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2 amebíase

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COMPLEXO Entamoeba histolytica
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Filo :Sarcodina
Classe: Lobozea
Ordem :Amoebida
Família: Entamoebidae
Gênero: Entamoeba
Iodamoeba
Endolimax
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Entamoeba histolytica*
E. dispar
E. coli
E. hartmanni
E. gengivalis
Iodamoeba butschlii
Endolimax nana
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A Entamoeba histolytica não é uma espécie única, mas um complexo formado por duas espécies morfologicamente idênticas: 
	- a Entamoeba histolytica propriamente dita (patogênica e invasiva, com diversos graus de virulência),
	- a Entamoeba dispar (não invasiva, não virulenta, podendo em alguns casos produzir erosões na mucosa intestinal, sem, no entanto invadi-la).
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A Entamoeba histolytica apresenta distribuição mundial. 
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Entamoeba histolytica apresenta menor prevalência que a Entamoeba dispar que é mais comum nas regiões tropicais e subtropicais, não só devido às condições climáticas, mas principalmente devido às precárias condições sanitárias e ao baixo nível socioeconômico das populações que vivem nessas regiões.
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O complexo Entamoeba histolytica parasita cerca de 650 milhões de pessoas das quais cerca de 65 milhões são parasitadas pela Entamoeba histolytica propriamente dita e cerca de 100 mil morrem anualmente. É a segunda doença causadora de morte por protozoários, somente superada pela malária.
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 Normal: intestino grosso do homem
 Habitat menos comum: fígado, pulmão, cérebro, pele, etc.
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anaeróbia, no entanto têm uma limitada capacidade de consumir Oxigênio.
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Carboidratos (glicose e seus polímeros), cisteína, riboflavina (Vitamina B2) Cobalamina (Vitamina B12) e Ferro.
Necessitam de baixa tensão de O2 e pH 6,6-7,2.
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Fagocitose de hemácias, amido e outros detritos e também pinocitose.
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Divisão binária simples no trofozoíto e divisão binária múltipla nos cistos.
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TROFOZOÍTO
Formas vegetativas dinâmicas e pleomórficas, tamanhos variados (10 a 60 µm). 
Encontrados no intestino grosso, em fezes diarréicas, em lesões intestinais e hepáticas, e em meios de cultura (onde são normalmente menores). 
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Não são observadas organelas celulares típicas como nos demais eucariontes. Apresentam pseudópodes e filópodes (estruturas filamentosas para adesão nas células epiteliais). 
Geralmente apresentam núcleo único, esférico.
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Formas intermediárias entre os trofozoítos e cistos. 
Geralmente arredondados ou ovais, menores que os trofozoítos. 
No citoplasma, muitas vezes, são vistas estruturas em forma de bastonetes com extremidades ligeiramente arredondadas, que são denominadas “corpos cromatóides” (massas de ribossomas).
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Estruturas esféricas ou ovais, com diâmetro em média de 10 e 20 µm, com parede cística rígida. 
Contêm de um a quatro núcleos com morfologia semelhante a dos trofozoítos. Não são encontrados em tecidos e sim nas fezes formadas dos indivíduos infectados. 
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É a forma de resistência, responsável pela infecção. 
Somente os cistos têm importância na transmissão da amebíase, pois são as únicas formas infectantes.
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Monoxênico
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 Não é possível distinguir morfologicamente a Entamoeba histolytica da Entamoeba dispar, no entanto a diferenciação pode ser feita através de:
perfil eletroforético das isoenzimas da via glicolítica.
genoma com regiões distintas.
pesquisa de anticorpos.
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Obs. O diagnóstico positivo para cistos para cistos semelhantes de Entamoeba histolytica deve assinalar a presença de cistos de Entamoeba histolytica / Entamoeba dispar.
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A infecção pela Entamoeba histolytica será sugestiva na presença de:
Trofozoítos com eritrócitos ingeridos, indicando invasão de tecidos, que parece ocorrer somente pela Entamoeba histolytica;
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Títulos altos de anticorpos convencionais em indivíduos sintomáticos com exames de fezes positivo para cistos tetranucleados de amebas.
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E. coli
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amebíase intestinal:
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 desinteria: 
de início rápido, com 10 ou mais evacuações diárias de fezes líquidas mucossanguinolentas, que ocasionam grandes perdas hídricas e eletrolíticas, acompanhadas de flatulência;
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 cólicas intestinais: 
atingem todo o abdome, notadamente o quadrante inferior direito, acompanhada de dor epigástrica, pirose e sensação de plenitude;
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tenesmo: traduz-se pela sensação imperiosa de defecação em espasmos periódicos;
febre: de moderada intensidade, nem sempre presente, permitindo do ponto de vista clínico que se possa diferenciar da desinteria bacteriana.
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Ulcerações profundas, isquemia e hemorragias que comprometem extensas áreas do intestino grosso, mais precisamente do ceco e do cólon ascendente, culminando com perfurações e peritonite.
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É uma complicação não usual da amebíase intestinal aguda, de elevada mortalidade. Acomete geralmente indivíduos imunodeprimidos e mulheres no puerpério. 
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Pacientes com quadro de toxemia, febre elevada e contínua, as evacuações são líquidas, com muco, sangue e pus, com odor de ovo podre, caracterizando contaminação bacteriana das ulcerações.
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 Dor abdominal intensa, difusa acompanhada de vômitos, rápida deterioração do estado geral.
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Ao exame físico observa-se: fácies toxêmica, sinais de choque hipovolêmico (taquicardia e hipotensão arterial), abdome rígido distendido por íleo paralítico e ausência de ruídos intestinais.
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Leucocitose acima de 20 000.
Hiponatria e hipopotassemia. 
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Reação do tecido conjuntivo após invasão com formação de reação granulomatosa com edema e estreitamento da luz intestinal; podendo ser única ou múltiplas. Localiza-se preferencialmente no ceco, cólon ascendente e sigmóide.
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Há queixas de surtos esporádicos de diarréia, inapetência e perda de peso. Às vezes, há constipação intestinal.
Obstrução intestinal e massa abdominal palpável sugerem carcioma de cólon e outras colopatias.
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forma mais comum.
apresenta-se de forma insidiosa, com crises diarréicas em menor número.
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fezes líquidas ou pastosas com muco e às vezes sangue.
dores abdominais em cólica.
essas crises se intercalam com períodos de acalmia e obstipação intestinal.
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Hepática
Inflamação difusa, degeneração celular e necrose (abscesso hepático amebiano), preferencialmente no lobo direito.
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Dor (exacerba com qualquer movimento; é de grande intensidade e se irradia para o dorso e para a região escapular direita, podendo ser confundida com cólica biliar).
 Febre (até 40 graus, acompanhada de calafrios e intensa sudorese noturna) e hepatomegalia.
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Fraqueza geral, inapetência e tosse.
Infecção secundária por bactérias intestinais.
Ruptura para a cavidade abdominal levando a uma peritonite grave.
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Ruptura para pleura e pulmão, cujo resultado da contaminação do diafragma se caracteriza por expectoração exsudativa.
Ruptura para o pericárdio (pericardite, dor torácica e sinais de insuficiência cardíaca).
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Disseminação hematogênica, inclusive cerebral, levando à formação de abscesso de grande cavidade.
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Patient with amoebiasis liver absess, with perforation of abscess through abdominal skin. 
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pulmonar
cutânea
outras localizações
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Exame direto a fresco realizado com fezes diarréicas, diluídas com solução salina tamponada, objetivando identificar trofozoítos.
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Métodos de concentração- MIF.
Fixação e coloração pela hematoxilina férrica.
Método de Faust para fezes formadas.
A pesquisa também pode ser feita em material retirado de ulcerações e em exsudatos.
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1) notificação de surtos 
 a ocorrência de surtos (2 ou mais casos) requer a notificação imediata às autoridades de vigilância epidemiológica municipal, regional ou central, para que se desencadeie a investigação das fontes comuns e o controle da transmissão através de medidas preventivas, principalmente, medidas educativas. 
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Orientações poderão ser obtidas junto à Central de Vigilância Epidemiológica - Disque CVE, no telefone é 0800-55-5466; 
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2) cuidados com o paciente 
a) isolamento - é necessário o isolamento no casos de pacientes hospitalizados, adotando-se as precauções em relação à manipulação de fezes, roupas contaminadas e lençóis.
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 É necessário a exclusão de manipuladores de alimentos infectados com E. histolytica bem como de funcionários infectados que trabalham em serviços de saúde. 
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 O retorno ao trabalho deve ser feito após o tratamento específico, conforme recomendado no item 8. 
b) desinfecção concorrente - disposição sanitária adequada de fezes e desinfecção concorrente. 
 c) imunização de contatos - não aplicável;
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 3) medidas preventivas 
 a) educação da população quanto às boas práticas de higiene pessoal com especial ênfase na lavagem rigorosa das mãos após o uso do banheiro, na preparação de alimentos, antes de se alimentar; etc.;
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b) medidas de saneamento básico 
 sistema de água pública e esgoto são essenciais, contudo, o sistema de água deve estar rigorosamente protegido contra a contaminação fecal. A filtração da água por areia remove quase todos os cistos de ameba. Filtros com diatomáceas removem-nos completamente. O cloro não mata os cistos. 
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Para desinfecção de pequenas quantidades de água prescreve-se a tintura de iodo - 8 gotas de tintura de iodo a 2% para um quarto de litro de água ou 12,5 ml por litro de solução aquosa saturada de cristais de iodo ou tabletes de hidroperiodide de tetraglicina (1 tablete por quarto de litro), durante 10 minutos (em temperaturas muito frias, esperar 30 minutos para a desinfecção). 
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	Água de qualidade duvidosa pode ser também fervida; 
c) tratamento dos portadores
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Não ingerir água e alimentos suspeitos.
Não usar excrementos como fertilizantes.
Manter sanitários limpos.
Lavar as mãos antes das refeições e após a defecação.
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4) medidas em epidemias 
a) a investigação epidemiológica parte da notificação do caso e deve ser imediatamente realizada pela equipe de vigilância epidemiológica local buscando identificar a fonte e o modo de transmissão; 
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b) detecção da fonte comum de transmissão - se a fonte comum é a água ou alimentos, desencadear as medidas que corrigem a situação.
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 E. histolytica é comum no Brasil mas a notificação de surtos não tem sido feita. Há relato de um surto dramático nos EUA, na Feira Mundial de Chicago em 1933, causado pela água consumida contaminada; o encanamento defeituoso permitiu que o esgoto contaminasse a água consumida no evento. Ocorreram 1.000 casos com 58 mortes. 
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Em épocas recentes, os manipuladores de alimento são os suspeitos de causar as infecções esporádicas, mas não há relatos de surtos de grandes proporções. 
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O tratamento da amebíase deve ser feito tanto em pacientes com sintomas como para aqueles completamente assintomáticos.
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Para as formas assintomáticas, pode-se fazer uso do iodoquinol ou teclozan. Como alternativas:
 paromomicina e o furoato de diloxanida.
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Para os pacientes com a forma intestinal da amebíase, o metronidazol é, em geral, a droga de escolha. Deve ser dado na dose de 30 a 50 Mg/kg/dia, em três tomadas, durante dez dias. 
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Alternativas ao metronidazol incluem o secnidazol e o tinidazol. O metronidazol é uma droga bastante segura, com poucos efeitos colaterais e quando presentes geralmente são de pouca importância como gosto metálico, náusea e desconforto abdominal.
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As formas extra-intestinais são tratadas basicamente com os mesmos esquemas de drogas amebicidas da forma intestinal, porém em doses maiores. O metronidazol deve ser utilizado na dose de 50 mg/kg/dia.

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