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Disseminação Indevida de Material Íntimo

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Disseminação Indevida de Material Íntimo
	A Disseminação Indevida de Material Íntimo (DIMI), mais conhecida como Pornografia de vingança (Revenge Porn) consiste na veiculação, principalmente por intermédio da Internet, de imagens íntimas, ou ate panfletagem do material no local que a vítima reside. Muito tem se discutido se o nome “Pornografia de vingança (Revenge Porn)” é o mais adequado para esse tipo de crime, pois a palavra pornografia possui uma carga enorme de preconceito, pois quando a vítima executou a ação, ela estava dentro de sua intimidade, e não cometeu nenhum crime, além do fato da vítima se sentir acuada com esse termo, então o termo mais adequado seria “Disseminação Indevida de Material Íntimo (DIMI)”. A maioria das vítimas são mulheres, tanto da fase adulta, como crianças e adolescentes, e quem tradicionalmente executa essa prática são ex companheiros em busca de vingança, amigos com acesso aos materiais graças a excesso de confiança, hackers, entre outros.
	Vários grupos têm discutido se a legislação vigente possui instrumentos suficientes com o poder de combater e inibir tais práticas, e se devem ser criadas leis mais específicas e abrangentes sobre o tema.
	Grupos contra o aumento de leis argumentam que a legislação atual é suficiente para coibir a divulgação de material indevido, não será através da criação de novas leis e aumento de penas dos crimes que se combaterá esse tipo de crime. Argumentam usando como base os artigos 139 e 140 do código penal(o autor da divulgação responderá por difamação ou injúria), o artigo 241 do estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, que define como crime grave a divulgação de fotos, gravações ou imagens de crianças ou adolescentes e situação de sexo explícito ou pornográfico, com a pena podendo chegar a 8 anos de prisão e multa, e talvez a mais famosa de todas referentes ao assunto, a Lei nº 12.737(que ganhou o nome de Carolina Dieckmann, após a atriz ter suas fotos íntimas divulgadas, e por ser uma figura pública de grande influência) que criminaliza a invasão de dispositivos de informática alheio para obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização do proprietário, cabendo indenização por danos morais, além do Marco Civil da internet. Ou seja, a criação de novos tipos de leis seria continuar do jeito que está, como a sugeridas pelo projeto de lei do Senado 63/2015 o senador Romário, que prevê a detenção de 1 a 3 anos e multa, a mesma do homicídio Doloso. Esses tipos de condutas já estão previstas na legislação jurídica presente no Brasil. O problema então estaria na efetividade das leis vigentes, aonde que comente esses crimes não se sentem ameaçados. O principal dano para vítima seria o psicológico não sendo tão necessária a punição penal. Por fim, esses grupos propõem que se efetive a aplicação das normas existentes, punindo os infratores.
	Grupos a favor da criação de novas leis defendem que a legislação penal atual existente não é suficiente. Entendem que as punições de meses são irrisórias, e o fato de muitas penas serem convertidas em cestas básicas e trabalhos sociais.
	Criticam principalmente a Lei nº 12.737(Carolina Dieckmann), afirmando que ela é insuficiente por diversos, entre eles o fatos da sistemática penal ser diferente e sua pena ser fraca. E o Marco Civil da internet , pelo fato dele ser trazer apenas a responsabilização civil, e como de fato esta ocorrendo um crime de violência contra a mulher, o mesmo deveria ser combatido com violência. E ao código penal por ser muito antigo, machista e pouco atualizado.
	Como de fato de ninguém conseguir medir o real efeito causado na vítima que sofreu esses tipos de crime, a principal pergunta feitas por esses grupos seria: “É possível esquecer uma imagem?”
	Defendem a criação de novas leis específicas utilizando princípios do Direito penal, como o Principio da fragmentariedade (o estado só intervém só nos casos de maior gravidade); Princípio da intervenção mínima (o estado só deve intervir através do direito penal); e o Princípio da ofensividade(ofensa a um bem jurídico provocando uma lesão efetiva, não apenas uma lesão moral ou religiosa).
	Só assim vítimas de tais crimes poderiam considerar ao menos tentar viver suas vidas livremente sem tanto peso nas costas.
Universidade de Brasília
Aluno: Fernando Magalhães da Cruz 14/0139249
PAD - Direito Digital
Professor: Frank Ned Santa Cruz
Extensão do conceito de domicílio a plataformas digitais
	A doutrina costuma conceituar o domicílio como “o lugar em que a pessoa fixa o centro principal de seus negócios e interesses. É asilo inviolável do indivíduo, pois, merece a tutela do Estado e de todos aqueles que o representam. Partindo dessa verdade, o Estado Democrático de Direito, no qual se constitui o Brasil, instituiu mecanismos para proteção do domicílio, bem como formas de repreensão àqueles que desrespeitarem o mandamento pátrio da inviolabilidade de domicílio. As normas que punem os agentes violadores encampam as esferas administrativa, civil, penal. O legislador não apenas atual, mas aqueles que foram responsáveis pelas legis num momento pretérito também se preocuparam com integridade do domicílio.
	Grupos contra a extensão do conceito para plataformas digitais argumentam que o erro já começa presente no modelo de negócio(plataforma digital), pois o mesmo não tem menção de se fixar, mas sim o contrário, em que tudo se move de maneira muito rápida. Exaltou a diferença entre domicílio residencial e domicílio virtual, alegando que é o lugar onde mora a pessoa física com a intenção de aí permanecer, ainda quando temporariamente afastada. Já o domicílio, é o lugar onde estabelece a sede principal de seus negócios, o ponto central de suas ocupações habituais. Já o digital é restringido a: um domínio, também, uma das formas individualização da pessoa na internet, isto é, o lugar virtual onde se encontra a pessoa (física ou jurídica). Assim, com o objetivo de facilitar o acesso dos usuários criou-se um endereço de acesso à internet, que correspondesse a uma série numérica; ou site, não podendo ser estendido aos aparelhos digitais. Crítica se estende a vulnerabilidade dessa extensão, sendo que existem diversas tipos de empresas que se utilizam de sistemas digitais online, os quais seriam necessários a expedição de mandados para que as empresas investigadas pudessem fornecer as autoridades esses dados. Argumentam que não se pode comparar a invasão de uma residência com a violação a um smartphone, na vulnerabilidade dos certificados digitais, que permitiriam que outras pessoas poderiam se aproveitar de maneira indevidas.
	Grupo a favor da extensão argumentam que, hoje, o smartphone faz parte do dia a dia dos seres humanos, sendo necessários para as mais diversas funções, sejam elas para diversão, ou trabalho, podendo até ser feita uma analogia com um ciborgue. Aspectos jurídicos levantados por esses grupos são sobre o fato de o conceito de domicílio abranger os smartphones, onde existem os mais diversos tipos de informações confidenciais íntimas dos cidadãos, e as diversas formas de domicílio, como domicílio profissional por exemplo., usando como a base a Constituição Federal, ressaltando os pontos de violação da intimidade como ato passível de ocorrência no caso de uma violação em um smartphone. Foi comparado o caso da jurisprudência com a violação de encomendas (cartas, e-mail) com a violação de intimidade, usando um exemplo de fora do país, no caso os EUA, Califórnia, aonde um homem foi detido e teve seu celular fiscalizado, da Suprema Corte do Canadá, que decidiu que todos os aparelhos digitais são considerados violáveis, ou da Suprema Corte do México , que considera textos, vídeos, áudios e qualquer tecnologia vindoura também devem ser considerados invioláveis. Houve um caso no próprio Brasil, em Rondônia, no qual o juiz decidiu que seria lícito o uso do celular do réu como prova, porém o caso não parou por ai, chegando até o STF.
Então argumentam que existe a necessidade da Lei reconheçer essa questão dos aparelhos digitais e as plataformas digitais, para que os mesmos sejam considerados como invioláveis e se enquadrem no conceito de domicílio, para receberem um caráter constitucional.

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