Buscar

ABIT adm

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Panorama do migrante latino americano na indústria 
têxtil de São Paulo 
 
 
 
 
Ana Helena Novaes ­ 9814647 
Felipe Augusto de Azevedo ­ 8043736 
Fernanda Fantelli ­ 9815694 
Frederico Genzani ­ 9815102 
Júlia Köpf ­ 9815499 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo, 12 de junho de 2016 
 
 
Relação de Matérias Focadas por Parágrafos do Texto: 
 
 
Capítulos  Fundamentos 
das Ciências 
Sociais 
Introdução à 
Psicologia 
Fundamentos 
de Marketing 
Fundamentos 
de 
Administração 
1  2, 4, 6;      2, 3; 
2.1        1, 2; 
2.2  1, 2;      2; 
2.3      1, 2;  1, 2, 3; 
2.4        2; 
3.1  1, 2, 3, 4, 5;  2, 3;  6;  4, 5, 6; 
3.2  4, 5;  4, 5;    2, 3; 
3.3    2, 5;  1, 4, 5;   
3.4  3;  1, 3;  1, 4;  2; 
4.1    7, 9;  6, 7, 8, 9, 11;  3, 8, 11; 
4.2  9;  5, 6;  4, 5, 6, 7, 8;  6, 9; 
5  1, 2, 3, 4;  1, 2, 3, 4;  1, 2, 3, 4;  1, 2, 3, 4; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Introdução: 
Ao longo das últimas décadas, o mercado de trabalho informal em São Paulo                         
cresceu tanto em termos relativos quando absolutos. De 1985 a 2005, por exemplo,                         
os empregos com carteira assinada diminuíram em 10.3% (passando a 41.6%),                     
enquanto os empregados sem carteira e autônomos aumentaram, respectivamente,                 
5.6% e 5.9% (passando a 13.8% e 21% do total) (Silva, 2008). 
A informalidade se fortaleceu a partir do momento em que a industrialização                       
não foi capaz de absorver amplamente os trabalhadores no mercado assalariado ­                       
surgindo, então, como uma estratégia de sobrevivência de uma massa marginal                     
urbana, conforme os conceitos de “superpopulação relativa” e “exército industrial de                     
reserva” de Marx, que definem uma população que “já não mais participaria do                         
mercado de trabalho e nem exerceria pressão sobre os salários” ​(Silva,2008),                     
resignando­se à informalidade, na qual os direitos trabalhistas são facilmente                   
atropelados. 
Na indústria têxtil, o crescimento da subcontratação e da terceirização dos                     
processos ocorreu principalmente nos anos 90, acompanhando a recuperação e o                     
melhor desempenho da indústria de confecção. Com a terceirização, as grandes                     
empresas passaram a externalizar sua produção, aumentando o volume produzido                   
enquanto não mais se responsabilizavam pela empregabilidade de grande parte dos                     
trabalhadores do setor, contribuindo, portanto, para o aumento do emprego informal                     
nas pequenas oficinas de confecção que, por sua vez, passaram a integrar a maior                           
parte do processo de manufatura.  
A região de São Paulo concentra hoje, cerca de um terço da produção                         
nacional de vestimentas, e constitui um dos maiores aglomerados mundiais do setor                       
de confecções. Com o aumento das possibilidades de emprego que isso causou,                       
aliado ao crescimento da informalidade, verifica­se o aumento da migração para                     
região ­ ou seja, “a reestruturação das atividades produtivas fez crescer a demanda                         
por trabalhos mal remunerados e abaixo das restrições trabalhistas onde                   
geralmente os imigrantes não documentados são empregados.” (Silva, 2008). 
Vale ressaltar que na maior parte das vezes, os migrantes latino­americanos                     
já vêm para o Brasil com o destino certo de trabalho e muitas vezes, os próprios                               
 
 
donos de oficinas encaminham suas viagens. Segundo relatório, grande parte dos                     
migrantes bolivianos ocupados, trabalham na “confecção de artigos do vestuário e                     
acessórios” ­ 44.1% (Souchaud, 2010), sendo, na maior parte das vezes,                     
remunerados pelo que produzem, não pela jornada de trabalho.  
Trabalhando informalmente, muitas vezes terceirizados e até quarterizados,               
existe a supressão dos direitos trabalhistas; tais profissionais não têm o status de                         
empregados da empresa para quem prestam serviço. Numa perspectiva marxista, o                     
trabalho informal funde a mais­valia e a mais­valia absoluta, com a “implosão dos                         
limites da jornada de trabalho, de forma que os salários passaram a depender                         
diretamente da realização do lucro na venda das mercadorias. Decorre que o                       
trabalhador não tenha um contrato fixo e nem direitos associados, que seriam                       
obstáculos à realização do valor” (Silva 2008). 
Esse trabalho propõe uma solução que ataque uma das frentes desse                     
problema, conscientizando o consumidor e criando nele a consciência de que é                       
preciso que se mobilizem para que essas condições mudem. Esse não é o único                           
caminho, mas ao nosso ver, é o caminho que mais renderia frutos para que a                             
situação melhore. Para isso, escolhemos o Selo Qual da ABIT (Associação                     
Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) e nossa proposta é ampliar seu                         
alcance e reconhecimento por parte do consumidor. 
 
2. A indústria têxtil: 
 
2.1 ­ Cadeia de produção 
A cadeia produtiva da indústria têxtil e de confecção é muito extensa,                       
abrangendo desde a produção das fibras e filamentos que darão origem ao tecido                         
destinado ao consumidor final, até tecelagem, acabamentos, confecção e varejo.                   
Nesta cadeia, os atores variam muito em tamanho, ​share de mercado, rentabilidade                       
e modelo de negócios. Sendo assim, alguns pontos da cadeia concentram o poder                         
de barganha, tanto com outros agentes da cadeia, quanto com o próprio governo,                         
por um lado ficando mais vulneráveis à eventuais fiscalizações e por outro,                       
aumentando a possibilidade de negociação com a justiça. 
 
 
Os principais detentores do poder de barganha dessa cadeia são as                     
empresas do varejo e da produção de fibras e filamentos, principalmente por serem,                         
os maiores e com marcas mais reconhecidas pelo público. Desta maneira, os                       
setores intermediários ­ e, principalmente, a confecção ­ ficam presos entre esses                       
dois atores, encurralados com suas atribuições de preço e suas exigências. Por                       
esse motivo é que esse é o meio no qual concentram­se a maioria dos problemas                             
sociais entre os que formam a cadeia têxtil. 
 
2.2 ­ Indústria têxtil no Brasil 
A indústria têxtil no Brasil tem uma história de aproximadamente 200 anos.                       
Desde o período colonial, havia cultura algodoeira no norte e nordeste, além de                         
diversas manufaturas que, lentamente, passavam por um processo de                 
industrialização. Isso tornou a Bahia o primeiro centro têxtil até a década de 1860,                           
quando tal eixo passou a ocupar a região sudeste (especialmente os estados de                         
São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro).  
Um dos maiores marcos do crescimento dessa indústria no Brasil foi a                       
Segunda Guerra Mundial. O crescimento deu­se pela carência que os países emguerra tinham por roupas comuns, visto que todos os seus recursos estavam                       
voltados para a produção militar. Já a maior e mais recente crise no setor foi a                               
abertura comercial da década de 1990, que fez com que a Indústria Têxtil passasse                           
a competir com padrões internacionais, e não apenas com o mercado interno. 
Atualmente o Brasil é o 38º maior exportador de têxteis e vestuário no                         
mundo, e 25º maior importador. No mercado interno, a produção têxtil representa                       
5,6% da produção total da indústria brasileira e emprega 16,9% dos trabalhadores                       
industriais (IEMI, 2016). 
 
2.3 ­ O ​Fast Fashion 
Fast Fashion é o conceito da moda que se renova constantemente; a linha de                           
roupas não muda de uma temporada para outra ou de um mês para o outro, mas                               
sim de uma semana para a outra. Tal modelo acarreta num consumo exagerado de                           
roupas e um entendimento de que as peças do vestuário são praticamente                       
descartáveis. 
 
 
Este ​é um modelo estimulado por grandes marcas varejistas, que possuem                     
porte o suficiente para renovar constantemente os estoques de suas lojas, bem                       
como para efetuar o escoamento de tal produção. Além disso, é notável que muitas                           
dessas marcas têm atuação mundial, indicando a popularidade da Fast Fashion                     
vários países. Algumas das maiores marcas desse ramo são a Zara, H&M, GAP e                           
Forever 21 e segundo a ABIT, representam aproximadamente 20% do mercado de                       
roupas no Brasil (IEMI, 2016). 
Os problemas causados por esse modelo são evidentes. O aumento do                     
consumo de roupas gera mais poluição, lixo e a qualidade das roupas e da                           
produção caem, já que os preços e os prazos precisam ser reduzidos. Problemas                         
esses tão evidentes e marcantes, que é nesse tipo de empresa em que se                           
concentram e potencializam os problemas com migrantes e trabalho análogo à                     
escravidão na indústria da moda. 
 
2.4 ­ A ABIT 
A ABIT é uma associação formada por mais de 33 mil empresas brasileiras                         
dos setores têxtil e de confecção. A soma do faturamento de todas essas empresas                           
é de 53,6 bilhões de reais por ano e além da importância do setor representado pela                               
ABIT no Brasil, é notável também a sua importância no cenário global, pois o Brasil                             
possui a quinta maior indústria têxtil do mundo. 
Para suprir todas as necessidades do setor, a associação dispõe de uma                       
estrutura física e intelectual que fornece suporte e orientação aos outros atores da                         
cadeia. Para tal, ela atua ajudando as empresas a crescerem de maneira                       
sustentável, defendendo seus interesses frente ao governo e outras entidades                   
(ABIT, 2016). 
Dentre os projetos já realizados pela ABIT, destaca­se a criação do Selo                       
Qual, que foi o foco de nossa pesquisa; é um programa de certificação que tem                             
como objetivo permitir a fiscalização de padrões de sustentabilidade e qualidade                     
dentro da cadeia têxtil. 
 
 
 
 
 
3. Problemática:  
3.1 ­ Descentralização da produção 
Concentradas em grandes regiões urbanas e distribuídas por diversas                 
cidades, inúmeras e pequenas oficinas de costura mesclam­se no dia a dia de                         
muitos que passam pelas ruas e não percebem os pequenos negócios abarrotados                       
e as más condições de trabalho, predominantemente de migrantes, sem                   
documentos, instrução ou conhecimentos básicos sobre o nosso país. Esses                   
negócios compõem a base da cadeia de produção nacional da indústria têxtil. 
Essa situação surgiu da fusão da necessidade com a oportunidade.                   
Necessidade por parte dos migrantes que, fugindo de problemas em seus países de                         
origem, acabam encontrando outros problemas aqui, e, compatíveis com o conceito                     
marxista de “exército industrial de reserva”, necessitam de uma ocupação para se                       
sustentarem e, eventualmente, mandarem dinheiro para o restante da sua família                     
que não migrou. Essas pessoas constituem a oportunidade que donos de oficinas                       
buscam por oferecerem um serviço mais barato que funcionários registrados com                     
contratos trabalhistas integrais. Isso porque esses migrantes latino americanos vêm                   
para São Paulo em busca de melhores oportunidades de emprego e sujeitam­se a                         
vender sua mão de obra para os donos dessas confecções por mais de 8 horas por                               
dia, na ilegalidade (Victorio,2015). 
O trabalhador informal acaba sendo mais barato por dispensar o pagamento                     
de uma série de impostos. Os trabalhadores regulares precisam contribuir com                     
impostos como o Imposto de Renda e o INSS, e seu patrão tem que pagar o FGTS                                 
referente ao seu salário (UOL, 2016). Esses tributos diminuem a renda total do                         
trabalhador e aumentam o custo do empregador, dificultando a transferência do                     
dinheiro para a família que ficara no país de origem, além de impedir que este                             
trabalhe a quantidade de horas que precisa para conseguir sustentar a família. 
O maior problema desse novo modelo consiste na transferência dos riscos                       
de mercado dos empregadores para os empregados, tais riscos envolvem,                   
principalmente, a carência de garantias e de remuneração proporcional ao                   
crescimento do negócio, punindo injustamente os trabalhadores pelas flutuações do                   
mercado e dificilmente recompensando­os da mesma maneira que punem. 
 
 
A passagem da estrutura tradicional hierarquizada para esse modelo informal                   
e mais horizontalizado de produção, ilustra a base cultural desse novo capitalismo                       
contemporâneo (Silva, 2016), que se estrutura com diversas empresas interagindo                   
num mesmo degrau da cadeia de produção. 
Buscando o menor custo, as confecções terceirizadas “quarterizam” as                 
tarefas para confecções menores e de condições precárias, fazendo assim, com                     
que hajam diversas empresas atuando nesse degrau. Assim, é comum que a ponta                         
da cadeia (varejista) perca o controle sobre a linha de produção e fornecedores,                         
tornando ainda mais problemático para o varejista, tendo em mente que este                       
costuma ser o ator mais conhecido e sobre o qual recai a maior carga de                             
responsabilidade, embora essa carga de responsabilidade não signifique que essa é                     
a empresa que suporta as maiores consequências. 
 
3.2 ­ Fiscalização do processo 
  Sabemos que a cadeia têxtil possui uma série de problemas em sua                       
constituição, porém há um em especial que se desdobra em uma série de                         
consequências e que, se superada, contribuiria de forma significativa para umamelhoria de todo o processo: a fiscalização. 
O agente responsável por essa parte é o governo. No entanto, nota­se que                         
ele não cumpre seu papel de maneira eficiente e adequada. A cadeia é enorme e o                               
trabalho governamental acaba sendo dificultado pela terceirização dos diversos                 
atores.      
Por causa da falta da atuação do Estado, o varejo acaba assumindo a                         
responsabilidade de fiscalizar a sua cadeia produtiva. Isso ocorre por causa de uma                         
preocupação com a marca causada pelo medo de receber uma retaliação                     
mercadológica como ocorreu, por exemplo, com as marcas Zara e Nike quando                       
vieram a tona os escândalos relacionados a problemas em suas cadeias produtivas.                       
Desse modo, cabe ao varejista boa parte da responsabilidade de fiscalizar a sua                         
linha, constantemente em razão de seu próprio interesse, afim de evitar que a                         
situação fuja­lhe ao controle. Para tanto, as empresas contratam certificadores                   
como o Selo Qual e até fiscais independentes para garantir que toda a linha siga um                               
padrão pré estabelecido pela própria marca. Contudo, essa necessidade de                   
 
 
fiscalização constante, acarreta num aumento do preço final do produto, trazendo                     
ônus para o consumidor e ainda assim não garante que o produto sempre terá uma                             
procedência correta. 
Os varejistas, no entanto, tem poder de recuperação, caso sua imagem seja                       
prejudicada com a descoberta de seu envolvimento com trabalho análogo à                     
escravidão; A ilegalidade dessas oficinas têxteis pode, por outro lado, culminar em                       
seu fechamento por parte da fiscalização governamental ou em sua falência frente                       
ao varejista que se recusar a fazer negócios com ela devido a suas condições de                             
trabalho. Os trabalhadores migrantes que perdem seus empregos nesse processo,                   
por sua vez, ficam sem nenhum amparo legal ou social, visto que a maioria não                             
possui carteira assinada ou visto de trabalho, ficando completamente à mercê de                       
seus empregadores.   
Em meio a esse cenário, os migrantes estrangeiros veem­se desamparados                   
em um país de língua estranha, muitas vezes com medo de serem deportados                         
(comprovando a fragilidade destes indivíduos, visto que os acordos do Mercosul                     
garantem a não deportação dessa pessoa) ou de não encontrarem uma nova fonte                         
de renda aqui no Brasil. Nesses quesitos, o CAMI (Centro de Apoio e Pastoral do                             
Migrante) orienta que cidadãos de países que compõem o Mercosul requisitem sua                       
cidadania temporária ou permanente (CAMI, 2016), podendo, assim, encontrar um                   
emprego legalizado e exercer seus direitos. Há também a Casa do Migrante, no                         
centro da cidade de São Paulo, apoiada pela Missão Paz, cujo objetivo é fornecer                           
apoio a migrantes desamparados (Missão Paz, 2016). A Casa do Migrante os auxilia                         
a encontrar empregos, regularizar sua situação no país e oferece moradia digna                       
enquanto ainda não se estabilizaram aqui.  
 
3.3 ­ O consumidor 
Nos últimos anos, tornou­se muito mais fácil para os consumidores emitirem                     
sua opinião acerca de determinado produto ou experiência, seja ela boa ou ruim.                         
Popularizadas nas redes sociais, essas manifestações consistem muitas vezes em                   
propagandas negativas em murais digitais e que podem surgir de escândalos                     
ambientais ou escândalos relacionados a trabalho análogo à escravidão ou infantil.                     
 
 
Percebe­se, assim, um interesse maior em punir as empresas criminosas do que                       
recompensar as que são éticas. 
Uma série de estudos realizados nos Estados Unidos indicou que fatores                     
negativos associados a uma empresa ofuscam os critérios tradicionais (como preço                     
e qualidade) usados na escolha de um produto ou serviço, muito mais do que                           
fatores positivos (como doações para instituições de caridade) contribuem para o                     
aumento de suas vendas. Dentre outros motivos que provocam tal reação no                       
público está a impressão de que uma empresa que trilha o caminho da                         
responsabilidade social apenas o faz com o intuito de gerar publicidade positiva,                       
sem se preocupar genuinamente com a causa defendida (Mohr, Webb & Harris,                       
2001). 
Paralelamente a essa valorização das punições em detrimento das                 
recompensas, há ainda aqueles que valorizam as boas ações e os programas                       
sociais promovidos pelas grandes empresas. Sua representatividade, porém,               
acabada tendo sua importância diminuída devido à dificuldade de muitos em                     
encontrar tais informações. 
"Nada viaja mais rápido do que a velocidade da luz, com exceção talvez das                           
más notícias, que obedecem leis próprias e especiais." (Adams, 2006)​. Essa frase                       
ajuda a ilustrar o cenário, pois enquanto notícias sobre más condutas corporativas                       
surgem aos montes, muitos dos entrevistados nos estudos afirmaram que é difícil                       
considerar as ações positivas de uma empresa na decisão de compra pelo fato de                           
que as informações são escassas ​ou por demais trabalhosas de se obterem.                       
Expressaram também seu desejo de que tais informações fossem mais acessíveis,                     
sugerindo inclusive, a internet como um bom meio de disseminação dessas. 
Outro estudo realizado indica que, enquanto as próprias embalagens dos                   
produtos são uma importante fonte de informações sobre sua responsabilidade                   
social, as redes sociais também seriam uma importante ferramenta para, além de                       
divulgar, interagir com os consumidores (Cone Communications, 2016). 
 
3.4 ­ Preço dos produtos 
Observando os aspectos da produção, vemos que outro resultado comum a                     
essas pesquisas foram de consumidores entrevistados de que estariam dispostos a                     
 
 
pagar mais por produtos produzidos de maneira sustentável (social e                   
ambientalmente). Embora os resultados também indiquem que boa parte dos                   
entrevistados exageraram suas intenções para convencer os pesquisadores ­ ou a                     
eles mesmos ­ de que eram socialmente engajados, resultados de etapas mais                       
práticas sugerem que tal disposição, embora menor do que a declarada, é real. 
Um terceiro estudo ​indica ainda que enquanto consumidores estão dispostos                   
a pagar entre 15% e 30% a mais por algo produzido em boas condições,                           
dependendo da faixa de preço do produto, um aumento de até 100% no salário das                             
pessoas encarregadas da produção não aumentaria nem 10% no preço do produto                       
final, o que se encontra dentro da margem aceitável pelos consumidores (Pollin,Burns & Heintz, 2002). 
Um empecilho para que esse aumento promova condições melhores para os                     
pequenos artesãos é a desconfiança de que esse aumento não seja distribuído para                         
os produtores, e sim incorporado ao lucro das grandes lojas e varejistas, ou ainda a                             
demanda pela distribuição equilibrada entre todos os outros níveis da cadeia de                       
produção. 
Uma boa solução foi encontrada por uma marca nacional de acessórios                     
(ABIT, 2016)​,​ao divulgar os componentes do preço de seu produto final. Tomando o                           
preço de venda de uma bolsa da marca que custa R$ 489,00 como exemplo, a                             
margem de lucro do produto foi de 14% do preço final e do valor pago à artesã que                                   
a teceu, de 11,5% do preço final. 
 
4. Desenvolvimento: 
4.1. O Selo Qual 
O Selo Qual surgiu a partir da demanda de grandes compradores de                       
uniformes que exigiam qualidade certificada e certificação do cumprimento de                   
especificações de trajes para cada profissão, de modo a evitar acidentes de                       
trabalho. Como exemplo temos uniformes de bombeiros, de policiais, do exército e                       
até trabalhadores de cozinha. 
É um selo voluntário e não obrigatório, ficando a critério da empresa                       
participar do processo para obtê­lo. Atualmente, para que uma empresa seja                     
certificada com o Selo, seus produtos devem passar por testes laboratoriais e ela é                           
 
 
vistoriada em aspectos como condições de trabalho e compromisso com                   
sustentabilidade e meio ambiente. 
O processo é custoso – há somente seis empresas certificadas com o Selo                         
(ABIT, 2016) ­ mas acarreta não só numa melhoria da imagem da a empresa, como                             
numa melhoria interna desta: afim de cumprir os requisitos necessários, a                     
organização da empresa é otimizada, tornando­a consequentemente mais eficiente                 
e faz com que o proprietário fique ciente de algumas leis e normas até então para                               
ele desconhecidas. A competitividade entre as confecções é também estimulada. 
O Selo possui atualmente três categorias diferentes: ouro, prata e bronze;                     
sendo certificadas como bronze as empresas que apenas cumprem os                   
pré­requisitos básicos da lei brasileira, e ouro as empresas que, além de atender                         
aos requisitos anteriores, também atendem às normas internacionais nas quais o                     
Selo se baseia (ISSO 9001 e ISSO 26001) (ABIT, 2016). 
A terceirização da cadeia também acaba dificultando as ações de auditoria. É                       
difícil saber a procedência e o destino de alguns materiais ­ tanto os usados no                             
processo como os que são descartados ­ de empresas que participam do processo                         
de confecção dos trajes. 
Segundo Kotler e Lee (2004), a Responsabilidade Social Corporativa (CSR,                   
da sigla em inglês) é o comprometimento de corporações a manter o bem estar da                             
comunidade através de práticas de negócios e contribuições com recursos. Ou seja,                       
as companhias não devem apenas seguir o que é mandatório pela legislação para                         
exercer suas atividades, mas devem também fazer o que é considerado ético e                         
moral. 
Os autores apontam que essa responsabilidade cria um “fator de moral do                       
mercado” (​moral marketplace factor​), trazendo benefícios não apenas à intenção de                     
compras pelo consumidor, mas também a outros fatores como preferência de                     
investidores e funcionários desejando trabalhar nestas empresas, além de evitar                   
possíveis boicotes a empresas que consumidores julgam prejudiciais. De fato, uma                     
pesquisa de 2015 indica que esse benefício é real: 
 
 
 
 
 
  Brasil  Média Mundial 
Que companhias querem ver fazendo negócios em sua 
comunidade 
93%  84% 
Onde comprar  96%  84% 
Que produtos e serviços recomendar às pessoas  94%  82% 
Onde trabalhar  93%  79% 
Onde investir  N/A  67% 
TABELA 1: Consideração dos consumidores sobre comprometimento social e ambiental antes 
de tomar decisões (respostas “importante”/”muito importante”) (Cone Communications, 2015) 
 
Como pode ser observado na Tabela 1, o consumidor brasileiro se preocupa                       
mais do que a média com responsabilidade social das empresas. Kotler e Lee                         
(2004) ainda apontam outros benefícios como o fortalecimento do posicionamento                   
da marca, aumento de impacto desta, maior habilidade motivacional e capacidade                     
de manter os funcionários em uma rede de segurança nos tempos de crise. 
O selo também ajuda a resolver um outro problema: a diferença entre o que o                             
consumidor tem como seu comportamento ideal e o esforço para ter esse                       
comportamento. Na média mundial, apesar de 89% dos consumidores indicarem                   
que comprariam um produto com benefício social ou ambiental se tivessem a                       
chance, apenas 37% pesquisaram as práticas de empresas nesse sentido (Cone                     
Communicatios, 2015). Desse modo, a existência de um selo na roupa ou no ponto                           
de venda seria uma solução para diminuir tal diferença; excluir o compromisso da                         
pesquisa prévia por parte do consumidor, o selo mais acessível e evidenciado                       
tomaria parte no momento imediato da compra. A embalagem do produto e                       
sinalização no ponto de venda representam as maiores porcentagens de recursos                     
utilizados pelos clientes para se informar sobre responsabilidade social (87% e 81%,                       
respectivamente), contra apenas 50% citando o aparelhos móveis. 
Ou seja, o selo permite que a informação seja transmitida de modo rápido                         
para um público que tem interesse em obter essa informação mas não está disposto                           
pesquisar tais informações. 
Feitas essas considerações, é possível perceber que a existência de um selo                       
conhecido e amplamente adotado serviria aos consumidores, que podem agir mais                     
 
 
facilmente de acordo com o que acreditam, e aos produtores e varejistas, em forma                           
de benefícios tanto qualitativos (maior fidelidade) quanto quantitativos (maior volume                   
de vendas e investimentos). 
O problema central do Selo Qual, gira em torno de sua divulgação: essa é, a                             
parte mais custosa do processo de construção do Selo (ABIT, 2016). Atualmente o                         
Selo segue um programa de divulgação de pessoa a pessoa: empresas que já                         
possuem o selo divulgam para seus parceiros e espalham sua ideia, processo que                         
tem se provado ineficiente. A propaganda e divulgação do Selo são essenciais e,                         
entre outras medidas, este necessita de verba adequada e apoio de parceiros                       
capazes de promovê­lo na mídia. 
 
 
4.2. Nossa proposta para o selo 
Nossa proposta de novo selo consiste em algo mais voltado para os                       
consumidores emmassa do que o Selo Qual e muito mais acessível em termos de                             
identificação, abrangendo não só o mercado de uniformes, mas também o de                       
roupas comuns. Uma versão simplificada (monocromática) do selo ficaria na                   
etiqueta da roupa, próximo às especificações do fabricante como, por exemplo, o                       
modo de lavar, secar e passar a peça, conforme exemplificado no Anexo 1.  
Propomos também ações no ponto de venda, afim de facilitar a identificação                       
da campanha. A primeira atitude a ser tomada pelo varejista seria alinhar seu                         
posicionamento com o de uma empresa socialmente consciente, que lute contra as                       
mazelas encontradas ao longo da cadeia têxtil. Assim, o impacto social causado                       
pelo varejista pode ser muito significativo, sendo imprescindível a manutenção da                     
transparência de seus objetivos, não se esquecendo da comunicação com o                     
consumidor (Maiore, 2015). 
Por último, deve­se investir fortemente na área de marketing, principalmente                   
em relação à comunicação em massa e divulgação da existência do Selo, bem                         
como a importância e os benefícios que seu consumo trariam; aspectos que                       
carecem ao Selo Qual.  
Enquanto o Brasil esta acima da média mundial em preocupação com                     
consumo consciente, também é o país mais “confuso” em relação a esses conceitos                         
 
 
(77% afirmam não compreender mensagens sobre responsabilidade social               
corporativa por não entenderem os conceitos a que se referem). Além disso, um a                           
cada dez consumidores tende a desconsiderar informações que não são claras de                       
fácil entendimento (Cone Communications, 2015). Por isso, propomos uma                 
campanha virtual, com uma identidade visual marcante e informações simples e                     
diretas. Afim de transmitir a mensagem e criar identificação com o público,                       
acreditamos que deve­se incluir celebridades ­ especialmente ​youtubers​, blogueiros,                 
novos artistas, por serem mais acessíveis ­ que sejam conhecidas como formadoras                       
de opiniões, referência fashion ou até que tenham seu trabalho e fama baseados no                           
mundo da moda. 
Uma pesquisa feita com consumidoras brasileiras apontou que celebridades                 
são vistas como um personagem que possui características e valores tidos com um                         
modelo a ser seguido, enxergando uma espécie de “heroísmo” nelas,                   
aproximando­se inclusive do arquétipo do herói de Jung ­ alguém que supera                       
adversidades e chega a um nível “elevado”, acima do resto das pessoas, sendo                         
uma inspiração e modelo a ser seguido (Kalsched, 1986). Portanto, para atender às                         
expectativas, é importante escolher bem os representantes da campanha, e garantir                     
que tenham um comportamento compatível com a mensagem de responsabilidade                   
social passada, além de comprometimento com a causa pois, conforme apontado                     
pelas consumidoras consultadas: “o simples reconhecimento de que alguém é uma                     
celebridade não a torna uma pessoa confiável ou capaz de influenciar suas                       
decisões sobre produtos e marcas.” (Nascimento, 2016) 
O uso de celebridades, mesmo que menos conhecidas e mais dedicadas a                       
um nicho é importante pois, segundo Nascimento, atuam em sete espaços                     
diferentes, todos interessantes para a marca (ou no caso, a causa):  
 
“a) aumento do nível de atenção à mensagem; b) crescimento do                     
recall da propaganda e da marca; c) transferência do significado simbólico da                       
celebridade para a imagem da marca; d) aumento da percepção de valor; e)                         
indução à experimentação; f) associação de seus atributos à marca; e g)                       
geração de preferências e intenção de compra.” (FUJITA, 2015) 
 
 
 
Também nos apoiamos na ideia de uma campanha leve ­ imagens com                       
pequenos textos explicativos, além da presença da celebridade ­ a ser divulgada em                         
redes sociais e que incentive o consumidor a compartilhá­la com amigos e seu                         
círculo social, aumentando assim o alcance e o impacto da campanha. Propomos a                         
utilização do Facebook, Twitter e Instagram ­ já que estão entre as redes sociais                           
mais utilizadas no Brasil (Drubscky, 2015) ​­ como forma de maior identificação e                         
alcance de pessoas, com a utilização da ​hashtag ​#QualéaSolução para fácil                     
identificação da campanha. Ressaltamos que as celebridades e a linguagem nas                     
imagens podem vir de diversos modos, pois a responsabilidade social é uma causa                         
que não é destinada a um nicho específico, e que engloba a todos que compram                             
quaisquer itens de vestuário. 
Propomos, somado a isso, uma campanha no site Twibbon, que permite                     
criação de filtros a serem utilizados nas imagens de perfil do usuário, que qualquer                           
um pode adicionar com poucos cliques, conforme exemplos no Anexo 2. 
Acreditamos que seja possível a criação de uma campanha viral, visto que no                         
mundo, 34% das pessoas utilizam redes sociais para compartilhar informações                   
sobre as empresas e causas que lhes importam, 30% utilizam para se informar                         
sobre causas específicas e 14% para recrutar pessoas de sua rede de amigos para                           
contribuir com alguma esforço para uma causa (Cone Communications, 2015).                   
Apesar de não serem maioria, esses números indicam que é possível a                       
disseminação viral da informação por esse meio. Soma­se isso ao fato de que as                           
celebridades participantes da campanha sejam populares nas redes e que tenham                     
influência sobre seus seguidores. Uma vez viral, cremos que a campanha terá um                         
impacto positivo sobre o comportamento dos consumidores em relação aos seus                     
padrões de consumo, provocando uma consequente pressão sobre os varejistas e                     
produtores para que melhorem a situação dos trabalhadores da linha de                     
fornecimento ­ o que, diretamente, melhoraria a situação de migrantes que se                       
encontram na cadeia têxtil. 
Conforme apontado anteriormente, a adequação dos processos de produção                 
pode gerar fechamento de confecções, o que, num primeiro momento, é altamente                       
prejudicial aos migrantes nelas empregados. Entretanto, a demanda por peças de                     
vestuário ainda existirá e, portanto, existirá espaço para que as mesmas sejam                       
 
 
produzidas, o que geraria, após a regulamentação necessária, uma reabsorção                   
dessas pessoas anteriormente em condições análogas a escravidão pela indústria,                   
mas dessa vez de modo correto, com direitos trabalhistas e qualidade de vida                         
assegurados. 
Diante da proposta de adaptar e tornar o Selo mais conhecido e requisitado,surge o problema da falsificação. Como muitas das oficinas de confecção operam na                         
ilegalidade, é natural pensar que nada as impediria de desobedecer a lei também                         
nesse ponto. Tal prática traria complicações para quem produz o Selo – no caso, a                             
ABIT – frente as marcas que o adotassem, e também para outros varejistas em                           
relação aos consumidores, que não dariam a devida credibilidade ao Selo. 
No entanto, por mais grave que possa parecer o problema, roupas                     
falsificadas já são uma realidade meio da confecção têxtil. Sendo assim, o próprio                         
consumidor é capaz de identificar a diferença entre as peça originais e as                         
falsificadas, seja pelo preço ou local de venda. Portanto, a pirataria não deveria ser                           
um fator determinante para que se desistisse da ideia de renovar o Selo. 
Além disso, o esforço não se encerraria apenas com identificação na etiqueta                       
das roupas ou no ponto de venda; haveria também uma lista online das marcas,                           
produtos e pontos de venda certificados, possibilitando os consumidores mais                   
engajados a conferência mais aprofundada do tema e tiraria suas dúvidas em                       
relação à legitimidade do Selo em determinada peça. 
 
5. Considerações finais:  
O destino dos migrantes latinos que vem para o Brasil trabalhar na indústria                         
têxtil é São Paulo, onde essa indústria é mais forte. Lá eles compõem um “exército                             
industrial de reserva” que se sujeita a péssimas condições de trabalho e à                         
ilegalidade de modo a conseguir trabalho e mais ganhos nas oficinas de confecção,                         
sendo explorados por seus patrões que veem em sua fragilidade uma oportunidade                       
de lucro. A fiscalização desse processo é obrigação do Estado, porém muitas vezes                         
também recai sobre o varejista, que teme ver sua imagem associada às condições                         
de trabalho de algumas dessas oficinas. No final das contas, o varejista esforça­se                         
para não ser incriminado e o migrante fica sem emprego devido a oficinas fechadas                           
 
 
pela fiscalização, necessitando de apoio de entidades como a CAMI e a Pastoral do                           
Migrante para conseguir se reestabelecer. 
Na tentativa de garantir que peças de vestuário tenham sido produzidas em                       
condições adequadas, a ABIT criou o Selo Qual, um selo de certificação de                         
qualidade voluntário com foco na indústria de uniformes, que avalia tanto a                       
qualidade das peças quanto a sua procedência. No entanto, a propagação desse                       
selo encontra muitos empecilhos de ordem monetária, visto que a parte mais                       
custosa de sua produção é a divulgação, que atualmente ocorre de pessoa a                         
pessoa. 
Nossa proposta gira em torno da expansão do Selo Qual, apoiado sobre                       
pesquisas de opinião realizadas com consumidores que mostram que o consumidor                     
brasileiro apoia iniciativas de responsabilidade social (vide Tabela 1). No entanto,                     
também somos o país mais confuso em compreender mensagens sobre                   
responsabilidade social. Nesse sentido, a divulgação do selo é essencial, pois o                       
grande problema atual das certificações de qualidade é sua falta de centralização e                         
sua inépcia em prover de forma eficiente e convincente informações para o                       
consumidor. Para a divulgação mais ampla, devemos escolher representantes da                   
campanha que sejam comprometidos com a mensagem que tentamos passar e que                       
também tenha um nível de influência nas mídias sociais mais em voga atualmente,                         
como Facebook. Dessa forma tentamos expandir o impacto de nossa campanha e                       
influenciar a opinião do maior número de pessoas possível. 
No final das contas, todos os membros da cadeia produtiva têxtil têm a                         
ganhar com a instauração desse selo. Do ponto de vista do varejista, a adoção do                             
selo melhorará sua imagem frente ao consumidor. Este, por sua vez, agirá de                         
consciência limpa sabendo que ajudou a parar os abusos que sofrem os                       
trabalhadores que compõe a cadeia. Por fim, o mais beneficiado será o migrante                         
latino americano, já que o selo, mesmo voluntário, exercerá uma pressão sobre as                         
pequenas confecções para que elas legalizem por completo a situação de seus                       
trabalhadores e sua própria situação, aumentando a qualidade de vida daqueles que                       
vem para cá em busca de um futuro melhor. 
 
 
 
6. Bibliografia: 
 
ABIT. Certificação de Qualidade e Sustentabilidade da Indústria Têxtil e da Moda 
(Qual): Guia Para Iniciar a Certificação. Disponível em: 
http://www.seloqual.com.br/textilemoda/. Acesso em: 28 maio 2016. 
ABIT; Entrevista [mai. 2015]. Entrevistadores: A. Fernandes, F. Azevedo, F. 
Genzani, F. Fantelli e J. Köpf​ ​. São Paulo: ABIT, 2016. Gravação em aparelho 
celular. 
ABIT. ​Grife cearense revela custos de produção das peças para o consumidor.                       
Disponível em:  
<http://www.abit.org.br/noticias/grife­cearense­revela­custos­de­producao­das­pecas
­para­o­consumidor>. Acesso em: 05 jun. 2016. 
ABIT. Quem somos. Disponível em: <h​ttp://www.abit.org.br/cont/quemsomos​.> 
Acesso em: 28 maio 2016. 
ADAMS, Douglas. ​Praticamente Inofensiva.​ Rio de Janeiro: Sextante, 2006. 
CENTRO DE APOIO E PASTORAL DO MIGRANTE (CAMI). ​Regularização 
Migratória. ​Disponível em: <http://camimigrantes.com.br/site/?page_id=388>. 
Acesso em: 05 jun. 2016. 
CONE COMMUNICATIONS/EBIQUITY. ​Global CSR Study. ​Boston: Cone 
Communications, 2015. Disponível em: 
<http://www.conecomm.com/research­blog/2015­cone­communications­ebiquity­glob
al­csr­study>. Acesso em: 23 maio 2016 
DRUBSCKY, Luiza. ​Quais são as redes sociais mais usadas no Brasil. ​2015. 
Disponível em: 
<http://marketingdeconteudo.com/redes­sociais­mais­usadas­no­brasil/>. Acesso 
em: 03 maio 2016. 
FUJITA, Renata M. L.; JORENTE, Maria J. ​A Indústria Têxtil no Brasil: ​uma 
perspectiva histórica e cultural. 2015. Disponível em: 
 
 
<​www.revistas.udesc.br/index.php/modapalavra/article/download/5893/4139​>. 
Acesso em 03 junho 2016. 
IEMI ­ Inteligência de Mercado (Ed.). ​Brasil Têxtil 2015: ​Relatório Setorial da                       
Indústria Têxtil Brasileira. São Paulo, 2015. Com apoio da ABIT/TEXBRASIL e da                       
APEX.​ ​2016. 
KALSCHED, Donald; JONES, Alan. ​Myth and Psyche: ​The Evolution of                   
Consciousness. 1986. Acompanhamento a exibição fotográfica no Museu Hofstra                 
(NY). Disponível em: <http://www.cgjungny.org/d/d_mythpsyche.html>. Acesso em:           
08 jun. 2016. 
KOTLER, Philip; LEE, Nancy. ​Corporate Social Responsibility: ​Doing the Most 
Good for Your Company and Your Cause. Nova Iorque: Wiley, 2004. 
MAIORE, Rich. ​Building and Mantaining an Effective Social Impact Program. 
2015. Disponível em: 
<https://prsaboston.org/building­and­maintaining­an­effective­social­impact­program/
>. Acesso em: 30 maio 2016. 
MISSÃO PAZ (São Paulo). ​Casa do Migrante.​Disponível em: 
<http://www.missaonspaz.org/#!casa­do­migrante/c19rm>. Acesso em: 06 jun. 2016. 
MOHR, Lois A.; WEBB, Deborah J.; HARRIS, Katherine E.. Do Consumers Expect                       
Companies to be Socially Responsible? The Impact of Corporate Social                   
Responsibility on Buying Behavior. ​The Journal Of Consumer Affairs, v. 35, n. 1,                         
p.45­72, 2001. Disponível em: 
<http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1745­6606.2001.tb00102.x/abstract>. 
Acesso em: 04 jun. 2016. 
NASCIMENTO, Andrea Costa do et al. Celebridades, Marcas e Consumo: Quais 
Atributos dos Famosos Fortalecem um Produto no Mercado?. ​Signos do 
Consumo, ​[s.l.], v. 5, n. 1, p.70­87, 21 jun. 2013. Universidade de São Paulo. 
Disponível em: 
 
 
<http://www.revistas.usp.br/signosdoconsumo/article/view/70465/73239>. Acesso 
em: 31 maio 2016. 
POLLIN, Robert; BURNS, Justine; HEINTZ, James. Global Apparel Production and                   
Sweatshop Labor: Can Raising Retail Prices Finance Living Wages?. ​Cambridge                   
Journal Of Economics. ​Amherst, p. 1­27. abr. 2002. 
SILVA, Carlos Freire da. ​Trabalho Informal e Redes de Subcontratação:                   
Dinâmicas Urbanas da Indústria de Confecções em São Paulo. 2008. 157 f. Tese                         
(Doutorado) ­ Curso de Sociologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008. 
SOUCHAUD, Sylvain. A imigração boliviana em São Paulo. In: FERREIRA, Ademir                     
Pacelli et al (Org.). ​A Experiência Migrante: ​Entre Deslocamentos e                   
Reconstruções. Rio Comprido: Garamond, 2010. p. 267­290 
UOL ECONOMIA. ​Imposto de Renda e INSS: entenda os descontos o seu 
salário. ​2013. Disponível em: 
<http://economia.uol.com.br/empregos­e­carreiras/noticias/redacao/2013/01/01/impo
sto­de­renda­e­inss­entenda­os­descontos­no­seu­salario.htm>. Acesso em: 04 jun. 
2016. 
VICTORIO, Analu. ​Imigração e o Trabalho Escravo de Bolivianos no Brasil. 
2015. Disponível em: 
<http://br.blastingnews.com/sao­paulo/2015/03/imigracao­e­o­trabalho­escravo­de­b
olivianos­no­brasil­00300751.html>. Acesso em: 05 jun. 2016. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. Anexos 
 
Anexo 1:​ Selo Qual original, versão monocromática e exemplo do Selo na etiqueta 
de uma peça de roupa 
   
 
 
 
 
 
 
 
 
Anexo 2:​ Exemplos da utilização do filtro em fotos de perfil para campanha no 
Facebook e Twitter

Outros materiais