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CEPAL - resumo

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Desenvolvimento sócio-econômico na América Latina
AS IDÉIAS CORRENTES: CEPAL canalizou e difundiu um conjunto de teses a respeito das causas, condições e obstáculos ao desenvolvimento, tornando-se uma espécie de marca registrada do pensamento econômico latino-americano. FHC faz uma análise das teorias mais difundidas antes da teoria CEPALINA ser desenvolvida:
LEI DAS VANTAGENS COMPARATIVAS – teoria de Ricardo aonde o comércio internacional levaria à especialização da produção por países de acordo com os custos relativamente menores de mão-de-obra e que este processo geraria ganhos para todos os países. Neoclássicos criticaram por só se basear nos custos de mão-de-obra, deve-se incluir capital e terra por exemplo. O complemento, porém, manteve a lei de Ricardo.
OHLIN – o comércio pode levar à relativa equalização da remuneração dos fatores da produção entre os países. A partir deste ponto de vista, surge uma questão: seria o comércio o instrumento adequado para se reduzir a desigualdade entre as nações? Esta questão também fez surgirem muitas outras como se a suposta equalização da remuneração dos fatores de produção produzida pelo comércio internacional seria relativa ou absoluta.
SAMUELSON: o comércio internacional levaria a uma equalização completa e absoluta da remuneração dos fatores. Uma vez aceito este pensamento, poderíamos inferir que o comércio internacional resolve as desigualdades econômicas entre as nações – subdesenvolvimento seria reduzido mediante a especialização mundial da produção. Uma crítica a ele é que alguns supostos são tautologias, ou seja, foram incluídos entre as condições de validez de sua teoria certos supostos alheios à realidade. A ideia da equalização não decorre diretamente da teoria de Ricardo.
MARXISTAS: davam mais ênfase no próprio mecanismo de expansão do capital e do sistema produtivo do que simplesmente no comércio internacional. Noção de subdesenvolvimento não existia na época de Marx, mas demonstrava confiar que a expansão de capitais desenvolveria a periferia em algumas passagens. Rosa Luxemburgo falava da inevitabilidade da expansão capitalista em escala mundial. Hilferding considerava que as taxas de juros diferenciais levariam à exportação de capitais para a periferia, embora visse dificuldades para a generalização da forma de trabalho assalariado como relação básica da exploração econômica. Lênin e Bukharim defenderam que a exportação de capitais era uma condição inerente à expansão imperialista
AS IDÉIAS DA CEPAL: o texto de Prebisch, principal da CEPAL sobre relação centro-periferia, desenvolvimento-subdesenvolvimento; fundamenta a doutrina CEPAL-Prebisch. Prebisch era contrário à teoria das vantagens comparativas e afirma que as relações econômicas entre o Centro e a Periferia tendem a reproduzir as condições do subdesenvolvimento e a aumentar o fosso entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos. Os países centrais se apropriariam da maior parte dos frutos do progresso técnico. Prebisch aponta as causas desta estrutura condicionadora de diferenças crescentes: A taxa de crescimento da produtividade na produção manufatureira é mais alta que na produção agrícola O aumento da produtividade deveria refletir nos preços dos produtos industriais, através do menor valor incorporado a cada unidade produzida como nos países industrializados existe pressão sindical para manter o nível dos salários e a produção industrial organiza-se de tal forma que os oligopólios defendem a taxa de lucro, os preços não declinam proporcionalmente ao aumento da produtividade.
Agentes de produção dos industrializados têm força político-organizacional bloqueiam o funcionamento do mercado deterioração constante dos termos de intercâmbio. Segunda ideia central da CEPAL e decorre da primeira: não existem vantagens universais: o preço dos produtos primários tende a declinar como proporção do preço dos produtos industrializados. Suposto clássico: deveria haver baixa relativa dos preços internacionais dos produtos manufaturados, em comparação aos produtos primários e se tal diminuição relativa ocorresse tendência para a equiparação internacional dos recursos. É neste ponto que sua análise contrasta com as ideias de Samuelson, pois considera que a tendência não se realiza por força política dos agentes de produção dos países industrializados. Resultado: menor capacidade de acumulação na periferia, abrindo espaço para um debate em torno da necessidade de uma política específica para promover a acumulação e o desenvolvimento. Pode-se questionar que faltou na teoria cepalina/Prebisch um maior desenvolvimento na análise do mecanismo de exploração, mas não que faltou explorar o papel da acumulação e referências às condições histórico-sociais específicas. Pode-se considerar que a estrutura teórica cepalina dá mais peso à “lógica do capital”, mas seria inadequado sustentar esta última abstratamente, sem pensar nas condições concretas da exploração social e seria incorreto, para FHC, pensar que a CEPAL só tratou da exploração no mercado internacional através de desigualdades nos termos de troca e supôs uma exploração meramente ou principalmente comercial.
CRÍTICAS: receberam especialmente críticas dos setores mais ortodoxos do pensamento econômico, com medo de um socialismo burocrático. 
ULTRA-ESQUERDA: Não tratou dos mecanismos de exploração social e econômica que mantêm a subordinação dos trabalhadores à burguesia e desta aos centros imperialistas. Criticaram teoria cepalina por conceber um futuro próspero através da industrialização e do fortalecimento do estado e defenderam que a teoria teria retardado o socialismo, pois amorteceu a consciência do povo.
DE MODO GERAL: Na CEPAL, progresso técnico + condições sociais específicas = consequências diferentes entre centro e periferia. Críticas foram feito ao simplismo desta parte da teoria, pois deixa em aberto pontos como: por que os empresários da periferia não retêm os ganhos do aumento da produtividade do setor agrícola, apropriando-se eles mesmos das diferenças derivadas do barateamento dos custos de produção e da baixa capacidade de pressão dos trabalhadores da periferia? Não há desenvolvimento de uma explicação do mecanismo de transferência de ganhos da Periferia para o Centro. A noção de insuficiência dinâmica do capitalismo periférico não preenche esse hiato, falta uma análise das relações internacionais de exploração (colonialismo e imperialismo). Sem ela, embora se reconheça as diferenças do avanço das forças produtivas, a alegada menor capacidade de acumulação na periferia derivaria ou da incapacidade de concorrência empresarial dos produtores locais frente aos que fazem a comercialização internacional, ou da propensão ao consumismo das elites locais. Esta deficiência foi alvo de críticas e distorções, especialmente na explicação da relação entre desenvolvimento e subdesenvolvimento. No entanto, a teoria é forte na constatação da existência de uma relação de troca desfavorável. 
ORTODOXOS: Negam possibilidade de determinar as tendências dos preços a favor ou contra os produtores de matérias-primas e criticam a tese da inevitabilidade do fosso entre centro e periferia. Haberler considera que a piora nos termos de troca em dado período não significa que este país, no fim do período, terá seu bem-estar prejudicado. Poderia haver uma transição de recursos para o centro via comércio exterior e crescimento econômico com aumento do padrão de vida na periferia ao mesmo tempo graças ao aumento da produtividade. Assim, pode alargar-se a brecha entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, mas o nível destes de vida aumentar. Também tentou negar que é pela defesa dos salários e lucros dos países industrializados que são bloqueadas as transferências das vantagens do progresso técnico. Além disso, aponta para a falta de maior explicação sobre o papel e a natureza dos ciclos econômicos e sua distinção frente a tendências de piora constante. 
LIBERAIS HETERODOXOS: Crítica se fundamenta na ênfase na separação entre
um viés teórico das formulações cepalinas iniciais e as proposições de ação prática para diminuir o fosso. Formulações econômicas então vigentes sobre desenvolvimento ou repousavam nas vantagens comparativas, ou acabavam por aceitar o círculo vicioso da pobreza como elemento limitativo fundamental das economias periféricas. Myrdal rompe com a ortodoxia e desenvolve uma hipótese sobre a “causação circular e cumulativa”, que sofisticou a ideia do círculo vicioso de pobreza. Os males do subdesenvolvimento supõem uma ampla economia camponesa e condicionantes extra econômicos do desenvolvimento baseados numa estrutura de poder não secularizada. Nurkse considera a limitada magnitude do mercado interno como o maior obstáculo ao desenvolvimento, mas poderia ser rompida desde que não se confiasse no automatismo da Lei de Say, seria preciso aplicá-la de modo a produzir um efeito em cadeia. Defende que só o aumento de produtividade gera expansão de mercado (influxos monetários não o fazem), mas que deve ocorrer junto uma onda de investimentos de capital em várias indústrias. Schumpeter e a teoria do empresário inovador daria o suporte sociológico-econômico à teoria do primeiro impulso. É a chamada “teoria do crescimento equilibrado” baseada na ampliação da magnitude global do mercado e no aumento dos estímulos ao investimento industrial em geral. Hirschman não a adota pela pouca preocupação que tinha com falta do capital. Assinala que os desequilíbrios fomentam, às vezes, reações corretivas e sugere que uma cadeia de exigências tecnológicas poderia requerer novos investimentos, sendo importante considerar os efeitos sucessivos que precedem ou seguem os investimentos. Relembra possibilidades importantes e despercebidas do desenvolvimento econômico e inovação na América Latina, otimizando recursos e oportunidades disponíveis, a despeito da escassez de capitais.
MARXISTAS: Expansão de capitais ocorre para a periferia porque há uma tendência à queda de lucros nos industrializados os países coloniais atraem investimentos estrangeiros. Marxistas ortodoxos consideram a industrialização da periferia como consequência natural da expansão capitalista mundial. Baran substitui a ideia de inexistência de capitais pela de utilização inadequada de “excedente econômico”. Existiria uma utilização racional que solucionaria a escassez de capital que não é aplicada e os investimentos estrangeiros agravariam as distorções. A inspiração marxista clássica não podia concordar com a CEPAL porque não via um problema de falta de capitais, mas a tradição mais política de Lênin perceberia a existência de um problema que apareceria como se fosse de mercado e de insuficiência dinâmica de capitais. Entretanto, não acreditavam que as reformas pudessem alterar as condições de subdesenvolvimento, só uma revolução socialista libertaria as forças produtivas e permitiria elevar o nível de vida das massas, através do melhor uso do excedente disponível.
IDÉIAS NA PRÁTICA: CEPAL focava no aumento da produtividade per capita e no aumento da acumulação de capitais e foi criticada pela direita e esquerda. A esquerda porque faltou a explicação dos mecanismos para compatibilizar as duas metas; a direita porque entendeu a proposta como acusação aos países ricos e como distributivismo internacional que não considerava a sério a necessidade de formar capitais e aumentar a produtividade.
PREBISCH MOSTROU QUE: O comercio internacional deveria ser ativo para ajudar o crescimento da América Latina; o aumento da produtividade era indispensável; sem acumulação, não haveria desenvolvimento. Insistiu que este processo não deveria comprimir consumo popular, que já era baixíssimo.
POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO: receberam muitas críticas porque colocaram ênfase nos desequilíbrios estruturais e os economistas mais preocupados com o curto prazo e aspectos monetários do desenvolvimento viram nelas o risco de uma retórica anticapitalista. Metas básicas: Industrialização e sadio protecionismo (Prebisch sempre defendeu a necessidade de alguma concorrência); política adequada e alocação dos recursos externos; programação de substituição das importações; atenção especial para não diminuir ainda mais os salários, no processo de industrialização e para evitar a redução da capacidade de consumo das grandes massas. A ênfase era a industrialização programada com os necessários mecanismos de controles cambiais. A implementação supunha, entretanto, o deslocamento dos centros de decisão para a periferia e, consequentemente, o fortalecimento da capacidade decisória e regulamentadora do Estado (assim é fácil entender a reação liberal-conservadoral). Havia coincidência entre marxistas e CEPAL: exterior como obstáculo principal e necessidade de esforço interno para remover obstáculos ao desenvolvimento para melhorar o nível de vida das massas. Estas coincidências fizeram a teoria cepalina ser considerada “vermelha” na época da Guerra Fria, mas Prebisch não era defensor soviético. Posteriormente, a CEPAL também defendeu a integração latino americana e propor a formação de “mercados comuns”. 
POLÍTICA RELATIVA AOS CAPITAIS ESTRANGEIROS: Junto com a explicação da natureza da acumulação, é área de indecisão no pensamento cepalino. Admite-se a tese de que o desenvolvimento capitalista depende do desenvolvimento das forças produtivas e que este depende tanto a divisão social (e internacional) do trabalho quanto o modo como se dá a exploração, surgem certas questões: como incorporar o progresso técnico? Como assegurar um processo de divisão interna do trabalho que favoreça a acumulação? Como expandir a participação do Estado na economia para aumentar as probabilidades da industrialização? Como justificar a acumulação, reconhecendo-se que ela supõe trabalho acumulado? A última questão não foi desenvolvida e as duas primeiras foram tratadas com relevância. Realismo de Prebisch o fez ver com cautela a contribuição do capital estrangeiro. Para ele, seria necessário aumentar a formação interna de capitais para elevar a produtividade e o Estado é o agente de aceleração deste progresso, mas as distorções exigem que se recorra ao capital estrangeiro. Ele dá importância à formação de um novo mercado (interno) para as inversões estrangeiras e critica o capital estrangeiro por não ter acelerado esse processo. Sua saída para obter o impulso inicial seria o controle e realocação do excedente obtido pelas exportações sobre as importações; desvio de recursos dos bens de consumo corrente para o setor de bens de capital e recurso adicional, mas importante, ao capital estrangeiro para acelerar tanto a formação de capitais quanto o progresso tecnológico.
TEORIA DA DEPENDÊNCIA – RESUMO TEXTO THEOTONIO DOS SANTOS: A relação de dependência da América Latina não pode ser superada sem uma mudança qualitativa na estrutura interna e na relação externa do continente. Tal estrutura, que se mostra presente, é fato que leva os países latino-americanos ao subdesenvolvimento, agravando problemas sociais. 
DEFINIÇÃO DE DEPENDÊNCIA: situação na qual a economia de um determinado país é condicionada pelo desenvolvimento e expansão da economia de outro país. Teoria do capitalismo – é a teoria que coloca que a dependência externa é consequência do processo mundial de expansão do capitalismo. 
FORMAS HISTÓRICAS DE DEPENDÊNCIA: As formas históricas da dependência estão condicionadas a 3 fatores: as formas básicas da economia global terem suas próprias regras de desenvolvimento; existirem tipos de relações econômicas dominantes nos centros capitalistas; e os tipos de relações econômicas dos periféricos serem gerados pelas relações econômicas internacionais (expansão do capitalismo). 
TRÊS FORMAS HISTÓRICAS DE DEPENDÊNCIA: As formas de dependência condicionam, não só as relações internacionais, mas também a orientação da produção, as formas de acumulação de capital, a reprodução da economia e a estrutura política e social.
Colonial – o comércio e o capital financeiro do país colonizado é controlado pela metrópole.
Assim como as relações econômicas há o predomínio do monopólio do comércio da metrópole. 
Financeira/industrial – caracterizado pela dominação do grande capital nos centros hegemônicos.
Corporações multinacionais – tal dependência é baseada nas corporações multinacionais, que começaram a investir na adequação de industrias ao mercado interno dos países subdesenvolvidos. Ou seja, eles investem no investimento de industrias nos países subdesenvolvidos. 
ECONOMIAS EXPORTADORAS: Coloca como a produção é destinada nas formas de dependência um e dois: A produção é destinada para exportação e a produção é determinada pelas demandas do país hegemônico. São economias cuja exportação depende do país hegemônico. Eles têm atividades complementares, mas estas dependem do setor exportador, que compram as mercadorias do setor complementar. São basicamente duas atividades complementares: pecuária e manufatura. O mercado interno é restrito por quatro fatores:
1) Maioria dos rendimentos ser derivada das exportações e estes destinados a pagar os gastos para a produção dos produtos para a exportação. 
2) A força de trabalho ser submetida a uma forte exploração limita o consumo. 
3) Parte do consumo dos trabalhadores = subsistência 
Grande parte das terras e das minas na mão de estrangeiros boa parte do excedente mandado para fora limita não só o consumo interno, mas também o reinvestimento.
A NOVA DEPENDÊNCIA: a dependência das corporações multinacionais é condicionada pelas exigências das mercadorias internacionais e do capital de mercado. Gerar mais investimento depende de recursos financeiros para a aquisição de maquinário necessário para passar a produzir produtos que não o são domesticamente. Essas aquisições estão submetidas a duas restrições: limite dos recursos gerados pelo setor exportador e o monopólio de patentes firmas queiram transferir suas máquinas em forma de capital e não em mercadoria para a venda. Três fatores limitam/são obstáculos para o desenvolvimento das industrias: 
Depende do setor exportador para comprar as capacidades para utilização no setor industrial. 
Está condicionado à flutuação da balança de pagamentos, que muitas vezes se mostra negativa, diversos fatores causam o déficit da balança. 
Está condicionado ao monopólio tecnológico exercido pelos centros imperialistas. 
EFEITOS NA ESTRUTURA PRODUTIVA: O sistema produtivo dos países em desenvolvimento é essencialmente determinado por essas relações de dependência e isso leva a 3 pontos:
1) Necessidade dos países da estrutura agrário-exportadora faz com que haja uma combinação entre as economias mais desenvolvidas, que extraem lucros, e as economias em desenvolvimento. Tal relação entre os dois é uma relação essencialmente de dependência. 
2) A estrutura industrial e tecnológica responde mais aos interesses das corporações multinacionais do que às necessidades de desenvolvimento interno. 
3) A mesma tecnologia e concentração financeira da economia hegemônica são transferidas sem uma modificação substancial para economias e sociedades muito diferentes, fazendo com que aconteça concentração de lucros, subutilização das capacidades instaladas
CONCLUSÃO: os países em desenvolvimento não estão nesse patamar por falta de integração com o capitalismo e sim porque os mais poderosos obstáculos vêm da sua maneira de desenvolvimento. Ocorre pela maneira que os periféricos são integrados ao sistema internacional e suas próprias regras de desenvolvimento. Para entender o sistema de dependência e a instituição socioeconômica criada por ela é preciso vê-la como um sistema de relações econômicas mundiais baseadas no monopólio do capital de larga escala, no controle de certos centros financeiros e econômicos sobre outras economias, no monopólio do complexo tecnológico, entre outros. O que parece que irá acontecer é um longo processo de confrontações militares e políticas e uma profunda radicalização social, que vai levar esses países a um dilema: governos autoritários, que abrem as portas para o fascismo, ou governos populares, que abrem as portas para o socialismo. Um meio termo entre esses dois tem mostrado ser utópico.

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