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Assistente ContábiL MODULO IV

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Assistente Contábil
MÓDULO IV 
19 IMÓVEL 
19.1 ALUGUEL 
20 DESPESAS DE VENDAS ADMINISTRATIVAS 
20.1 DESPESA COM PESSOAL 
20.1.1 Salários e Ordenados 
20.2 FÉRIAS 
20.3 GRATIFICAÇÕES 
20.3.1 Quem Pode Receber: 
20.3.2 Classificação da Gratificação 
20.3.3 Pagamento Habitual - Integração no Salário 
20.4 13º SALÁRIO 
21 INSS, FGTS E INDENIZAÇÕES 
21.1 HONORÁRIOS 
21.2 COMISSÕES DE VENDAS 
22 PROVISÃO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS 
22.1 DESPESAS GERAIS 
22.2 DESPESAS DE SEGUROS 
22.3 DESPESAS FINANCEIRAS 
22.4 DESCONTOS CONCEDIDOS 
22.5 JUROS 
23 RECEITA BRUTA DE VENDAS 
23.1 RECEITA FINANCEIRA 
MODULO IV
19 IMÓVEL 
Para falar do conceito de imóvel vamos primeiro relembrar o que são bens: são coisas materiais e concretas úteis aos homens e de expressão econômica, susceptíveis de apropriação. Desta forma, são imóveis: 
a) Aqueles que não podem ser removidos de um lugar para o outro sem destruição e os assim considerados para os efeitos legais (artigos 79 e 80 do Código Civil). 
Dividem-se em: 
(I) imóveis por natureza (artigo 79, 1ª parte do Código Civil); 
(II) por acessão natural (artigo 79, 2ª parte do Código Civil); 
(III) por acessão artificial ou industrial (artigo 79, 3ª parte do Código Civil); e por determinação legal (artigo 80 do Código Civil).
19.1 ALUGUEL 
É a contraprestação paga em troca de uma locação. O mais comum é que seja fixado em dinheiro e pago periodicamente. Mas pode ser pago de uma vez só. Prestem atenção: é contravenção penal receber aluguel antecipado que seja garantido (art. 43 da Lei nº 8.245). A pena é de prisão simples de cinco dias a seis meses ou multa de três a 12 meses do valor do último aluguel. 
O aluguel é sempre devido enquanto o bem estiver à disposição do locatário. Não importa se ele ainda não tiver aberto um estabelecimento comercial. A lei também proíbe a elevação forçada do valor do aluguel. Todo contrato de locação se renova imediatamente por tempo indeterminado se as partes se mantiverem silentes. Não pode o senhorio aumentar unilateralmente o valor do aluguel, sem antes conversar com o inquilino. Se houver cobrança forçada, o inquilino poderá ir ao Judiciário pedir que o juiz arbitre um valor de mercado.
O aluguel, em geral, é pago no domicílio do locatário, a não ser que se estipule em contrário. Pode ser estipulado de maneira diferente. Ação de despejo para imóveis, combinada com cobrança de aluguéis é a ação cabível para o caso de o inquilino incorrer em alguma hipótese de rescisão contratual. Em se tratando de locação de bens móveis, a medida é busca e apreensão. Note que não cabe imissão na posse no contrato de locação.
20 DESPESAS DE VENDAS ADMINISTRATIVAS 
Despesa é o encargo necessário para comercialização dos bens ou serviços, objetos da atividade da organização, bem como e essencial para a manutenção da estrutura empresarial, independentemente da sua frequência. 
Godoy (2007) esclarece que as despesas de vendas representam os gastos de promoção, colocação e distribuição dos produtos da empresa, bem como os riscos assumidos pela venda, tais como: 
a) despesas com o pessoal da área de vendas: salários, gratificações, férias, 13º salário, encargos sociais, assistência médica, comissões sobre vendas; 
b) propaganda e publicidade; 
c) gastos com garantia de produtos; 
d) utilidades e serviços: transporte, depreciação e manutenção de bens, energia elétrica, telefone, água.
A despesa, embora direta ou indiretamente necessária para a geração da receita, não está associada à prestação do serviço ou à produção do bem, não sendo, portanto, agregada ao custo.
20.1 DESPESA COM PESSOAL 
Sob o ponto de vista técnico contábil, despesa com pessoal é todo e qualquer recurso consumido ou aplicado pela entidade na remuneração direta ou indireta de seus funcionários. Também são despesas com pessoal os encargos sociais previstos em lei e os benefícios oferecidos espontaneamente, ou concedidos em razão de previsão legal, de acordos firmados entre empregador e empregados ou de decisões judiciais.
Administrativamente, os gastos com pessoal podem ser classificados da seguinte forma: 
a) obrigações legais e contratuais, garantidos pela Constituição Federal, pela CLT e legislação trabalhista e previdenciária; 
b) obrigações firmadas por meio de acordos, convenções ou dissídios coletivos; 
c) liberalidades da empresa. 
Parcela significativa das despesas com pessoal está compreendida entre as verbas e encargos sociais que transitam pela folha de pagamento de salários, tais como: 
d) a remuneração direta e indireta do empregado – salários, descanso semanal remunerado, horas-extras, gratificações, adicionais noturnos, adicionais de insalubridade, comissões, férias, terço constitucional, 13º salário, aviso-prévio, participações nos lucros, multa rescisória de 40% de FGTS, salário-maternidade, licença-paternidade, auxílio-doença;
e) os encargos sociais incidentes sobre a remuneração – contribuição previdenciária do empregador, subdividida em contribuição previdenciária, contribuição a terceiros e seguro acidente do trabalho, e a contribuição ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço etc. 
Alguns benefícios concedidos pela empresa aos empregados, por iniciativa própria ou compulsoriamente, por não ser parte integrante da base de cálculo da contribuição previdenciária, nem do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, ou do Imposto de Renda Retido na Fonte, não são incluídos entre as verbas do empregado. Apenas a parcela descontada do empregado, quando houver, é que figura na folha de pagamento, entre os descontos. 
São exemplos desses gastos: o vale-transporte, a alimentação, os planos de assistência médica, auxílio-creche, contribuição da empresa para fundos de pensão, seguro de vida em grupo, bolsas de estudos, treinamentos etc. Também integram os gastos com pessoal os encargos de depreciação, arrendamento mercantil, aluguel e/ou manutenção de utilidades fornecidas aos empregados, tais como moradia, veículos etc.
Uma despesa ou gasto poderá ser um custo de produção ou uma despesa operacional, de acordo com a função do empregado que o consumiu ou dele foi beneficiado. A definição técnica de despesa é “o sacrifício de recursos para se obter receita”, normalmente atribuída ao mês de competência, conforme prescrevem os princípios contábeis. (RIBEIRO, 2005). 
Diante disso, todo o gasto incorrido com o pessoal de produção, se foi realizado para a obtenção de um produto ou para a execução de um serviço, é custo de produção. E todo gasto realizado com o pessoal administrativo e dos setores comerciais que são realizados para a obtenção das receitas do período, são despesas. 
A natureza do gasto é indicada pela função do funcionário dentro da empresa. Logo, os gastos com pessoal devem ser classificados de acordo com a atividade realizada pelo funcionário, a saber: 
a) os gastos incorridos com o pessoal de produção de bens ou de serviços são classificados como custos de produção; 
b) os gastos referentes ao pessoal da administração são classificados como despesas administrativas; 
c) os gastos relativos ao pessoal alocados nos setores de vendas são classificados como despesas comerciais.
20.1.1 Salários e Ordenados 
Nunes (2007) conceitua salário como o rendimento que os trabalhadores recebem em troca do trabalho que despendem no processo produtivo. Em outras palavras, o salário é o valor pago aos trabalhadores em troca de determinada quantidade de trabalho. Sendo um determinado valor, o salário é estabelecido, tal como qualquer outro preço, no mercado (neste caso no mercado de trabalho), por meio do encontro entre quem oferece (os trabalhadores) e quem o procura (as empresas). 
Ocio (1978) explicita que os salários são determinados pelo custo de reprodução da mão de obra. Por conseguinte, os salários pagos aos trabalhadores mais qualificados, cujo custo de formação é mais elevado, corresponderão a salários maiores. Ao mesmo tempo este autor esclarece que, dependendo
do nível de especialização, também gozarão de condições de mercado mais favoráveis. Assim, o preço de mercado do trabalho qualificado tenderá a ser mais elevado do que seu preço natural ou custo de reprodução. 
Por ordenado entendemos a remuneração da classe burocrática ou tecnoburocrática. Os ordenados, segundo Ocio (1978) não dependem do custo de reprodução da burocracia. Sua determinação varia de acordo com a posição hierárquica que burocratas e técnicos ocupam na escala social, própria da divisão funcional do trabalho, em determinada organização.
20.2 FÉRIAS 
Férias é o período de descanso anual, que deve ser concedido ao empregado após o exercício de atividades por um ano, ou seja, por um período de 12 meses, período este denominado “aquisitivo”. As férias devem ser concedidas dentro dos 12 meses subsequentes à aquisição do direito, período este chamado de “concessivo”. 
O artigo 7º da Constituição federal (CF) de 1988 diz que: “É assegurado a todo trabalhador o gozo de suas férias anuais remuneradas com pelo menos 1/3 a mais que o salário”. O artigo 130 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) traz que:
Após cada período de 12 meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito às férias nas seguintes proporções: 
- 30 dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 vezes; 
- 24 dias corridos, quando houver tido de 6 a 14 faltas; 
-18 dias corridos, quando houver tido de 15 a 23 faltas; 
-12 dias corridos, quando houver tido de 24 a 32 faltas.
Acima de 32 faltas o trabalhador perde o direito às férias. O parágrafo 1º do artigo acima nos trás que: “é vedado descontar do período de férias as faltas justificadas do empregado ao serviço”. Parágrafo 2º do art.130 explicita que: “O período de férias é computado no tempo de serviço”.
A) Art. 130 da CLT (regime de trabalho semanal) 
Na modalidade de regime de tempo parcial, após cada período de 12 (doze) meses de vigências do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: 
- 18 dias corridos para duração de trabalho semanal superior a 22 horas até 55 horas; 
- 16 dias corridos para duração de trabalho semanal superior a 20 horas até 22 horas; 
- 14 dias corridos para duração de trabalho semanal superior a 15 horas até 20 horas; 
- 12 dias corridos para duração de trabalho semanal superior a 10 horas até 15 horas; 
- 10 dias corridos para duração de trabalho semanal superior a 05 horas até 10 horas; 
- 08 dias corridos para duração de trabalho igual ou inferior a 05 horas. 
Acima de 7 faltas sem justificativa perde-se o direito às férias.
B) Prescrição das férias: Art.149 da CLT 
A prescrição do direito de reclamar as férias ou a sua concessão, bem como o seu pagamento (remuneração), será contada do término do prazo mencionado no art. 134 ou, se for o caso, da cessação do término do contrato de trabalho. 
Artigo 7º da CF 88: “A ação quanto aos créditos resultantes das relações do trabalho prescrevem em 5 anos para o trabalhador urbano, até o limite de 2 anos após a extinção do contrato de trabalho”.
C) Aviso de Férias: art. 135 da CLT: 
“A concessão de férias será participada por escrito ao empregado com antecedência mínima de 30 dias”. Lançamento de férias em folha de pagamento: as férias concedidas aos empregados, sejam simples ou em dobro, sofrem incidência de encargos sociais e deverão ser lançadas em folha de pagamento para apuração de INSS, FGTS e IRRF.
D) Período aquisitivo- extinção e continuação: 
Art. 133 da CLT - Perderá o direito às férias o empregado que no curso do período aquisitivo: 
- Deixar o emprego e não for admitido dentro de 60 dias subsequentes à sua saída. 
- Permanecer em gozo de licença com percepção de salários por mais de 30 dias. 
- Tiver percebido da previdência social prestações por acidente do trabalho ou de auxílio doença por mais de (seis) meses, embora descontínuos. 
- Deixar de trabalhar com percepção de salários por mais de 30 dias em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa.
Art. 133 § 2º da CLT - Inicia-se o decurso de um novo período aquisitivo quando o empregado, após o implemento de qualquer das condições previstas neste artigo, retornar ao serviço. 
Ex: 10/01/2011 a 12/02/2012 (período aquisitivo) 
Período de afastamento 12/02/2012 a 12/03/2012 (férias - período de afastamento).
Art.134 da CLT - As férias serão concedidas por ato do empregador em um só período nos 12 meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. 
§1º - somente em casos excepcionais serão concedidas as férias em dois períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 dias corridos. 
Ex: Período aquisitivo: 01/06/2011 a 01/06/2012 
Período de afastamento (férias em dois períodos): 01/06/2012 a 12/06/2012
Art. 142 da CLT - O empregado perceberá durante as férias a remuneração que lhe for devida na data de sua concessão. Se ocorrer reajustes salariais na empresa durante as férias do empregado, este fará jus ao complemento do valor recebido. 
§5º: os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insalubridade ou perigoso serão computados no salário, que servirá de base para o cálculo das férias.
Art. 145 da CLT - O pagamento da remuneração das férias e se for o caso do abono referido no art.143 serão efetuados até dois dias antes do início do respectivo período. 
Parágrafo único: o empregado dará quitação do pagamento com indicação de início e término das férias.
Férias em dobro: Art. 137 da CLT 
Sempre que as férias forem concedidas após o prazo que trata o art.134 (após 12 meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito às férias), o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração.
Art.143 da CLT - É facultado ao empregado converter 1/3 do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes. 
§1º o abono de férias deverá ser requerido 15 dias antes do término do período aquisitivo, o cálculo da conversão do 1/3 das férias em abono é feito por meio da seguinte formula: dias que tem direito dividido por 3.
Férias proporcionais: Art. 147 da CLT 
O empregado que for dispensado sem justa causa ou cujo contrato de trabalho se extinguir em prazo predeterminado antes de completar 12 meses de serviço terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias.
Fórmula de calculo: Dias* mês: 12 = dias que tem direito
Férias coletivas: A legislação permite que o empregador dê férias coletivas para os departamentos que julgar necessário. A empresa não precisa parar por completo, mas somente as áreas mais afetadas pelo período de baixa. Segundo a contadora, para que tudo saia conforme a lei e sem prejuízos, o ideal é que as férias coletivas sejam planejadas junto do calendário de férias individuais da equipe. 
As férias coletivas podem ser objeto de acordo coletivo entre o empregador e o sindicato. Na falta deste item no acordo, pode o empregador fixar o regime e a época das férias coletivas dos empregados. Para esse fim, deverá o empregador comunicar a DRT (Delegacia Regional do Trabalho) e o sindicato, sua intenção por escrito, pelo menos 15 dias antes do início das férias coletivas. 
Sobre as férias coletivas incidirão normalmente as verbas e encargos de férias normais, entretanto deve-se ter atenção com os empregados com menos de um ano na empresa, o período de suas férias ficam alterados, face às férias coletivas de trabalho. 
Nas férias coletivas, não se pode converter um terço delas em abono pecuniário; este tratamento aplica-se tão somente ás férias individuais. O empregado afastado pelo INSS (Instituto Nacional Seguridade Social) não gozará as férias coletivas, mas se por coincidência receber alta médica no período da mesma, o tratamento dar-se-á como licença remunerada (Art. 59, 139, 143 e 611 da CLT).
20.3 GRATIFICAÇÕES
A gratificação é uma forma de vencimentos paga como agradecimento ou reconhecimento por um trabalho realizado ou uma meta atingida e que tenha
superado as expectativas do empregador. (LABORTIME, 2012). 
A gratificação paga aos empregados não é base para cálculo de horas extras, férias, aviso-prévio, adicional noturno ou outro adicional como insalubridade ou periculosidade, desde que o período mínimo de pagamento seja semestral. (LABORTIME, 2012).
Entretanto, a gratificação, recebida em qualquer período de pagamento, será base para cálculo da indenização por antiguidade e no pagamento do 13º salário. Este entendimento se baseia na Súmula 253 do TST:
20.3.1 Quem Pode Receber 
A legislação trabalhista não estabelece em suas alíneas quem pode ou não receber o pagamento de gratificações. A princípio, este pagamento pode ser feito a qualquer empregado. Este tipo de remuneração comumente utilizado no setor público e nas empresas privadas é uma exceção, muito embora estas se utilizem deste recurso para atrair ou reter talentos. 
Normalmente, a sua concessão pode decorrer do acordo coletivo de trabalho da respectiva categoria profissional, do regulamento interno da empresa ou da vontade do empregador. A gratificação pode ter várias modalidades, tais como, por assiduidade, por produção, por antiguidade entre outras.
20.3.2 Classificação da Gratificação 
A gratificação pode ser classificada de diversas formas: 
I) Quanto à periodicidade do pagamento: mensais, bimestrais, trimestrais, semestrais ou anuais; 
II) Quanto ao valor: fixas ou variáveis; 
III) Quanto à fonte da obrigação: 
a) autônomas (decorrentes da vontade das partes, empregado e empregador ou ainda por acordo ou convenção coletiva); ou 
b) heterônomas (decorrentes da vontade unilateral do empregador); 
IV) Quanto ao tipo de ajuste: expressas, verbais ou escritas e tácitas;
V) Quanto à causa: 
a) gratificações de função (que tem como causa o exercício de uma função específica). O empregado só terá direito a receber a gratificação enquanto permanecer na função. Cessada a causa, cessa o efeito;
b) gratificações de balanço (decorrentes dos lucros acusados em balanço, podendo ser pagas de forma fixa, percentagem do salário, a critério da empresa); 
c) gratificações de eventos (decorrentes de um evento específico como festas, semana da CIPA, campanhas diversas entre outras).
20.3.3 Pagamento Habitual - Integração no Salário 
Não sendo estipulada a forma de pagamento da gratificação por força de contrato, acordo ou convenção coletiva, a jurisprudência entende que a frequência mínima entre um período e outro, para que não integre o salário, seja de 6 (seis) meses. No entanto, pode-se entender pela Súmula 207 do Supremo Tribunal Federal que, mesmo que o pagamento seja anual, a gratificação irá integrar o salário do empregado:
Não há, portanto, um conceito exato sobre a “habitualidade”, o que dependerá, geralmente, do entendimento do Tribunal que está julgando a matéria. Há muitas empresas que acabam diluindo o pagamento da parcela única semestral em parcelas bimestrais ou até mesmo mensais. Esta forma de remuneração é entendida pelos Tribunais do Trabalho, inclusive pelo TST, como habitual, integrando o salário para todos os efeitos legais, conforme dispõe o § 1º do art. 457 da Consolidação das Leis do Trabalho. 
Se o valor da gratificação paga for variável, a integração ao salário se dará pela média duodecimal. Quando a gratificação corresponder a um valor fixado por mês ou a um determinado percentual sobre o salário, a integração independe de média, sendo efetuada pelo valor devido na data da concessão da verba trabalhista. (férias, 13º salário etc.). 
20.4 13º SALÁRIO
O 13º salário é o nome mais conhecido da gratificação de Natal, instituída no Brasil em 1962, pela Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962. É um salário extra oferecido ao trabalhador no final de cada ano, calculado com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria do cidadão. O 13º salário está previsto na Constituição Federal de 1988 como um direito do trabalhador urbano e rural, inclusive o doméstico e o avulso (que presta serviço a diversas empresas, mas é contratado por sindicatos e órgãos gestores de mão de obra, como na extração de sal ou em portos). 
Quem trabalhar pelo menos 15 dias com carteira assinada tem direito ao 13º salário na fração de 1/12 avos da remuneração devida em dezembro ou no mês da rescisão, por mês de serviço. A fração de 15 dias trabalhados no mês é considerada mês integral para pagamento 1/12 avos do salário. As faltas injustificadas serão computadas para desconto do 13º salário, considerando que só há redução quando o empregado deixar de trabalhar 15(quinze) dias no mês. 
No afastamento por auxílio-doença é devido o 13º somente nos primeiros 15(quinze) dias de afastamento, quando a empresa é responsável, inclusive pelo pagamento normal do salário referente a este período. No afastamento por acidente de trabalho fica a empresa obrigada a pagar o 13º salário do empregado, podendo descontar a parcela que este receber anualmente a título de abono.
SÚMULA 46 do TST (Tribunal Superior do Trabalho): As faltas ou ausências decorrentes de acidente do trabalho não são consideradas para os efeitos de duração de férias e cálculo da gratificação natalina. Não terá direito ao 13º salário o empregado afastado para prestação de serviço militar. 
Na rescisão contratual é devido, independente do tempo de serviço ou motivo, salvo por justa causa, conforme art. 7º do Decreto nº 57.155, de 03 de novembro de 1965. O pagamento da gratificação ao trabalhador não aposentado é feito em duas parcelas. A primeira é o chamado adiantamento, que corresponde à metade do salário recebido no mês anterior e deve ser pago entre fevereiro e novembro de cada ano, segundo escolha do empregador. A segunda parcela, que deve ser paga até 20 de dezembro, é calculada subtraindo-se o adiantamento já recebido da remuneração integral do cidadão no mês de dezembro. 
As horas extras, o adicional noturno e gratificação habitual integram o 13º salário. Há incidência de FGTS sobre o valor da 2º parcela do 13º salário, com recolhimento juntamente com o salário do mês de dezembro. Há incidência de INSS sobre o valor integral do 13º salário, com recolhimento dia 20/12. Há também a incidência de IRRF sobre o valor integral do 13º salário, com recolhimento no 3º dia da semana seguinte ao recebimento do mesmo. 
No caso de trabalhador que não tenha completado um ano de serviço, o 13º salário é proporcional, calculado dividindo-se o valor da remuneração no mês de dezembro por 12 e multiplicando-se o resultado pelo número de meses trabalhados. Em qualquer caso, se um trabalhador apresentar mais de 15 faltas não justificadas num mês, esse mês não é contabilizado como trabalhado (BRASIL, 2012). 
Para os empregados que recebem salário variável, o 13º salário será calculado pela média das comissões ou percentagens recebidas nos últimos 12 meses. Os empregados que percebem salário misto terão a primeira parcela do 13º salário equivalente à soma da média da comissão, acrescida do fixo, dividido por dois.
21 INSS, FGTS E INDENIZAÇÕES 
INSS é a sigla de Instituto Nacional do Seguro Social, é um órgão do Ministério da Previdência Social, ligado diretamente ao Governo. O INSS foi criado em 1988 e têm diversas funções, em especial as contribuições de aposentadoria dos cidadãos. É também o órgão responsável por receber as contribuições dos indivíduos, tendo como função fazer os pagamentos de aposentadorias, auxílio-doença, pensão por morte, auxílio-acidente e outros vários benefícios previstos por lei. 
Os funcionários têm o valor do INSS descontados diretamente na sua folha de pagamento e os valores a serem descontados variam em função do salário de cada um, podendo variar de 8% a 11%. Quanto maior o salário, maior é o desconto. 
Este encargo deverá ser recolhido no 1º dia útil do mês após o fato gerador na seguinte proporção: 
a) 8% dentro do mês de vencimento da obrigação; 
b) 14% no mês seguinte; 
c) 20% a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação. 
A apuração do INSS é calculada
da seguinte forma: 
a) Itens: 
- Folha de pagamento; 
- Recibos de férias; 
-Termo de rescisão de contrato de trabalho; 
- Recibo de pagamento a autônomos; 
- Folha de pagamento de 13º salário.
b) Descontos dos empregados: 
- O desconto obedece à tabela mensal de descontos em vigor no mês da elaboração da folha de pagamento, o salário. 
- O salário de contribuição para o INSS é composto das seguintes parcelas ou vencimentos mensais: 
- salários; 
- adicionais: tempo de serviço, noturno, periculosidade, insalubridade, transferência; 
- auxílio-doença (primeiros 15 dias); 
-Aviso-prévio trabalhado ou cumprido em casa; 
-comissões; 
-13º salário (1º e 2º parcelas);
- Férias vencidas ou normais que forem gozadas na vigência do contrato de trabalho; 
- 1/3 das férias; 
- MHE (médias de horas extras); 
- Gorjetas ou gratificações habituais; 
- Horas extras; 
- Remuneração de diretores empregados; 
- Saldo de salários na rescisão; 
- Salário-família (excedente ao legal); 
- Salário in natura; 
-Salário-maternidade (120 dias); 
- Afastamentos ou indenizações em rescisão. 
c) O valor do salário-família é calculado e pago conforme a tabela em vigor no mês da elaboração da folha de pagamento. No mês de dezembro o valor do INSS a ser descontado dos funcionários será apurado da seguinte forma: 
Salário de dezembro + 13º salário = valor a descontar (7, 8, 9, 11%).
Qualquer contribuição referente ao 13º, que for recolhido já no dia 21 sofrerá incidência de juros de mora, multa e correção. 
d) Para os empregados que trabalham em mais de uma empresa, o critério para o desconto do INSS deverá ser: 
Teto máximo: total de salários * salário = base de calculo * percentual = INSS a recolher.
FGTS- Fundo de garantia por tempo de serviço: 
Foi instituído pela Lei nº 5.107, de 13/09/66. Esta lei foi regulamentada pelo Decreto nº 59.820, de 20/12/66. Formado por depósitos mensais, efetuados pelas empresas em nome de seus empregados, no valor equivalente ao percentual de 8% das remunerações que lhes são pagas ou devidas; em se tratando de contrato temporário de trabalho com prazo determinado, o percentual é de 2%, conforme dispõe o inciso II do art. 2º da Lei nº 9.601, de 21/01/98. 
A lei que dispõe sobre o FGTS é a de nº 8.036, de 11/05/90, republicada em 14/05/90, que já sofreu várias alterações. O FGTS constitui-se em um pecúlio disponibilizado quando da aposentadoria ou morte do trabalhador e representa uma garantia para a indenização do tempo de serviço, nos casos de demissão imotivada. 
A diferença básica em relação ao modelo anterior é que esses depósitos integram um fundo unificado de reservas, com contas individualizadas em nome dos trabalhadores. Além de ampliar o direito indenizatório do trabalhador, que pode ao final do tempo útil de atividade contar com o valor acumulado dos depósitos feitos em seu nome, de acordo com Ministério do Trabalho e Emprego o sistema também favorece o trabalhador de forma indireta, ao proporcionar as condições necessárias à formação de um fundo de aplicações, voltado para o financiamento de habitações, bem como investimentos em saneamento básico e infraestrutura urbana. (MTE, 2012). 
Como consequência, este mecanismo também proporciona a geração de empregos na construção civil, bem como possibilita aos trabalhadores ganhos indiretos decorrentes da ampliação da oferta de moradias. Os empregadores devem colocar à disposição de seus empregados até o dia 10 de cada mês os documentos que comprovem que os depósitos foram efetuados. 
Com o novo sistema, o encargo adicional gerado para as empresas, por ocasião da implantação do sistema, foi de apenas 2,8%, já que a contribuição de 8% para o FGTS foi compensada com a extinção de outras contribuições até então existentes. Deve-se ressaltar, ainda, o fato de que a contribuição para o FGTS guarda proporcionalidade com a indenização prevista na CLT, permitindo, assim, que a empresa efetive a cobertura parcelada da indenização a que teria direito o trabalhador, quando de seu desligamento. Esse aspecto pode ser considerado, também, como um benefício para o empregador. (MTE, 2012). 
Os seguintes casos de interrupção de contrato de trabalho também geram a obrigatoriedade de recolhimento do deposito FGTS:
- Prestação de serviço militar; 
- Licença para tratamento de saúde (até 15 dias); 
- Licença por acidente do trabalho; 
- Licença gestante; 
- Licença paternidade; 
- outros motivos admitidos em lei. 
As parcelas que não tem incidência serão: 
- Abono de emergência (Lei 5.451/68); 
- Abono de férias inferior a 20 dias; 
- Abono de férias correspondente à conversão de 1/3; 
- Abono previsto na MP 199/90; 
- Abono previsto na Lei 8.178/91; 
- Auxílio-doença pago na empresa (acima de 15 dias); 
- Diárias para viagem inferior a 50% do salário do empregado; 
- Gratificação ou prêmio pago em rescisão contratual, aviso-prévio indenizado; 
- Salário-maternidade indenizado. 
Os documentos e procedimentos de arrecadação do FGTS de acordo com manual GFIP são: 
A sigla GFIP significa Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social, compreendendo o conjunto de informações destinadas ao FGTS e à Previdência Social. A obrigação de prestar informações relacionadas aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outros dados de interesse do INSS - Instituto Nacional do Seguro Social foi instituído pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997. 
O documento a ser utilizado para prestar estas informações – GFIP – foi definido pelo Decreto nº 2.803, de 20/10/1998, e corroborado pelo Regulamento da Previdência Social - RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 06/05/1999 e alterações posteriores.
Até a versão 7.0 do SEFIP, o documento de arrecadação do FGTS era denominado GFIP. A partir da versão 8.0, o documento de recolhimento gerado pelo SEFIP passa a ser denominado de Guia de Recolhimento do FGTS - GRF. Para o recolhimento recursal (código 418) e o recolhimento efetuado por empregador doméstico, em formulário papel, a guia de recolhimento continuará denominada GFIP. 
A GRF se destina também ao recolhimento da contribuição social, instituída pela Lei Complementar nº 110, de 29/06/2001. Em regra, a GRF e as informações à Previdência devem ser geradas por intermédio do SEFIP - Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social, disponível nos sites da CAIXA, e do Ministério do Trabalho e Emprego. 
O SEFIP gera o arquivo SEFIPCR.SFP, que contém as informações destinadas ao FGTS e à Previdência Social. Este arquivo deve ser transmitido pela Internet, via Conectividade Social, aplicativo disponível no site da CAIXA. A Circular CAIXA nº 321, de 25/05/2004, estabeleceu a obrigatoriedade da transmissão do arquivo gerado pelo SEFIP por meio da Internet, a partir de 11/2004. A Portaria Interministerial MTE/MPS nº 227, de 25/02/2005, também determinou esta obrigatoriedade, a partir de 03/2005. 
Após a transmissão do arquivo pela Internet, o SEFIP gera a GRF - Guia de Recolhimento, para que o empregador efetue o recolhimento do FGTS. O recolhimento recursal para o FGTS (código 418) e o recolhimento efetuado por empregador doméstico podem, opcionalmente, ser realizados por meio de formulário papel, ou em GRF gerada pelo SEFIP. Para o recolhimento recursal, o formulário papel é a GFIP avulsa, disponível no site da CAIXA. Para o empregador doméstico, o formulário papel é a GFIP avulsa ou a pré-impressa. 
O preenchimento da GFIP avulsa deve obedecer ao disposto em Circular da CAIXA, que estabelece os procedimentos pertinentes aos Recolhimentos ao FGTS, da Multa Rescisória e das Contribuições Sociais. Em alguns casos de rescisão de contrato de trabalho deve ser utilizada a guia para o recolhimento rescisório do FGTS, ressaltando-se que as informações pertinentes à Previdência Social devem ser incluídas no SEFIP, para geração do arquivo SEFIP CR.SFP, exceto quando se tratar de empregado doméstico.
Indenizações: 
O termo indenização (português brasileiro)
refere-se à compensação devida a alguém de maneira a anular ou reduzir um dano, geralmente, de natureza moral ou material, originado por não cumprimento, ou cumprimento deficiente de uma obrigação, ou por intermédio da violação de um direito absoluto, como por exemplo, a compensação devida pela quebra de um contrato ou pela prática de um crime. (GUIA DE INDENIZAÇÔES, 2013). 
É também o nome dado à importância paga por uma seguradora ao segurado em caso de sinistro. A indenização tem previsão no Código Civil Brasileiro de 2002, em seu artigo 944, que diz: “A indenização mede-se pela extensão do dano.” Há ainda que se analisar a relação entre a culpa do agente e o dano causado. Se houver grande desproporção entre ambos, a indenização será reduzida equitativamente. Ela pode ser, neste caso, por dano moral e/ou por dano material. 
No Direito Administrativo, a indenização significa a remuneração devida ao proprietário que sofre um procedimento de desapropriação sobre seu bem imóvel. Essa desapropriação poderá ser por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, quando a indenização será prévia, justa e paga em dinheiro. Entretanto, após o advento do Estado Social, surge uma nova forma de desapropriação, conhecida como desapropriação-sanção, na qual a indenização é paga de forma prévia e justa, entretanto, não em dinheiro (espécie), mas em títulos da dívida pública. 
Abaixo temos as espécies de indenizações referentes à área trabalhista explicitadas por Arruda (2006): 
a) Indenização compensatória do FGTS: CF, ADCT, art. 10, I e lei n. 8.036/90, art. 19, § 1º. 
b) Indenização pelo não cumprimento do contrato por tempo determinado: CLT, art. 479 ou fixada em convenção ou acordo coletivo de trabalho, na forma do art. 1º, § 1º, inciso I, da Lei n. 9.601/98. 
c) Indenização adicional: Lei n. 7.238/84, art. 9º. 
d) Indenização por dano moral ou dano à imagem: CF, art. 5º, caput, V e X. - Lesão que afeta um bem jurídico na esfera dos direitos de personalidade do empregado, com ou sem reflexos patrimoniais. Dano à imagem é todo prejuízo ao conceito que se tem em certa comunidade. Dano moral é decorrente da violação da intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas.
e) Lesões acidentárias: dano material, dano moral, dano estético: elas decorrem das doenças ocupacionais, doenças profissionais e de acidente do trabalho. Elas causam perdas patrimoniais (gastos na recuperação e restrições na atividade e/ou capacidade laborativa, conforme a gravidade da lesão sofrida). Essas perdas patrimoniais traduzem dano material (dano emergente e lucro cessante) - CCB, arts. 949/950; dano moral (dor física ou psicológica). O valor da indenização será fixado pelo juízo de equidade. Dano estético (lesão que compromete a harmonia física da vítima, segundo Geraldo de Oliveira). Aqui também a indenização será consoante o juízo de equidade.
f) Indenização por assédio sexual: CLT, art. 483, alíneas "d" e "e". O assédio sexual pode ter com agente o empregador (pessoa física e os sócios ou diretores da empresa), seus prepostos, nestes compreendidos os altos empregados ou detentores de cargos de chefia, e pelo empregado que também ocupe um cargo hierarquicamente superior a outro empregado, seu subordinado, o (a) assediado (a). Haverá sempre a necessidade de configuração da ascendência hierárquica ou econômica que possibilitem externar ao assediado promessas ou ameaças concretas. A indenização deve ser em valor que traga conforto espiritual e material a o (a) assediado (a), repudiando-se a fixação de um valor meramente simbólico, que nada represente para o (a) ofendido (a). A indenização por dano moral tem fundamento constitucional e não se confunde com a indenização trabalhista decorrente da rescisão contratual, porque aquela decorre do ato ilícito da violação à intimidade, a vida privada, a honra e a imagem do (a) empregado (a).
21.1 HONORÁRIOS 
O vocábulo “honorário” tem origem latina e seus primeiros registros remontam a Roma Antiga. Derivado do latim honorarius, cujo radical honor também dá origem à palavra honra, o termo tem sua acepção clássica traduzida como sendo toda a coisa ou valor dado em contraprestação e que é recebida em nome da honra, sem conotação pecuniária. (OLIVEIRA, 2007). 
Tal fato ocorria segundo Oliveira (2007) porque o recebimento de honorários como forma de pagamento não era parte dos objetivos do indivíduo que exercia a função de advocatus. Estes indivíduos agiam de maneira não profissional e exercia o munus como forma de arte, apenas para receberem o reconhecimento público pelos seus dotes intelectuais e oratórios. 
Atualmente o termo honorário e a remuneração percebida por qualquer profissional liberal. Oliveira (2007) conceitua os honorários como sendo “a contraprestação econômica paga em favor do profissional liberal, pelos serviços técnicos por ele prestados”. No presente conceito abarca-se não apenas o profissional da advocacia, mas todo e qualquer profissional liberal que possa assim ser remunerado.
21.2 COMISSÕES DE VENDAS 
Comissão é uma recompensa, na maioria das vezes financeira, oferecida pela intermediação de negócios ou cumprimento de metas ou objetivos definidos previamente com o intuito de incentivar os resultados comerciais (SANT’ANA, 2011). Há vários exemplos da utilização da forma de remuneração por meio de comissões, como por exemplo: corretagem de imóveis, venda de mercadorias, pessoas contratadas para trabalhar como remuneração variável, entre outros. Há ainda comissões cumulativas, também conhecidas como comissão em cascata. Nesses casos, uma pessoa recebe comissão sobre as vendas ou metas de outras pessoas de sua equipe. 
Um modelo de comissão em cascata bastante difundido no Brasil é a venda de produtos por catálogo, em que um vendedor autônomo sem contrato de trabalho com a empresa fornecedora das mercadorias comercializa os produtos desta por meio destes catálogos de produtos, recebendo um percentual sobre os valores das vendas que efetuar sem ter um rendimento fixo mensal proporcionado pela empresa. (WIKIPEDIA, 2012).
No Brasil, esta forma de remuneração encontra no comércio varejista de mercadorias um de seus principais difusores desta prática, pois, tem por hábito incorporar ao salário mensal os valores de comissão sobre as vendas, ou mesmo remunerar seus trabalhadores desta forma. A comissão integra o salário para todos os efeitos tributários, previdenciários e trabalhistas. De acordo com o artigo 457 da CLT:
Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. 
§1º - Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador.
Resumindo, as comissões integram o salário para todos os efeitos legais, incidindo sobre o cálculo das horas extras, férias, 13º salário, descanso semanal remunerado, feriados, aviso-prévio, verbas rescisórias, FGTS e INSS.
22 PROVISÃO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS 
É um valor aprovisionado no final de cada exercício social para cobrir, no exercício seguinte, perdas em decorrência do não recebimento de direitos da empresa. O valor desta provisão é obtido mediante a aplicação de um percentual sobre os direitos existentes na época do levantamento do balanço. (RIBEIRO, 2005). 
De acordo com Ribeiro (2005) as contas que servirão de base para cálculo dessa provisão, são as contas que registram direitos provenientes de vendas a prazo de mercadorias e de serviços. Estas contas são denominadas “Clientes” ou “Duplicatas a receber”. 
O percentual utilizado na realização do cálculo do montante desta provisão deve ser resultado de estudos realizados pela empresa, tendo como base as perdas que ocorreram em decorrência do não recebimento de seus direitos. Pode ser utilizada a média aritmética das perdas ocorridas nos três últimos exercícios.
Ex: Supõe-se que a empresa
X, no exercício de 2010, tenha deixado de receber 6% do valor das duplicatas que tinha para receber em 1º de fevereiro do mesmo ano; no exercício de 2011, essa perda correspondeu a 5%, no exercício de 2012, foi 1%. Faremos:
6%+5%+1% = 4% 
___________________
3
Desta forma, em 31 de dezembro de 2013, o percentual a ser utilizado para fins do calculo desta provisão será de 4%. Observação: a legislação tributária poderá fixar os limites e os critérios para o cálculo desse percentual. Todas as contas de provisões são de natureza credora.
22.1 DESPESAS GERAIS 
“Despesas de uma empresa são os gastos, desembolsados ou devidos pela mesma, necessários ao desenvolvimento de suas operações”. (MEDEIROS, 2012). Os gastos devidos são aqueles que ainda não foram desembolsados, mas que já ocorreram. Exemplo: as despesas de gasolina para pagamento no final do mês. 
Quando você pagar a conta do posto de gasolina, então o gasto passará a ser desembolsado. Não confunda desembolso com despesa. O desembolso significa entregar dinheiro a alguém por algum motivo. Como exemplo pode-se citar o desembolso realizado ao se comprar um automóvel à vista não representa uma despesa: pois se passa a ter um ativo, desde que represente um bem para uso, e revenda posterior. (MEDEIROS, 2012). 
Porém, a gasolina que você paga para que o carro ande representa uma despesa. Assim sendo, a diferença básica entre desembolso e despesa está no seguinte critério: se o desembolso provocar um aumento do ativo, ou uma redução do passivo exigível, não será uma despesa. 
“Não sendo esse o caso, então o desembolso representará uma despesa” (MEDEIROS, 2012).
Exemplos de despesas: 
- Salários de empregados; 
- Aluguel de salas; 
- Gastos com material de limpeza; 
- Gastos com material de escritório; 
- Juros sobre empréstimos; 
- Comissões de vendedores; 
- Despesas com seguros etc.
22.2 DESPESAS DE SEGUROS 
Para falarmos sobre despesas de seguros, primeiro esclareceremos o que é seguro:
O seguro é uma operação que toma forma jurídica de um contrato, em que uma das partes (segurador) se obriga para com a outra (segurado ou seu beneficiário), mediante o recebimento de um valor monetário estipulado (prêmio), a compensá-la (indenização) por um prejuízo (sinistro), resultante de um evento futuro, possível e incerto (risco) indicado no contrato. (FARIAS, 2012).
A finalidade específica do seguro é restabelecer o equilíbrio econômico perturbado. Elementos que caracterizam o seguro:
 Risco; 
 Sinistro; 
 Segurador; 
 Segurado ou seu beneficiário; 
 Prêmio; 
 Indenização; 
 Franquia. 
Risco - representa a possibilidade de um evento inesperado ocorrer, gerando prejuízo ou necessidade econômica ou danos materiais e pessoais. O risco é incerto, aleatório, possível, real, lícito e fortuito.
Sinistro - é a realização do risco previsto no contrato do seguro, resultando em perdas para o segurado ou seus beneficiários. 
O sinistro pode ser classificado em:
a) Total, quando causa a destruição ou desaparecimento por completo do objeto segurado; 
b) Parcial quando atinge somente uma parte do objeto segurado. 
c) Segurador é a entidade jurídica legalmente constituída para assumir e gerir os riscos especificados no contrato de seguro. 
O segurador emite o contrato e paga a indenização ao segurado quando o sinistro previsto no contrato ocorre, se o segurado tiver efetuado o pagamento dos prêmios. O segurador pode recusar-se a fazer um seguro ou a emitir uma apólice tem um prazo de 15 dias para recusar, c.c. ele é obrigado a aceitar o risco.
Segurado (ou estipulante) é a pessoa física ou jurídica, em nome de quem se faz o seguro. Como o segurado tem que arcar com a franquia cada vez que um sinistro ocorrer, ele acaba evitando que o seguro seja acionado em casos mais simples, cujos valores são inferiores ou semelhantes à franquia.
Fundamentos do Seguro: 
 Mutualismo; 
 Incerteza; 
 Previdência. 
Mutualismo - formação de um grupo de pessoas com interesses em comum constituindo uma reserva econômica para dividir um risco de um acontecimento não previsto.
Incerteza - contempla dois aspectos básicos: a possibilidade de ocorrência do evento e o momento da ocorrência. 
Previdência - está relacionada diretamente à proteção das pessoas em relação a si próprias ou aos seus bens.
Classificação dos seguros: 
Seguro público 
Seguro privado
Seguro público: caracteriza-se por ter o risco segurado assumido por uma pessoa jurídica de direito público sem fins lucrativos. Ex: seguros cujo monopólio pertence ao estado, como Seguro Crédito à Exportação e a Previdência Social
Seguro Privado: ocorre quando o risco segurado é assumido por uma pessoa jurídica de direito privado comercial, com fins lucrativos. Nesse caso, o contrato é regulado pelo Código Civil ou Comercial, obedecendo às leis específicas e regulamentações complementares. 
Para a contabilidade a despesa com seguros é uma despesa operacional antecipada, pois é paga antecipadamente e deverá ser considerada como custo ou despesas no decorrer do exercício seguinte.
As despesas antecipadas são classificadas no grupo do ativo circulante. Essa classificação no ativo circulante deve observar o prazo de geração do benefício da despesa. Assim, classifica-se neste grupo a despesa cujo benefício será usufruído até o término do exercício social seguinte ao da sua efetivação. 
No plano de contas da empresa, a referida despesa pode ser elencada da seguinte maneira: 
- Ativo circulante; 
- Despesas antecipadas; 
- Prêmios de seguros
Quando o período de geração do benefício da despesa paga ultrapassar o término do exercício social seguinte, a parcela correspondente será classificada no realizável em longo prazo.
22.3 DESPESAS FINANCEIRAS 
São consideradas despesas financeiras os juros pagos ou incorridos, os quais serão dedutíveis como custos ou despesa operacionais observadas às seguintes normas (RIR/1999, art. 374): 
a) Os juros pagos antecipadamente, os descontos de títulos de créditos e o deságio concedido na colocação de debêntures ou títulos de crédito deverão ser apropriados proporcionalmente ao tempo decorrido (pro rata tempore), nos períodos de apuração a que competirem; 
b) Os juros de empréstimos contraídos para financiar a aquisição ou construção de bens do ativo permanente, incorridos durante as fases de construção e pré-operacional, podem ser registrados no ativo diferido, para serem amortizados. 
c) A partir de 01/01/1999, as variações monetárias dos direitos de créditos e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou contratual, serão consideradas, para efeitos da legislação do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido (e também da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins), como despesas financeiras, quando passivas (Lei nº 9.718, de 1998, art. 9 º e 17, inciso II). 
Segundo informações obtidas no site da Receita Federal do Brasil (2013) deve-se observar o seguinte:
a) As regras referentes a Preços de Transferência, quando se tratar de operações de contratação de empréstimos realizados com pessoas físicas ou jurídicas consideradas vinculadas ou, ainda que não vinculadas, residentes ou 
domiciliadas em país ou territórios considerados como de tributação favorecida, ou cuja legislação interna oponha sigilo à composição societária de pessoas jurídicas ou à sua titularidade, decorrentes de contratos de empréstimos não registrados no Banco Central do Brasil; 
b) As regras referentes à tributação em bases universais referentes aos lucros, rendimentos e ganhos de capital auferido no exterior, inclusive quanto à dedutibilidade dos juros pagos ou creditados a empresas controladas ou coligadas, domiciliadas no exterior, relativos a empréstimos contraídos, quando, no balanço da coligada ou controlada, constar a existência de lucros não disponibilizados para a controladora ou coligada no Brasil. 
22.4 DESCONTOS CONCEDIDOS 
Há vários
tipos descontos oferecidos, observe: 
a) Descontos concedidos são os descontos que a empresa concede aos seus compradores. 
b) Desconto Condicional é um desconto que a empresa oferece desde que uma condição seja cumprida, por exemplo: na compra de uma mercadoria a prazo, se o comprador antecipar o pagamento ganha 10% de desconto. 
Vejam que temos uma condição, ou seja, só ganharemos o desconto se efetuarmos o pagamento antecipado, outro tipo poderia ser em relação à quantidade, comprando acima de 10 unidades, temos 10% de desconto, ou pagando à vista idem, e assim por diante. (FREITAS, 2006).
O que gerará o desconto será a condição imposta, caso ela não seja cumprida não tem o que se falar em desconto. 
Vamos agora entender o desconto incondicional.
c) Descontos Incondicionais é justamente o contrário do desconto condicional, ou seja, não tem condição nenhuma que precise ser cumprida para que o desconto seja oferecido, não precisa ser compra à vista, nem acima de tantas unidades, nem pagamento antecipado. Não importa nada disso, o desconto será oferecido independente de alguma condição imposta. Geralmente esse desconto já é até incluído (diminuído) no próprio preço da nota fiscal. 
Por exemplo, uma empresa compra cinco unidades de um produto qualquer que tem um custo unitário de R$ 10,00 cada, logo a compra total equivale a R$ 50,00, porém com o desconto incondicional, suponhamos que no percentual de 10%, custará ao comprador a quantia de R$ 45,00. Logo, nesse caso a nota fiscal já será emitida com o valor líquido a ser pago de R$ 45,00 reais.
“Outro item importante é que os descontos tanto os condicionais como os incondicionais não precisam ser efetuados em percentual, podem ser dados em valores e até mesmo, porém raro, em quantidades”. (FREITAS, 2006).
22.5 JUROS 
“Juro é o preço do uso do dinheiro. Representa despesa para quem paga e receita para quem recebe”. (RIBEIRO, 2005, p. 99). Podemos definir ainda juros como o rendimento de uma aplicação financeira, valor referente ao atraso no pagamento de uma prestação ou a quantia paga pelo empréstimo de um capital. Atualmente, o sistema financeiro utiliza o regime de juros compostos, por ser mais lucrativo. Os juros simples eram utilizados nas situações de curto prazo, hoje não utilizamos a capitalização baseada no regime simples. Mas vamos entender como funcionava a capitalização no sistema de juros simples. 
No sistema de capitalização simples, os juros são calculados baseados no valor da dívida ou da aplicação. Dessa forma, o valor dos juros é igual no período de aplicação ou composição da dívida. A expressão matemática utilizada para o cálculo das situações envolvendo juros simples é a seguinte:
J = C * i * t, onde 
J = juros 
C = capital 
i = taxa de juros
t = tempo de aplicação (mês, bimestre, trimestre, semestre, ano...) 
M = C + J 
M = montante final 
C = capital 
J = juros
No dia a dia de uma organização é comum o pagamento de juros pelo atraso no cumprimento de obrigações como duplicatas, aluguéis, impostos, contribuições de previdência, contas de energia elétrica etc.Ribeiro (2005) esclarece que normalmente essas despesas são contabilizadas em contas com as seguintes intitulações: 
a) Despesas de juros; 
b) Juros passivos; 
c) Juros pagos. 
É comum o recebimento de juros, pelas empresas, por parte de clientes quando estes atrasam o cumprimento de seus deveres. Normalmente, essas receitas podem ser contabilizadas em contas com as seguintes intitulações: 
a) Receitas de juros; 
b) Juros ativos; 
c) Juros recebidos. 
23 RECEITA BRUTA DE VENDAS 
A receita bruta das vendas e serviços é formada pelo produto da venda de bens nas operações de conta própria, o resultado auferido nas operações de conta alheia (comissão pela intermediação de negócios) e o preço dos serviços prestados. Deve ser adicionado à receita bruta, para cálculo da receita líquida, o crédito‐prêmio de IPI decorrente da exportação incentivada ‐ Befiex.
Em outras palavras, pode-se afirmar que a Receita Bruta é a receita total decorrente das atividades-fim da organização, isto é, das atividades para as quais a empresa foi constituída, segundo seus estatutos ou contrato social. (RECEITA FEDERAL DO BRASIL, 2012). 
Na receita bruta não se incluem os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador ou contratante e adicionados ao preço do bem ou serviço, e do qual o vendedor dos bens ou o prestador dos serviços seja mero depositário (IPI). 
Da mesma forma, para que não haja distorções na apuração dos resultados não se computam, nos custo de aquisição das mercadorias para revenda e das matérias‐primas, os impostos não cumulativos que devam ser recuperados (IPI, ICMS). O ICMS integra a receita bruta e é considerada parcela redutora para fins de apuração da receita líquida.
23.1 RECEITA FINANCEIRA 
Os juros recebidos, os descontos obtidos, o lucro na operação de reporte e o prêmio de resgate de títulos ou debêntures e os rendimentos nominais relativos a aplicações financeiras de renda fixa, auferidos pelo contribuinte no período de apuração, compõem as receitas financeiras e como tal deverão ser incluídas no lucro operacional. Quando as referidas receitas forem oriundas de operações ou títulos com vencimento posterior ao encerramento do período de apuração poderão ser distribuídos proporcionalmente pelos períodos a que competirem. (RIR/1999, art. 373). 
A partir de 01/01/1999, as variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou contratual, serão consideradas, para efeitos da legislação do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido (e também da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins), como receitas financeiras, quando ativas (Lei nº 9.718, de 1998, art. 9º e 17, inciso II).
Observações: 
Segundo Informações obtidas no site da Receita Federal do Brasil (2012), devem ser observadas as regras referentes a Preços de Transferência, quando se tratar de operações de contratação de empréstimos realizados com pessoas físicas ou jurídicas consideradas vinculadas ou, ainda que não vinculadas, residentes ou domiciliadas em país ou territórios considerados como de tributação favorecida, ou cuja legislação interna oponha sigilo à composição societária de pessoas jurídicas ou à sua titularidade, decorrentes de contratos de empréstimos não registrados no Banco Central do Brasil; 
Ainda segundo essas informações também devem ser observadas as regras referentes à tributação em bases universais referentes aos lucros, rendimentos e ganhos de capital auferido no exterior.

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