso da Silva (2009, p. 21) preleciona que: “Meio ambiente natural, ou físico,
constituído pelo solo, a água, o ar atmosférico, a flora, enfim, pela interação dos seres vivos
e seu meio, onde se dá a correlação recíproca entre as espécies e as relações destas com o
ambiente físico que ocupam. É este o aspecto do meio ambiente que a Lei n. 6.938, de
31.8.1981, define, em seu art. 3°, quando diz que, para os fins nela previstos, entende-se por
meio ambiente o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física,
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
O meio ambiente natural é tutelado pelo caput e pelo seu parágrafo 1º, incisos I e VII do art. 
225 da CF/88.
5.5.3 – Meio ambiente cultural: 
O meio ambiente cultural esta previsto no art. 216 da CF/88, entretanto, é constituído de bens,
valores e tradições onde as comunidades dão relevância, pois atuam, diretamente, na sua
identidade e formação. Isto quer dizer que meio ambiente cultural é constituído pelo
patrimônio cultural, artístico, arqueológico, paisagístico, manifestações culturais, populares
etc.
De acordo com Celso Antônio Pacheco Fiorillo (2006, p.22), “O bem que compõe o chamado
patrimônio cultural traduz a história de um povo, a sua formação, cultura e, portanto, os
próprios elementos identificadores de sua cidadania”.
A CF/88 dispõe sobre meio ambiente cultural em seus artigos 5º, inciso XXIII (a propriedade
atenderá a sua função social), 21, inciso XX (Compete a União instituir diretrizes para o
desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos), 182
(que estabelece a política de desenvolvimento urbano) e, por fim, o art. 225 da CF/88 trás em
seu caput que todos têm direito a um meio ambiente equilibrado essencial a sadia qualidade
de vida.
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5.5.4 – Meio ambiente artificial: 
O conceito de meio ambiente artificial está diretamente relacionado ao conceito de cidade,
pois entende-se como meio ambiente artificial aquele constituído pelo espaço urbano
construído, caracterizado por um conjunto edificações urbanas particulares (casas, edifícios
etc) e públicas (ruas, praças, áreas verdes, etc).
Referente o Meio Ambiente artificial, José Afonso da Silva (1995, p.3), destaca que: “Meio
ambiente artificial, constituído pelo espaço urbano construído, consubstanciado no conjunto
de edificações (espaço urbano fechado) e dos equipamentos públicos (ruas, praças, áreas
verdes, espaços livres em geral: espaço urbano aberto")”.
Nesse sentido também, para Celso Antônio Pacheco Fiorillo (2006, p. 21), o meio ambiente
artificial “é compreendido pelo espaço urbano construído, consistente no conjunto de
edificações (chamado de espaço urbano fechado), e pelos equipamentos públicos (espaço
urbano aberto)”.
5.5.5 – Meio ambiente do trabalho: 
É o conjunto de condições existentes no local de trabalho. Para Celso Antônio Pacheco
Fiorillo (2006, p. 22): “Constitui meio ambiente do trabalho o local onde as pessoas
desempenham suas atividades laborais, sejam remuneradas ou não, cujo equilíbrio está
baseado na salubridade do meio e na ausência de agentes que comprometem a incolumidade
físico-psíquica dos trabalhadores, independentemente da condição que ostentam (homens ou
mulheres, maiores ou menores de idade, celetistas, servidores públicos, autônomos etc.)”.
Encontramos o meio ambiente do trabalho tutelado na CF/88 no art. 200, inciso VIII, que
dispõe ao sistema único de saúde, além de outras atribuições, colaborar na proteção do meio
ambiente, nele compreendido o do trabalho e, no caput do art. 225 implicitamente. No mesmo
sentido o entendimento fixado na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal:
“A atividade econômica não pode ser exercida em desarmonia com os princípios
destinados a tornar efetiva a proteção ao meio ambiente. A incolumidade do meio
ambiente não pode ser comprometida por interesses empresariais nem ficar
dependente de motivações de índole meramente econômica, ainda mais se se tiver
presente que a atividade econômica, considerada a disciplina constitucional que a rege,
está subordinada, dentre outros princípios gerais, àquele que privilegia a ‘defesa do
meio ambiente’ (CF, art. 170, VI), que traduz conceito amplo e abrangente das noções
de meio ambiente natural, de meio ambiente cultural, de meio ambiente artificial
(espaço urbano) e de meio ambiente laboral. Doutrina. Os instrumentos jurídicos de
caráter legal e de natureza constitucional objetivam viabilizar a tutela efetiva do meio
ambiente, para que não se alterem as propriedades e os atributos que lhe são inerentes,
o que provocaria inaceitável comprometimento da saúde, segurança, cultura, trabalho
e bem-estar da população, além de causar graves danos ecológicos ao patrimônio
ambiental, considerado este em seu aspecto físico ou natural.” (ADI 3.540-MC, Rel.
Min. Celso de Mello, julgamento em 1-9-2005, Plenário, DJ de 3-2-2006.)
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O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Ação de Descumprimento de Preceito
Fundamental – ADPF nº. 101/2009 proibiu a importação de pneus usados sob
fundamento de que o exercício dessa atividade econômica afronta os princípios da
ordem econômica, principalmente a saúde e o meio ambiente: 
ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL:
ADEQUAÇÃO. OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE. ARTS. 170,
196 E 225 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. CONSTITUCIONALIDADE DE
ATOS NORMATIVOS PROIBITIVOS DA IMPORTAÇÃO DE PNEUS USADOS.RECICLAGEM DE PNEUS USADOS: AUSÊNCIA DE ELIMINAÇÃO TOTAL DE SEUS
EFEITOS NOCIVOS À SAÚDE E AO MEIO AMBIENTE EQUILIBRADO. AFRONTA
AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE
ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO (..) Crescente aumento da frota de veículos no
mundo a acarretar também aumento de pneus novos e, consequentemente, necessidade
de sua substituição em decorrência do seu desgaste. Necessidade de destinação
ecologicamente correta dos pneus usados para submissão dos procedimentos às normas
constitucionais e legais vigentes. Ausência de eliminação total dos efeitos nocivos da
destinação dos pneus usados, com malefícios ao meio ambiente: demonstração pelos
dados. 4. Princípios constitucionais (art. 225) a) do desenvolvimento sustentável e b) da
equidade e responsabilidade intergeracional. Meio ambiente ecologicamente
equilibrado: preservação para a geração atual e para as gerações futuras.
Desenvolvimento sustentável: crescimento econômico com garantia paralela e
superiormente respeitada da saúde da população, cujos direitos devem ser observados
em face das necessidades atuais e daquelas previsíveis e a serem prevenidas para
garantia e respeito às gerações futuras. Atendimento ao princípio da precaução,
acolhido constitucionalmente, harmonizado com os demais princípios da ordem social e
econômica. 5. Direito à saúde: o depósito de pneus ao ar livre, inexorável com a falta de
utilização dos pneus inservíveis, fomentado pela importação é fator de disseminação de
doenças tropicais. Legitimidade e razoabilidade da atuação estatal preventiva,
prudente e precavida, na adoção de políticas públicas que evitem causas do aumento de
doenças graves ou contagiosas. Direito à saúde: bem não patrimonial, cuja tutela se
impõe de forma inibitória, preventiva, impedindo-se atos de importação de pneus
usados, idêntico procedimento adotado pelos Estados desenvolvidos, que deles se livram
(…) 8. Demonstração de que: a) os elementos que compõem o pneus, dando-lhe
durabilidade, é responsável pela demora na sua decomposição quando descartado em
aterros; b) a dificuldade de seu armazenamento impele a sua queima, o que libera
substâncias tóxicas e cancerígenas no ar; c) quando compactados inteiros, os pneus
tendem a voltar à sua forma original e retornam à superfície, ocupando espaços que são
escassos e de grande valia, em especial nas grandes cidades; d) pneus inservíveis e
descartados a céu aberto são criadouros de insetos e outros transmissores de doenças;
e) o alto índice calorífico dos pneus, interessante para as indústrias cimenteiras, quando
queimados a céu aberto se tornam focos de incêndio difíceis de extinguir, podendo
durar dias, meses e até anos; f) o Brasil produz pneus usados em quantitativo suficiente
para abastecer as fábricas de remoldagem de pneus, do que decorre não faltar matéria-
prima a impedir a atividade econômica. Ponderação dos princípios constitucionais:
demonstração de que a importação de pneus usados ou remoldados afronta os preceitos
constitucionais de saúde e do meio ambiente ecologicamente equilibrado (arts. 170, inc.
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I e VI e seu parágrafo único, 196 e 225 da Constituição do Brasil). (ADPF 101,
Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 24/06/2009, DJe-108
DIVULG 01-06-2012 PUBLIC 04-06-2012 EMENT VOL-02654-01 PP-00001) 
5.6 – Busca do pleno emprego
A expressão pleno emprego refere-se à utilização de todos os fatores disponíveis para a busca
d equilíbrio entre oferta e demanda de postos de trabalho. 
Em pleno emprego, a quantidade ofertada e demandada de qualquer bem (entre os quais se
encontram os fatores de produção) é a mesma. A noção de pleno emprego é compatível com a
existência de desemprego, já que a definição tradicional de desemprego é mais ampla, e inclui
trabalhadores que só aceitam trabalhar por um salário mais alto que o fator de equilíbrio entre
oferta e demanda. Também comporta a existência de postos de trabalho que não sejam
preenchidos em razão da ausência de trabalhadores com a qualificação exigida.
Medida a fim de garantir o pleno emprego é a proteção em face da automação de postos de
trabalho, conforme previsto no art. 7º, inciso XXVII, da Constituição Federal:
Art. 7º (…)
XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei; 
5.7 – Tratamento favorecido às Microempresas (ME´s) e Empresas de Pequeno Porte
(EPP´s)
A art. 970 do Código Civil de 2002 dispõe sobre o pequeno empresário:
Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário
rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes.
A Lei Complementar 123/2006 dispõe no art. 18-A, §1º, e art. 68, sobre quem é
considerado pequeno empresário: 
Art. 18-A(...)
§ 1º, Para os efeitos desta Lei Complementar, considera-se MEI o empresário individual a que
se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), que tenha
auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais),
optante pelo Simples Nacional e que não esteja impedido de optar pela sistemática prevista
neste artigo.
 Pequeno Empresário
Art. 68. Considera-se pequeno empresário, para efeito de aplicação do disposto nos arts. 970 e
1.179 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), o empresário individual
caracterizado como microempresa na forma desta Lei Complementar que aufira receita bruta
anual até o limite previsto no § 1o do art. 18-A.
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MEI – MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL
Microempreendedor Individual (MEI) é a pessoa que trabalha por conta própria e que se
legaliza como pequeno empresário. Para ser um microempreendedor individual, é necessário
faturar no máximo até R$ 60.000,00 por ano e não ter participação em outra empresa como
sócio ou titular. O MEI também pode ter um empregado contratado que receba o salário
mínimo ou o piso da categoria.
A Lei Complementar nº. 128, de 19/12/2008, criou condições especiais para que o trabalhador
conhecido como informal possa se tornar um MEI legalizado. Entre as vantagens oferecidas
por essa lei está o registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), o que facilita a
abertura de conta bancária, o pedido de empréstimos e a emissão de notas fiscais.
Além disso, o MEI será enquadrado no Simples Nacional e ficará isento dos tributos federais
(Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL). Assim, pagará apenas o valor fixo mensal de
R$ 34,90 (comércio ou indústria), R$ 38,90 (prestação de serviços) ou R$ 39,90 (comércio e
serviços), que será destinado à Previdência Social e ao ICMS ou ao ISS. Essas quantias serão
atualizadas anualmente, de acordo com o salário mínimo. Com essas contribuições, o
Microempreendedor Individual tem acesso a benefícios como auxílio maternidade, auxílio
doença, aposentadoria, entre outros. Maiores informações no site:
http://www.portaldoempreendedor.gov.br/mei-microempreendedor-individual
As Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) encontram previsão na Lei
Complementar Federal nº. 123/2006:
Art. 3º. Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas
de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de
responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de
janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registradosno Registro de Empresas Mercantis
ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que:
I – no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a
R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e 
II – no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta
superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00
(três milhões e seiscentos mil reais).
OBS: Deve-se lembrar que esses valores relativos àqueles que podem ser registrados como
pequeno empresário, juntamente com as Microempresas – ME e Empresas de Pequeno Porte –
EPPs, foram objeto de várias alterações legislativas, ao passo que o profissional deve estar
atento a essas alterações quanto ao correto enquadramento dos empresários nessas
modalidades empresariais.
5.8 – Livre Exercício de Atividade Econômica independentemente de autorização dos
órgãos públicos
A regra do livre exercício da atividade econômica dever ser analisada de acordo com os
dispositivos previstos na legislação infraconstitucional sobre os requisitos e obrigações do
empresário e sociedades empresárias.
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5.8.1 – Requisitos para o exercício de atividade de empresário:
O Código Civil, em seu art. 972 elenca os requisitos para o exercício da atividade de 
empresário, vejamos:
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da
capacidade civil e não forem legalmente impedidos.
 – Capacidade civil (art. 3º e art. 4º do Código Civil de 2002);
 – Ausência de impedimento legal: 
São impedidos de exercer a atividade de empresário os agentes públicos. Os impedimentos
para o exercício da atividade de empresário estão previstos nos diplomas normativos
específicos de cada agente estatal. São juridicamente capazes, contudo, legalmente impedidos
para a atividade de empresário:
a) Os Presidentes e Governadores;
b) Os magistrados e promotores, dentro do distrito em que exercerem suas funções;
c) Os oficiais militares;
d) Os falidos, enquanto não forem declaradas extintas as suas obrigações;
e) Os corretores e agentes de leilão;
f) Os Cônsules em geral;
g) Os médicos na exploração da indústria ou comércio de farmácia, simultaneamente com o 
exercício de sua profissão;
h) Os estrangeiros;
i) Os servidores públicos;
j) Os incursos em quaisquer dos crimes previstos em Lei ou nas restrições legais que possam 
impedi-los de exercer atividades mercantis.
5.8.2 – Obrigação de registro da atividade empresarial:
O registro é o ato que confere personalidade jurídica à empresa, entendida como a aptidão
para ser sujeito de direitos e obrigações no mundo jurídico, na forma do art. 967 do Código
Civil de 2002:
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis
da respectiva sede, antes do início de sua atividade.
Assim, ainda que se afirme a ausência de autorização do Estado para o exercício das
atividades econômicas, note-se a necessidade de observância da legislação referente ao
registro do empresário e sociedade empresária. O Supremo Tribunal Federal já decidiu nesse
sentido:
"O princípio da livre iniciativa não pode ser invocado para afastar regras de regulamentação
do mercado e de defesa do consumidor." (RE 349.686, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento
em 14-6-2005, Segunda Turma, DJ de 5-8-2005.) No mesmo sentido: AI 636.883-AgR, Rel.
Min. Cármen Lúcia, julgamento em 8-2-2011, Primeira Turma, DJE de 1º-3-2011.
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