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Bielschowsky, R. e Carlos Mussi, C. versão mimeo, em portugues, de El pensamiento desarrollista en Brasil 1930 1964 y

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Disciplina: Economia Brasileira 2
Professor: Ricardo Bielschowsky
Aluno: Diego Fangueiro Vieira
Fichamento: Bielschowsky, R. e Carlos Mussi, C. versão “mimeo”, em portugues, de “El pensamiento desarrollista en Brasil: 1930-1964 y anotaciones sobre 1964-2005”, in Brasil y Chile, una mirada hacia América Latina Santiago de Chile: RIL editores, 2006.
•Desenvolvimentismo: industrialização é o caminho para superar a pobreza e o subdesenvolvimento. 
•Periodização:
1930-1980: “Era desenvolvimentista”: 
1930-1964: “ciclo original” → primeiro ciclo ideológico do desenvolvimentismo
1930-1945: nascimento (negação da ideologia liberal de vocação agrária)
1945-1955: amadurecimento (avanços analíticos e difusão das ideias)
-1945-1947: resistência desenvolvimentista à ideologia neoliberal na transição do pós-guerra 
-1948-1952: avanços num contexto histórico favorável 
-1953-1955: reafirmação desenvolvimentista frente a um contra-ataque liberal
1956-1960: auge 
1961-1964: crise (“provisória”)
1964-1980: “ciclo desenvolvimentista no regime autoritário” → segundo ciclo ideológico do desenvolvimentismo
-1964- fins anos 1960: “amadurecimento” do desenvolvimentismo do regime autoritário e do desenvolviment. crítico
-Fins anos 1960- meados 1970: fase de “auge” do desenvolvimentismo governista e de vigor na perspectiva crítica.
-Segunda metade anos 1970-1980: desenvolvimentismo prosseguiu hegemônico mas sofreu uma “fragilização”, por conta dos questionamentos advindos da instabilidade internacional e das dificuldades econômicas e financeiras que se seguiram ao colapso do modelo de Bretton Woods e ao primeiro choque do petróleo . 
1980-hoje: “Era da instabilidade macroeconômica inibidora”
1980: A hegemonia desenvolvimentista entra em crise com as dificuldades macroeconômicas domésticas e as mudanças no cenário ideológico internacional. 
•Primeiro ciclo ideológico do desenvolvimentismo (1930-64)
5 correntes de pensamento econômico: 
- Desenvolvimentismo do setor privado, 				3 variantes do 
- Desenvolvimentismo não “nacionalista” do setor público		desenvolvimentismo
- Desenvolvimentismo “nacionalista” do setor público 
- Corrente neoliberal 
- Corrente socialista
• Corrente neoliberal 
(Eugenio Gudin, Daniel de Carvalho, Octavio Gouveia de Bulhões, Denio Nogueira, Alexandre Kafka) 
i) Eram partidários da redução da intervenção do Estado na economia brasileira, opositores à estatização da economia e defensores da atração de capitais estrangeiros à infra-estrutura 
ii) Priorizavam políticas de equilíbrio monetário e fiscal 
iii) Não propunham medidas de apoio ao projeto de industrialização, e muitos eram partidários da idéia da “vocação agrária” brasileira.
•3 vertentes do desenvolvimentismo
Desenvolvimentismo não “nacionalista” do setor público: 
-Propunham soluções privadas para projetos industriais e de infra-estrutura, com uso de capital estrangeiro ou nacional, e admitiam a intervenção direta estatal somente em último caso.
-Inclinava-se por programas de austeridade monetária e fiscal para combate à inflação.
	
Desenvolvimentismo “nacionalista” do setor público (Horacio Lafer, Valentim Bouças, Ary Torres, Glycon de Paiva e o até então nacionalista Roberto Campos – ainda que já estivesse à “direita” nesse grupo): 
- Propunham a forte presença direta estatal nos setores de mineração, transporte, energia, serviços públicos em geral e alguns ramos da indústria básica. 
- Mais críticos à medidas recessivas, preocupavam-se tanto com a redução do crédito como com a redução da capacidade de gastos do Estado. Tenderam a adotar, nos anos 1950, uma visão estruturalista da questão inflacionária	[1: Os principais autores da teoria estruturalista da inflação são Noyola Vasquez, Osvaldo Sunkel e Aníbal Pinto. ]
Desenvolvimentismo do setor privado (Roberto Simonsen, Nuno Figueiredo, João Paulo de Almeida Magalhães etc.):
-Posições não eram uniformes, alguns se aproximavam da primeira posição e outros tinham uma visão mais nacionalista.
- Cautelosos com relação a medidas recessivas, a grande preocupação era evitar a diminuição do crédito. Não adotavam a interpretação estruturalista de inflação.
• Corrente socialista (Caio Prado Jr, Nelson Werneck Sodré, Aristóteles Moura, Moises Vinhas, etc.):
-Defendiam, tal com os desenvolvimentistas nacionalistas, a estratégia de industrialização com forte intervenção estatal assim como do controle do capital estrangeiro. Mas a perspectiva da qual faziam suas análises era subordinada à discussão da etapa da revolução socialista definida pelo partido comunista brasileiro.
-Reflexão econômica partia da perspectiva da revolução socialista, ou da transição ao socialismo. Os socialistas entendiam que a sociedade passava por uma etapa de superação da economia colonial exportadora e de transição para uma economia industrial moderna. Iam, porém, bem além: a transição era vista como uma etapa necessária para a luta pela implantação do socialismo, que exigiria eliminar radicalmente duas contradições herdadas do período anterior: o monopólio da terra (contradição interna) e o imperialismo (contradição externa). 
- Pouco trataram das questões cambial e inflacionária.
•Segundo ciclo ideológico do desenvolvimentismo - ciclo desenvolvimentista no regime autoritário (1964-1980)
Corrente desenvolvimentista “governista” (Octavio Gouveia de Bulhões, Roberto Campos, Delfim Netto, Mario Henrique Simonsen, João Paulo dos Reis Velloso, Carlos Langoni, etc):
-Economistas que conduziram a política econômica dos distintos governos autoritários, ou que estiveram próximos a eles, mas nunca chegaram a dominar isoladamente o cenário intelectual.
-O capital estrangeiro figurava como parte da solução para a insuficiência de poupança, e para aportar tecnologia e capacidade empresarial. Para boa parte dos críticos, as multinacionais eram grandes beneficiárias e defensoras do modelo de crescimento em vigor, por liderarem os segmentos mais dinâmicos da economia, voltados às camadas de maior renda da população; além disso, sua atuação confirmava tal modelo, porque essas empresas difundiam tecnologias pouco apropriadas à constelação de recursos existentes no país; eram vistas, ainda, como portadoras do perigo de acentuar problemas de balanço de pagamentos em épocas de crise por meio de remessas de lucros e de capitais
Corrente desenvolvimentista “crítica” (Celso Furtado, Ignácio Rangel, Maria da Conceição Tavares, José Serra, Antonio Barros de Castro, Carlos Lessa, Bresser Pereira, Luiz Gonzaga Belluzzo, João Manuel Cardoso de Mello, Edmar Bacha, Albert Fishlow, Pedro Malan e Paul Singer):
- Se opunham ao regime militar e aos efeitos sociais que, segundo eles, o autoritarismo e o “modelo” de crescimento adotado estariam tendo sobre a população como um todo. Eram, em sua maioria, eram professores e pesquisadores nos recém criados centros de pós-graduação e em instituições de pesquisa como o CEBRAP e o IPEA – este último perfazendo o papel de abrigar uma série de intelectuais que, como técnicos de governo, ajudavam a elaborar os planos desenvolvimentistas e, como intelectuais, discretamente elaboravam análises críticas ao modelo de desenvolvimento e a políticas econômicas do regime militar.
- Método “histórico-estrutural” de origem cepalina. Organização do pensamento sobre o capitalismo brasileiro em torno da idéia de “estilo” ou “padrão” de crescimento. A motivação central era o entendimento da dinâmica da economia brasileira, seus impulsos e contradições. Tendiam a salientar as relações entre, por um lado, crescimento e, por outro, uma série de elementos tais como distribuição de renda e perfis de demanda, composição da oferta (setores, heterogeneidade tecnológica) composição dos agentes investidores (capitais estrangeiro, estatal e privado nacional), equação de financiamento, e direção do crescimento (mercado interno versus externo).
-Para boa parte dos críticos, as multinacionais eram grandes beneficiárias e defensoras do modelo de crescimento
em vigor, por liderarem os segmentos mais dinâmicos da economia, voltados às camadas de maior renda da população; além disso, sua atuação confirmava tal modelo, porque essas empresas difundiam tecnologias pouco apropriadas à constelação de recursos existentes no país; eram vistas, ainda, como portadoras do perigo de acentuar problemas de balanço de pagamentos em épocas de crise por meio de remessas de lucros e de capitais
Corrente socialista (Caio Prado Junior, Teotônio dos Santos, Rui Mauro Marini, Francisco de Oliveira):
-Presença relativamente menor, especialmente nos anos 1960. 
-Método materialista histórico ou a ótica marxista do movimento da história pela luta de classes, que passou a ter como tema mais importante, a partir de 1964, discordâncias com relação à interpretação do Partido Comunista Brasileiro sobre a etapa histórica que estaria vivendo a sociedade brasileira (“nacional-burguesa”). Tratava-se da reação, com auge nos anos 1960, de analistas de diferentes segmentos da esquerda sobre o relativo predomínio dessa interpretação no campo das esquerdas, até 1964. Segundo esses analistas, em sua maioria sociólogos, ao contrário do que o Partido postulava a etapa não poderia ser nacional-burguesa, de aliança de classe entre a burguesia local e o proletariado contra supostos entraves que o feudalismo no campo e o imperialismo estariam impondo ao desenvolvimento das forças produtivas no país, porque o campo não era feudal e porque a burguesia nacional era associada ao capital estrangeiro. 
Corrente neoliberal (destacadamente, Eugenio Gudin),
Influência de Gudin, declinante desde os anos 1950, começaria a se recuperar apenas a partir do final dos 1970.

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