Buscar

TITULOS de credito

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS E ADICIONAIS
A autorização legal para a realização de despesa pública constitui um crédito, o qual poderá ser orçamentário ou adicional.
Considera-se que o crédito é orçamentário quando a autorização para a despesa é dada mediante inclusão da respectiva dotação no orçamento público.
São créditos adicionais as autorizações de despesas não-computadas ou insuficientemente dotadas no Orçamento Público. São abertos durante a execução do orçamento para efetivação de ajustes ou adição de novas dotações orçamentárias não-consignadas na LOA. Só passam a constituir efetivas dotações de despesas após o ato do executivo (decreto) que lhes defina a natureza, estabeleça a destinação e fixe o valor.
CLASSIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS ADICIONAIS:
a) SUPLEMENTARES: Os destinados a reforço de dotação orçamentária já existentes, geralmente ao nível de grupos de despesas;
b) ESPECIAIS: Os destinados a despesas com programas ou categoria de programas (projetos, atividade ou operações especiais) novos;
c) EXTRAORDINÁRIO: Os destinados a atender despesas imprevisíveis e urgentes em casos de guerra, comoção interna ou calamidade pública.
O crédito suplementar incorpora-se ao orçamento, adicionando-se a importância autorizada à dotação orçamentária a que se destinou reforçar.
Os créditos especiais e extraordinários também se incorporam ao orçamento, mas conservam sua especificidade, demonstrando-se as despesas à conta dos mesmos, separadamente.
Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto do Poder Executivo.
Os créditos extraordinários independem de lei autorizativa, mas sua abertura será feita por decreto do Poder Executivo (na União, sua abertura será através de Medida Provisória – art. 167, § 3º, combinado com art. 62 da CF), após decretado o estado de calamidade pública ou outro de natureza idêntica, que deles dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo.
RECURSOS PARA ABERTURA DE CRÉDITOS ADICIONAIS:
Os créditos suplementares e especiais somente poderão ser abertos se houver recursos para lastrear a despesa, mediante prévia exposição justificativa.
Ressalta-se que os créditos extraordinários estão excetuados da exigência legal quanto à existência de recursos disponíveis, mas sua abertura deve ser precedida do reconhecimento expresso de uma das situações que o justifiquem.
Consideram-se recursos disponíveis, para fins de abertura de créditos suplementares e especiais.
a) O superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior;
b) Os provenientes do excesso de arrecadação;
c) Os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou créditos adicionais;
d) O produto de operações de crédito autorizadas de forma que possibilite ao Poder Executivo realizá-las.
SUPERÁVIT FINANCEIRO L[IQUIDO: que pode ser utilizado como recurso para abertura de Créditos Adicionais, é o resultado da diferença positiva entre Ativo Financeiro e o Passivo Financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de créditos a eles vinculadas. Este dispositivo legal (art. 43, § 2º, da Lei nº 4.320/64) gera a seguinte fórmula, para o caçulo do superávit financeiro líquido;
EXCESSO DE ARRECADAÇÃO LÍQUIDO: é projetado (geralmente a partir do meio do ano), partindo do saldo positivo das diferenças acumuladas, mês a mês, entre a receita orçamentária executada (realizada) e a receita orçamentária global prevista, considerando-se, ainda, a tendência do exercício, devendo deduzir a importância dos créditos extraordinários abertos até a data do decreto de abertura do crédito adicional.
Os recursos oriundos de CONVÊNIOS, quando não inseridos na Receita Prevista na LOA, podem ser considerados recursos para abertura de créditos adicionais, concebidos doutrinariamente como excesso de arrecadação, apesar de a Lei nº 4.320/64 ser omissa quanto ocaso.
ANULAÇÃO PARCIAL OU TOTAL DE DOTAÇÕES: Quando se trata de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias aprovadas na LOA ou através de créditos adicionais anteriormente abertos, o Decreto que abrir o crédito especificará a respectivas compensação, em função das disponibilidades existentes, indicando a classificação orçamentária da despesa que está sendo cancelada e aquela que está sendo criada (crédito especiais) ou reforçada (crédito suplementar).
Observação seja feita que, no caso de anulação de dotações, não haverá alteração no valor total da despesa fixada até aquela data, havendo apenas uma permuta quantitativa e/ou qualitativas de dotações orçamentária já fixadas anteriormente.
Um crédito orçamentário muito utilizado por anulação é o oriundo da dotação Reserva de Contingência, que diz respeito a uma dotação global, não especificamente destinado a determinado programa ou unidade orçamentária (execução ao principio da especificação), cujos recursos serão usados para a abertura de créditos suplementares, quando se evidenciarem insuficientes, durante o exercício, as dotações constantes do orçamento anual e abertura de créditos especiais, quando necessárias novas dotações.
A lei de Responsabilidade Fiscal estabeleceu, em seu art. 5º, III, que a Lei orçamentária Anual conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de Diretrizes Orçamentárias, destinada ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.
As atuais leis Orçamentárias estão regulamentando que as regras dos créditos adicionais devem ser atendidas quanto se tratar, no mínimo, de anulação de dotação de um grupo de despesa orçamentária para financiar dotação de um outro grupo de despesa. Quando se tratar de elementos de despesas, poderão ser alterados, por acréscimo e redução ou por sua inclusão em grupo de despesa, através de ato da autoridade competente, não sendo computadas, tais alterações, nos limites legais autorizados para abertura de créditos suplementares.
OPERAÇÕES DE CRÉDITOS: nas operações de créditos devemos distinguir:
a) OPERAÇÃO DE CRÉDITO: para cobertura de déficit orçamentário, podendo ser utilizada para abertura de crédito adicional, desde que não-consignada dentre as receitas previstas na LOA, pois estas já estão comprometidas com as despesas fixadas. Apresenta as seguintes características:
a.1) é classificada orçamentariamente como receita de capital e, por conseqüência, paga via despesas orçamentárias futuras;
a.2) é um recurso destinado a financiar programas de governo relativos a despesas de capital (investimento, inversões financeiras e amortização da divida fundada);
a.3) precisa de autorização legislativa para realizada, podendo ser na própria LOA (execução ao princípio da exclusividade);
a.4) gera uma Dívida Fundada (Passivo Permanente).
b) OPERAÇÃO DE CRÉDITO POR ANTECIPAÇÃO DE RECEITA: é realizada para cobertura de déficit financeiro (caixa) e tem as seguintes características:
b,1) não é receita orçamentária;trata-se, pois, de receita extra-orçamentária que, por conseqüência, é paga via despesas extra-orçamentárias;
b.2) é empréstimo destinado ao suprimento de caixa especialmente no início do exercício, quando a tesouraria ainda não conta com numerário suficiente para as despesas iniciais (déficit financeiro);
b.3) gera uma Divida Flutuante (Passivo Financeiro);
b.4) precisa de autorização legislativa para ser realizada;
b.5) nos termos do art. 38 da LRF, realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do exercício, devendo ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez de dezembro de cada ano, estando proibida de ser realizada enquanto existir operação anterior da mesma natureza não integralmente resgatada e no último ano de mandato do Presidente, Governado ou Prefeito.
OS PRAZOS DE VIGÊNCIAS DOS CRÉDITOS ADICIONAIS: Os créditos adicionais suplementares vigoram, desde sua abertura, até o fim do ano a que se refere o orçamento em execução.
Já os créditos especiais e extraordinários, vigoram
até o final do exercício em que forem abertos, salvo se o ato de autorização (Lei, no caso dos créditos especiais e decreto ou Medida provisória, no caso dos créditos extraordinários) for promulgado nos últimos quatros meses do exercício, quando poderão vigorar até o término do exercício subseqüente. A reabertura será feita por novo Decreto, que considerará apenas o saldo remanescente do crédito não utilizado no exercício anterior. Nesse caso, não há necessidade da indicação do recurso.
Os créditos extraordinários só atendem aos prazos supracitados, enquanto perdurar a situação emergencial que justificou sua abertura, caso contrário a despesa realizada poderá ser imputada pelo Tribunal de Contas por falta de amparo de crédito orçamentário que a originou.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais