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PROCESSO - É uma sucessão de atos jurídicos previstos no sistema processual em que o autor busca o judiciário através da petição Inicial para que o estado através da figura do juiz de direito julgue procedente a sua pretensão, devendo sua decisão ter aptidão para coisa julgada , ou seja, torna-se indiscutível. MAS PORQUE ALGUÉM ENTRA COM UM PROCESSO? R= conflito de interesses; satisfazer um direito prejudicado ● Também é papel do juiz de direito cuidar para que todas as etapas processuais previstas em lei sejam fielmente obedecidas toda e qualquer nulidade que possa incidir sobre o percurso. - Se a nulidade for insanável/absoluta ocorre a contaminação de todos os outros atos subsequentes, devendo, ao se detectar qualquer defeito, retroagir até o momento da nulidade (efeito ex tunc - retroage ao momento do defeito). - Já se a nulidade for relativa considera-se tal defeito sanável, ou seja é possível correção da imperfeição e o prosseguimento sem defeitos ou prejuízos ( efeito ex nunc - Conserta o defeito e segue). TEORIA CIRCULAR Direito Processual - Fio condutor - remete a ideia de texto, letra da lei sem qualquer interpretação Direito material - É conduzido/ carregado - sentido de norma que carrega alto teor interpretativo. O direito formal/processual é o fio condutor responsável por transportar o direito material até a decisão de mérito, é o melhor aperfeiçoamento do material. Já o direito material/ substancial traduz a inteligência contida nas diversas normas. PRINCÍPIO DA IGUALDADE Igualdade formal - Art 5, caput - “todos são iguais perante a lei” Igualdade Material - “ tratar os desiguais na medida de suas desigualdades”. NEOPROCESSUALISMO Visão atual do sistema processual onde os dispositivos legais precisam se harmonizar com todo o raciocínio constitucional, sob pena de nulidade absoluta. DEVIDO PROCESSO LEGAL “DAR AQUILO QUE LHE É DEVIDO” Ex: é preciso que se dê tratamento igual para todos porque é devido que todos sejam tratados de forma substancial, na medida de sua desigualdade. O DPL possui 3 subprincípios: ● Princípio da efetividade : Transformação das decisões p/ o mundo real; Toda decisão deve ir além da estrutura física do processo, deve resolver substancialmente a lide. ● Princípio da duração razoável do processo: tem como objetivo tentar mensurar se uma demanda está demorando além do normal, podendo a parte prejudicada inclusive requerer a instância superior que medidas sejam tomadas. Não há como prever com precisão quanto tempo dura um processo, mas alguns parâmetros podem servir de referência: - Complexidade da causa -Comportamento das partes -Comportamento do juiz - Estrutura do juízo ● Princípio da adequação: as regras processuais devem ser adequadas, não basta ser devido, processo devido é processo adequado. - objetiva: processo adequado ao direito por ele tutelado - subjetiva: processo adequado ao sujeito que dele vai se valer. O tratamento dado ao idoso é diferente do tratamento dado ao jovem - teleológica: processo adequado aos fins para qual foi criado. PRECEDENTES JUDICIAIS Conjunto de decisões em um mesmo sentido que passam a servir de referência; Tem o dom de influenciar e até impor posicionamento. São firmados através de reiteradas decisões de desembargadores, ministro do STF/STJ,podendo se exteriorizar como súmula vinculante, jurisprudência, etc. PROCEDIMENTO ● Comum: Petição inicial até a sentença. ● Especial: codificado - estrutura diferente; velocidade maior; Fases e partes diferentes; Não codificado - legislação extravagante PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA O contraditório, em sentido amplo, se subdivide em contraditório de sentido estrito e ampla defesa, tendo cadafastando a uma destas espécies incentivo diferente. O contraditório em sentido estrito traduz a oportunidade que as partes tem que falar no processo, pouco importando os argumentos que tem para falar, tendo sentido formal ou processual. Em comparação a ampla defesa traduz os argumentos apreciados substancialmente pelo juiz, que deve considerá-los mesmo que seja para rejeitá-los. Remete ao raciocínio natural ou substancial. PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL Ele reflete a condição do magistrado de somente poder manifesta-se quando provocado pelas partes, sob pena de agir com parcialidade. ExcePcionalmente, quando houver permissiva legal o juiz pode agir “ex officio” ou “de ofício”. PRINCÍPIO DA BOA FÉ PROCESSUAL ● Dever de informação do juiz ● Dever de consulta das partes ● Vedação de condutas contraditórias As partes tem que agir de forma ética, proba, enfim, em harmonia ao princípio da boa fé objetiva que definem o direito material civil ( art.422/cc ). O comportamento solidário e de mútua assistência impulsionam o raciocínio devendo o magistrado; as partes não podem tumultuar o processo causando demora injustificada. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE Via de regra, os atos processuais tem de ser públicos, salvo nos casos de segredo de justiça por alguns fatores . PRECLUSÃO -É a perda de direitos; organização do processo; prazos. - Objetiva finalizar fases processuais proibindo repetições das manifestações fora do prazo em lei. Sem a preclusão os processos nunca teriam fim, salvo se as partes substancialmente entrarem em consenso. ● PRECLUSÃO TEMPORAL: ausência de manifestação dentro de um prazo. Ex: passar o prazo de 48 horas para recorrer a questões. A Preclusão temporal é a mais comum das modalidades, caracterizando-se através da perda do direito diante da falta de manifestação da parte, acarretando consequências que podem ir desde a proibiçãode se manifestar sobre o assunto precluso até a extinção prematura do processo sem julgamento do mérito. ● PRECLUSÃO LÓGICA: “vir contra fato próprio”. A impossibilidade de certo sujeito praticar determinado ato decorre da circunstância de outro ato, incompatível com o ato que ele quer praticar, haver sido anteriormente levado a cabo por ele próprio. o ato de interposição do recurso não pode mais ser praticado pelo autor, apesar de ainda haver prazo para tanto, porque ele mesmo praticou um ato anterior, incompatível com a vontade de recorrer: a aceitação tácita da decisão. A preclusão lógica tem íntima relação com o princípio da boa-fé processual, em especial com a vedação do “ venire contra factum proprium”. ● PRECLUSÃO CONSUMATIVA: a Preclusão consumativa reflete o raciocínio de que as partes do processo não podem repetir manifestações uma vez que a oportunidade já tiver sido consumada, ou seja, a preclusão atua para evitar manifestações contraditórias que tumultuem o processo e atrapalhe seu regular andamento. A preclusão sanção ou definitiva caracteriza a perda de direitos como uma punição, conforme previsão em lei. Ex: o advogado que faz carga do processo e demora a devolvê-lo dentro do prazo combinado com o cartório perde o direito de fazer carga em outros processos daquela mesma vara. Extinção do Processo. ● COM JULGAMENTO DE MÉRITO: a matéria é julgada. ● SEM JULGAMENTO DE MÉRITO: processo arquivado de forma prematura, não havendo julgamento. O Percurso de Processo obedece a uma série de etapas de cunho formal processual que devem ser obedecidas para que o juiz tome conhecimento suficiente para de uma decisão mais justa possível. Se o processo fracassa em qualquer desde as etapas pode ser prematuramente extinto sem conseguir alcançar o mérito de direito material almejado. Assim ocorre a extinção do processo sem julgamento de mérito. Em compensação se o processo sobrevive a todas as fases até a decisão de mérito, se não for apresentado qualquer recurso, o processo é extinto com julgamento de mérito. Uma das consequência da extinção do processo sem julgamento de mérito é justamente a possibilidade que o autor tem de entrar com os mesmos pedidos e causa de pedir, desde que corrija defeito que arquivou o anterior, tudo isso visando uma decisão de mérito com aptidão pra coisa julgada. O autor pode repropor a ação por até 3 vezes mas se arquivar pelar 3 sem julgamento sem julgamento de mérito poderá mais repropor pois será fulminado pela perempção. VERDADE REAL E FORMAL O Princípio da Verdade Real revela o grande objetivo do juíz de direito, após a análise de todo o processo, o juiz profere a sua decisão, tentando ao máximo alcançar a verdade absoluta dos fatos, geralmente sendo comum no processo penal. Por conta da natureza do bem jurídico tutelado pelo Estado, o processo pode ser aberto a qualquer tempo, mesmo após o trânsito em julgado devendo a parte prejudicada juntar provas novas e relevantes a ponto do Estado se sentir obrigado a rediscutir um assunto que já morreu. O Princípio da Verdade Formal por sua vez, trata especificamente da verdade do processo, que nem sempre se harmoniza com a Verdade Real. Pode ser que a decisão proferida pelo magistrado não alcance a realidade do que aconteceu nem tão pouco seja justa, geralmente versa sobre bens disponíveis, comuns no processo civil. O prazo para reclamar a reabertura do processo é de até 2 anos a contar da data da expedição da certidão de trânsito em julgado, chama-se ação recisória. Transcorrendo 2 anos sem qualquer manifestação a decisão torna-se soberanamente julgada. PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE O juiz deve proporcionar as mesmas oportunidades para produzir e manifestar-se sobre provas, para falar no processo, para propor recursos. O juiz deve manter a mesma distância em relação as partes. ● Impedimento: caráter objetivo - provas documentais - fácil de se provar Ex: Quando for parte ele próprio ● Suspeição: caráter subjetivo - amizade íntima - paixão - desafeto - difícil de se provar Jurisdição A jurisdição é a função atribuída a terceiro imparcial / de realizar o direito de modo imperativo / e criativo / , reconhecendo, efetivando e protegendo situações jurídicas / concretamente deduzidas / em decisão insuscetível de controle externo / e com aptidão de torna-se indiscutível. Juiz (Estado) – Terceiro imparcial. A estrutura do processo obedece ao raciocínio de que somente o Estado dispõe do direito de punir, vedando assim que qualquer jurisdicionado possa fazer justiça com as próprias mãos, salvo nos casos em que a lei permite. Em outras palavras o Estado traz para si a responsabilidade de agir funcionando como um terceiro em uma relação conturbada, além do autor e do réu. A decisão deverá privilegiar os princípios processuais constitucionais como, por exemplo, o Princípio da Imparcialidade./ /A decisão judicial, para que alcance a eficácia desejada, deve estar revestida de interatividade, carregando punições diante do inadimplemento (descumprimento) daquilo que foi ordenado. Em outras palavras as decisões judiciais devem ser efetivas e as partes devem se submeter a decisão dada por este terceiro, salvo nas hipóteses em que dispuser de recursos previstos em lei. Ao fim da possibilidade de recorrer o processo faz coisa julgada, tornando-se indiscutível, devendo a parte perdedora cumpri a decisão espontaneamente, sob pena de cumprimento forçado./ /A atividade jurisdicional deve pautar-se sempre pela criatividade devendo o magistrado buscar soluções para o conflito que atendam os limites dos pedidos das partes e da razoabilidade, sempre buscando a decisão mais justa possível. Assim sendo o Estado Juiz não pode se esquivar de julgar todo e qualquer processo que chegar para ele, devendo buscar meios dentro da legislação para alcançar a decisão mais razoável. Na ausência de legislação ou de precedentes judiciais, deve o juiz valer-se de princípios gerais do Direito, como o costume, a equidade, além de regras de experiência./ ×Reconhecer O juiz deve reconhecer direitos durante todo o processo de conhecimento a partir do momento em que observa os argumentos das partes envolvidas na LIDE, observando as provas juntadas, os argumentos fáticos e jurídicos, bem como a necessidade de entrega da tutela requerida em virtude de urgência ou evidência das partes (art. 294/CPC). Assim sendo, a cada etapa do processo o juiz vai aperfeiçoando a sua cognição, entendendomelhor as peculiaridades do processo até o momento em que o decide através de sentença com ou sem julgamento do mérito, fazendo com que a demanda transite em julgado. ×Efetivar Após reconhecer tais direitos a missão do juiz não acabou devendo efetivar a decisão que transitou em julgado, ou seja, deve concretizar no mundo real a decisão alcançada no processo de conhecimento. Assim sendo, no momento do cumprimento da sentença o juiz deve assegurar a eficácia da decisão satisfazendo a pretensão do exequente ( aquele que venceu o processo de conhecimento e que tem direito a uma prestação diante do réu ). ×Proteger O juiz tem ainda obrigação de proteger direitos podendo valer-se dos procedimentos especiais contidos na legislação ou através de tutelas provisórias com fundamentação no CPC entre os artigos 294 a 311. O juiz de direito deve cuidar especificamente e casos reais, não sendo compatível com a sua atividade consultas ou casos hipotéticos. Em outras palavras, as decisões judiciais observarão casos concretos e personalizados, devendo a sentença voltar-se para os meandros da discussão./ / As decisões judiciais proferidas pelo judiciário não podem sofrer alterações dos outros poderes conforme raciocínio do artigo 2º da CF. Em outras palavras, nas decisões de última instância podem interpretar a legislação tanto de forma extensiva ( quando se está principalmente de direitos e garantias do cidadão ) ou restritiva ( quando versar principalmente sobre o direito de intromissão do Estado na autonomia da vontade do cidadão ou quando o Estado for aplicar o seu direito de punir ), podendo colidir o pensamento com a interpretação das casas legislativas e do próprio Executivo. Nem desta forma a decisão emitida pelo Judiciário poderá atacada salvo se for conduzida dentro do próprio judiciário. Ex: O reconhecimento da União entre homo afetivo não foi alcançada através de lei específica, mas sim de decisão proferida pelo STF com força vinculante elastecendo o artigo 226 da CF que consagra a definição de família, compreendendo o Instituto como apto a união de pessoas do mesmo sexo com base no artigo 1º, III combinando com artigo 5º Caput da CF, além do princípio da afetividade alicerçado pelo direito à felicidade trazido do direito comparado americano./ /Uma das maiores características da jurisdição é justamente a atribuição de tomar decisões que se tornem definitivas, ou seja, por mais desagradável que seja a decisão para um ou todos os envolvidos, chega um momento em que o direito e recorrer para instância e superiores chega ao fim e o processo alcança sua solução definitiva, fazendo coisa julgada e iniciando cumprimento de sentença (efetivação de direitos)./ EQUIVALENTES JURISDICIONAIS -São técnicas de solução de conflitos jurisdicionais. AUTOTUTELA - “Justiça com a próprias mãos”, um dos conflitantes impõe a solução ao outro AUTOCOMPOSIÇÃO - quando as partes do processo chegam a um entendimento sem precisar da interferência do juiz. - Submissão: demandado reconhece o direito do autor - Transação: as partes renunciam reciprocamente parte das suas pretenções originárias. - Desistência/Renúncia: parte autora abre mão de sua pretensão, perdão do réu. OBS: Na desistência o autor pode repropor a mesma causa por mais 2 vezes, totalizando 3, sob pena de perempção. Já na renúncia o autor abre mão definitivamente do seu direito, perdendo a oportunidade de repropositura. Mediação ou Conciliação: A)Mediação: A mediação caracteriza-se como a modalidade de autocomposição em que o mediador atua de forma a tentar solucionar o conflito buscando conservar a relação entre os litigantes mesmo após o término do conflito; Ambiente que precisa ser preservado; o mediador busca acomodar os interesses das partes. Ex: Assistentes sociais, psicólogos.. B)Conciliação: caracterizando-se através da atuação do conciliador, que tem como objetivo principal, solucionar o conflito, pouco importando se a relação entre os litigantes será conservada ou não. Neste sentido, o conciliador sugere soluções livremente tentando por fim ao processo. Tribunais administrativos São tribunais dotados de conhecimento técnico específico que podem auxiliar no entendimento de conflitos na análise da jurisdição tradicional. Tais tribunais podem emitir sentenças, porém, sem aptidão para coisa julgada, consequentemente o perdedor da causa pode procurar o judiciário para recorrer se tiver insatisfeito com tal sentença, na maioria dos casos os tribunais tradicionais seguem o parecer dos administrativos.EX: tribunal de contas, tribunal marítimo, entre outros. ARBITRAGEM Traduz equivalente jurisdicional que indispõe de aptidão para coisa julgada privilegiando o Princípio da Autonomia da Vontade em que as partes de forma livre e desembaraçada, elegem um terceiro de notório saber jurídico e imparcial para resolver qualquer conflito que derive do contrato confeccionado pelas partes. Este documento é chamado de Convenção de Arbitragem, onde as partes definem inclusive as etapas do processo, prazos, oitiva de testemunhas e até recurso para o próprio árbitro. A Convenção de Arbitragem somente poderá dispor de bens disponíveis sob pena de nulidade. Após a decisão as parte vencedora deverá buscar a execução de decisão arbitral na jurisdição comum, pois o árbitro não tem poderes para dar efetividade à sua própria decisão sendo tão atribuição privativa da jurisdição comum. Já a parte perdedora poderá alegar vícios formais passíveis de nulidade absoluta na jurisdição comum no prazo fatal de 90 dias sob pena de tal decisão torna-se imutável. Se a parte perdedora tentar reabrir discussão na jurisdição comum, será rejeitada no primeiro despacho do juiz ou no momento em que ele ficar sabendo acarretando extinção do processo sem julgamento do mérito por força de decisão arbitral. PRINCÍPIOS JURISDICIONAIS Princípio da Investidura: Caracteriza-se através da condição formal que o Estado confere a pessoa física dando-lhe poderes típicos do cargo. EX: O juiz togado deve ser investido solenemente após a aprovação em concurso público e designado a atuar de acordo com a conveniência da administração pública. Princípio da Inevitabilidade: Ninguém está livre dos efeitos das decisões judiciais, devendo cumpri-las na forma da lei, sendo vedado qualquer tratamento diferenciado, exceto nos casos previstos em lei. Ex: Incapazes Princípio da Indelegabilidade: O juiz não pode passar sua função para terceiro que não é dotado de jurisdição. Relativizada, pois todo magistrado utiliza-se de vários assessores que produzem suas decisões. Princípio da Territorialidade: Traduz a área de atuação em que o juiz de direitopossui competência para julgar. OBS: A produção dos efeitos da decisão judicial não fica restrita à área onde o juiz atua. Princípio da Inafastabilidade: Traduz um dos pilares do raciocínio processual sendo garantia constitucional previsto no artigo 5º, XXXV da CF, definindo-se através do incentivo a todos os jurisdicionados de buscar seus direitos quando se sentirem prejudicados, devendo a jurisdição criar meios para que isso aconteça. Princípio da Jurisdição Condicionada: Privilegia a exigibilidade de um processo administrativo preliminar que deve ser exaurido antes da parte insatisfeita buscar o judiciário. Se está etapa preliminar administrativa não for comprovadamente percorrida a jurisdição rejeitará a pretensão do autor por ausência de requisito essencial. É importante ressaltar que o autor precisa provar que tentou todos os meios administrativos para resolver o problema. Ex: Habeas Data – Súmula 2 do STJ; em caso de acidente de carro, é necessário exaurir a fase administrativa buscando indenização (DPVAT); Justiça Desportiva, antes de adentrar justiça comum conforme artigo 217, p. 1º. Jurisdição Voluntária: Traduz modalidade prevista no CPC de 2015 e também em legislação extravagante caracterizando-se através da estrutura processual evidenciada pela ausência do réu e consequentemente de LIDE, pelo menos no começo do processo podendo o demandado de forma superveniente se apresentar como teu convertendo a jurisdição voluntária em contenciosa. Correntes divergentes: ● Entende que jurisdição voluntária, por não ter réu ou LIDE é um procedimento administrativo, que não faz coisa julgada e que deve ser resolvido em cartório. O problema da corrente é a insegurança jurídica que acompanha ausência dos efeitos definitivos da coisa julgada. ● Majoritária, entende a jurisdição voluntária como um processo, mesmo não tendo o réu ou LIDE no primeiro momento, podendo vir a ter durante o percurso da demanda. A fragilidade desse raciocínio é compensada pela segurança jurídica a decisão que tem a aptidão para coisa julgada, ou seja, torna-se definitiva. Ex: ação de alteração de nome. (Bráulio); Divórcio consensual; Habilitação para adoção; Ação de interdição. Competência ● Organização da Jurisdição ● Realizado pelo Estado ● Distribui os meios de jurisdição através de critérios como territorial, em razão da pessoa, em razão da matéria, função e etc. Princípio da Indisponibilidade de Competência ● Estado jamais pode alegar vácuos de competência ● Toda lide que chegar nas mãos do Estado deve ser solucionada, independente da complexidade ou originalidade que tenha. Princípio da Tipicidade da Competência ● A própria lide já induz o juízo competente que irá conduzir o processo até o julgamento de mérito. KompetenzKompetenz (Princípio da Competência Mínima) ● Juiz absolutamente incompetente é excepcionalmente competente para declinar de sua competência. ● Despachos diferentes além disso são considerados nulos de pleno direito. Justiças 1. Justiça Trabalhista 2. Justiça Militar JUSTIÇAS ESPECIAIS!! 3. Justiça Eleitoral 4. Justiça Federal 5. Justiça Estadual Justiça Trabalhista ● Lides derivadas do contrato de trabalho – celetista Justiça Militar ● Lides relacionadas a crimes cometidos por militares Justiça Eleitoral ● Demandas que tenham relação com processo eleitoral Justiça Federal ● Todos os estados possuem UMA Seção Judiciária - Seção Judiciária do estado de RO ● Subseções (RO) - Guajará Mirim - Ji-Paraná - Vilhena ● Possui competência Civil e Criminal (varas cíveis, criminais, JEF, crimes ambientais) Justiça Estadual ● Competência residual (aquilo que não se encaixar nas Justiças Especiais e na Justiça Federal será resolvido na Justiça Estadual) ● Cível - Fazenda Pública - Família - Juizado Especial Cível - Infância e Juventude (criminal e cível) ● Criminal - Tóxicos - Violência Doméstica (criminal e cível) - Execução e Contravenção Penal - Tribunal do Júri - Medidas alternativas - Juizado Especial Criminal Diferença entre Justiça Federal e Estadual: ● Na Justiça Federal, uma das partes da lide deve ter natureza jurídica federal “Toda cidade é uma comarca” ● ERRADO! As comarcas são definidas de acordo com a organização da jurisdição. Depende das demandas. Fixação de Competência ● É feito no momento em que o processo é distribuído. ● É distribuído aleatoriamente a fim de atender o Princípio da Imparcialidade ● Distribuição pode ser feita de forma virtual ou física, salvo em casos de vara única. ● A escolha do juiz competente é feita pelo autor, no endereçamento da petição inicial. Competência Originária/Derivada Originária ● Juiz/Tribunal que primeiro julga o processo ● Regra: Juiz de 1º instância ● Exceção: Tribunal (ex: mandato de segurança contra o Estado, ação penal no STF, etc.) Derivada ● Órgão que tem como objetivo revisar decisão já proferida por juiz/tribunal através de recurso ● Regra: Tribunais ● Exceção: O próprio juiz monocrático revisa sua decisão (ex: embargos de declaração) Incompetência Absoluta (nulidade absoluta) ● Ordem Pública (juiz apita) ● Efeito “ex tunc” ● Juiz pode agir de ofício (pode declinar de sua competência, se necessário) ● Não pode ser confirmado pelas partes ● Não tem prazo para alegação (juiz deve alegar a partir do momento que detectar a nulidade) Modalidades Competência em razão da matéria ● Leva em consideração as características da lide para determinar o juízo competente Competência em razão da pessoa ● Leva em consideração o perfil ou natureza jurídica de um ou mais litigantes ● Justiça Federal, Militar, vara da fazenda pública e vara de violência doméstica contra mulher usam este critério para determinação de competência. ● Exemplos de pessoas jurídicas que são típicas da justiça federal: Empresas públicas federais(caixa econômica, correios), Autarquias federais(INSS, banco central), Universidades públicas, Agências reguladoras(ANVISA, ANEL, ANAC) Competência Funcional ● A função de um dos litigantes impõe o juízo no qual a demanda irá tramitar. ● Exemplo: Julgamentos por crimes de responsabilidade do PR são feitos pelo STF e não por justiça comum. ● Não há um critério lógico, apenas opção do legislador. Incompetência Relativa(nulidade relativa) ● Ordem Privada (partes apitam)● Efeito Ex Nunc ● Juiz não pode agir de ofício (Súmula 33 do STJ – Juiz relativamente incompetente não pode declinar de sua competência) ● Partes apitam (tem prazo para reverter o vício) Modalidades Competência em razão do valor da causa ● Juizados Especiais Cíveis ● Simples, célere e gratuito ● Limite: 40 salários mínimos (até 20 s.m não precisa de advogado) ● Se extrapolar o teto de 40 s.m o juiz extingue o processo com ou sem julgamento de mérito, salvo se o autor renunciar o excedente. (vira matéria de incompetência absoluta) Competência Territorial ● Distribuição de competência é feita de acordo com a delimitação geográfica estabelecida pela organização do estado. ● As partes elegem seu foro onde o processo irá tramitar ● Exceção de competência territorial que induzem a incompetência absoluta - Envolver incapaz/hipossuficiente - Morte(direito derivados do falecido serão verificados no último domicílio. - Posse e propriedade de imóveis - Nas relações de consumo, prevalece o domicílio do consumidor - Nas relações trabalhistas prevalece o foro do trabalhador ● - O foro competente para o processo penal é o local onde o crime foi consumado ● Fórum: estrutura física onde estão concentradas as varas ● Foro: área territorial onde as contratantes definem o juízo competente(autonomia da vontade) Perpetuatio Jurisdicionis - Ocorre nos casos de incompetência relativa. O réu, na primeira oportunidade de se manifestar, deve falar sobre o defeito processual, alegando exceção de incompetência relativa. Caso contrário, ocorrerá a preclusão, com efeito de um juiz, potencialmente incompetente se tornar competente (fixação e estabilização de competência). Conflito de Competência ● Dois ou mais juízes não pacificam entendimento acerca daquele que deve ser competente ● Conflito negativo: Dois ou mais juízes se entendem incompetentes para julgar uma lide ● Conflito positivo: Dois ou mais juízes se entendem competentes para julgar uma lide ● Juízes podem entrar em consenso sobre esta discussão. É chamado de Reunião Processual. ● Há três critérios para a verificação desta reunião: prevenção, conexão e continência. ● Conexão: reunião processual através do critério cronológico. ● Prevenção: juiz que primeiro conhece o processo é chamado de juiz prevento ● Continência: mesmas partes que possuem a mesma causa de pedir, porém uma das partes possui mais pedidos, isso faz com que esse processo fagocite o outro que foi aberto.
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