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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE 
 
 
Ana Carolina Araújo de Andrade; Cecilia Macedo Haddad; Felipe Silva Alves; Gabriel 
Olivier Cardoso; Gabriel Pereira Leite; Giovanni Paneto. 
 
 
 
 
 
O Consumidor na Cadeia Têxtil Paulistana 
Proposição de Soluções para o Trabalho Análogo à Escravidão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
Junho de 2016 
Introdução 
Já é conhecido o problema do trabalho análogo à escravidão na cadeia têxtil paulista. 
Notícias como a do problema com trabalho escravo na cadeia de produção da Zara, em 2011, 
não são de todo incomuns. É particularmente assustador em um mercado de roupas em que 
80% das empresas são micro, pequenas ou médias empresas que não sofrem fiscalização 
adequada, num mercado com 299 mil postos de trabalho formais e mais de 10 mil 
estabelecimentos em 2013 (Dados de MTE/RAIS (2006-2012) e CAGED (2013)). 
Já existem dezenas de trabalhos acadêmicos sobre o assunto, mas todos trazendo 
perspectivas de profissionais ligados ao relacionamento humano e à humanização do trabalho, 
que, embora importantes, não são capazes de, por si só, sanarem os problemas. 
Esse trabalho visa trazer uma visão de administrador ao problema, sugerindo 
oportunidades de negócio que auxiliem no combate à essas práticas e outras soluções capazes 
de reduzir e possibilitar um caminho rumo à erradicação do trabalho escravo, indo muito além 
das soluções insuficientes de aumentar a fiscalização e responsabilizar o último elo da cadeia, 
a loja que desenha a roupa. 
Dentro desse problema nos concentramos no comportamento do consumidor e como 
nos utilizarmos das preferências do mesmo para tornar a roupa socialmente consciente uma 
melhor opção de compra, identificadas através de uma pesquisa que atingiu 536 respondentes, 
que será abordada mais adiante. 
1. Planejamento, Controle e Execução do Projeto 
A fim de compreender o trabalho que seria realizado, na primeira reunião foi realizado 
um breve planejamento 5W2H, com a definição dos objetivos e das principais tarefas adiante 
e definiu-se um planejador e controlador para o grupo, a fim de elaborar e coordenar a fase de 
planejamento, controle e execução do projeto. Na reunião seguinte foram definidas funções 
administrativas à todos os membros do grupo, com base nas funções típicas de Líder, facilitador 
e registrador (Lewick et al. (1992), (Anexo 1), construída uma ferramenta de planejamento de 
Reuniões (Anexo 2), definida uma identidade visual para a comunicação interna do grupo com 
base em uma pesquisa realizada com seus membros e a elaboração de um documento interno 
sobre a mesma (Anexo 3). 
Buscamos incorporar todas as faces da Administração em nosso planejamento de 
trabalho e assim, para que pudéssemos compreender e desenvolver a questão do trabalho 
imigrante na cadeia têxtil, definimos um Processo que chamamos de Processo de 
desenvolvimento contínuo, consistindo na pesquisa contínua voltada à compreensão sistêmica 
do problema com as diversas lentes exigidas no trabalho, a fim de entender como atingir nosso 
Objetivo Comum, a construção de um trabalho satisfatório e altamente desenvolvido para ir 
além do requerido, conforme definido por pesquisa interna, agindo na Solução de Problemas 
da cadeia têxtil. Para conseguir atingir o desejado Atribuímos Autoridade aos membros do 
grupo baseado em suas competências e conhecimentos, conforme citado anteriormente, 
facilitando a Tomada de Decisão. A atribuição de autoridade produziu a função gerencial de 
Coordenação das demais funções e do trabalho em grupo, citada anteriormente. Mas não 
existe administração e gerenciamento sem Ação, que é um ponto principal do grupo, 
desenvolvida em sistema de entregas e trabalho em grupo, e, principalmente, na elaboração de 
uma pesquisa com consumidores de roupas. 
Antes de mais nada a organização administrativa do grupo teve como objetivo fixar os 
objetivos do mesmo em todos seus membros, produzindo um senso de unidade através da 
participação de todos os membros, garantida com a divisão do trabalho administrativo e a 
atribuição de responsabilidades. A fim de garantir a motivação e a comunicação do grupo 
através da gestão das pessoas e de seu relacionamento foram produzidas e realizadas práticas 
de gestão de relacionamentos e processos de comunicação desenvolvidos. Terceirizamos a 
avaliação e mensuração para os professores na avaliação final do trabalho, mas nosso 
propósito não se resume a atingir uma nota boa, mas também fortalecer com a prática de 
gerenciamento e administração a formação dos membros do grupo. 
Assim, com base no nosso propósito concluímos tratar-se o nosso grupo uma forma 
simplificada de administração, possuindo todas as cinco operações básicas de Drucker (1984). 
Dessa maneira buscamos utilizar todos nossos recursos disponíveis da melhor maneira 
possível para solucionar os problemas adventos de nosso trabalho e atingir nossos 
objetivos.1 
 
 
2. Contextualização 
Passamos então a realizar uma série de pesquisas e análises para compreender o 
ambiente que nos propusemos a pesquisar. Em primeiro lugar buscamos direcionar como lente 
a visão sociológica de Wright e Mills e se torna clara a importância da visão de Marx sobre a 
problemática. 
Através de uma análise pela ótica marxista, e abordando o trabalho como tema central 
para compreendermos a natureza das relações sociais, uma vez entendida a sociedade moderna 
como um complexo de relações, estruturas e ações sociais, políticas e econômicas onde o 
elemento ordenador é justamente o trabalho humano, observa-se uma sensível desigualdade 
em termos de qualidade nas condições trabalhistas de cidadãos brasileiros e trabalhadores 
imigrantes. Em especial na indústria têxtil, onde se verifica uma relação desigual onde há 
baixíssima valorização do esforço produtivo do imigrante, que muitas vezes é forçado a 
desenvolver seu labor em condições precárias, evidenciando a exploração da força de trabalho 
pelo detentor dos meios de produção e nos remetendo assim à abordagem de Karl Marx a 
respeito das incoerências do sistema capitalista, que provoca uma infindável luta entre classes 
sociais na medida em que priva a classe trabalhadora de usufruir plenamente dos resultados de 
seu trabalho e promove a sua alienação do processo produtivo como um todo. Trazendo o 
debate para termos mais contemporâneos, segundo o sociólogo e historiador norte-americano 
Richard Sennett, a flexibilidade do processo produtivo, que por sua vez é fruto do moderno 
capitalismo, é uma forma de amenizar o lado negativo da rotina, que é particularmente 
degradante para estes trabalhadores. Esta questão pode ser interpretada como um sinal 
adaptativo no sentido de “mascarar” uma realidade moderna de escravidão, dando ao 
trabalhador a opção de escolher livremente seu ritmo de trabalho, embora esse aparente poder 
de escolha não torne menos desumana a sua situação. 
No sentido de compreender o fenômeno social abordado, podemos ainda utilizar a linha 
de pensamento desenvolvida por Max Weber, fundamentada no individualismo metodológico, 
para explicar e justificar a ação do consumidor dos produtos elaborados por tais trabalhadores, 
compreendendo as suas motivações e as suas expectativas. Uma vez que aqui damos enfoque 
especial ao consumidor, que é o escopo deste trabalho, o comportamento individual de cada 
comprador de roupas provenientes de trabalho análogo à escravidão pode ser interpretado como 
fato isolado, mas na sua totalidade acaba compondo um quadro de milhares de compradores 
que adquirem tais roupas devido ao baixo preço, à grande oferta de produtos nas grandeslojas, 
ou até mesmo por ignorarem a origem das peças, informação que talvez mudasse a opção de 
muitos compradores que tenham um mínimo de responsabilidade social. A partir daqui, 
podemos até afirmar que a consciência do consumidor, dentro da sua individualidade, de que 
está de certa maneira contribuindo para a perpetuação de um regime de trabalho desumano tal 
como é o trabalho dos imigrantes latino-americanos na cadeia têxtil, guarda uma relação com 
a imaginação sociológica (Wright Mills), na medida em que o indivíduo está se enxergando 
como parte elementar em um processo histórico, que se baseia na ação de um grupo maior de 
indivíduos. 
Se considerarmos, a partir de tais pressupostos, de que maneira o consumidor pode 
então contribuir para melhorar este quadro social degradante representado pelos trabalhadores 
latinos da indústria têxtil, estabelecemos que é papel do comprador se certificar da origem das 
peças adquiridas, de maneira e boicotar aquelas que são oriundas de trabalho de natureza 
análoga ao escravo, com o objetivo de indiretamente forçar os produtores a regularizar a sua 
situação. Este “consumo consciente” iria contribuir para a melhoria das condições dos 
trabalhadores, sobretudo se acompanhado de uma mais intensa fiscalização das oficinas têxteis 
no sentido de garantir que o ambiente de trabalho esteja de acordo com as exigências mínimas 
de saneamento e salubridade. 
Passamos então a nos preocupar com o entendimento do comportamento do 
consumidor para compreender como poderíamos atuar. A cultura do consumidor, de acordo 
com Kotler e Keller, é o principal determinante dos desejos e do comportamento de uma 
pessoa, cada uma dessas culturas é composta por subculturas que fornecem identificação e 
socialização mais específicas de seus membros. 
O primeiro ponto “cultural” a ser apontado compreende a questão da classe social do 
consumidor, a estratificação social permeada pelas classes é determinada por um conjunto de 
valores, interesses e comportamentos similares. Basicamente, a renda delimita o alcance de 
compra de cada uma das classes, determinando suas preferências de marcas e objetivos finais 
de compras. 
Em segundo lugar, a questão psicográfica compreende o estilo de vida e personalidade 
de diferentes grupos de consumidores; a personalidade tem grande relação com os traços 
psicológicos diferentes, como autoconfiança, autonomia, domínio, sociabilidade, postura e 
capacidade de adaptação. Cada consumidor possui uma personalidade própria, e tendem a 
escolher marcas cuja personalidade combine com a sua. O estilo de vida da pessoa representa 
seu padrão de vida, expresso basicamente por atividades, interesses e opiniões próprias, lojistas 
e marcas tendem a representar estilos de vida diversos, como lojas de produtos naturais, que 
investem em pessoas fitness , “verdes”, que procuram o consumo sustentável. Consumidores 
mudam seus hábitos de consumo dependendo o momento de vida que encontram, por exemplo, 
recém entrados na faculdade tendem a gastar mais com compras de livros, materiais escolares, 
roupas e etc; já recém-casados tendem a investir em seus domicílios nos primeiros seis meses 
após o casamento. 
O terceiro ponto, a reação do consumidor provém em parte de uma questão emocional 
e pode evocar diversos tipos de sentimento. Basicamente, ao interagir com um produto, seja 
diretamente (lojas ou exposições) ou indiretamente (boca-a-boca ou propagandas), a reação do 
consumidor é conduzida pelas emoções sentidas em tal interação, levando-o a aprovar ou 
reprovar determinada marca ou produto. 
Além da cultura do consumidor, também é muito importante estudar os processos 
relacionados com a memória do mesmo, que pode ser estruturada em relação a dois pontos, a 
codificação da memória, que refere-se como a memória é armazenada, e a recuperação de 
memória, processo que trata de como a informação é extraída da memória. 
A codificação depende da quantidade de informações que processamos, por exemplo o 
quanto a pessoa pensa em determinada informação e como esse pensamento está estruturado. 
A recuperação de memória depende de três fatores: a) A presença de informações sobre 
outro produto na memória pode causar interferências e criar confusões de dados b) É notório 
que, de modo geral, o tempo decorrido entre a exposição e codificação da memória causa um 
enfraquecimento gradual, de forma lenta. c) A informação pode estar disponível na memória, 
mas não acessível sem os sinais ou lembretes apropriados. 
Basicamente, as questões de Renda/Classe social, Psicografia, Momento de Vida, 
fatores psicológicos, emocionais, memória e processos de tomada de decisão foram utilizados 
para a construção do questionário passado aos consumidores, é a partir desses pontos 
evidenciados acima que o questionário deve ser analisado, isto é, verificar se para o mercado 
têxtil, a questão de renda influencia mais no processo de tomada de decisão do que a questão 
de momento de vida, por exemplo. 
Passamos então à uma pesquisa de dados e notícias sobre o setor têxtil paulistano. Após 
analisar vários dados e pesquisas sobre a indústria têxtil, algumas conclusões foram feitas sobre 
esse mercado. 
Esse setor ocupa um papel grande e de importância dentro do mercado internacional, 
movimentando uma significativa quantidade de capital. Nas últimas décadas, cresceu 
enormemente devido a tendência do “fast-fashion” e a maior rapidez na produção e 
deslocamento de produtos devido a novas tecnologias, combinada com o comércio 
internacional facilitado devido à globalização. 
Dentro desse grande mercado, o Brasil ocupa uma parte significativa, mas muito 
pequena se comparado as gigantes como China e Índia, não sendo capaz de determinar os 
preços e tendências do mercado. A produção brasileira é voltada para o mercado interno, 
possuindo baixos índices de exportações, mas que ainda representa uma boa quantia de capital. 
O comércio de produtos têxteis é de tremenda importância dentro do país, não somente 
por o capital gerado, mas também por ser onde mais de 10% dos empregos se concentram, 
sendo estes por parte de trabalhadores ou pequenos e microempresários, perfil da maioria de 
empresas no país. Nesse setor, a maior parte dos trabalhadores possuem baixa qualificação, 
tanto no Brasil como mundialmente, pois isso significa menores gastos com mão de obra. 
Entretanto, no Brasil, o custo de mão de obra na Indústria Têxtil elevou-se nos últimos anos, 
devido ao grande crescimento do comércio, impulsionado pelo aumento do mercado interno o 
que ocorreu por causa da melhora de renda da população, visto que este é um mercado que 
possui sua demanda muito elástica, ou seja, um aumento ou diminuição de renda afeta 
fortemente o consumo. 
O crescimento do comércio interno fez que a quantidade de importações de produtos 
têxteis para o Brasil aumentasse, sejam estes na forma de roupa ou fios e tecidos. Isto ocorreu 
por a produção interna não conseguir suprir toda a demanda, e também por as indústrias 
apresentarem preços bem menos competitivos, se comparados com os internacionais. Um fator 
para isso pode ser os maiores custos de mão de obra e consequentemente de produção, isso foi 
intensificado pela baixa cotação que o dólar se encontrava e a prosperidade econômica do país 
na última década. 
Contudo, com a chegada da crise atual, o consumo interno foi decrescendo, visto que, 
essa área de comércio é afetada facilmente por uma mudança de renda da população, por se 
tratar de bens supérfluos. Com isso, o setor vem declinando e ocorrendo o fechamento de 
diversas empresas, em sua maioria pequenas e micros. Isso explica também a demissão de um 
imenso número de funcionários do setor, querepresentam parte da PEA que diminuirá seu 
consumo por terem menos renda, somente agravando a crise do país e do setor. 
Trabalho escravo imigrante: A globalização e a tendência do “fast-fashion” tornou cada 
vez mais difícil para os pequenos e micros empresários conseguirem se manter sejam estes na 
área de vendas ou de confecções. A maior dificuldade está em vender seus produtos a preços 
competitivos diante do mercado seja este no setor de vendas, enfrentando a concorrência de 
grandes varejistas, de capazes de ter produtos a preços muito baratos, ou nas confecções, sendo 
demandadas pelo mercado a colar sua produção a preços extremamente baratos. 
Nesse cenário de necessidade de máxima diminuição dos preços dos produtos que o 
trabalho imigrante análogo a escravidão se insere. Por se tratar de pessoas em condições 
precárias de vida, estando em um país estrangeiro, o qual muitas vezes desconhecem a língua 
e se encontram marginalizados da sociedade, muitas vezes se submetem ou são levados a 
trabalham em condições extremamente precárias, ganhando por peça e por isso com imensas 
jornadas de trabalho, em ambientes insalubres que apresentam riscos para a saúde do 
trabalhador, e ganhando muito abaixo de um trabalhador legalizado e sendo contratados 
exatamente por essa necessidade de diminuir o preço de venda ao máximo no setor. 
3. Preparação do questionário e aplicação 
O objetivo do experimento é compreender como a decisão de consumo de vestuário é 
afetada frente ao conhecimento de que a marca da roupa recebeu denúncias de existência de 
trabalho escravo na cadeia produtiva, e além disso investigar se há relação dos aspectos sócio 
econômicos e culturais com o grau de consciência do indivíduo. Para tal, foi utilizado um 
questionário dividido em duas partes; a primeira consistiu basicamente na proposição de 
diferentes situações de compra para o respondente, segundo as quais ele deveria responder qual 
era a probabilidade de comprar a roupa. 
Após ler uma pequena narrativa, o respondente então seguia para responder as 4 
perguntas “de conduta”, através das quais foram estudadas mudanças de resposta dos 
respondentes com base em gosto (o quanto que a estética/conforto da roupa pode influenciar 
na compra de uma roupa procedente da mão de obra escrava), preço (o quanto o preço da roupa 
pode levar a pessoa a compra-la mesmo ela tendo sido feita por mão de obra escrava) e acesso 
(o quanto as pessoas abrem mão de seu conforto/tempo para comprar uma roupa com origem 
garantida). 
A segunda parte do questionário tem o intuito de extrair dos respondentes os seguintes 
dados socioeconômicos e culturais: Estilo de vida, sexo, renda e frequência com que o 
respondente compra roupas. Por fim, com os “dados de conduta” e os dados socioeconômicos 
e culturais em mãos, pode-se traçar perfis de conscientização de consumo de acordo com 
características do indivíduo, identificando o que pode levar cada perfil de pessoa a comprar 
uma roupa mesmo ela tendo sido manufaturada por meio da mão de obra exploratória e 
degradante. 
Metodologia Utilizada: 
Para a elaboração do questionário foi tomado o cuidado para que o mesmo fosse o mais 
enxuto possível de maneira a possibilitar que o respondente o preencha sem pressa e com 
sinceridade e ponderação. Assim tem somente 9 itens, sendo 4 na primeira parte, e 5 na 
segunda. Após consolidado, o questionário foi transcrito na ferramenta de formulários do 
Google, escolhida por sua flexibilidade, e aplicado. O formulário foi mantido aberto para 
respostas por 1 semana, e obteve um enorme sucesso quanto ao quórum, totalizando 536 
respostas, o que permitiu serem extraídas diversas analises e informações de diversos perfis de 
pessoas mesmo com a predominância de certos grupos, como por exemplo mais mulheres do 
que homens, e mais pessoas de classes elevadas do que pessoas de classes baixas, devido ao 
fato de que o uso de redes sociais (onde o questionário foi majoritariamente divulgado) é mais 
propagado nas classes mais altas (A e B). 
Nas “perguntas de conduta” o respondente podia escolher dentre 6 opções, produzindo 
uma escala de notas (“jamais compraria”, “provavelmente não compraria”, ” a princípio não 
compraria”, ”nesse caso compraria”, “provavelmente compraria” , -“com certeza compraria”). 
O conceito por traz dessa variedade de opções é tornar mais fácil para o respondente decidir, 
já que o modelo “sim ou não” muitas vezes não é fiel a realidade, em primeiro lugar, porque 
as pessoas não sabem exatamente como agiriam na situação real, e em segundo lugar porque a 
decisão das pessoas é fruto de um conflito entre a sua moralidade e seu egoísmo, o que faz com 
que dependendo da situação, o egoísmo pese mais, ou a moralidade pese mais; e é exatamente 
esse o objetivo do questionário: compreender melhor como as diferentes pessoas decidem, para 
que possam ser produzidas soluções eficazes. 
Para a análise dos resultados, as respostas foram transferidas para uma planilha no 
Microsoft Excel, onde foram contadas e comparadas extensivamente por meio de um programa 
de leitura de dados feito em Visual basic exclusivamente criado para a realização da pesquisa. 
4. Análise dos Resultados do Questionário 
a) Análise socioeconômica 
A análise socioeconômica do questionário passado foi tomada com base nas 5 faixas 
de renda apresentadas, divididas em: 
Para efeito de comparação, o salário mínimo brasileiro de acordo com o decreto 
8.618/2015 aprovado em 01/01/2016 é de R$880,00. O IBGE possui uma tabulação de classes 
de acordo com sua renda, assim, procuramos traduzir as nossas faixas de renda para os padrões 
nacionais do IBGE: 
Faixa 1 – R$ 800 a R$ 3.000 
Faixa 2 – R$ 3.001 a R$ 8.000 
Faixa 3 – R$ 8.000 a R$ 16.000 
Faixa 4 – R$ 16.000 a R$ 26.000 
Faixa 5 – Acima de R$ 26.000 
 
 Para a análise das diferenças de comportamento socioeconômico utilizamos as 4 
perguntas de situação do questionário, a partir dessas estabelecemos critérios que os 
questionados julgaram importantes na decisão de compra da roupa da marca X envolvida com 
trabalho análogo à escravidão ou de outra marca (pergunta de controle sobre o tema, pergunta 
com modificador de gosto, pergunta com modificador de preço, pergunta com modificador de 
deslocamento/acessibilidade) 
Por meio desses conceitos (gosto, preço e acesso), comparamos as respostas entre si, 
isto é, a pergunta 1 é a base inicial, que é comparada a pergunta 2, esta por sua vez é comparada 
Classe: Renda Familiar: Faixas 
A Acima de R$ 15.760,01 Faixa 4 + Faixa 5 
B De 7.880,01 a 15.760,00 Faixa 3 
C De R$ 3.152,01 a R$ 7.880,00 Faixa 2 
D De R$ 1.576,01 a R$ 3.152,00 Faixa 1 
E Até R$ 1.576,00 Faixa 1 
com a 3 e finalmente a 3 é comparada com a 4. O intuito com isso é conseguir verificar que 
fator faz com que as pessoas mudem mais fortemente de opinião quanto a compra da roupa. 
Dados Obtidos 
A partir da base teórica dividimos as possibilidades de compra da roupa da marca X 
quando encontram certos “obstáculos” para comprar uma roupa com procedência confiável. 
Resultados de compra da roupa da marca X em cada situação: 
Comprariam a Roupa 
 Pergunta 1 Pergunta 2 Pergunta 3 Pergunta 4 
Classe E e D 27% 28% 39% 49% 
Classe C 34% 38% 34% 56% 
Classe B 34% 30% 30% 49% 
Classe A 37% 35% 34% 47% 
Procuramos levar a análise dos dados socioeconômicos pela sensibilidade dos 
consumidores de cada classe para cada uma das situações das perguntas 2, 3 e 4, utilizando a 
Pergunta 1 como base inicial e comparando com a subsequência como demonstrado acima. 
Assim, tal sensibilidade é verificada a partir da variação percentual da mudança de opinião, 
tantode “não compraria” para “compraria” quanto o oposto (a variação positiva refere-se a 
mudança de “não compraria para “compraria), a partir dessa ideia, foi montado um Scoreboard 
em uma escala de 0 a 10, no qual variações negativas são consideradas pontos nulos: 
Após tal scoreboard, procuramos formalizar os dados para melhor visualização em 
gráficos de radar, como as classes A e B tiveram variações percentuais muito próximas, 
analisaremos estas em conjunto. 
 
 
 
 
Scoreboard Classes D e E Classe C Classes A e B 
 Preço 3,42 0 0 
Gosto 0,28 1,53 0 
Acesso 6,28 8,46 10 
Faixa 1 
Variação P1 - P2 1% 
Variação P1 - P3 11% 
Variação P1 - P4 22% 
Para a faixa 1, verificamos que existem dois fatores de sensibilidade de mudança de 
opinião a compra da roupa da marca X, a questão do preço, com uma mudança de 11% em 
relação ao preço e de 22% em relação a questão de deslocamento/acesso. 
Para a faixa 2, verificamos uma variação nula na reação a questão do preço, isso mostra 
que se a roupa de outra marca é mais cara, mesmo assim as pessoas de tal faixa vão preferir 
compra-la, além disso, verificamos que a importância dada para a acessibilidade se manteve 
em relação a faixa 1. 
Classe C 
Preço 10 
8 6 4 2 0 
Acesso 
Gosto 
Faixa 2 
Variação P1 - P2 4% 
Variação P1 - P3 0% 
Variação P1 - P4 22% 
Faixa 3 
Variação P1 - P2 -4% 
Variação P1 - P3 -4% 
Variação P1 - P4 15% 
Faixas 4 + 5 
Variação P1 - P2 -2% 
Variação P1 - P3 -3% 
Variação P1 - P4 10% 
Verificamos que o comportamento das faixas 3 a 5 é bem semelhante, com diferenças 
bem pontuais, para as faixas 3,4 e 5, a variação negativa quanto a questão de gosto mostra que 
para elas esse não é um critério relevante quando a procedência da roupa está em jogo; a 
questão de preço é indiferente, e o fator limitante é novamente o acesso. Para as faixas 4 e 5, a 
sensibilidade é a menor registrada, uma vez que as questões de gosto e preço tem variações 
negativas e a acessibilidade tem variação relevante. 
Assim, é possível verificar por meio de uma análise geral que a acessibilidade a roupa 
é sempre o fator mais importante na decisão por comprar roupas de boa procedência, isto é, 
quanto mais difícil o acesso, menor a importância dada para a procedência da roupa, enquanto 
isso, o fator menos limitante verificado foi o gosto, que só influencia para a classe C (4% de 
variação) e nas 2 classes mais altas teve variação negativa, mostrando que o gosto pela roupa 
não modifica a opção de compra das pessoas quando a origem da roupa é de mão de obra 
escrava, já a questão do preço teve caráter sensível na faixa 1, mas negativo ou nulo para as 
outras, Essas última ideias tem influência no âmbito de que boa parte das classes C, B e A, não 
se importam muito por pagar um pouco mais por uma roupa de boa procedência. 
b) Análise de Escolaridade 
 
Em relação a questão da escolaridade, dividimos o questionário em 3 faixas. 
Para a análise das diferenças entre as 3 faixas apresentadas, usamos o mesmo padrão 
da questão socioeconômica, isto é, a partir das 4 questões de situação (pergunta de controle 
sobre o tema, pergunta com modificador de gosto, pergunta com modificador de preço, 
pergunta com modificador de deslocamento/acessibilidade). 
Dados Obtidos 
Porcentagem de pessoas que comprariam a roupa da marca X em cada situação: 
Faixa 1 – Ensino fundamental completo + Ensino fundamental incompleto. 
Faixa 2 – Ensino médio completo + Ensino médio incompleto 
Faixa 3 – Ensino superior completo + Ensino superior incompleto 
Comprariam a Roupa 
 Pergunta 1 Pergunta 2 Pergunta 3 Pergunta 4 
Faixa 1 29% 43% 57% 71% 
Faixa 2 36% 36% 38% 48% 
Faixa 3 33% 33% 32% 50% 
A análise realizada quanto a escolaridade foi feita de maneira bem simples, uma vez 
que os dados não mostraram nenhuma grande discrepância entre as faixas; excetuando a faixa 
1, mas esta não pode ser levada em conta, uma vez que o espaço amostral dela é de 7 pessoas, 
não podendo ser levado como representante da faixa como um todo. 
Faixa 2 P1 - P2 P1 - P3 P1 - P4 
Variação % 0% 2% 12% 
Para a faixa 2, verificamos que o padrão observado na análise das classes sociais se 
mantém, a questão de gosto é praticamente irrelevante, assim como o preço das roupas, cuja 
mudança é mínima, o fator que mais influencia na decisão é o acesso a roupa. 
Na faixa 3, verificamos que a importância do preço mostra-se ainda menor que o gosto, 
no qual as pessoas preferem comprar uma roupa mais cara e de boa procedência do que uma 
mais barata e de pior procedência. E assim como nas outras análises, mais pessoas julgam 
crucial ter que se movimentar para decisão de qual roupa comprar. 
Análise Gosto/Preço/Acessibilidade: Entre todos os participantes da pesquisa, os fatores de 
preço e de gosto afetam a compra de produtos produzidos com mão de obra escrava na mesma 
intensidade. Entretanto, acessibilidade gera uma grande variação no número de pessoas 
disposta a comprar tal produto, passando de em média 34% que comprariam nas perguntas 
anteriores para 50% dispostos a comprar essa roupa caso a alternativa seja fazer um grande 
deslocamento, um aumento percentual de 47% se comparada com a primeira questão. 
Gênero: Analisando o resultado das perguntas 1/2/3/4 percebesse que as mulheres são em geral 
mais conscientizadas do que os homens em relação ao consumo de roupas produzidas por mão-
de-obra análoga à escravidão, apresentando uma variação de na média menos 6,75% na 
disposição a consumir esse tipo de produto. Porém, na questão 4, relativa a acessibilidade, 
mesmo sabendo que este é o fator que mais afeta o consumo de ambos, os homens se mostraram 
mais reativos que as mulheres, se compararmos a mudança percentual da primeira pergunta, a 
disposição masculina variou 52% o dobro da feminina de 26%. A diferença da quantidade de 
homens que comprariam foi 13% maior que de mulheres com a questão de impedimento de 
acesso. 
Faixa 3 P1 - P2 P1 - P3 P1 - P4 
Variação % 0% -1% 17% 
Respostas discriminadas em cada pergunta 
600 400 200 
0 
Pergunta1 Pergunta2 Pergunta3 Pergunta4 
Comprariam Não comprariam 
34% 
33% 
34% 
50% 
Homens x mulheres que não comprariam por pergunta 
80% 60% 40% 20% 
0% 
Pergunta 1 Pergunta 2 Pergunta 3 Pergunta 4 
Homens Mulheres 
Estilo de vida: Na pesquisa, os dados de respostas das pessoas que consideram seu estilo de 
vida “Moderno(a) e conectado(a) às mídias sociais e as novas tendências” e ”A rotina agitada 
de trabalho/estudo só permite atividades essenciais” são extremamente semelhantes na 
perguntas 1/2/3/4, mas apresentam grande variação para pessoas que definiram seu perfil como 
”Cuido dos filhos e dos afazeres domésticos na maior parte do tempo”, esse último estilo de 
vida mostrou uma maior consciência em todas as perguntas(1/2/3/4) e menores variações de 
respostas entre elas, não sendo nada afetado por gosto ou preço, somente por acesso (questão 
4), e mesmo assim, uma variação de somente 7%, pouco se comparado com 14% dos que se 
consideram modernos, e 17% que possuem rotina agitada, o que pode ser explicável por 
valorizarem muito o tempo gasto. 
5. Proposição de Soluções 
Observando a confirmação das questões confirmadas em nossa pesquisa de campo, o 
grupo propõe as seguintes possibilidades de soluções: 
5.1 
Tendo em vista o impacto do preço na decisão de consumo das classes “D” e “E” se 
torna importante baixar os custos de roupas socialmente responsáveis e aumentar os custos de 
roupas que não o sejam. 
Tendo conhecimento de que a responsabilizaçãodos grandes varejistas por problemas 
em sua cadeia de produção surtiu resultados limitados principalmente porque não são os 
maiores responsáveis pelo mercado, mas sim as pequenas lojas, mas ainda assim teve impacto 
nas oficinas relacionadas à esta, a primeira sugestão do grupo consiste em responsabilizar o 
maior elo da cadeia das menores lojas, que no caso seriam os produtores de matéria-prima. 
Nossa sugestão seria em forma de multa a quem não garantir que seus clientes estejam 
atuando de forma lícita, exigindo uma forma de análise das partes seguintes da cadeia. 
Produtoras internacionais devem contratar uma auditoria de confiança para checar os 
procedentes na cadeia, optativo para brasileiras e a lei criada daria um prazo de adaptação de 
entre 5 a 10 anos para que as empresas testem as auditorias. Seria possível exigir normas ISO 
para essas empresas. 
Outra solução proposta que aumentaria o custo de oferecer roupas com mão- de-obra 
análoga à escravidão também teria um impacto em todas as classes que possuem preferências 
altamente conectadas com deslocamento: A exigência de um selo da prefeitura de comprovação 
de que a cadeia de fornecedores da loja está de acordo com a legislação que seria fiscalizado 
efetivamente nas principais regiões comerciais. É fato que a prefeitura de São Paulo não pode 
arcar com os custos de fiscalizar cada rua da cidade, mas a exigência desse selo pelo menos 
nas principais áreas iria garantir que esse comércio não seja de fácil acesso, tornando incômodo 
ao consumidor comprar roupas com trabalho degradante. 
5.2 
Alteração nas preferências dos consumidores podem ser de difícil atingimento, mas 
existem casos de sucesso e a melhor ferramenta já existe: o selo da ABIT. No entanto 
identificamos uma série de problemas que não permitem que o selo se torne suficientemente 
conhecido para mudar a preferência de compra das pessoas. Sugerimos o estudo do caso da 
marca Friboi mais especificamente, que conseguiu fazer com que os consumidores que não se 
importavam com a origem de sua carne gradualmente passarem a pensar nisso (e de quebra 
enriquecendo a marca), mas já passamos alguns insights: 
Em primeiro lugar a construção de uma marca forte exige investimento alto, mas com 
um retorno positivo para as empresas participantes. Talvez seja necessário uma nova empresa 
criar um novo selo com capital de terceiros para vender essa avaliação, ou utilizar-se de uma 
estratégia colaborativa das grandes varejistas. Em segundo lugar, se bem executado, é uma 
estratégia que pode reaquecer um mercado que vem enfraquecendo ano após ano (conforme 
visto em pesquisas citadas no início do trabalho). 
Para demonstrar seriedade do selo e construí-lo na mente do consumidor deve- se 
utiliza-lo em todos os canais que forem possíveis de alta visibilidade e baixo preço. Por 
exemplo, um selo grande (deve ser bonito para chamar a atenção de maneira positiva) em 
algum lugar das vitrines das lojas que o possuem deveria ser, se não obrigatório, fortemente 
recomendado. O selo presente na roupa, possivelmente em uma etiqueta que remeta à 
sustentabilidade, deveria estar presente em todas as peças de roupas vendidas, ainda que de 
maneira removível pelo usuário. 
O selo devo possuir credibilidade: propagandas agressivas em mídias sociais e em 
televisão, além de possuir integração multimídia talvez através de um QR Code ou outra 
maneira que seja interessante, da avaliação da empresa. 
5.3 
Ainda tentando atuar no preço, pode ser possível reduzir os custos de todas as empresas 
envolvidas com a produção de “roupas conscientes”. Aqui propomos duas soluções: A primeira 
trata-se de uma redução de impostos (responsabilidade governamental) para empresas que 
comprovem que toda a cadeia de que participa está estruturada e “dentro da lei”. Isso não 
funcionaria apenas para a empresa de final de cadeia, mas sim para todas elas, que deveriam 
comprovar a veracidade das informações em conjunto. Torna-se não só um incentivo para 
grandes varejistas procurarem checar sua cadeia, mas também para todas as empresas da cadeia 
encontrarem parceiros, clientes e fornecedores que se preocupem com isso, dividindo a 
responsabilidade. 
A segunda solução para a redução de custos trata-se da aplicação de um modelo de 
investimentos visando tornar a cadeia mais eficiente. O modelo por nós sugerido trata-se da 
divulgação de uma proposta de investimento em empreendedores que tenham ideias e 
gostariam de aplica-las em uma empresa que vise produzir roupas de uma outra maneira. Para 
isso seria importante divulgar o know-how possuído pelas empresas envolvidas nesse 
financiamento, o que sabemos seria uma decisão difícil. No entanto todas as empresas grandes 
envolvidas com esse financiamento se beneficiariam, primeiro por possuírem uma 
possibilidade de investimento interessante, e, em segundo lugar, por poderem comprar dessa 
nova empresa a um custo mais baixo do que o do mercado, reduzindo seus próprios custos e 
possibilitando preços mais baixos.

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