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Revisão do processo de psicodiagnóstico

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1. Introdução
Este trabalho visa elencar um resumo sobre o processo Psicodiagnóstico, onde busca a definição, objetivos, passos do processo e descrição dos aspectos essenciais envolvidos em cada passo.
Na busca do entendimento sobre as pessoas, diversas formas de olhar vêm percorrendo e elaborando os caminhos históricos do diagnóstico que se iniciou com a descrição dos afetos e humores, passou pelos testes de personalidade e inteligência chegando ao DSM. A partir daí, a importância da reflexão sobre a complexidade da questão do diagnóstico se coloca, deixando espaço para novas possibilidades.
De forma geral, os psicólogos reconhecem a importância, a utilidade e a necessidade de categorizar, de buscar semelhanças e diferenças na compreensão do sofrimento humano. Por outro lado, existe o receio em comprometer a individualidade das pessoas, classificando-as.
Muitos autores já escreveram sobre o processo do diagnóstico de diferentes formas e para diferentes fins. E ainda, existe a necessidade de esclarecer e diferenciar o termo diagnóstico, que muitas vezes se confunde com psicodiagnóstico.
	
De acordo com ARZENO (1995), psicodiagnóstico é diferente de diagnóstico psicológico, pois todo psicodiagnóstico pressupõe a utilização de testes, enquanto no diagnóstico psicológico esses instrumentos nem sempre são necessários ou pertinentes.
2. Definição e objetivos
Psicodiagnóstico é um processo científico, limitado no tempo, que utiliza técnicas e testes psicológicos (input), em nível individual ou não, seja para entender problemas à luz de pressupostos teóricos, identificar e avaliar aspectos específicos, seja para classificar o caso e prever seu curso possível, comunicando os resultados (output), na base dos quais são propostas soluções, se for o caso. (CUNHA, 2000, p. 26).
O objetivo do processo psicodiagnóstico segundo OCAMPO (1981), é descrever e compreender a personalidade total do paciente, os aspectos do passado, presente e futuro. É um processo limitado no tempo que enfatiza a investigação dos sintomas e as características da indicação, através de técnicas como: entrevista semidirigida, técnicas projetivas, entrevista de devolução.
Um psicodiagnóstico completo e corretamente administrado, na visão de ARZENO (1995), permite estimar o prognóstico do caso e a estratégia e/ou abordagem terapêutica mais adequada para ajudar o cliente. As entrevistas diagnósticas vinculares familiares são de grande utilidade para decidir entre a recomendação de um tratamento individual, vincular ou familiar.
3. Passos do processo
3.1 Contrato inicial – levantamento da demanda
O psicodiagnóstico para CUNHA (2000), deve partir de um levantamento de hipóteses a serem confirmadas ou refutadas, através de um processo pré-determinado e objetivos específicos. O processo estabelece um plano de avaliação, num tempo previamente contratado entre paciente ou responsável e o psicólogo. Este plano define os instrumentos necessários, como testes e técnicas, de que forma e quando utilizá-los, baseado nas hipóteses formuladas inicialmente.
“O processo psicodiagnóstico é um processo científico e, como tal, parte de perguntas específicas, cujas respostas prováveis se estruturam na forma de hipóteses que serão confirmadas ou não através dos passos seguintes do processo” (CUNHA; 2000, p. 105).
Segundo CUNHA o psicodignóstico é um processo limitado no tempo e no assim que for possível tem uma previsão, deve ser formalizado com o paciente ou responsável os termos em que o processo psicodiagnóstico vai se desenvolver, definindo papéis, obrigações, direitos e responsabilidade mútuas. Sendo que o contrato de trabalho envolve um comprometimento de ambas as partes em cumprir as obrigações formais.
3.2 Entrevista psicológica
No contexto do psicodiagnóstico, as entrevistas iniciais, que caracterizam o primeiro passo do processo, têm como principais objetivos conhecer o motivo da busca pelo atendimento, conhecer a história de vida do cliente e estabelecer o contrato terapêutico, isto é, as condições em que o trabalho será desenvolvido. Além disso, vale destacar que a entrevista inicial pode ocorrer em uma sessão ape nas, assim como pode acontecer em mais de uma sessão (ARZENO, 1995). De acordo com Ocampo e Arzeno (2001), a entrevista inicial é um instrumento fundamental no processo de psicodiagnóstico, pois o psicólogo clínico colherá informações sobre o motivo da procura pelo atendimento, fará observações, estabelecerá o rapport com o cliente e colherá informações importantes sobre sua história de vida. A partir desta coleta de dados é que o profissional é capaz de levantar hipóteses iniciais e traçar os objetivos da avaliação clínica, o que é decisivo para o planejamento do plano de avaliação, com definição dos instrumentos a serem utilizados. É neste cenário – das entrevistas iniciais do psicodiagnóstico – que será desenvolvido o presente estudo, uma vez que através de experiências acadêmicas foi possível perceber a importância da entrevista inicial, tanto no processo de psicodiagnóstico, quanto em outros contextos de avaliação psicológica e até mesmo na própria psicoterapia.
A entrevista inicial, segundo Ocampo e Arzeno (2001), refere-se a uma entrevista semidirigida, pois o cliente tem liberdade para expor seus problemas da forma que preferir, tendo a intervenção do psicólogo para esclarecer informações e abordar temas relevantes para o processo, por exemplo. 
Para Carrasco e Potter (2005), opta-se pela entrevista semidirigida devido ao tempo restrito contratado com o cliente e com seus familiares ou responsáveis, tendo início, meio e fim bem delimitados. Vale ressaltar que a entrevista não deve ser entendida como distante, fria ou exploratória apenas. O cliente deve sentir-se atendido em sua demanda, ao mesmo tempo em que não pode se sentir invadido e o processo não pode ser desviado de seus objetivos iniciais. Para essas autoras, é justamente a utilização de entrevistas semidirigidas e de testes psicológicos que caracteriza e diferencia a atuação do psicólogo num processo de psicodiagnóstico e na psicoterapia. A entrevista inicial é importante para que o psicólogo conheça o cliente de forma exaustiva e possa extrair dados para formulação de hipóteses, planejamento de bateria de testes e para que possa interpretar com precisão os dados dos testes e da entrevista devolutiva. 
Entretanto, Ocampo e Arzeno (2001) destacam que é recomendável começar a entrevista de forma mais diretiva, para que haja apresentação tanto do psicólogo, quanto do cliente, assim como para esclarecer questões relacionadas ao contrato terapêutico – esclarecimento do que é psicodiagnóstico, sigilo, formas de pagamento e duração das sessões, por exemplo. 
De acordo com Carrasco e Potter (2005), geralmente, o primeiro contato norteia o psicólogo quanto à escolha de testes e técnicas que serão utilizados no processo. Além disso, deve se dar destaque ao contrato, para que o cliente e seus responsáveis estejam cientes dos objetivos do processo de psicodiagnóstico.
3.3 Seleção da bateria de testes e coleta de informações
Coleta de informações dever ser realizada pelos meios escolhidos (entrevistas, dinâmicas, observações e testes projetivos e/ou psicométricos, etc). É importante salientar que a integração dessas informações devem ser suficientemente amplas para dar conta dos objetivos pretendidos pelo processo de avaliação. Não é recomendada a utilização de uma só técnica ou um só instrumento para a avaliação;
Bateria de testes é a expressão utilizada para designar um conjunto de testes ou de técnicas, que podem variar entre dois e cinco ou mais instrumentos, que são incluídos no processo psicodiagnóstico para fornecer subsídios que permitam confirmar ou infirmar as hipóteses iniciais, atendendo o objetivo da avaliação. Sendo que a bateria de testes é elaborada a partir da hipótese levantada. O sujeito deve ser o foco da testagem e não os testes.
Nenhum teste proporciona uma avaliação completa da pessoa, e que a aplicação de uma série de testes diminuia margem de erros. Daí a justificativa para o uso de uma bateria de testes. (EXNER apud CUNHA, 2000).
O teste psicológico deve ser aplicado em condições previamente definidas, a fim de possibilitar o esclarecimento das dimensões psicológicas do individuo estudado. 
A seleção da bateria deve considerar a idade, sexo, nível de escolaridade, nível sócio-econômico, origem (rural ou urbana), condições físicas gerais, presença de deficiências físicas, nacionalidade, e a necessidade de equipamentos especiais para a aplicação dos instrumentos. 
O sujeito deverá ser informado quanto a natureza e o objetivo da avaliação e dos testes a serem empregados. O psicólogo deverá seguir rigorosamente as instruções, os exemplos, o tempo e outras orientações que se encontrem no manual, evitando quaisquer improvisações que possam comprometer todo o processo de validade do instrumento.
O individuo deverá ser motivado pelo psicólogo para a realização das tarefas, mas deverá ter o cuidado para não interferir no desempenho do mesmo.
O psicólogo deverá estar atento ao comportamento do sujeito na situação da avaliação, observando a sua forma de respostas e o seu envolvimento na situação de teste e de todo o processo.
É importante o desenvolvimento de um relacionamento de confiança (rapport) no processo da avaliação.
Ao fornecer os resultados dos testes psicológicos para o examinando, o psicólogo não deverá informar quais eram as respostas esperadas ou os critérios utilizados para a avaliação dos mesmos, considerando que tal comportamento inviabilizará o uso futuro destes instrumentos.
3.4 Integração de dados
Após o psicólogo ter aplicado a bateria de testes, é feita a integração de dados. Segundo Arzeno (1995), nessa etapa o psicólogo deve se dedicar a tabular os resultados dos testes, classificar e interpretar as hipóteses levantadas para que suas conclusões sejam usadas e integradas ao restante do material coletado. Portanto, o psicólogo deve conseguir uma boa integração de tudo aquilo que foi registrado e observado ao longo das etapas realizadas. Ainda de acordo com a autora citada, a integração de dados coletados ao longo do psicodiagnóstico refere-se ao estudo detalhado tanto das recorrências, quanto das convergências que aparecem ao longo do processo, auxiliando, assim, no esclarecimento do caso. É preciso contextualizar as conclusões, considerando as condições econômicas, sociais e culturais do cliente.
3.5 Documento produzido e devolução dos resultados
Ao elaborar a conclusão, o psicólogo não deverá ser influenciado por preconceitos, distinções sociais, valores, religião ou características físicas do sujeito. Este relatório síntese deve ser clara, abrangendo o indivíduo em todos os seus aspectos, enfatizando a natureza dinâmica e circunstancial dos dados apresentados. Devendo ser apresentado em linguagem adequada aos destinatários de modo a evitar interpretações errôneas das informações, devendo sempre incluir recomendações específicas. 
O laudo deverá levar em consideração sua finalidade, conter a descrição dos procedimentos e conclusões resultantes do processo de avaliação psicológica. O documento deve dar direções sobre o encaminhamento, intervenções ou acompanhamento psicológico. As informações fornecidas devem estar de acordo com a demanda, solicitação ou petição, evitando-se a apresentação de dados desnecessários aos objetivos da avaliação.
A última etapa do psicodiagnóstico refere-se à entrevista de devolução, que para Carrasco e Potter (2005), diz respeito àquela na qual o psicólogo transmite às pessoas envolvidas a compreensão obtida ao longo do processo de psicodiagnóstico. Para a realização da entrevista de devolução sugere-se que haja um roteiro previamente definido, mas que seja suficientemente flexível para atender a demanda das pessoas envolvidas. Segundo Arzeno (1995), essa etapa pode ocorrer em uma entrevista apenas, assim como pode ocorrer em mais de uma entrevista. Na entrevista de devolução, o psicólogo explica aos participantes do processo de psicodiagnóstico sobre as conclusões extraídas ao longo dele. Em relação às pessoas que devem ter acesso aos resultados do processo, Cunha (2000) aponta que eles devem ser comunicados aos solicitantes e aos participantes do processo.
REFERÊNCIAS
ARZENO, María Esther García. Psicodiagnóstico clínico: novas contribuições. Porto Alegre: Artmed, 1995. 
CARRASCO, Leanira Kesseli; POTTER, Juliana Rausch. Psicodiagnóstico: recurso de compreensão. In: MACEDO, Mônica Medeiros Kother; CARRASCO, Leanira Kesseli (Org.). (Con)textos de entrevista: olhares diversos sobre a interação humana. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005, p. 181-191.
CUNHA, Jurema Alcides. Psicodiagnóstico-V. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 678p.
OCAMPO, M. L. S. de; ARZENO, M. E. G. A entrevista inicial. In: OCAMPO, M. L. S. de; ARZENO, M. E. G.; PICCOLO, E. G. De e cols. O processo psicodiagnóstico e as técnicas projetivas. 10 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 15-46.

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