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Desenvolvimento Socioeconômico Pós-Keynesiano

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P2 DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO I 
Pós-Keynesianos 
● Robinson, Harrod, Domar: relacionam visões sobre crescimento com visões sobre 
desenvolvimento, mas serão céticos quanto à capacidade do sistema em gerar 
desenvolvimento de forma automática. 
● Contexto: anos 50/60/70 
● Resultados: “Precipício da Especulação” (capitalistas deixam de investir em produção e 
passam a especular) e problemas de Demanda Efetiva são os principais desafios ao 
desenvolvimento – instabilidade e possibilidade de cair em um destes dois 
“problemas”. 
E. Domar (1946): ‘Capital expansion, rate of growth and employment’ 
● Objetivo: definir a taxa de crescimento de equilíbrio (parecido com neoclássicos, a 
diferença é que pensam de maneira dinâmica, o equilíbrio em t não implica em 
equilíbrio em t+1) compatível com o pleno emprego, de longo prazo. 
● Pressupostos do modelo: supõem uma renda de pleno emprego, economia fechada e 
sem governo, ajustes automáticos, nível de preços constante, relação específica capital 
/ produto, não há substituição automática entre capital e trabalho. 
● Equações básicas: 
1�∆� , se não houver poupança suficiente, crescimento fica prejudicado. 
∆�∆�=� �� , relação técnica. 
�� , onde g* é a taxa de crescimento de equilíbrio. 
● Conclusões: 
o Investimento para pleno emprego: é a ampliação da capacidade produtiva que 
garante o emprego de mão-de-obra (relação fixa entre capital e trabalho); 
o Resolução de problema de curto prazo para longo prazo; 
o Unicamente um crescimento contínuo pode resolver o problema (dilema) de 
uma sociedade capitalista. Dilema: 
▪ Se I for insuficiente: desemprego; 
▪ Se I for suficiente: necessidade de investir MAIS no futuro para que 
aumente a demanda e possa se aproveitar a capacidade produtiva 
ampliada. 
● Limites: problemas de dinâmica da economia que tem que crescer de maneira 
contínua e harmoniosa respeitando I=S e relação K/Y. Condições para isso? Só o 
mercado é suficiente? Ainda mais complicado que processos auto-reforçados e pró-
cíclicos. 
● Domar e Keynesianismo – aspectos do keynesianismo NÃO verificados em Domar: 
animal spirit, antecipação dos empresários, cálculo da EMgK. 
● Domar: preocupação sobre como o equilíbrio de curto prazo pode se repetir ao longo 
do tempo. Marco analítico KEYNESIANO: incerteza, crise, empresas. 
 
R. Harrod: Toward and dynamic economics (1948) 
● Objetivo: ‘dinamizar’ as idéias keynesianas (levar para o longo prazo). Possibilidade 
de crescimento de Pleno Emprego? 
● Modelo – Equações Fundamentais: 
 é o acelerador do investimento; 
, onde s é a PMgS – Poupança é fração da renda. 
(𝑒𝑒 𝑒𝑒𝑒𝑒)𝑒∆𝑒∗ = 𝑒𝑒 
∆𝑒∗
𝑒∗
= 𝑒𝑒 = 
𝑒
𝑒
 , 
gw: warranted growth – taxa de crescimento que permite o equilíbrio sobre o 
mercado de bens e serviços no longo prazo. Preocupação keynesiana de 
compatibilidade da Demanda Efetiva. O que permite essa compatibilidade é um agente 
fora do mecanismo de mercado: o Estado, que será o responsável por manter período 
por período a relação que garante gw*. 
I: Planos Operacionais são determinados pelos níveis de rendimentos esperados. 
S: PMgC + PMgS = 1 → (c + s =1) → Y = C + I = C + S. Lógica keynesiana: poupança é 
determinada após o consumo no tratamento lógico do modelo: s = 1 – c. 
● Conclusões: 
o Fraca possibilidade de equilíbrio de Pleno Emprego: o mais provável é que 
esse equilíbrio dure por apenas um pequeno espaço de tempo. 
o Necessária estrita concordância entre os comportamentos de investidores 
e poupadores. 
�� → situação ex ante ≠ situação ex post (tensão entre ex ante e ex post). 
● 2º Teorema de Harrod: se o crescimento da população e do progresso técnico são 
iguais, o crescimento equilibrado de Pleno Emprego precisaria de: 
�� → ‘Fio da Navalha’ 
‘Warranted Growth’ deve ser igual também à taxa de crescimento da população (n). 
Demanda efetiva e desemprego involuntário são levados em conta no modelo. 
Desenvolvimento pensado em termos além da riqueza nacional, preocupação com o 
nível de vida da população ao introduzir o tema doemprego. 
o O mais provável é que se caia no ‘Fio da Navalha’ 
➢ Se s insuficiente para financiar I: tendência à inflação; 
➢ Se s elevada demais relativamente à taxa de crescimento natural 
do produto: tendência à estagnação prolongada. 
● Dinâmica capitalista: flutuações conjunturais. Convergência para crescimento 
equilibrado? Para Harrod (com Keynes), ausência de regulação espontânea via 
preços relativos (ou taxa de juros). 
 
Robinson? 
 
 
 
Visão marxista e marxiana da dinâmica capitalista 
Rosa Luxemburgo 
● Economia Política: não se preocupa com o estabelecimento de uma taxa de 
crescimento ou com equilíbrio. 
● Acumulação do Capital (1913): Preocupação com os desenvolvimentos do 
imperialismo – acumulação incorpora novos mercados e toma escala mundial. 
Fluxos de empréstimos internacionais são direcionados para criar estrutura 
logística para facilitar a exportação de matérias primas e produtosdos países 
desenvolvidos. 
● Vai incorporar na análise a realidade dos países periféricos, mercados que existem 
fora do capitalismo mais avançado. Para ela, o erro de Marx foi o de não 
incorporar esta esfera de consumo nos seus esquemas de reprodução. Na época 
em que Marx escreve, esta realidade não era tão forte. Além disso, Marx propõe 
um modelo abstrato para os esquemas de reprodução enquanto Rosa Luxemburgo 
foca no processo histórico na construção do esquema. 
● A solução de RL à reprodução ampliada do capital: 
o Dimensão espacial de expansão do sistema capitalista: Países Capitalistas 
Desenvolvidos e Países Capitalistas Subdesenvolvidos – existem países que 
tem modo de produção e acumulação diferentes. 
o Perspecitva histórica / dimensão temporal: aos poucos a expansão 
imperialista vai incorporando os países não capitalistas ao sistema 
capitalista. COEXISTÊNCIA entre esferas desenvolvidas e subdesenvolvidas 
dentro de um mesmo sistema (e não um “catch-up”). 3 etapas: 
1. Luta contra a economia mundial: bens manufaturados chegam às 
regiões não-capitalistas, concorrendo com os produtos locais e 
introduzindo novos hábitos de consumo. Ex: armas, álcool gerando 
desorganização nas esferas sociais. 
2. Luta contra a economia mercantil para impor a produção 
capitalista: há o início de uma pequena produção capitalista local, 
tecnologicamente inferior (tecnologia obsoleta) com mão-de-obra 
não qualificada. Ainda não é Revolução Industrial pois a tecnologia 
vem de fora e seu ritmo é determinado pelos países centrais. 
3. Luta concorrencial do capital sobre o mercado internacional: 
concorrência entre os países para o fornecimento de capital e 
tecnologia, além da própria concorrência sobre produtos. 
● Empréstimos internacionais e condicionalidade: fluxo de empréstimos 
internacionais gera um tipo de desenvolvimento específico, por terem condições 
de uso específicos. Não é só um recurso que chega, mas também uma organização 
política, econômica e social. 
● As críticas de Lênin e Kalecki: 
o Lênin: departamento I nos PKD: capitalistas podem se organizar para 
vender produtos de capital, mais necessários ao momento de 
desenvolvimento capitalista, e não vender apenas produtos finais. 
o Kalecki: departamento I (bens de K) e o fator-tempo – teoria dos ciclos e 
problemas com a realização do valor. A realização do valor pode levar um 
certo tempo, para que o ciclo se estabilize novamente. 
● Fatores políticos fazem com que a visão de RL seja criticada. Mal-vista por atacar 
Marx, Lênin e Trotsky. 
 Trotsky 
● Capitalismo na fase imperialista: desenvolvimento desigual e combinado: desigual 
entre setores da economiamas também combinado à nível mundial entre as 
diferentes regiões. Ao mesmo tempo desigual entre setores, regiões e países. 
● Economia mundial e economias nacionais: existe todo um comércio em escala 
mundial. 
● Desenvolvimento dualista e heterogêneo: capitalismo é mundial desde o início, se 
desenvolve e busca espaços em escala mundial. 
 Mandel 
● Explicar sore a base da teoria de Marx o longo período de forte crescimento da 
economia capitalista depois da 2ª Guerra Mundial e o caráter limitado do 
crescimento (crise de 29). 
● Teoria das ondas longas do capitalismo: Flutuações da taxa de lucro = sismógrafo 
da História. 
● Teoria pluricausal: composição orgânica do capital, distribuição do capital, taxa de 
mais-valia, taxa de acumulação, tempo de rotação do capital, relação entre setores 
I e II. Combinação de todos os elementos na sua explicação. 
● Ondas longas: utilização de Schumpeter. Aparição de grupo / conjunto de 
inovações nos processos de produção que explicam a dinâmica e os movimentos 
cíclicos. Revoluções Tecnológicas impactam no movimento da economia, inovação 
impulsiona o crescimento. 
● 3 revoluções – mudanças que afetam todo o setor produtivo: 
1. 1848: motores à vapor; 
2. 1896: motor elétrico + à explosão; 
3. 1940-45: eletrônica e energia nuclear. 
Inovações são motivadas pela preocupação dos capitalistas em manter a taxa 
de lucro. Manter a PMgK em nível relevante, realizar a mais-valia. 
● Movimentos Longos: 
1. 1º Ciclo Kondratieff: 
▪ 1793-1825: expansão da taxa de lucro 
▪ 1826-1847: enfraquecimento da taxa de lucro e estagnação 
2. 2º Ciclo Kondratieff: 
▪ 1848-1873: forte acumulação e crescimento elevado 
▪ 1874-1893: acumulação lenta 
3. 3º Ciclo Kondratieff: 
▪ 1894-1913: forte acumulação 
▪ 1918-1939: acumulação lenta 
4. Novo ciclo a partir de 1945? 
▪ 1945-1960s: forte acumulação 
▪ 1970s-80s: estagnação 
● Porém, não unicamente a tecnologia: conjunto de fatores econômicos, políticos e 
sociais que influenciam de maneira sustentável a taxa de lucro e os mercados no 
sentido da alta ou da baixa. 
● Caso da 3ª revolução (com o processo de internacionalização do capital): 
▪ 1945-1960: taxa de lucro elevada e demanda global mantida 
elevada pelas políticas keynesianas 
▪ 1970s: taxa de lucro em baixa e mercados insuficientes (política de 
austeridade para aumentar a taxa de lucro). 
 
Desenvolvimento sócio-econômico na América Latina 
CEPAL – Resumo Texto FHC 
● FH aponta no início do texto os efeitos da dependência sobre a produção de idéias: “a 
mesma idéia uma vez transferida dos centros de produção internacional de cultura para a 
periferia, vira outra coisa”. Schwarz propõe a expressão “idéias fora do lugar” para 
classificar essa aculturação pervertida de idéias. 
● Existem críticas a esta visão, afirmando que de alguma forma, as idéias são sempre de 
algum modo autóctones. 
● PROPOSTA DO TEXTO – diferente do habitual, FH discutirá as idéias e seu lugar – acredita 
que algumas idéias sobre o desenvolvimento econômico são originais da América Latina. 
Também se propõe a mostrar que mesmo as mais originais interpretações latino-
americanas sobre o desenvolvimento econômico têm raízes extracontinentais, mas não 
toma as idéias sobre desenvolvimento como meros reflexos do pensamento ocidental. 
 
A CEPAL E O DESENVOLVIMENTO 
AS IDÉIAS CORRENTES 
● CEPAL – canalizou e difundiu um conjunto de teses a respeito das causas, condições e 
obstáculos ao desenvolvimento, tornando-se uma espécie de marca registrada do 
pensamento econômico latino-americano. Existem novidades nessas concepções, mas, 
primeiro, FH analisa as concepções que até então prevaleciam sobre o comércio 
internacional e seu papel no crescimento das economias. 
● LEI DAS VANTAGENS COMPARATIVAS – teoria de Ricardo aonde o comércio internacional 
levaria à especialização da produção por países de acordo com os custos relativamente 
menores de mão-de-obra e que este processo geraria ganhos para todos os países. 
ECONOMISTAS NEOCLÃSSICOS criticam esta teoria que só se baseia nos custos de mão-de-
obra. Para eles, os custos comparativos não se limitariam aos custos do trabalho; incluem 
no cálculo capital e terra por exemplo. Este complemento feito pelos neoclássicos 
manteve a lei de Ricardo. 
● Bertil Ohlin – o comércio pode levar à relativa equalização da remuneração dos fatores da 
produção entre os países. A partir deste ponto de vista, surge uma questão: seria o 
comércio o instrumento adequado para se reduzir a desigualdade entre as nações? Esta 
questão também fez surgirem muitas outras como se a suposta equalização da 
remuneração dos fatores de produção produzida pelo comércio internacional seria relativa 
ou absoluta. 
● Para Samuelson, o comércio internacional levaria a uma equalização completa e absoluta 
da remuneração dos fatores. Uma vez aceito este pensamento, poderíamos inferir que o 
comércio internacional resolve as desigualdades econômicas entre as nações – 
subdesenvolvimento seria reduzido mediante a especialização mundial da produção. 
● Críticas a esta visão – alguns supostos do modelo de Samuelson são tautologias, ou seja, 
foram incluídos entre as condições de validez de sua teoria certos supostos alheios à 
realidade, tais como a homogeneidade das funções de produção em todos os países que 
realizaram comércio (cuja existência constitui, na verdade, a questão inicial das 
disparidades entre paises). Ou seja, a idéia da equalização não decorre diretamente da 
teoria de Ricardo. 
● Economistas de inspiração marxista acreditavam nos efeitos positivos do comércio 
internacional na expansão do capitalismo na periferia; davam mais ênfase no próprio 
mecanismo de expansão do capital e do sistema produtivo do que simplesmente no 
comércio internacional. Noção de subdesenvolvimento não existia na época de Marx. 
Marx, em algumas passagens, demonstrava confiar que a expansão de capitais 
desenvolveria a periferia. 
● Rosa Luxemburgo – falava da inevitabilidade da expansão capitalista em escala mundial. 
● Hilferding – as taxas de juros diferenciais levariam à exportação de capitais para a 
periferia, embora visse dificuldades para a generalização da forma de trabalho assalariado 
como relação básica da exploração econômica. 
● Lênin e Bukharim – exportação de capitais era uma condição inerente à expansão 
imperialista 
 
AS IDÉIAS DA CEPAL 
● Estúdio Econômico da América Latina - texto principal da CEPAL sobre relação centro-
periferia, desenvolvimento-subdesenvolvimento; fundamenta a doutrina CEPAL-Prebisch 
(grande economista da CEPAL), contendo duas ou três idéias básicas e, para o contexto, 
inovadoras. Prebisch, contrário a teoria das vantagens comparativas, afirma que as 
relações econômicas entre o Centro e a Periferia tendem a reproduzir as condições do 
subdesenvolvimento e a aumentar o fosso entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos. 
A mão invisível seria uma madrasta que acentuaria as distorções. Isso porque os países 
centrais se apropriariam da maior parte dos frutos do progresso técnico. Prebisch, a partir 
de uma análise de documentos da ONU que mostravam uma tendência para a 
deterioração dos termos de troca entre bens primários e manufaturados, aponta as causas 
desta estrutura condicionadora de diferenças crescentes: 
1. A taxa de crescimento da produtividade na produção manufatureira é mais alta 
que na produção de bens agrícolas; 
2. O aumento da produtividade deveria transladar-se aos preços dos produtos 
industriais, através do menor valor incorporado a cada unidade produzida; 
3. Entretanto, como nos países industrializados existe pressão sindical para manter o 
nível dos salários e a produção industrial organiza-se de tal forma que os 
oligopólios defendem a taxa de lucro, os preços não declinamproporcionalmente 
ao aumento da produtividade. 
● Os agentes de produção – operários e empresários – dos países industrializados, por sua 
força político-organizacional, bloqueiam o funcionamento do mercado e produzem, no 
comércio internacional, um efeito específico: a deterioração constante dos termos de 
intercâmbio. Esta é a segunda idéia central da teoria cepalina, decorrência imediata da 
idéia anterior que mostra a inexistência de vantagens universais: o preço dos produtos 
primários tende a declinar como proporção do preço dos produtos industrializados. 
● Prebisch parte de um suposto clássico - baixa relativa dos preços internacionais dos 
produtos manufaturados, em comparação aos produtos primários. Se tal diminuição 
relativa ocorresse, poder-se-ia esperar, como resultado, uma tendência para a 
equiparação internacional dos recursos. É neste ponto que sua análise contrasta com as 
idéia de Samuelson. 
● Este fenômeno ocasiona uma menor capacidade de acumulação na periferia, abrindo 
espaço para um debate em torno da necessidade de uma política específica para promover 
a acumulação e o desenvolvimento. 
● Pode-se questionar que faltou na teoria cepalina/Prebisch um maior desenvolvimento na 
análise do mecanismo de exploração da periferia pelo Centro. Não faltou por outro lado, o 
papel da acumulação e referencias às condições histórico-sociais específicas que nos 
países capitalistas estão subjacentes à acumulação. 
● Os supostos políticos e estruturais da análise cepalina podem ser discutíveis em termos de 
uma análise econômica que dê mais peso à “lógica do capital”. Mas seria inadequado 
sustentar esta última abstratamente, sem pensar nas condições concretas da exploração 
social e seria incorreto, para FH, pensar que a CEPAL, bem ou mal, incorreu no equívoco de 
crer que a exploração no mercado internacional dá-se através de desigualdades nos 
termos de intercambio como se estes supusessem uma exploração meramente ou 
principalmente comercial. 
 
REAÇÕES CRÍTICAS 
● Teses cepalinas sobre comercio int’l e desenvolvimento não foram aceitas pacificamente: 
receberam especialmente críticas dos setores mais ortodoxos do pensamento econômico, 
com medo de um socialismo burocrático. 
● Críticas da ultra-esquerda – desmascarou o caráter de classe das formulações cepalinas 
porque elas não põem a nu os mecanismos de exploração social e econômica que mantêm 
a subordinação dos trabalhadores à burguesia e desta aos centros imperialistas. Tomaram 
a visão cepalina como uma espécie de viseira de um futuro próspero através da 
industrialização e do fortalecimento do estado (teoria teria retardado o socialismo pois 
amorteceu a consciência do povo). 
● Segundo a teoria ceplina, o progresso técnico somado a condições sociais específicas 
produz conseqüências diferenciais entre centro e periferia. Críticas de simplismo nesta 
parte da teoria - deixa em aberto alguns pontos como porque os empresários da periferia 
não retém os ganhos ocasionados pelo aumento da produtividade do setor agrícola, 
apropriando-se eles mesmos das diferenças derivadas do barateamento dos custos de 
produção e da baixa capacidade de pressão dos trabalhadores da periferia. Há um hiato 
explicativo no mecanismo de transferência de ganhos da Periferia para o Centro, que a 
noção de insuficiência dinâmica do capitalismo periférico antes obscurece do que explica; 
falta uma análise das relações internacionais de exploração (colonialismo e imperialismo) 
para tornar mais consistente e transparente a posição crítica inicial da CEPAL. 
● Sem ela, embora se reconheça as diferenças do avanço das forças produtivas e a desigual 
capacidade de luta dos trabalhadores do centro e da periferia, a alegada menor 
capacidade de acumulação na periferia ou deriva da incapacidade de concorrência 
empresarial dos produtores locais frente aos que fazem a comercialização internacional ou 
decorre da propensão ao consumismo das elites locais. (crítica – consumo pessoal tem 
papel bastante limitado na explicação do desenvolvimento capitalista; e já existiram 
momentos de aumento do consumo nos periféricos). 
● Esta deficiência foi alvo de criticas e distorções (especialmente na explicação da relação 
entre desenvolvimento e subdesenvolovimento). No entanto, a teoria cepalina é forte 
quanto à constatação da existência de uma relação de troca desfavorável e seus efeitos. 
● Por que a tese da CEPAL sobre a deterioração dos termos de intercambio se sustenta? 
Porque não tendo havido redução de preços relativos a favor dos produtos primários, teria 
havido a exploração, devido à distribuição desigual de lucros no comércio internacional, 
considerando-se o aumento da produtividade dos países industrializados. 
 
CRÍTICAS E TEORIAS ALTERNATIVAS ÀS TEORIAS DA CEPAL 
ORTODOXOS 
● Negam que os economistas dispusessem de leis que lhes permita predizer as tendências 
dos preços a favor ou contra os produtores de matérias-primas. Também critica a tese da 
inevitabilidade do fosso entre centro e periferia. Haberler argúi que a piora nos termos de 
intercâmbio de um país com respeito ao comércio internacional num dado período não 
significa que este país, no fim do período, tenha seu bem-estar econômico afetado 
desfavoravelmente. Para ele, poderia haver uma transição de recursos para o centro, via 
comércio exterior e, ao mesmo tempo, graças ao aumento da produtividade, pode em tese 
haver crescimento econômico e mesmo aumento do padrão de vida na periferia. Assim, 
pode alargar-se a brecha entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, e o nível de 
vida, neste último, pode também aumentar em certos casos – idéia de TERMOS DE 
INTERCÂMBIO DE UM SÓ FATOR. 
● Haberter também tentou negar a validade da idéia de que é por intermédio de defesa dos 
salários e lucros dos países industrializados que são bloqueadas as transferências das 
vantagens do progresso técnico (a concorrência entre capitalistas quebraria o argumento 
cepalino). Também aponta para a falta de maior explicação sobre o papel e a natureza dos 
ciclos econômicos e sua distinção frente a tendências de piora constante. Acreditava-se 
que após as recessões, haveria uma piora continua e crescente da relação desenvolvido-
subdesenvolvido e da própria situação dos subdesenvolvidos. 
 
LIBERAIS HETERODOXOS 
● Crítica se fundamenta na ênfase na separação entre um possível viés teórico das 
formulações cepalinas iniciais e as proposições de uma ação prática para diminuir este 
fosso. 
● Formulações econômicas então vigentes sobre desenvolvimento ou repousavam nas 
vantagens comparativas ou acabavam por aceitar o círculo vicioso da pobreza como 
elemento limitativo fundamental das economias periféricas. 
● Myrdal – rompe com a ortodoxia: desenvolve uma hipótese sobre a “causação circular e 
cumulativa”, que deu foros teóricos mais sofisticados e acrescentou elementos críticos de 
teoria política à velha idéia do círculo vicioso de pobreza. Os males do 
subdesenvolvimento diagnosticados supõem uma ampla economia camponesa e 
condicionantes extra-econômicos do desenvolvimento baseados numa estrutura de poder 
não secularizada. 
● Nurkse – a limitada magnitude do mercado interno seria o maior obstáculo ao 
desenvolvimento. Esta barreira poderia ser rompida. Para ele, não se poderia confiar no 
automatismo da Lei de Say, seria preciso aplicá-la de modo a produzir um efeito em 
cadeia: 
o Só o aumento de produtividade gera, realmente, expansão de mercado (influxos 
monetários não o fazem); 
o Entretanto, não basta um aumento isolado de produtividade: só o encadeamento 
e a complementaridade básica produzida por uma “onda de investimentos de 
capital em várias indústrias” rompe o referido círculo; 
o Schumpeter, com sua teoria do empresário inovador e das ondas sucessivas de 
atuação empresarial, daria o suporte sociológico-econômico à teoria do primeiroimpulso. 
● Apresentava-se assim a chamada “teoria do crescimento equilibrado” baseada na 
ampliação da magnitude global do mercado e no aumento dos estímulos ao investimento 
industrial em geral. 
● Hirschman – não adota a estratégia do crescimento equilibrado, com a sua evidente 
preocupação pela falta do capital. Assinala que os desequilíbrios fomentam, às vezes, 
reações corretivas. Sugere que uma cadeia de exigências tecnológicas poderia requerer 
novos investimentos; de modo que é importante considerar os efeitos sucessivos que 
precedem ou seguem os investimentos. Também relembra certas possibilidades 
importantes e despercebidas do desenvolvimento econômico e inovação na América 
Latina, otimizando recursos e oportunidades disponíveis, a despeito da escassez de 
capitais. 
 
MARXISTAS 
● Expansão de capitais ocorre para a periferia porque há uma tendência à queda de lucros 
nos paises industrializados, logo, os países coloniais, atrairiam investimentos estrangeiros 
(para marxistas ortodoxos, industrialização da periferia seria uma conseqüência natural da 
expansão capitalista mundial). 
● Baran substitui a idéia de inexistência de capitais (Nurkse e Singer) pela idéia de utilização 
inadequada de “excedente econômico”: existiria uma utilização irracional - sua aplicação 
adequada solucionaria a algada escassez de capitais. Os investimentos estrangeiros 
agravariam então as distorções no uso do excedente. 
● Enquanto a inspiração marxista mais clássica não podia concordar com a análise feita pela 
CEPAL porque não via um problema de falta de capitais, a tradição mais política da análise 
de Lênin, aceita por Baran, perceberia a existência de um problema que apareceria como 
se fosse de mercado e de insuficiência dinâmica de capitais. Entretanto, ao contrario de 
Prebisch, não acreditava que as reformas, o aumento de produtividade e o investimento 
de capital estrangeiro pudessem alterar drasticamente as condições prevalecentes no 
subdesenvolvimento. Só uma revolução socialista libertaria as forças produtivas e 
permitiria elevar o nível de vida das massas, através do melhor uso do excedente 
disponível. 
 
IDÉIAS NA PRATICA 
● Tese cepalina se focava no aumento da produtividade per capita e no aumento da 
acumulação de capitais. Este ponto foi criticado tanto pela direita como esquerda. A 
esquerda criticou porque faltou a explicação dos mecanismos pelos quais se 
compatibilizavam as duas metas; a direita porque viu a tese cepalina como acusação aos 
paises ricos e um distributivismo internacional que não tomava a serio a necessidade de 
formar capitais e aumentar a produtividade. 
● Prebisch mostrou que: 
o O comercio internacional deveria ser ativo para ajudar o crescimento da América 
Latina; 
o O aumento da produtividade era indispensável; 
o Sem acumulação, não haveria desenvolvimento; 
o Porém, insistiu que este processo não deveria dar-se através da compressão do 
consumo popular que já era baixíssimo. 
 
POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO 
● As políticas sustentadas pelas proposições cepalinas receberam muitas criticas (mais que a 
teoria); primeiro porque colocaram ênfase nos desequilíbrios estruturais e os economistas 
mais preocupados com o curto prazo e com os aspectos monetários do desenvolvimento 
viram nelas o risco de uma retórica anticapitalista. 
● Metas básicas: 
o Industrialização e sadio protecionismo (Prebisch sempre defendeu a necessidade 
de alguma concorrência); 
o Política adequada e alocação dos recursos externos; 
o Programação de substituição das importações; 
o Atenção especial para não diminuir ainda mais os salários, no processo de 
industrialização e para evitar a redução da capacidade de consumo das grandes 
massas. 
● A ênfase das políticas cepalinas era posta na necessidade da industrialização programada 
com os necessários mecanismos de controles cambiais. A implementação destas políticas 
supunha, entretanto, a defesa da necessidade do deslocamento dos centros de decisão 
para a periferia e, consequentemente, o fortalecimento da capacidade decisória e 
regulamentadora do Estado (assim é fácil entender a reação liberal-conservadora à CEPAL, 
mesmo que ela não exacerbe a questão social). 
● Coincidência entre marxistas e posições cepalinas: viam no exterior o inimigo principal e 
ambas coincidiam em que sem esforço interno para remover obstáculos ao 
desenvolvimento – setores tradicionais – não haveria melhoria do nível de vida das 
massas. Estas coincidências deram “coloração levemente avermelhada” à teoria cepalina 
(Prebisch não era defensor soviético). 
● Posteriormente, a CEPAL também defendeu idéia de integração: passou a propor e a 
implementar a formação de “mercados comuns” latino americanos (manutenção da idéia 
de estreiteza do mercado e a noção política de que através de blocos talvez fosse mais 
fácil contrapor-se aos interesses do centro). 
● Política relativa aos capitais estrangeiros e a explicação da natureza da acumulação 
proposta são área de indecisão no pensamento cepalino. Se admite-se a tese de que o 
desenvolvimento capitalista depende do desenvolvimento das forças produtivas e que 
este depende e por sua vez altera tanto a divisão social (e internacional) do trabalho 
quanto o modo côo se dá a exploração, surgem certas questões: 
o Como incorporar o progresso técnico: via importação de tecnologias, através de 
desenvolvimento tecnológico autóctone ou por intermédio de alguma forma de 
combinação entre ambos? 
o Como assegurar um processo de divisão interna do trabalho que favoreça a 
acumulação? 
o Como expandir a participação do Estado na economia, diretamente e através de 
impostos, para aumentar as probabilidades da industrialização? 
o Como justificar a acumulação, reconhecendo-se que ela supõe trabalho 
acumulado: impunha alguma teoria redistribucionista explícita ou alguma teoria 
socialista que enfatizasse a natureza de classe da exploração capitalista? 
● A última questão ficou na penumbra e as duas primeiras – que tratam do papel do capital 
estrangeiro foi tratada com relevância. 
● Realismo de Prebisch o fez ver com cautela a contribuição do capital estrangeiro. Para ele, 
seria necessário aumentar a formação interna de capitais para elevar a produtividade e o 
Estado é o agente de aceleração deste progresso. Mas, como existem distorções, recorre-
se ao capital estrangeiro – ele dá importância à formação de um novo mercado (interno) 
para as inversões estrangeiras e criticava o capital estrangeiro por não ter acelerado esse 
processo. 
● Sua saída para obter o impulso inicial seria 
o Controle e realocação do excedente obtido pelas exportações sobre as 
importações; 
o Desvio de recursos dos bens de consumo corrente para o setor de bens de capital; 
o Recurso adicional – mas importante - ao capital estrangeiro para acelerar tanto a 
formação de capitais quanto o progresso tecnológico. 
 
Teoria da Dependência – Resumo Texto Theotonio dos Santos 
Introdução: 
➢ É exposta a definição de Theotonio dos Santos para dependência. Ele começa 
colocando que dependência é muito difícil de se definir, porque está condicionada 
pelas características do Estado dependente, que tem mudado ao longo do tempo. 
➢ O autor acredita haver três formas de dependência: Colonial, financeira/industrial e 
das corporações multinacionais, ao longo do texto ele vai especificar melhor o que são 
essas formas de dependência. Mas, a que explicita que mais vai focar é a terceira 
forma. 
 
TEXTO: 
➢ É colocado, logo no começo do texto, que a relação de dependência da América Latina 
não pode ser superada sem uma mudança qualitativa na estrutura interna e na relação 
externa do continente. Tal estrutura, que se mostra presente, é fato que leva os países 
latino-americanos ao subdesenvolvimento, agravando problemas sociais. 
 
What is dependence?➢ Outra definição de dependência pode ser encontrada no texto. Dependência é a situação 
na qual a economia de um determinado país é condicionada pelo desenvolvimento e 
expansão da economia de outro país. 
Teoria do capitalismo – é a teoria que coloca que a dependência externa é conseqüência do 
processo mundial de expansão do capitalismo. 
 
Historic Forms of Dependence 
 
➢ As formas históricas da dependência estão condicionadas a 3 fatores: 
1) As formas básicas da economia global têm as suas próprias regras de desenvolvimento. 
2) O tipo das relações econômicas dominantes nos centros capitalistas e 
3) os tipos de relações econômicas existentes dentro dos países periféricos, que são 
incorporadas à situação de dependência, são gerados pelas relações econômicas 
internacionais (expansão do capitalismo). 
 
➢ Ele coloca o que são as três formas históricas de dependência. 
1) Colonial – o comércio e o capital financeiro do país colonizado é controlado pela 
metrópole. Assim como as relações econômicas há o predomínio do monopólio do 
comércio da metrópole. 
2) Financeira/industrial – caracterizado pela dominação do grande capital nos centros 
hegemônicos. 
3) Corporações multinacionais – tal dependência é baseada nas corporações 
multinacionais, que começaram a investir na adequação de industrias ao mercado 
interno dos países subdesenvolvidos. Ou seja, eles investem no investimento de 
industrias nos países subdesenvolvidos. 
 
➢ As formas de dependência condicionam, não só as relações internacionais, mas 
também a orientação da produção, as formas de acumulação de capital, a reprodução 
da economia e a estrutura política e social. 
 
The export economies 
➢ Coloca como a produção é destinada nas formas de dependência um e dois: 
1) e 2) A produção é destinada para exportação (produtos da época colonial como ouro, 
prata, produtos mais primários também, produtos agrícolas e etc.) Tal produção é 
determinada pelas demandas do país hegemônico. São economias exportadoras 
mesmo e que a exportação depende do país hegemônico. 
➢ Tem atividades complementares. Mas, que em geral depende do setor exportador, que 
compram essas mercadorias do setor complementar. Coloca duas atividades 
complementares: 
1) cattle-raising(não consegui uma boa tradução) 
2) manufaturas 
➢ Mercado interno existente nessas duas formas de dependência é restrito por quatro 
fatores: 
1) Maioria dos rendimentos é derivada das exportações, que eram na maior parte das 
vezes era destinado pagar os gastos para a produção dos produtos para a exportação. 
2) A força de trabalho existente é submetida a uma forte exploração, fato que limita o 
consumo. 
3) Parte do consumo dos trabalhadores é fornecida pela economia de subsistência, o que 
serve para o complemento dos seus lucros/ganhos em momentos de depressão. 
4) Grande parte das terras e das minas está na mão de estrangeiros, o que faz com que 
boa parte do excedente acumulado seja mandada para os países dos estrangeiros em 
forma de lucro/benefício, o que limita não só o consumo interno, mas também o 
reinvestimento. 
 
The new dependence 
➢ A nova dependência – que é a das corporações multinacionais – é condicionada as 
exigências das mercadorias internacionais e do capital de mercado. 
➢ Gerar mais investimento depende de recursos financeiros para a aquisição de maquinário 
necessário e para processar a produção de produtos que não são produzidos 
domesticamente. 
➢ Essas aquisições faladas acima estão submetidas a duas restrições, uma é o limite dos 
recursos gerados pelo setor exportador e a outra é o monopólio de patentes, que faz com 
que as firmas queiram transferir suas máquinas em forma de capital e não em mercadoria 
para a venda. 
➢ É preciso analisar três fatores que limitam/são obstáculos para o desenvolvimento das 
industrias. 
1) Um é o fato de que o desenvolvimento delas depende do setor exportador, para comprar 
as capacidades para utilização no setor industrial. 
2) A outra é que o desenvolvimento industrial está condicionado à flutuação da balança de 
pagamentos, que muitas vezes se mostra negativa, diversos fatores causam o déficit da 
balança. 
3) O terceiro fato é que o desenvolvimento industrial está condicionado também ao 
monopólio tecnológico exercido pelos centros imperialistas. 
 
Effects on the productive structure 
 
➢ Efeitos que a estrutura de dependência tem sobre o sistema produtivo nesses países 
menores/subdesenvolvidos é muito grande. O sistema produtivo dos países em 
desenvolvimento é essencialmente determinado por essas relações de dependência. 
Coloca três questões: 
1) Em primeiro lugar, a necessidade dos países em conservar a estrutura agrária e da 
exportação fazem com que haja uma combinação entre as economias mais desenvolvidas, que 
extraem lucros, e as economias em desenvolvimento. Tal relação entre os dois é uma relação 
essencialmente de dependência. 
2) Em segundo lugar, a estrutura industrial e tecnológica responde mais aos interesses das 
corporações multinacionais do que as necessidades de desenvolvimento interno. 
3) O terceiro aspecto é que a mesma tecnologia e concentração financeira da economia 
hegemônica são transferidas sem uma modificação substancial para economias e sociedades 
muito diferentes, fazendo com que aconteça concentração de lucros, subutilização das 
capacidades instaladas, etc. 
➢ Com essa breve análise podemos ver que os países em desenvolvimento não estão nesse 
patamar por falta de integração com o capitalismo. Pelo contrário, eles se encontram onde 
se encontram, porque os mais poderosos obstáculos deles vem da sua maneira de 
desenvolvimento, pela maneira que eles são integrados, aderidos no sistema 
internacional, que tem as suas próprias regras de desenvolvimento. 
 
Some Conclusions: Dependence reproduction 
 
➢ Para entender o sistema de dependência e a instituição socioeconômica criada por ela, nós 
precisamos vê-la como parte de um sistema de relações econômicas mundiais baseadas no 
monopólio do capital de larga escala, no controle de certos centros financeiros e 
econômicos sobre outras economias, no monopólio do complexo tecnológico, entre 
outros. 
➢ Ao final do texto são colocadas algumas alternativas de desenvolvimento para a América 
Latina e para os países dependentes. O que parece que irá acontecer é um longo processo 
de confrontações militares e políticas e uma profunda radicalização social, que vai levar 
esses países a um dilema: 
1) Governos autoritários, que abrem as portas para o fascismo. 
2) Ou, governos populares, que abrem as portas para o socialismo. 
Um meio termo entre esses dois tem mostrado ser utópico.

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