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AMBIENTE INTERNO – RECURSOS Prof. Ricardo Vantagens competitivas criadas a partir da exploração de trade-offs e análise do ambiente externo estão cada vez mais acessíveis aos concorrentes à medida que as ferramentas de escaneamento, como análise SWOT e benchmarking, estão plenamente disponíveis às organizações, bem como as informações que são veiculadas de maneira formal ou informal. Benchmarking é um processo de pesquisa que permite aos administradores realizar comparações de processos e práticas “companhia-a-companhia” para identificar o melhor do melhor e alcançar um nível de superioridade ou vantagem competitiva. Análise SWOT ou Análise FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças) é uma ferramenta utilizada para fazer análise de cenário (ou análise de ambiente) Devemos considerar também que à medida que as organizações vão se diversificando (passam a atuar com diferentes produtos em diferentes mercados), a definição do segmento do qual ela participa também se torna mais difícil. Pelas teorias da visão baseada em recursos, a sustentabilidade da vantagem competitiva ocorre em torno do portfólio de recursos da organização e do quão heterogêneos e difíceis de imitar eles se tornam para as organizações concorrentes. A vantagem competitiva sustentável é obtida pelo valor gerado pela organização, e uma forma de medi-lo é por meio da disposição do cliente em adquirir o bem produzido pela organização, em termos de preço e condições de entrega, por exemplo. Considerando o ambiente interno, a geração de valor pode ser examinada por meio de dois modelos: - da visão baseada em recursos - da cadeia de valor. Modelo da visão baseada em recursos Recursos são todos os ativos tangíveis e intangíveis possuídos por uma organização, como equipamentos, máquinas, infraestrutura, conhecimento, inovação e marca. Em uma primeira classificação, considerando sua tangibilidade, os recursos podem ser: Modelo da visão baseada em recursos ● Tangíveis: são possíveis de mensuração, manuseio, quantificação. São considerados recursos tangíveis os recursos financeiros, os organizacionais, os físicos e os tecnológicos. ● Intangíveis: de mensuração dificultosa, pois se constituem de elementos muitas vezes não racionais e não físicos ou corpóreos. São considerados recursos intangíveis os recursos humanos, as inovações e os relacionados à imagem. Fonte: http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2015/07/valor-de-mercado-da-apple-supera-o-de-todas-brasileiras-de-capital-aberto.html Vamos tomar como exemplo a Apple, considerada a marca mais valiosa do mundo, para entender o quanto é importante o valor da imagem no processo de determinação do valor da empresa: US$ 713,8 bilhões. A marca Apple vale simplesmente mais de 44 vezes o valor dos seus ativos tangíveis (imobilizado líquido): US$ 16 bilhões. Trazendo o detalhe dessa classificação, os recursos ainda podem ser: ● Financeiros: relacionados ao capital da organização, como investimentos, ativo circulante. ● Organizacionais: relacionados à estrutura da organização, como organogramas, fluxogramas, procedimentos, normas, políticas. ● Físicos: equipamentos, máquinas, insumos. ● Tecnológicos: processos e aplicação da tecnologia da informação. ● Humanos: valores, crenças, hábitos, conhecimentos, habilidades. ● Inovações: pesquisa e desenvolvimento, permissão ao erro. ● Imagem: marca, reputação, envolvimento com questões sociais ou ambientais. Três situações afetam as decisões tomadas sobre os recursos de uma organização: ● Incerteza: refere-se ao ambiente externo e como ele se transforma com dinamicidade; a incerteza representa as situações não conhecidas a priori. ● Complexidade: refere-se às relações entre os componentes dos ambientes externo e interno, podendo a duração de sua continuidade representar uma fonte de vantagem competitiva. ● Conflitos intraorganizacionais: refere-se às relações entre as pessoas dentro da organização, seu comprometimento, a submissão de interesses pessoais aos interesses da organização e reflexos dos processos de comunicação e gestão de mudança. A obtenção da vantagem competitiva a partir dos recursos Se a vantagem competitiva sustentável é entendida como o diferencial em relação à concorrência, o qual pode ser observado por um período de tempo relativamente longo (não dura para sempre). Teoricamente esses recursos podem ser desenvolvidos internamente ou adquiridos de algum fornecedor externo; no entanto, nem todos os recursos são negociáveis ou estão à disposição no mercado. Muitas vezes a organização que não consegue utilizar-se de um recurso específico procura outro substituto para desenvolver posteriormente; por outro lado, se um recurso possui um substituto, ele não pode ser considerado como provedor de vantagem competitiva sustentável. Dessa forma, tem-se que: As organizações são diferentes entre si, possuindo diferentes recursos e capacidades mesmo estando no mesmo segmento, o que se chama de heterogeneidade. Classificação dos recursos segundo a visão De acordo com a visão baseada em recursos, eles podem ser classificados como: 1. Valiosos: aqueles capazes de explorar oportunidades ou neutralizar ameaças, forças e fraquezas da organização; em regra, também não podem ser possuídos por várias organizações e é uma condição necessária para obtenção da vantagem competitiva; 2. Raros: os que poucos concorrentes têm e geralmente são desenvolvidos pelas organizações pioneiras que se valem de sua habilidade na percepção das oportunidades, diferentes das demais; também são considerados condição necessária para obtenção da vantagem competitiva, pois sem a raridade do recurso as organizações ficariam mais próximas da paridade estratégica (igualdade de condições); 3. Difíceis de imitar: aqueles que os concorrentes não conseguem copiar com facilidade; recursos imperfeitamente imitáveis. Pode-se dizer que há duas formas de imitar um recurso: ● Duplicação direta: copia-se exatamente o que outra organização possui (exemplo: ferramentas de análise). ● Substituição: troca-se um recurso por outro mais caro, mas com o qual a organização possa arcar – e as demais, não. 4. Insubstituíveis: aqueles que os concorrentes não têm como elaborar a não ser que tirem da outra organização. Fonte: http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/negocios/20150327/pirelli-agora-chinesa/246014.shtml A AB Inbev é dona de algumas das principais marcas de cerveja do mundo, como Stella Artois e Budweiser, além de importantes players locais e regionais, como Quilmes (Argentina), Corona (México), Norteña (Uruguai) e Brahma, Skol, Bohemia e Antarctica (Brasil). Capacidades dinâmicas. Possuem origem nos princípios da Economia Evolucionária, que tem a inovação e o conhecimento como base competitiva das novas organizações. Entende-se por capacidade o modo pelo qual a organização consegue aplicar seus diferentes recursos, e pode-se fazer isso de duas maneiras: ● Aplicando os recursos para realizar os processos básicos que compõem a organização, como produção, vendas e logística, o que chamamos de capacidades nível zero; ● Aplicando os recursos para responder às necessidadesde mudança interna em face das demandas do contexto da organização, as chamadas capacidades dinâmicas. Portanto, as capacidades dinâmicas são aquelas usadas para mudar outras capacidades. Elas são complexas e possuem dois componentes principais: a habilidade, que pode ser o conhecimento ou a experiência, e a rotina, que é o processo formal ou informal para que a habilidade seja exercida Um grande problema enfrentado pelas organizações é que as habilidades não são todas explícitas, ou seja, há algumas habilidades totalmente tácitas que foram desenvolvidas na individualidade dos funcionários e não são fáceis de serem retransmitidas para outras pessoas, ou manuais, o que nos leva a crer que no conjunto de suas pessoas, as organizações são capazes de coisas e não se dão conta disso. Então, as habilidades, além de serem complexas, também são difíceis de serem codificadas (transformadas em manuais), dificultando o desenvolvimento das capacidades dinâmicas O estudo das capacidades dinâmicas nos permite identificar que a organização está sujeita a mudanças e que deve se desenvolver internamente, para realizá-las em menor tempo possível. A constituição de rotinas é uma boa ferramenta para isso, mas é preciso refletir que quanto mais padronizado e engessado for este processo, mais custosa também poderá ser a mudança
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