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PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL Anderson Silva, assistido por advogado não vinculado ao seu sindicato de classe, ajuizou reclamação trabalhista, pelo rito ordinário, em face da empresa Comércio Atacadista de Alimentos Ltda. (RT nº 0055.2010.5.01.0085), em 10/01/2011, afirmando que foi admitido em 03/03/2002, na função de divulgador de produtos, para exercício de trabalho externo, com registro na CTPS dessa condição, e salário mensal fixo de R$ 3.000,00 (três mil reais). Alegou que prestava serviços de segunda-feira a sábado, das 9h às 20h, com intervalo para alimentação de 01 (uma) hora diária, não sendo submetido a controle de jornada de trabalho, e que foi dispensado sem justa causa em 18/10/2010, na vigência da garantia provisória de emprego prevista no artigo 55 da Lei 5.764/71, já que ocupava o cargo de diretor suplente de cooperativa criada pelos empregados da ré. Afirmou que não lhe foi pago o décimo terceiro salário do ano de 2009 e que não gozou as férias referentes ao período aquisitivo 2007/2008, admitindo, porém, que se afastou, nesse mesmo período, por 07 (sete) meses, com percepção de auxílio-doença. Aduziu, ainda, que foi contratado pela ré, em razão da morte do Sr. Wanderley Cardoso, para exercício de função idêntica, na mesma localidade, mas com salário inferior em R$ 1.000,00 (um mil reais) ao que era percebido pelo paradigma, em ofensa ao artigo 461, caput, da CLT. Por fim, ressaltou que o deslocamento de sua residência para o local de trabalho e vice-versa era realizado em transporte coletivo fretado pela ré, não tendo recebido vale-transporte durante todo o período do contrato de trabalho. Diante do acima exposto, postulou: a) a sua reintegração no emprego, ou pagamento de indenização substitutiva, em face da estabilidade provisória prevista no artigo 55 da Lei 5.674/71; b) o pagamento de 02 (duas) horas extraordinárias diárias, com adicional de 50% (cinquenta por cento), e dos reflexos no aviso prévio, férias integrais e proporcionais, décimos terceiros salários integrais e proporcionais, FGTS e indenização compensatória de 40% (quarenta por cento); c) o pagamento em dobro das férias referentes ao período aquisitivo de 2007/2008, acrescidas do terço constitucional, nos termos do artigo 137 da CLT; d) o pagamento das diferenças salariais decorrentes da equiparação salarial com o paradigma apontado e dos reflexos no aviso prévio, férias integrais e proporcionais, décimos terceiros salários integrais e proporcionais, FGTS e indenização compensatória de 40% (quarenta por cento); e) o pagamento dos valores correspondentes aos vales-transportes não fornecidos durante todo o período contratual; e f) o pagamento do décimo terceiro salário do ano de 2008. Considerando que a reclamação trabalhista foi distribuída à 85ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro – RJ, redija, na condição de advogado contratado pela empresa, a peça processual adequada, a fim de atender aos interesses de seu cliente. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 85º VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO – RJ Processo nº 0055.2010.5.01.0.085 COMÉRCIO ATACADISTA DE ALIMENTOS LTDA., qualificação e endereço completos, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado (procuração anexa), com escritório profissional no endereço completo, onde recebe intimações e notificações, com fulcro no art. 847 da CLT, OFERECER: CONTESTAÇÃO à Reclamatória Trabalhista que lhe move ANDERSON SILVA, já qualificado nos autos em epígrafe, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. I - PRELIMINAR DE MÉRITO 1. Inépcia da petição inicial – ausência de causa de pedir O reclamante, na petição inicial, afirma que não recebeu os valores referentes ao 13º salário de 2009, porém, postula o pagamento do 13º salário de 2008. De acordo com o determinado no art. 330 § 1º I, do CPC, a petição inicial é inepta quando lhe falta pedido ou causa de pedir. No presente caso, a petição inicial é inepta quanto ao pedido de pagamento do 13º salário de 2008, pois o autor não apontou causa de pedir, uma vez que afirmou que não recebeu apenas o 13º salário do ano de 2009. Esclarece-se que a inépcia da inicial deve ser analisada em preliminar de contestação, à luz do art. 337, IV, do CPC. Diante do exposto requer a extinção do processo sem resolução de mérito, nos termos do art. 485, I e 330 I do CPC (indeferimento da petição inicial) e, sucessivamente, art. 485, IV da CPC (ausência de pressuposto de desenvolvimento válido e regular do processo), em relação ao pedido de pagamento de 13º salário de 2008. 2. Inépcia da petição inicial – ausência de pedido O reclamante, na petição inicial, afirma que não recebeu os valores referentes ao 13º salário de 2009, todavia, postula o pagamento do 13º salário de 2008. Conforme dispõe o art. 330 § 1º, I do CPC, a petição inicial é inepta quando lhe faltar à causa de pedir. No presente caso, a petição inicial é inepta quanto ao 13º salário do ano de 2009, uma vez que apenas afirmou que o mesmo não foi pago sem formular qualquer pedido. Esclarece-se que a inépcia da inicial deve ser analisada em preliminar de contestação, nos moldes do art. 337, IV, do CPC. Diante do exposto, requer a extinção do processo sem resolução do mérito, com base nos arts. 485, I, do CPC (indeferimento da petição inicial) e, sucessivamente, art.485, I, e 330, I do CPC (ausência de pressupostos de desenvolvimento válido e regular do processo), em relação ao 13º salário do ano de 2009. Sucessivamente, caso não sejam acolhidas as preliminares, requer a análise dos demais itens a seguir expostos. II – PREJUDICIAL DE MÉRITO 1. Prescrição quinquenal O reclamante postulou em sua reclamatória trabalhista ajuizada em 10.01.2011, parcelas que retroagem à data de sua admissão, que ocorreu e, 03.03.2002. Nos termos dos arts. 7 º, XXIX, da CF e 11 , I da CLT, o direito de ação quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos, contados da data do ajuizamento da ação (Súmula 308, II TST) Diante do exposto, requer a extinção do processo, com resolução de mérito, à luz do art. 487, II do CPC, quanto às parcelas postuladas anteriores aos últimos cinco anos contados do ajuizamento da ação, ou seja, anteriores a 10.01.2006. III – MÉRITO 1. Reintegração O reclamante postulou a reintegração ao emprego, ou a equivalente indenização substitutiva, tendo em vista a suposta estabilidade que possuía na ocasião da dispensa, por ter sido nomeado para exercer o cargo de diretor suplente da cooperativa criada pelos empregados da ré. Não assiste razão ao reclamante, pois, consoante determina a OJ 253 da SDI-I do TST, o diretor suplente de cooperativa não é beneficiada da estabilidade provisória prevista no art. 55 da Lei 5.764/71 a qual é dirigida, exclusivamente, aqueles que exercem ou ocupem cargos de direção das cooperativas, não se entendendo tal garantia aos suplentes. Assim, o reclamante não possui direito a estabilidade provisória, nem à sua indenização substitutiva, por exercer cargo de suplente de cooperativa criada pelos empregados. Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de reintegração, bem como de indenização substitutiva. 2. Horas Extras O reclamante postulou a condenação do reclamado ao pagamento de 02 horas extraordinárias diárias, acrescidas do adicional de 50 % por laborar da segunda a sábado das 9h às 20h, e reflexos. Não assiste razão ao reclamante, pois, de acordo com o instituído pelo art.62, I da CLT, não faz jus à percepção de horas extraordinárias os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horários de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados , requisitos que se verificam no presente caso em que o trabalho externo foi registrado na CTPS do reclamante e ele mesmo afirma que não estava submetido a controle de jornada de trabalho. Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de 2 horas extras diárias, bem como dos reflexos postulados. 3. Férias em dobro O reclamante postulou o pagamento em dobro das férias referentes ao período aquisitivo de 2007/2008, acrescidos de 1/3 pela não concessão a tempo e modo, nos moldes do art. 137 da CLT. Não assiste razão ao reclamante, pois, conforme estabelece o art. 133, IV da CLT, não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo, permanecer em gozo de licença, com percepção de prestações de acidente de trabalho ou auxílio-doença da Previdência Social, por mais de 6 meses. Assim, o reclamante não tem direito às férias pleiteadas, pois afirma ter recebido auxílio-doença por 07 (sete) meses durante o período aquisitivo. Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de férias. 4. Diferenças salariais O reclamante postulou equiparação salarial, alegando que foi contratado em razão da morte do Sr. Wanderlei Cardoso, com salário inferior em R$ 1.000,00 (mil reais) ao que era percebido pelo paradigma, para exercer função idêntica e reflexos. Não assiste razão ao reclamante, pois, consoante determinado pela Súmula 159, II do TST, não são devidas diferenças salariais, pois o reclamante ocupou o cargo que se tornou anteriormente vago em definitivo com o falecimento do paradigma apontado. Ainda, não há que se falar em equiparação salarial, pois não houve simultaneidade/concomitância na prestação dos serviços, o que é requisito indispensável à equiparação fundamentado no art.461 da CLT e Súmula nº 6, IV, do TST. Desta forma, o reclamante não faz jus à equiparação do Sr Wanderlei Cardoso. Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de equiparação salarial bem como de seus reflexos. 5. Vale transporte O reclamante postulou o pagamento de valores correspondentes aos vales transportes não fornecidos durante todo o período contratual. Ressaltou, no entanto, que o deslocamento de sua residência para o local de trabalho e vice versa era realizado em transporte fretado pela ré, não tendo recebido vale transporte durante todo o período do contrato do trabalho. Não assiste razão ao reclamante, tendo em vista que o vale transporte é concedido para o uso no deslocamento residência-trabalho e vice versa, em transporte coletivo público (art. 1º da Lei nº 7.418/85) o que não ocorreu no caso em tela, considerando que o empregador fornecia transporte coletivo fretado por ele, estando, portanto, nos termos do art. 4º do Decreto 95.247/87, desonerando da obrigação de fornecer vale transporte. Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de vale transporte. IV - REQUERIMENTOS FINAIS Diante do exposto, requer a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial pessoal do reclamante, sob a conseqüência de confissão. Por fim, requer o acolhimento da preliminar de mérito, nos termos dos arts. 485, I, e 330, I do CPC (indeferimento da petição inicial) e, sucessivamente, art. 485, IV, do CPC (ausência de pressupostos de desenvolvimento válido e regular do processo), em relação ao 13º salário do ano de 2008 e 2009. Posteriormente, o acolhimento da prejudicial de mérito para que seja estabelecida a extinção do processo com a resolução do mérito, à luz do art. 487, II do CPC, quanto às parcelas anteriores aos últimos cinco anos contados do ajuizamento da ação, e, sucessivamente, no mérito, requer a improcedência de todos os pedidos do reclamante, condenando-o ao pagamento de custas processuais. Nestes temos, Pede deferimento Local e data Advogado OAB nº
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