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608 conhecimentos gerais 26072017

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Conhecimentos 
Gerais sobre o 
Trabalho em 
Oficinas
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
ead.sestsenat.org.br 
CDU 629
72 p. :il. – (EaD)
Curso on-line – Conhecimentos Gerais sobre o Trabalho 
em Oficinas – Brasília: SEST/SENAT, 2017.
1. Oficina mecânica. 2. Oficina mecânica - 
funcionamento. I. Serviço Social do Transporte. II. 
Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. III. 
Título.
3
Sumário
Apresentação 5
Unidade 1 | Boas Práticas de Manutenção 6
1 Introdução 7
1.1 Precauções de Segurança na Aeronave e em Oficina 7
1.1.1 Checklist Mínimo de Pessoal 8
1.1.2 Parte 1: Antes da Tarefa 8
1.1.3 Parte 2: Depois da Tarefa 9
1.2 Diretor ou Administrador 10
1.3 Manutenção Principal de Hangar 11
1.4 Manutenção de Linha 15
1.5 Oficinas 18
Glossário 20
Atividades 21
Referências 22
Unidade 2 | Procedimentos Diversos 23
1 Introdução 24
1.1 Ferramentas e Materiais 24
1.2 Materiais de Oficinas 26
1.3 Dimensões, Folgas, Tolerância e Calibração 27
Atividades 29
Referências 30
Unidade 3 | Precauções de Segurança 31
1 Introdução 32
1.1 Reboque, Elevação e Amarração da Aeronave 32
1.2 Procedimento de Abastecimento de Combustível 36
4
1.3 Efeito das Condições Ambientais 38
Atividades 39
Referências 40
Unidade 4 | Técnicas de Desmontagem, Inspeção, Reparação e Montagem 41
1 Introdução 42
1.1 Tipos de Defeitos e Técnicas de Inspeção Visual 42
1.2 Métodos Gerais de Reparação 45
1.3 Processos e Materiais Usados no Controle da Corrosão 47
1.4 Técnicas de Montagem e Desmontagem 48
Glossário 50
Atividades 51
Referências 52
Unidade 5 | Equipamentos Padrões e Ferramentas 53
1 Introdução 54
1.1 Ferramentas e sua Utilização 54
Glossário 60
Atividades 61
Referências 62
Unidade 6 | Verificação Padrão 63
1 Introdução 64
1.1 Tipos de Manutenção 65
1.2 Planejamento da Manutenção 66
Glossário 68
Atividades 69
Referências 70
Gabarito 71
5
Apresentação
Prezado(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) ao curso Conhecimentos Gerais sobre o Trabalho em Oficinas! 
Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de 
cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos, 
você verá ícones que têm a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e 
ajudar na compreensão do conteúdo. 
Este curso possui carga horária total de 25 horas e foi organizado em 6 unidades, 
conforme a tabela a seguir.
Fique atento! Para concluir o curso, você precisa:
a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas 
“Aulas Interativas”;
b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60; 
c) responder à “Avaliação de Reação”; e
d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado.
Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de 
dúvidas, entre em contato através do e-mail suporteead@sestsenat.org.br.
Bons estudos!
Unidades Carga Horária
Unidade 1 | Boas Práticas de Manutenção 5h
Unidade 2 | Procedimentos Diversos 4h
Unidade 3 | Precauções de Segurança 4h
Unidade 4 | Técnicas de Desmontagem, Inspeção, Reparação 
e Montagem
4h
Unidade 5 | Equipamentos Padrões e Ferramentas 4h
Unidade 6 | Verificação Padrão 4h
6
UNIDADE 1 | BOAS PRÁTICAS DE 
MANUTENÇÃO
7
Unidade 1 | Boas Práticas de Manutenção
1 Introdução
A Organização Internacional de Aviação Civil, em inglês, International Civil Aviation 
Organization (ICAO), sugeriu por meio de vários documentos, que as organizações de 
manutenção podem desenvolver um sistema chamado boas práticas de manutenção 
na manutenção de várias atividades de seu pessoal técnico. Caso sejam seguidas, essas 
práticas evoluem a manutenção padrão, a segurança e a aeronavegabilidade, que 
acabam resultando, também, na redução de perdas e incidentes.
Ademais, com o avanço na indústria da aviação, as tarefas de manutenção têm se 
tornado cada vez mais explícitas. Os fabricantes de aeronaves e seus equipamentos 
fornecem instruções detalhadas de manutenção dos seus produtos. As autoridades 
regulatórias também dispõem de várias regulamentações, as quais geralmente se 
associam à segurança de voo dos passageiros.
Contudo, nesta unidade encontram-se normas de trabalho saudável que podem não ser 
classificadas sob regras e regulamentações. Essas normas compõem as boas práticas 
de manutenção, que devem ser assimiladas pelas organizações de segurança, e que 
ajudarão o pessoal da manutenção a trabalhar meticulosamente e de maneira mais 
profissional.
1.1 Precauções de Segurança na Aeronave e em Oficina
As boas práticas de manutenção são descritas aqui na forma de checklists (listas de 
verificação). Essas checklists compreendem questões de introspecção, as quais devem 
ser avaliadas por cada técnico individualmente. A aderência escrupulosa a essas 
práticas conduz à segurança, e ainda ajuda a alcançar o objetivo de padrões avançados 
de aero navegabilidade e segurança.
8
Essas orientações se destinam ao interesse de melhorar os padrões utilizados na 
manutenção do pessoal, bem como organizar as atividades de manutenção.
É desnecessário constar que cada indivíduo, durante qualquer trabalho de manutenção, 
pode carregar a checklist de mínimo de pessoal, instrumento de controle, completando-a 
antes e após o início e a finalização dos seus trabalhos. Isso também ajuda no aumento 
da confiança individual concernente ao trabalho sendo realizado. Ademais, a checklist 
em uma área específica, como a revisão geral, ainda pode ser feita contanto que esteja 
ligada à área específica de manutenção.
1.1.1 Checklist Mínimo de Pessoal
Essa checklist pode ser seguida pelo pessoal 
enquanto estão na tarefa de manutenção. Ela 
definitivamente ajuda o profissional a desenvolver 
suas tarefas de manutenção da maneira apropriada. 
É dividida em duas partes e contém, no mínimo, as 
questões que se apresentam na figura.
1.1.2 Parte 1: Antes da Tarefa
Antes de iniciar a tarefa proposta, o técnico deve realizar uma auto avaliação, 
verificando se:
• Há preparação mental, física e intelectual para a tarefa;
• Existem dados técnicos para realizar a tarefa;
• Faz uso de ferramentas e equipamentos apropriados para realizar a tarefa;
• O treinamento técnico é suficiente para a tarefa designada;
• As precauções de segurança foram observadas;
Figura 1: Oficina no hangar com avião 
suspenso
9
• Há recursos suficientes para a realização da tarefa;
• Os requerimentos regulatórios são conhecidos de forma a garantir sua 
observância;
• Não se deve memorizar. Sempre consultar o manual de procedimentos para 
se obter os valores ou procedimentos corretos. É assegurado ainda, de que 
a porção correta do manual esteja disponível a todos os responsáveis pela 
realização do trabalho.
1.1.3 Parte 2: Depois da Tarefa
Após a totalização da tarefa, o técnico deve questionar se em relação ao próprio 
trabalho: 
• A tarefa foi realizada da melhor maneira possível;
• Foi observado o cuidado de manter a maior semelhança possível com o original;
• Os dados apropriados foram observados;
• Todos os métodos, técnicas e práticas que foram utilizados estiveram dentro 
do aceitável, previsto pelo fabricante;
• Ocorreram distrações, pressões ou estresse;
• O trabalho foi revisado pelo operador ou por terceiros antes de ser entregue;
• Os registros apropriados do trabalho realizado foram feitos;
• Os testes operacionais foram realizados após o término da tarefa;
• O local de trabalho está limpo; 
• Existe disposição para assumir, por escrito, o trabalho feito.
10
1.2 Diretor ou Administrador
Segueadiante a lista de observâncias no que compete ao diretor ou administrador do 
trabalho técnico de manutenção. Assim, deve-se avaliar se:
• O pessoal técnico é mentalmente, fisicamente e tecnicamente competente 
para se submeter à tarefa;
• Algum componente do pessoal pode estar sofrendo de vício ou prática viciosa 
que pode comprometer sua habilidade de desenvolver as tarefas designadas;
• A certificação da equipe está com a validade em dia;
• Foram providenciadas as ferramentas, equipamentos de trabalho e de 
proteção e os manuais ao pessoal;
• O número de pessoas na equipe é suficiente e qualificado, conforme os pré-
requisitos;
• O equipamento de apoio de solo, como o hangar, os cavaletes, stands, escadas, 
entre outros, é satisfatório, adequado e estável, de maneira que não oferece 
risco aos técnicos, à tripulação, aos passageiros ou danos à aeronave;
• O local de trabalho é bem iluminado, com pontos de luz em número suficiente;
• Há ventilação correta e suficiente;
• O hangar possui equipamento contra incêndio do tipo correto, inclusive os 
baldes e a areia, que são obrigatórios como alternativa aos extintores;
• O pessoal está treinado para utilizar o equipamento contra incêndio, o que 
pode ser comprovado por certificação;
• Uma caixa de primeiros socorros está disponível na área de manutenção, com 
o conteúdo específico satisfatório. Esta deve conter equipamento específico 
para tratar choque elétrico, queimadura, sangramento e lavagem ocular;
• Quando for necessário, dispor de roupagem protetora especial, como 
capacetes, luvas, máscaras, óculos de solda, avental protetor, calçados 
emborrachados, entre outros;
11
• Há bancadas adequadas para a guarda de componentes removidos da aeronave;
• Há uma área de quarentena disponível;
• Os períodos de inspeção, tarefas e resumos do manual de manutenção estão 
disponíveis. Em alguns casos, uma leitora ou uma impressora de microfilme 
pode ser necessária, caso se trabalhem com plantas nesse formato;
• Há acesso a fotocópias e a um computador, caso os manuais se apresentem em 
CD-ROM ou outra mídia;
• O número adequado de folhas de trabalhos ou de etiquetas de sobra está 
disponível;
• Há consumíveis e extras disponíveis, o que pode incluir itens genéricos, como 
agentes de limpeza, trapos, etc.;
• As lâmpadas portáteis, lanternas e plugs de todos os cabos elétricos possuem 
capa ou fiação protegida;
• Os carrinhos contêm um cilindro de gás pressurizado;
• Os materiais inflamáveis estão separados, com sua área emplacada e protegida;
• Há consumíveis com data de validade passada e, em caso positivo, se eles se 
encontram isolados dos demais e com a marcação de não utilizar.
1.3 Manutenção Principal de Hangar
Antes de iniciar o trabalho, deve-se ter em mãos a 
checklist do mínimo de pessoal. 
Em seguida, cada técnico deve garantir:
• A preparação física e mental para se 
submeter à tarefa designada;
• A disciplina no local de trabalho; 
Figura 2: Oficina de motor a turbina
12
• A vestimenta correta para o local de trabalho;
• A leitura das mensagens no quadro de avisos, relacionadas ao trabalho 
designado;
• O planejamento da sequência de trabalho quando mais de uma análise está 
envolvida;
• A deliberação comumente denominada briefing (instruções) antes do início 
dos trabalhos;
• A listagem das ferramentas desenhadas da tenda de ferramentas, mantendo-
as em uma caixa, bolsa ou maleta apropriada e checando o calibre correto;
• A verificação de ferramentas com a lista sob a finalização do trabalho 
designado, antes de retorná-las à tenda de ferramentas;
• A verificação do piso do hangar antes de levar a aeronave ao hangar para evitar 
danos aos pneus;
• A remoção de relógios, canetas, óculos de sol ou quaisquer outros itens soltos 
antes de iniciar o trabalho de manutenção;
• A limpeza do local de trabalho;
• A observação das instruções preventivas de segurança durante o trabalho 
sobre as asas, o estabilizador horizontal vertical, as janelas da cabine, e a 
própria cabine, entre outros;
• A cobertura imediatamente após a remoção de componentes, todas as sondas, 
tomadas, conectores, além de todos os canos abertos, tubos, entradas ocas, 
e cavidades. Além disso, verificar, dentre outros, elementos dos quais se 
retiraram componentes, sem utilizar fita adesiva;
• A remoção das partes acondicionadas no estande apropriado, designado para 
esse propósito, de uma maneira organizada, para que nenhum componente se 
encontre no solo ou uns sobre os outros;
• A observação quanto aos respingos de óleo, fluidos hidráulicos, lubrificantes e 
outros no chão do hangar ou da aeronave;
13
• A cobertura de eventuais respingos de fluidos com serragem ou similares, 
limpando-os imediatamente;
• A utilização da bandeja adequada para drenar ou encher o motor, o sistema 
hidráulico de óleo e o lavatório com líquido, além de outros compartimentos;
• A remoção do excesso de graxa ao final da operação de engraxamento;
• A rotulação apropriada do componente logo após sua remoção da aeronave;
• A anexação da nota de etiqueta/liberação ao componente ou equipamento de 
maneira que seja lida antes de a peça ser encaixada na aeronave;
• A não instalação de qualquer peça sem a nota de etiqueta/liberação;
• O status de calibração dos itens como medidores de pressão, ou carrinho de 
nitrogênio, pressão do pneu, chave de torque, voltímetro, multímetro, entre 
outros que requeiram calibração periódica;
• A roupagem e/ou equipamento durante trabalho que os requeira esteja sendo 
utilizada;
• A remoção de todas as ferramentas, equipamentos, trapos e detritos diversos, 
logo após a manutenção da aeronave, ainda dentro do respectivo turno;
• O recolhimento de todo o lixo no hangar e o despache no local certo;
• A observação dos calçados estejam livres de lama ou similares antes de entrar 
na aeronave;
• A remoção todos os fios de segurança, contra pinos e similares durante a 
manutenção, descartando-os sem jamais reutilizá-los;
• A permanência dos componentes da aeronave como arruelas, porcas, 
parafusos, em um recipiente durante a montagem e desmontagem;
• O desembalo das peças e dos equipamentos longe da área de trabalho;
• A observação dos avisos e das instruções durante a instalação ou remoção 
dos dispositivos sensíveis eletrostaticamente, em inglês, electrostatic sensitive 
devices (ESD);
14
• O impedimento de toque nos terminais elétricos expostos;
• O resguardo em relação ao manual de inspeção, o esquema de inspeção e 
similares, os quais devem estar sempre à mão a fim de que sejam consultados 
durante a manutenção. A orientação a não confiar na memória, mantendo os 
manuais o mais perto possível das estações de trabalho é imprescindível;
• A informação de qualquer dificuldade enfrentada no serviço durante a 
manutenção à autoridade competente antes de prosseguir;
• A consulta o respectiva unidade do manual de manutenção que lida com os 
procedimentos padrões relacionados ao tipo de aeronave, motor e hélice em 
questão antes do início da manutenção;
• A utilização das ferramentas apropriadas e sem desgaste;
• O conhecimento da localização e do modo de manuseio dos equipamentos 
contra incêndio;
• A veracidade de que os itens como arruelas, dispositivos de bloqueio, selante, 
anéis O, gaxetas e outros sejam apropriados e aprovados durante o uso na 
manutenção. A validade da data deve ser observada antes do uso;
• A limpeza das escadas, do acesso por escadas, do estande de trabalho e dos 
demais itens a fim de que estejam livres de óleo, fluido hidráulico, graxa, etc.;
• O aterro da aeronave antes do início da manutenção;
• A existência de calços após o hangar da aeronave, mantendo um espaço 
suficiente entreo pneu e o calço;
• A proteção de borracha e o travamento da escada, do acesso por escadas, do 
estande de trabalho e outros itens possuam antes de utilizá-los em qualquer 
manutenção;
• O ciclo completo do procedimento de documentação como prioridade ao final 
do trabalho de manutenção; 
• A completude da lista de mínimo de pessoal.
15
1.4 Manutenção de Linha
Antes de iniciar o trabalho, deve-se assegurar de que a lista de mínimo de pessoal 
esteja à mão e que seja consultada. Na realização da manutenção de linha, deve-se:
• Estar em forma física e mental para se submeter ao trabalho proposto;
• Observar a disciplina no local de trabalho;
• Planejar a sequência de trabalho quando mais de uma análise estiver envolvida;
• Obter o briefing apropriado antes do início do trabalho;
• Listar as ferramentas tiradas da tenda de ferramentas e mantê-las em uma 
caixa ou maleta adequada de ferramentas;
• Verificar fisicamente as ferramentas com a lista ao se completar o trabalho 
proposto e antes de retorná-las à tenda de ferramentas;
• Verificar a superfície da plataforma em busca de objetos que causem danos;
• Remover relógios, canetas, óculos de sol ou qualquer item solto antes de 
iniciar o trabalho de manutenção;
• Manter a limpeza em torno do local de trabalho;
• Isolar todas as sondas, portas e similares se a aeronave tiver que permanecer 
estacionada por um longo período, sendo proibida a utilização de fitas adesivas;
• Evitar respingos de óleo, de fluido hidráulico, lubrificantes e outros compostos 
no piso da aeronave;
• Utilizar a bandeja adequada enquanto se completa ou se drena o óleo do 
motor, o fluido hidráulico, o fluido do lavatório e outros;
• Remover o excesso de graxa ao completar a operação de engraxamento;
• Identificar, por meio de rótulos, o componente, assim que removido da 
aeronave;
16
• Ler a nota etiquetas de liberação anexada ao componente/equipamento antes 
que seja encaixado na aeronave;
• Garantir a calibração periódica de itens como os indicadores de pressão do 
carro de nitrogênio, o indicador de pressão do pneu, a chave de torque, o 
voltímetro, o multímetro esteja adequada, bem como o carregamento da cinta 
para sustentação e içamento do motor, antes de seu uso;
• Remover todas as ferramentas, equipamentos, trapos e detritos diversos logo 
após a manutenção, no respectivo turno;
• Limpar a lama e similares dos calçados antes de entrar na aeronave; recolher 
todos os fios de segurança e contra pinos etc. removidos durante a manutenção 
em uma cesta de lixo, não permitindo sua reutilização;
• Manter todos os componentes da aeronave, tais como arruelas, porcas, 
parafusos, etc. em um contêiner durante a manutenção;
• Observar os avisos e instruções de segurança durante a instalação ou remoção 
de ESDs;
• Evitar tocar terminais elétricos expostos;
• Não permitir a abertura de pacotes rotulados como ESD por qualquer pessoa 
senão a que possua treinamento;
• Garantir que os terminais elétricos de ESDs normais e os equipamentos de 
substituição rápida na pista estejam acondicionados em uma caixa de metal 
com cobertura condutiva;
• Garantir que os decalques dos ESDs estejam anexados ao contêiner apropriado 
de trânsito;
• Não permitir que se instalem na aeronave ESDs embalados incorretamente;
• Remover a cobertura condutora do equipamento de substituição rápida na 
pista de serviço e encaixar a cobertura no equipamento de substituição rápida, 
removida antes do retorno aos estoques. Anexar um decalque de precaução 
caso um deles não esteja anexado. Dessa forma, identifica-se a unidade como 
ESD.
17
• Possuir e sempre consultar o manual de manutenção apropriado e o esquema 
de manutenção, durante o desenrolar da manutenção. Nunca se deve confiar 
apenas na memória;
• Informar à autoridade competente qualquer dificuldade de serviço encontrada 
durante a manutenção, antes de prosseguir;
• Antes do início da manutenção, consultar no manual a unidade pertinente 
para se obter os procedimentos padrões de manutenção a respeito do tipo de 
aeronave, motor, hélice ou outras informações em questão;
• Utilizar sempre as ferramentas adequadas e sem desgaste;
• Utilizar, durante a manutenção, itens de consumo apropriados e aprovados 
como arruelas, dispositivos de trava, selantes, anéis O, gaxetas, Selos O 
removidos devem ser destruídos de modo a evitar o reuso acidental;
• Manter a escada, o acesso por escadas, o estande de trabalho e outros livres 
de óleo, fluido hidráulico, graxa, entre outros;
• Garantir o calçamento adequado da aeronave, mantendo um espaço entre o 
calço e os pneus;
• Garantir que itens como a escada, o acesso por escadas e o estande de trabalho 
estejam travados antes de realizar qualquer manutenção que os utilize;
• Após o término do trabalho de manutenção, dar prioridade para completar o 
procedimento de documentação;
• Ter cuidado quando se utilizar itens soltos como boné, chapéu ou camisetas 
com botões, além de bolsos que possam estar soltos próximo à aeronave, 
quando o motor se encontrar ligado, para garantir que não serão ingeridos 
pelo motor ou pelo disco do rotor;
• Garantir que os dispositivos, como a trava do trem de pouso, as coberturas da 
sonda pitot, etc. estejam encaixadas com bandeirolas vermelhas;
• Garantir que a pessoa que se responsabiliza pela orientação do avião no solo 
esteja adequadamente treinada e utilize uma roupagem amarela de sinaleiro, 
bem como os dispositivos de sinalização durante tal operação;
18
• Tomar o cuidado necessário e seguir as instruções do fabricante ao se 
removerem giros, seja remotamente ou autonomamente com um indicador. Na 
prática, os giros não devem ser removidos dentro de pelo menos 20 minutos 
após a energia ter sido removida da unidade;
• Garantir que a checklist de mínimo de pessoal tenha se completado.
1.5 Oficinas
Antes de iniciar o trabalho deve-se assegurar de que a lista de mínimo de pessoal esteja 
à mão e que seja consultada. Na realização da manutenção em oficina, deve-se:
• Entrar apenas se as roupas e sapatos estiverem limpos;
• Manter as bancadas limpas;
• Manter organizadas as ferramentas e equipamentos de teste a serem 
utilizados;
• Antes de testar qualquer componente ou equipamento, garantir que 
instrumentos como os medidores e indicadores, estejam calibrados;
• Utilizar um método aprovado de limpeza dos componentes e equipamentos;
• Seguir os procedimentos do fabricante ou do órgão da aviação quanto às ações 
de segurança;
• Observar a disciplina no local de trabalho;
• Obter o briefing apropriado antes do início do trabalho;
• Não se submeter a qualquer trabalho caso o componente ou equipamento 
esteja sem a identificação adequada;
• Coletar qualquer lixo na oficina e depositar em lixeiras com tampa, separadas 
para esse fim;
• Manter arruelas, porcas, parafusos e similares, em um contêiner durante a 
montagem e desmontagem dos componentes e equipamentos;
19
• Antes de iniciar o trabalho, garantir que os documentos de referência, tais 
como os manuais de procedimentos do fabricante estejam atuais e sejam 
mantidos no local de trabalho;
• Antes de testar qualquer equipamento ou componente, garantir que os 
equipamentos e aparelhos de teste estejam limpos, operacionais e calibrados;
• Garantir que os estandes de teste, os equipamentos e as estações estejam 
encaixados com as mangueiras ou fiação elétrica apropriadas e que estejam 
limpas e adequadamente revestidas;
• Garantir que as peças de reposição e consumíveis utilizadas durante a 
manutenção sejam apropriadas e de tipo aprovado, além de possuir o número 
do lote ou data de validade rastreáveis e de fontes aprovadas;
• Não manter quaisquer materiais consumíveis,tais como anéis (O), selos, 
gaxetas sob custódia pessoal;
• Depositar óleo, combustível, fluido hidráulico, depois de usados, em 
contêineres de lixo dispostos no local de trabalho;
• Estar atento ao potencial de dano interno dos componentes pelo mau manuseio 
de equipamentos eletrônicos que sejam sensíveis eletrostaticamente;
• Embalagens rotuladas como ESDs não devem ser abertas por qualquer pessoa 
a não ser o pessoal treinado em estações de trabalho em solo especificamente 
para esse fim;
• Sempre consultar e aderir às práticas e procedimentos para o manuseio de 
ESDs previamente definido no manual de revisão;
• Conhecer como se identificam os ESDs; 
• Garantir que a checklist de mínimo de pessoal tenha se completado.
20
Resumindo 
 
Nesta Unidade, observou-se que as tarefas não devem ser memorizadas ao 
serem realizadas, independentemente da etapa, seja na limpeza, 
encaixotamento, armazenamento, descarte, entre outros, das peças e 
ferramentas trabalhadas ou utilizadas. 
 
Deve-se consultar constantemente a checklist e os manuais de 
procedimentos para que se possa adquirir bons resultados e obter 
procedimentos corretos, sempre com segurança. Mesmo que o trabalho 
seja efetuado em pequenas partes, o ambiente deve contar com a 
disponibilidade do manual correspondente.
Glossário
Briefing: ato de dar informações e instruções concisas e objetivas sobre a tarefa a ser 
executada.
21
 a
1) Julgue verdadeiro ou falso. Antes de iniciar a tarefa 
proposta, o técnico deve realizar uma autoavaliação, 
verificando se as precauções de segurança foram 
observadas. 
 
Verdadeiro ( ) Falso ( ) 
 
2) Julgue verdadeiro ou falso. Antes de iniciar o trabalho, não 
é necessário ter em mãos a checklist do mínimo de pessoal. 
 
Verdadeiro ( ) Falso ( )
Atividades
22
Referências
BRASIL. Ministério da Defesa. Comando da Aeronáutica – COMAER. Departamento de 
Aviação Civil – DAC. MCA 58-14: manual do curso mecânico manutenção aeronáutica – 
grupo motopropulsor. Brasília: DAC, 2004. Disponível em: <http://www2.anac.gov.br/
habilitacao/manualCursos.asp>. Acesso em: 20 set. 2015. 
CRANE, D. Aviation maintenance technician series: powerplant. 2. ed. Newcastle: 
Aviation Supplies & Academics, 2005. 
EL-SAYED, A. F. Aircraft propulsion and gas turbine engines. Boca Raton, Flórida: 
CRC, 2008. 
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA – EUA. U.S. Department of Transportation. Federal 
Aviation Administration – FAA. FAA-H-8083-32: aviation maintenance technician 
handbook - powerplant. Oklahoma City: U.S. Department of Transportation, Federal 
Aviation Administration, 2012. v. 2. Disponível em: <http://www.faa.gov/regulations_ 
policies/handbooks_manuals/aircraft/media/FAA-H-8083-32-AMT-Powerplant-Vol-2>. 
Acesso em: 24 jun. 2017. 
23
UNIDADE 2 | PROCEDIMENTOS 
DIVERSOS
24
Unidade 2 | Procedimentos Diversos
1 Introdução
A manutenção, do ponto de vista industrial, pode ser definida de duas maneiras: 
primeiramente, como o conjunto de operações de conservação e assistência a instalações, 
máquinas e aparelhos é capaz garantir a sua funcionalidade e movimentação ou o 
deslocamento voluntário de carga. Assim, ela funciona como forma de compreender 
as operações fundamentais de elevação, de transporte e de descarga.
A manutenção de aeronaves, por sua vez, implica em um conjunto de operações que se 
subentendem aos riscos operacionais. As construtoras e oficinas do setor aeronáutico 
sempre realizam adaptações em seus programas, inclusive na segurança, como um 
componente integral de todo o processo viável de construção e manutenção.
1.1 Ferramentas e Materiais
Um dos métodos que torna prático o controle de ferramentas é a obrigatoriedade 
na identificação de cada ferramenta ou equipamento e o seu registro histórico, 
relativamente a sua origem, localização e programa de manutenção. Para a obtenção 
de qualquer ferramenta ou equipamento, destinado a uma ação de manutenção, é 
necessário realizar a abertura de um processo de aquisição em que todas as condições 
de recepção são mencionadas.
Uma das práticas importantes no uso das ferramentas é a realização da sua contagem. 
Esse controle é um processo elementar e rápido, se forem levadas em consideração 
algumas regras básicas. Dessa forma, ao utilizar as ferramentas ou equipamentos, um 
mecânico de manutenção de aeronaves deve observar as seguintes normas:
• Não utilizar determinada ferramenta ou máquina sem ter recebido previamente 
as explicações necessárias sobre o seu modo de manuseio, conservação, 
utilidade e quanto aos perigos que resultam da sua utilização;
25
• Conhecer todo o equipamento da oficina para obter o máximo de rendimento;
• Possuir conhecimento completo da peça a trabalhar, material, dimensões e 
precisão;
• Selecionar corretamente a ferramenta 
que será utilizada, fator importante para a 
qualidade do tempo gasto na execução do 
trabalho;
• Conhecer com exatidão suas condições 
de trabalho. A má utilização de uma 
ferramenta no local não indicado pode 
deixá-la defeituosa;
• Após sua utilização, sempre retornar a ferramenta ao devido local de 
arrumação, como mostrado na figura 3.
• Limpar a ferramenta após a sua utilização, 
fazendo imediatamente tal reparo para não 
perder tempo na próxima utilização;
• Não colocar ferramentas nas superfícies 
ou no interior da aeronave, nos bolsos, nos 
tabuleiros ou no chão;
• Durante a manutenção, deve-se utilizar 
adequadamente o equipamento de 
proteção individual (EPI), ou individual 
protection equipment, de acordo com a figura 4.
Devido às novas tecnologias, ou à evolução tecnológica, atualmente é possível saber 
a, qualquer momento, quais as ferramentas que faltam na bancada. Essa situação 
possibilita um conhecimento relativamente rápido dos objetos que estão sendo 
utilizados.
Figura 3: Quadro de arrumação das 
ferramentas
Figura 4: Profissionais na manutenção 
de aeronaves usando EPI
Fonte: Portal FAB, 2017.
26
1.2 Materiais de Oficinas
Nos cuidados com o manuseio do equipamento, as entidades ou companhias de 
manutenção de aeronaves são obrigadas a possuir um procedimento específico 
para a conservação, acondicionamento e manutenção de tais peças. Ocorre que, em 
qualquer ação de manutenção, a utilização de uma ferramenta ou equipamento obriga 
o conhecimento e controle de diversos requisitos, tais como: estado, origem, tipo de 
projeto, validade e emprego correto.
No caso de utilizar materiais e ferramentas, ainda existe a necessidade de um 
conhecimento prévio quanto a sua identificação e acondicionamento adequado. 
Para que ocorra a aplicação correta, é necessária uma seleção da ferramenta ou do 
equipamento. Nesse sentido, obrigatoriamente, deverão ser levados em consideração 
o modo de uso, a conservação, a utilidade e o risco.
Ao conhecer as características do utensílio, seja ele madeira, liga metálica, entre outros, 
pode-se obter o máximo de aproveitamento. Ademais, compreender todas as 
informações relacionadas ao material como: forma e dimensões, de acordo com a figura, 
é o que permite selecionar a ferramenta mais apropriada para o serviço.
Figura 5: Características do alicate universal
27
1.3 Dimensões, Folgas, Tolerância e Calibração
É imprescindível que se tenha o conhecimento das dimensões, folgas e tolerâncias de 
uma ferramenta para o trabalho em manutenção de aeronaves. O profissional deve 
estar familiarizado com as características do que vai utilizar, de maneira que seja a mais 
adequada à operação que vai realizar.
As dimensões das diversas chaves se dão em milímetros ou polegadas e as folgas devem 
ser mínimas, de modo a permitir um encaixe perfeito entre a chave e o elemento de 
fixação.As tolerâncias de uma ferramenta variam de acordo com o grau de exigência 
de cada trabalho e, dessa maneira, ao efetuar medições ou apertos de grande exatidão, 
as tolerâncias deverão ser menores.
A calibração é um dos aspectos mais importantes na manutenção de aeronaves. Por 
isso, as entidades ou companhias aeronáuticas têm os seus programas de inspeção ou 
calibração periódica, devendo todas as alterações impostas às ferramentas ou 
equipamentos ser criteriosamente registradas. As figuras exibem algumas ferramentas 
de manutenção de calibração.
Normalmente há um setor responsável pela avaliação da periodicidade e identificação 
do equipamento, que pode ser chamado de laboratório de calibrações. A norma de 
calibração regula e define a metodologia de identificação, o tipo de calibração e os 
selos de validação. O controle da validade de qualquer calibração é de responsabilidade 
do laboratório de calibrações e da pessoa que utilizará a ferramenta.
Figura 6.B: MicrômetroFigura 6.A: Paquímetro digital
28
Resumindo 
 
Nesta unidade, foi estudado que, para que as técnicas de manutenção 
aeronáutica sejam bem sucedidas, há necessidades de suporte para o 
serviço, como os equipamentos de solo e os equipamentos para a 
movimentação das aeronaves. Portanto, é possível perceber a necessidade 
de requerer dos técnicos de manutenção o conhecimento dos diversos 
procedimentos para o manuseio de ferramentas, equipamentos e máquinas 
usados na manutenção de aviões. 
 
Nesta unidade, foi abordada ainda a importância das ferramentas e dos 
equipamentos e sua utilização. Por fim, foram mostrados os materiais de 
oficina na sua utilização e aplicação, assim como as suas dimensões, folgas 
e calibração.
29
 a
1) Julgue verdadeiro ou falso. Conhecer todo o equipamento 
da oficina para obter o máximo de rendimento é uma das 
normas que um mecânico de manutenção de aeronaves deve 
observar. 
 
Verdadeiro ( ) Falso ( ) 
 
2) Julgue verdadeiro ou falso. Nos cuidados com o manuseio 
do equipamento, as entidades ou companhias de manutenção 
de aeronaves são obrigadas a possuir um procedimento 
específico para a conservação, acondicionamento e 
manutenção de tais peças. 
 
Verdadeiro ( ) Falso ( )
Atividades
30
Referências
BRASIL. Ministério da Defesa. Comando da Aeronáutica – COMAER. Departamento de 
Aviação Civil – DAC. MCA 58-14: manual do curso mecânico manutenção aeronáutica – 
grupo motopropulsor. Brasília: DAC, 2004. Disponível em: <http://www2.anac.gov.br/
habilitacao/manualCursos.asp>. Acesso em: 20 set. 2015. 
CRANE, D. Aviation maintenance technician series: powerplant. 2. ed. Newcastle: 
Aviation Supplies & Academics, 2005. 
EL-SAYED, A. F. Aircraft propulsion and gas turbine engines. Boca Raton, Flórida: 
CRC, 2008. 
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA – EUA. U.S. Department of Transportation. Federal 
Aviation Administration – FAA. FAA-H-8083-32: aviation maintenance technician 
handbook - powerplant. Oklahoma City: U.S. Department of Transportation, Federal 
Aviation Administration, 2012. v. 2. Disponível em: <http://www.faa.gov/regulations_ 
policies/handbooks_manuals/aircraft/media/FAA-H-8083-32-AMT-Powerplant-Vol-2>. 
Acesso em: 24 jun. 2017. 
31
UNIDADE 3 | PRECAUÇÕES DE 
SEGURANÇA
32
Unidade 3 | Precauções de Segurança
1 Introdução
As tarefas diárias dos profissionais de manutenção de aeronaves de oficina envolvem 
trabalhos com ferramentas, máquinas e, em alguns casos, produtos ou substâncias 
químicas. Por isso, para que as ações ocorram bem, o ambiente de trabalho precisa ser 
adequado e seguro.
Durante as operações de uma aeronave, todas as instruções do fabricante devem ser 
seguidas rigorosamente em relação aos cuidados e à norma de segurança específica 
para cada modelo de aeronave.
1.1 Reboque, Elevação e Amarração da Aeronave
Todas as informações necessárias para os 
procedimentos de reboque ou para empurrar 
um avião em condições normais ou anormais, 
assim como as práticas de manutenção 
associadas a realização do preparo de uma 
aeronave para o reboque, são levadas sempre 
em consideração. 
Dentre os aspectos importantes para o 
reboque ou pushback, termo comum na aviação 
e que significa a ação de puxar a aeronave para trás ou em manobras apertadas, estão 
a composição da equipe de reboque, as atribuições dessa equipe e as aplicações dos 
calços.
Figura 7: Reboque de uma aeronave
33
Para a composição da equipe de reboque é verificada a quantidade mínima necessária 
de mecânicos que irão realizar o procedimento, o que varia de acordo com as condições 
do local onde a aeronave for movimentada. Para todos os reboques é obrigatória a 
presença de um mecânico no interior da aeronave, na cabine e de um responsável pelo 
reboque do lado de fora. 
Nas operações de pushback é essencial a existência de um mecânico junto da cauda e 
um em cada ponta da asa da aeronave.
A equipe completa de um reboque tem que ser composta por seis pessoas autorizadas, 
como descrito a seguir:
• O condutor do trator de reboque ou pushback;
• O mecânico responsável pelo reboque, na parte externa;
• O mecânico na cabine da aeronave;
• O mecânico junto da cauda da aeronave;
• O mecânico junto à asa esquerda da aeronave;
• O mecânico junto à asa direita da aeronave.
O mecânico de manutenção responsável pelo reboque é quem coordena as operações 
de reboque, colocando-se em uma posição da qual possa observar, informar ou orientar 
sobre o cumprimento dos procedimentos de cada membro da equipe.
Antes de iniciar o reboque ou pushback da aeronave, verificar se foram retirados os 
calços das rodas principais e de nariz do trem de pouso, assegurando-se de que estão 
desbloqueadas para a execução da operação. Sempre inspecionar os amortecedores, 
os pneus do trem de pouso da aeronave e também a barra de reboque, a fim de verificar 
se está em boas condições de uso.
Para tal procedimento, é fundamental que o condutor do trator de reboque esteja 
qualificado para a execução da tarefa e que o trator se encontre em boas condições 
de uso. Em caso de emergência, é necessário estar atento e obedecer imediatamente 
ao pedido de parada por qualquer membro da equipe, não importa sua posição no ato.
34
Durante o reboque da aeronave, o condutor do trator não pode realizar manobras 
bruscas. E durante a manobra de aproximação do trator à aeronave, o condutor precisa 
parar o trator a 8 metros de distância e só iniciar a aproximação para o engate da barra 
de reboque ao trator quando o responsável pelo reboque ordenar.
Ao mecânico que se posiciona na cabine da aeronave, compete aplicar os freios da 
aeronave em caso de emergência. Portanto, ao iniciar o reboque, a pressão do 
acumulador dos freios da aeronave deve ser inspecionada para que, em caso de 
necessidade, a atuação seja eficaz.
Os mecânicos nas pontas das asas e na cauda da aeronave são assim posicionados 
quando houver a necessidade de movimentar o avião em locais estreitos ou manobrá-
lo próximo de obstáculos.
Durante a operação de reboque de uma aeronave, os calços retirados têm de estar 
próximos da operação de reboque, acompanhando a aeronave, e de fácil acesso à mão 
para o caso de haver necessidade da sua utilização durante uma emergência.
Dessa maneira, a elevação de uma aeronave sobre macacos para pesagem é realizada, 
assim como a reparação ou os trabalhos de manutenção, levando sempre em 
consideração o limite de peso máximo sobre os apoios, que não podem, de forma 
alguma, ser excedidos. Esses valores, tais como os procedimentos para a pesagem do 
avião, são indicados nas especificações da aeronave. Para a colocação dos macacos, 
existem pontos devidamente marcados pelo fabricante para a elevação, normalmentesituados nas asas, na seção frontal e posterior da fuselagem e no trem de pouso 
principal.
É importante destacar que, sempre que necessário, deve-se consultar especificamente 
as instruções do manual do fabricante da aeronave em questão. Para a realização de 
sua elevação sobre macacos ou pontos de elevação, seguem instruções gerais descritas 
a seguir:
• Colocar a aeronave no hangar de manutenção;
• Colocar os calços nas rodas principais e de nariz da aeronave;
• Conectar a aeronave ao aterramento mais próximo;
• Assegurar que não há equipamento externo algum conectado à aeronave;
35
• Assegurar que a aeronave esteja desligada de qualquer sistema elétrico, 
hidráulico, etc.;
• Assegurar se a área de trabalho se encontra limpa e livre de obstáculos;
• Colocar os apoios dos macacos na aeronave;
• Colocar os macacos debaixo dos apoios (os macacos das asas entram pelo 
bordo de ataque, e normalmente ficam com duas pernas paralelas à fuselagem; 
o macaco de nariz não tem preferência de lado de entrada, e fica normalmente 
com duas pernas perpendiculares à fuselagem);
• Fechar a válvula de desvio dos macacos;
• Ajustar a cabeça do macaco ao apoio, e as sapatas ao chão;
• Afastar os calços das rodas e liberta-se o freio da aeronave;
• Levantar a aeronave fazendo subir todos os macacos simultaneamente, até 
as rodas estarem a uma distância aproximada de 10 centímetros do chão, 
conforme a figura;
• Retirar os calços debaixo da aeronave.
Na operação de elevação da aeronave, é 
necessário ter sempre um mecânico junto a 
cada macaco, e outro à frente do nariz do avião. 
Essencialmente a aeronave é elevada sem 
que haja alteração no seu centro de gravidade 
(CG). Para que isso aconteça, a aeronave não 
pode alterar a sua atitude nos seus três eixos: 
longitudinal, transversal, também chamado de 
lateral, ou vertical. Portanto, durante a elevação 
de qualquer aeronave, é crucial que os macacos 
sejam atuados uniformemente.
Para ter uma noção da importância de manter a uniformidade desse procedimento, se, 
durante a elevação da aeronave, o seu CG for alterado, isso pode causar a sua queda, 
provocando também estragos, destruição de equipamentos e ferimentos ou mesmo a 
morte do pessoal envolvido.
Figura 8: Elevação de uma aeronave no 
hangar
36
No caso de previsão de ventos fortes, e quando o estacionamento não for dentro de 
um hangar ou local fechado, a amarração da aeronave às argolas de amarração 
existentes na placa e nos pontos da estrutura do avião é realizada, segundo ilustrado 
na figura. 
Figura 9: Argola de amarração nos pontos da estrutura da aeronave
Esses pontos normalmente se encontram nas asas e no trem de pouso da aeronave. 
Eles são posicionados pelo fabricante da aeronave, de acordo com cálculos realizados 
quanto aos melhores pontos para esse tipo de esforço contra a fuselagem. De forma 
a evitar esforços estruturais, é essencial que as cordas de amarração do avião estejam 
bem tensas.
1.2 Procedimento de Abastecimento de Combustível
A operação de abastecimento de combustível de uma aeronave é realizada de forma 
segura, sempre considerando as precauções agregadas, eliminando ou minimizando o 
risco de incêndio provocado pela liberação de vapores do combustível. Outro aspecto 
importante a se considerar é a possível contaminação do combustível por pequenas 
partículas, o que pode gerar graves riscos para a operação das aeronaves, originando 
as falhas nas unidades de controle de combustível.
Existem diversos graus de gasolina de aviação para motores alternativos, que são de 
forma genérica designados, em inglês, por aviation gasoline (AVGAS). Já o combustível 
utilizado em turbinas é o querosene, que é designado, em inglês, por aviation turbine 
(AVTUR) e JET A1 (JP-8). Os combustíveis se especificam da seguinte maneira:
37
• AVGAS – Aviation Gasoline (tipo gasolina, em português);
• AVTUR – Aviation Turbine or Aviation Turbo (em português, tipo querosene);
• AVTAG – Aviation Turbine and Gasoline (em português, tipo querosene + 
gasolina).
Um dos problemas que podem surgir é a acumulação de água nos tanques devido à 
condensação. Como forma de segurança, é exigido que os tanques de combustível 
sejam verificados em relação à existência de água e que sejam drenados em caso 
positivo.
Durante uma operação de abastecimento de combustível, é necessário sempre 
observar alguns princípios, tais como os descritos adiante:
• Realizar todas as operações de abastecimento ao ar livre;
• Verificar se os motores estão completamente parados;
• Averiguar se o local de abastecimento está com extintores apropriados;
• Promover ligações de aterramento, e entre si, de todo o equipamento de 
abastecimento;
• Drenar a água dos tanques das aeronaves e dos tanques de abastecimento dos 
caminhões;
• Evitar pisar nas áreas sinalizadas no step (não pisar) quando o abastecimento 
for efetuado por cima da asa do avião;
• Assegurar que nas proximidades não estão ligadas fontes de energia elétrica 
ou equipamentos que produzam radiações;
• Assegurar a especificação e quantidade de combustível a abastecer.
38
1.3 Efeito das Condições Ambientais
Quando as condições ambientais forem difíceis, é necessário estar preparado para 
contornar as dificuldades da forma mais eficiente. As informações necessárias para 
estacionar ou guardar uma aeronave em condições normais e anormais ou em períodos 
curtos ou longos, sob condições atmosféricas extremas, necessitam estar presentes e 
ser cumpridas de forma rigorosa.
O equipamento e os materiais necessários, tais como os calços das rodas, as tampas 
de vedação, os bloqueios do trem de pouso, os materiais de cobertura, entre outros, 
precisam se encontrar nos locais adequados para que sua utilização nos vários 
procedimentos tipificados seja simples, rápida e eficaz.
Resumindo 
 
Nesta unidade, foram repassadas informações referentes ao cotidiano dos 
profissionais de manutenção de aeronaves de oficina, no que diz respeito à 
utilização de ferramentas, maquinários e outros, para que se obtenha um 
trabalho adequado, com segurança e de ações bem-sucedidas. 
 
Foi possível compreender que os cuidados necessários para os 
procedimentos de reboque, elevação e amarração de avião devem ser 
levados sempre em consideração, especialmente quanto aos aspectos de 
segurança. De igual maneira, é necessário ter cautela na operação de 
abastecimento de combustível de uma aeronave, eliminando ou 
minimizando qualquer risco de incêndio.
39
 a
1) Julgue verdadeiro ou falso. Para todos os reboques é 
obrigatória a presença de um mecânico no interior da 
aeronave, na cabine e de um responsável pelo reboque do 
lado de fora. 
 
Verdadeiro ( ) Falso ( ) 
 
2) Julgue verdadeiro ou falso. Colocar os calços nas rodas 
principais e de nariz da aeronave é uma das instruções para a 
realização da elevação sobre macacos ou pontos de 
elevação. 
 
Verdadeiro ( ) Falso ( )
Atividades
40
Referências
BRASIL. Ministério da Defesa. Comando da Aeronáutica – COMAER. Departamento de 
Aviação Civil – DAC. MCA 58-14: manual do curso mecânico manutenção aeronáutica – 
grupo motopropulsor. Brasília: DAC, 2004. Disponível em: <http://www2.anac.gov.br/
habilitacao/manualCursos.asp>. Acesso em: 20 set. 2015. 
CRANE, D. Aviation maintenance technician series: powerplant. 2. ed. Newcastle: 
Aviation Supplies & Academics, 2005. 
EL-SAYED, A. F. Aircraft propulsion and gas turbine engines. Boca Raton, Flórida: 
CRC, 2008. 
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA – EUA. U.S. Department of Transportation. Federal 
Aviation Administration – FAA. FAA-H-8083-32: aviation maintenance technician 
handbook - powerplant. Oklahoma City: U.S. Departmentof Transportation, Federal 
Aviation Administration, 2012. v. 2. Disponível em: <http://www.faa.gov/regulations_ 
policies/handbooks_manuals/aircraft/media/FAA-H-8083-32-AMT-Powerplant-Vol-2>. 
Acesso em: 24 jun. 2017. 
41
UNIDADE 4 | TÉCNICAS DE 
DESMONTAGEM, INSPEÇÃO, 
REPARAÇÃO E MONTAGEM
42
Unidade 4 | Técnicas de Desmontagem, Inspeção, 
Reparação e Montagem
1 Introdução
Todas as etapas compreendidas entre a desmontagem e a montagem de um conjunto 
são momentos cruciais para a identificação de anomalias e defeitos que possam estar 
presentes nas peças. Assim, a inspeção visual se realiza com muito rigor, tomando 
as devidas medidas de prevenção e seguindo o protocolo de reparação, caso haja 
detecção de um real problema.
1.1 Tipos de Defeitos e Técnicas de Inspeção Visual
Durante a realização da inspeção visual, é possível encontrar diversos tipos de 
anomalias. As mais comuns entre elas são as descontinuidades – as frinchas – que são 
provocadas por fatiga e corrosão, conforme se descreve adiante.
A descontinuidade pode ocorrer pelo desgaste, mas também pode ser um defeito de 
fábrica. Ela é identificada pela interrupção na configuração física e na estrutura de 
um componente. A fatiga, por sua vez, é resultado da variação das cargas impostas 
sobre as peças durante o serviço. Desse modo, a fissura apresentada na peça se origina 
nos pontos de maior tensão, e passa a se propagar por todo o material, causando 
uma potencial ruptura. Já a corrosão é uma das falhas mais comuns identificadas no 
decorrer das verificações não destrutivas por parte do pessoal de manutenção.
Além das anomalias, na inspeção visual, é possível verificar defeitos, como os 
desgastes, as endentações, as fissuras, as ovalizações, as obstruções em microcanais 
de lubrificação, a desagregação do material, os empenos, os alongamentos e as 
deformações, que são os mais comuns entre muitos outros. Adiante elas serão 
explicadas da melhor forma.
43
Os desgastes causam a diminuição crítica de dimensões e espessuras das peças. Eles 
se iniciam por causa da fricção que ocorre entre os componentes, pela erosão ou 
pela corrosão situada em pontos específicos ou dispersa. As frinchas ou fissuras se 
desenvolvem como resultado da submissão dos componentes a pressões contínuas. 
Muitas delas advêm de microdefeitos de fundição das ligas, que constituem os 
componentes e outras são originadas pelo fenômeno denominado fadiga.
A corrosão localizada provoca as endentações, e pode ser identificada como micro 
cavidades sobre as superfícies. Caso a quantidade seja alta e elas sigam um padrão 
linear, o conjunto de tais microcavidades poderá originar uma frincha. Uma vez solto o 
material, ocorre sua desagregação. 
Quanto às ovalizações, é possível afirmar que têm a ver com os desalinhamentos e os 
descentramentos, especialmente em componentes de revolução do tipo cárteres. 
Empenos se caracterizam quando não há paralelismo entre pontos equidistantes 
da peça e superfícies de referência não planas. Já as obstruções em micro canais de 
lubrificação existem essencialmente em cárteres e suportes de rolamentos.
As deformações ou os alongamentos ocorrem devido ao fenômeno de fluência. Elas 
são recorrentes principalmente nas pás das rodas das turbinas e compressores, por 
causa da expressiva força centrífuga exercida sobre esses componentes quando 
estes se encontram em operação. Esses defeitos se agravam nas turbinas, em vista do 
aquecimento elevado a que se expõem, além de outros menos recorrentes.
Esses tipos de defeitos são objetos de estudo pormenorizados sempre que se justifique 
por meio de ensaios não destrutivos, em inglês, nondestructive tests (NDT), que se pode 
constatar mais à frente.
A maioria dos defeitos pode ser observada na superfície das peças. Porém, é necessária 
uma avaliação contínua, verificando se nos locais contíguos subsuperficiais se 
encontram danos que possam evoluir até a superfície, pois, nessas condições, podem 
levar à fissura e inutilização de um componente.
Um tipo de defeito subsuperficial é a fissuração interna. São microfissuras, no geral 
advindas de problemas de concretização das ligas ao serem fabricadas ou de um 
processo interno de corrosão, causado pela elevação da temperatura. A exposição a 
um agente químico que, em função da temperatura, penetra nas ligas por difusão até 
44
certa profundidade suscetível que cause a corrosão, também pode causar microfissuras. 
Há, ainda, fissuras que ocorrem em planos inacessíveis a exemplo dos micro canais de 
lubrificação nos cárteres.
A inspeção visual é uma avaliação básica de componentes e diz respeito a sua observação 
visual direta, que pode ser realizada a olho nu ou por meio de lentes amplificadoras. 
Tais lentes podem ter diferentes níveis de amplificação, de acordo com o critério 
instituído para a avaliação e a zona a ser avaliada.
A inspeção visual muitas vezes se trata apenas 
da observação a olho nu e, ainda assim, permite 
detectar uma grande variedade de defeitos 
que necessitem de reparação. Adicionalmente, 
é recomendado utilizar lentes ou algum outro 
método. Percebe-se na figura uma inspeção desse 
tipo.
A inspeção de rolamentos é um exemplo da 
aplicação de um método visual por ampliação, 
requerendo, ao mesmo tempo, que se exerça 
grande sensibilidade tátil. Nesse caso específico, 
deve-se ter cautela redobrada, pois esses componentes são primordiais para os 
conjuntos rotativos.
Podem ocorrer pequenas endentações, deformações superficiais nas áreas de contato, 
microfocos de corrosão ou riscos, quando se tratar apenas de pontos (esferas), ou 
linhas (roletes). Também é possível verificar esses defeitos nas superfícies de dentro e 
de fora das esferas e roletes. Nesse caso, é muito provável que o motor vibre durante 
seu funcionamento e que se induzam esforços nos outros componentes, o que origina 
um colapso do próprio rolamento. Dessa maneira, a sensibilidade tátil dos mecânicos 
que inspecionam, bem como sua acuidade visual, deve ser fundamentalmente apurada.
Esse tipo de inspeção é realizado, principalmente, no decorrer da desmontagem, 
quando se efetua a primeira triagem de componentes que possam conter defeitos. 
Contudo, a inspeção de rolamentos não se resume apenas a esse tipo de verificação. 
Podem ainda ser utilizados outros NDT para realizar a avaliação desses componentes. 
Um tipo de inspeção visual indireta, a ser feita nos componentes, é a Inspeção Visual 
Remota (IVR). Ela é uma técnica de endoscopia utilizada sempre que os componentes 
se encontrem em impossibilidade de acesso para que se realize a observação direta.
Figura 10: Porcas e parafusos sob a 
lente amplificadora
45
Esses casos ocorrem quando há componentes instalados em conjuntos superiores, ou 
até mesmo em motores em que não se justifica a desmontagem ou remoção. Nesses 
casos, a inspeção pode ser realizada por meio dos furos disponíveis para o alojamento 
de alguns componentes ou acessórios, ou de furações cegas, feitas especificamente 
para esse fim, embora sejam passíveis de limitações devido à configuração e à 
geometria interna desses conjuntos.
Ao realizar essas inspeções regularmente, acompanhando a evolução de anomalias 
possíveis de ocorrer, é importante verificar a estabilidade dos componentes. Em face 
de uma degradação, medir o grau e a severidade do agravo, a fim de que se tome uma 
decisão técnica.
1.2 Métodos Gerais de Reparação
O próprio meio pelo qual a aeronave atinge o seu objetivo de transporte de pessoas ou 
de objetos de um local a outro constitui um grande desafio às leis naturais, levantando 
um alto peso do solo e o transportando pelo ar com segurança. Nesse processo, os 
componentes estruturais e não estruturais de uma aeronave sofrem com os efeitosdo 
meio ambiente, segundo previsto por seus fabricantes. 
Assim, uma vez que na fabricação são utilizados diversos materiais metálicos e não 
metálicos, é estabelecida uma equação que atenda aos requisitos de peso, elasticidade, 
resistência à corrosão, à fatiga, entre outros. Diversos fatores facilitam a corrosão dos 
componentes da aeronave, entre os quais se encontram os seguintes:
• A associação de metais diferentes;
• A área de contato;
• A temperatura;
• Os tratamentos térmicos;
• O tipo e a concentração de eletrólito;
• O oxigênio e os microrganismos.
46
O próprio ambiente em que vive a humanidade é danoso à saúde, por causa dos 
germes e bactérias que vivem na água e no alimento que ingerimos. O oxigênio, por 
sua própria natureza, é um dos elementos mais corrosivos da terra. De igual maneira, 
para a fuselagem e outros componentes de uma aeronave, o dano pode decorrer dos 
germes, bactérias e principalmente do oxigênio, que favorece não apenas a corrosão 
da fuselagem, mas também de peças internas que são expostas a esse gás, como se 
observa nas figuras.
Figura 11: Possível deposição de microrganismos na asa de uma aeronave
O conhecimento acerca da origem dos materiais utilizados na fabricação da aeronave 
para realizar uma manutenção eficiente é muito importante. Durante a realização 
da reparação, a seleção de materiais é um dos aspectos mais importantes. Assim, é 
recomendável observar atentamente:
• A combinação nas montagens de conjuntos;
• Os processos de fabricação;
• O alívio de tensões;
• As proteções temporárias e definitivas contra a ação do meio ambiente;
• O ataque microbiológico; 
• As necessidades de drenagem de eletrólito;
• Os acessos especiais para limpeza e manutenção.
47
1.3 Processos e Materiais Usados no Controle da Corrosão
As peças constituintes de uma aeronave normalmente recebem do fabricante um 
acabamento superficial que, além de sua propriedade anticorrosiva, também aumenta 
a resistência ao desgaste e proporciona uma base adequada para a pintura.
No ciclo de manutenção, o tratamento original utilizado para preparar as superfícies 
metálicas implica em dois tipos possíveis para o tratamento de limpeza a fim de 
remover todos os resíduos de umidade e de sujeira. Alguns resíduos a serem retirados 
podem ser: massa e óleo, seja do processo mecânico, da escova de aço, lixa e abrasão 
mecânica, ou do químico. 
Os processos químicos são vários e podem depender de cada material e da natureza da 
sujidade a ser removida.
Outra maneira de controlar a corrosão é o método da eletrodeposição, que permite 
transferir metal de um elemento a outro, por meio de processos eletroquímicos que 
permitem:
• Proteger o metal antes da revisão contra a corrosão;
• Proteger o metal base contra o desgaste advindo de abrasão ou pelo desgaste 
da corrosão;
• Controlar a aparência de cor e o brilho, para que se conformem ao desejado;
• Aumentar a capacidade de não ficar embaçado;
• Proteger o metal base contra determinadas reações químicas;
• Aumentar as peças em suas dimensões;
• O preparo básico para uma operação de revestimento potencial;
• A redução dos custos que vêm do polimento;
• Garantir depósitos brilhantes de níquel ou níquel de crômio.
48
1.4 Técnicas de Montagem e Desmontagem
Há procedimentos específicos diversificados e adequados a cada tipo de montagem 
ou desmontagem e pertinentes a cada tipo de aeronave. Em cada aeronave, eles são 
relacionados na descrição de operação técnica, em inglês, technical operational (TO).
Ao realizar uma ação de manutenção, é relevante levar em conta:
• Os pré-requisitos indicados pelo TO do fabricante;
• O planejamento da operação como um todo;
• As ferramentas adequadas para o serviço proposto;
• O andamento de toda a documentação;
• O armazenamento adequado de cada peça retirada;
• O preenchimento documental, como as cartas de trabalho, que finalizam a 
ação de manutenção. 
São várias as técnicas de pesquisa de avarias aplicadas na manutenção aeronáutica, e 
todas em acordo com a TO da aeronave. A utilização da checklist é muito comum e é 
uma forma simples e prática para se executar a pesquisa, bastando seguir os itens pré-
estabelecidos.
A pesquisa de panes, comumente conhecida em inglês por troubleshooting, é a técnica 
mais aplicada em manutenção na pesquisa de avarias. Ela trata de explorar, de maneira 
sequencial, a existência de uma avaria, sempre executando um procedimento padrão, 
de modo a confirmar ou não a presença dessa avaria.
49
Resumindo 
 
Nesta unidade, foram expostos e exemplificados os tipos de anomalias e 
defeitos que mais são encontrados na inspeção visual. A importância da 
inspeção visual e os métodos para que ela se realize também foram 
apresentados. 
 
Foi visto que existem três principais agentes deteriorantes das peças de 
uma aeronave e que todos levam à corrosão. Embora, desde a fábrica as 
peças recebam aplicações de camadas anticorrosivas, a equipe técnica 
precisa dar continuidade à prevenção, retirando a sujeira e a umidade. É 
necessário utilizar, ainda, um método mecânico, químico ou até mesmo 
pelo método da eletrodeposição. Por último, foi apresentada uma 
sequência de diretrizes para o ato da montagem e desmontagem e a 
importância de utilizar uma checklist para esse fim.
50
Glossário
Anomalias: desvio acentuado de um padrão normal; anormalidade, desigualdade, 
irregularidade.
Descentramentos: ocorre quando se desvia do centro geométrico, do meio.
Endentações: forma denteada ou conjunto de dentes praticados em um objeto.
Eletrodeposição: ocorre durante uma eletrólise, deposição de metal em um eletrodo, 
em virtude da redução de seu cátion pela aplicação de potencial adequado.
Frinchas: abertura ou fenda estreita.
Obstruções em microcanais de lubrificação: fechamento ou bloqueio de milésima 
parte do milímetro de poros ou cavidades lubrificadas para redução de atritos.
Ovalizações: diferença entre o menor e maior diâmetro de uma forma cilíndrica não 
perfeita. 
51
 a
1) Julgue verdadeiro ou falso. As frinchas ou fissuras se 
desenvolvem como resultado da submissão dos componentes 
a pressões contínuas. 
 
Verdadeiro ( ) Falso ( ) 
 
2) Julgue verdadeiro ou falso. Outra maneira de controlar a 
corrosão é o método da eletrodeposição, que permite 
transferir metal de um elemento a outro, por meio de 
processos eletroquímicos. 
 
Verdadeiro ( ) Falso ( )
Atividades
52
Referências
BRASIL. Ministério da Defesa. Comando da Aeronáutica – COMAER. Departamento de 
Aviação Civil – DAC. MCA 58-14: manual do curso mecânico manutenção aeronáutica – 
grupo motopropulsor. Brasília: DAC, 2004. Disponível em: <http://www2.anac.gov.br/
habilitacao/manualCursos.asp>. Acesso em: 20 set. 2015. 
CRANE, D. Aviation maintenance technician series: powerplant. 2. ed. Newcastle: 
Aviation Supplies & Academics, 2005. 
EL-SAYED, A. F. Aircraft propulsion and gas turbine engines. Boca Raton, Flórida: 
CRC, 2008. 
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA – EUA. U.S. Department of Transportation. Federal 
Aviation Administration – FAA. FAA-H-8083-32: aviation maintenance technician 
handbook - powerplant. Oklahoma City: U.S. Department of Transportation, Federal 
Aviation Administration, 2012. v. 2. Disponível em: <http://www.faa.gov/regulations_ 
policies/handbooks_manuals/aircraft/media/FAA-H-8083-32-AMT-Powerplant-Vol-2>. 
Acesso em: 24 jun. 2017. 
53
UNIDADE 5 | EQUIPAMENTOS 
PADRÕES E FERRAMENTAS 
54
Unidade 5 | Equipamentos Padrões e Ferramentas 
1 Introdução
Para que uma oficina esteja bem equipada, um dos fatores importantes é adquirir 
aparelhos novos. Mas, além disso, é necessário existir uma equipe de mecânicos bem 
treinadosem manutenção, a fim manter esses equipamentos em perfeito estado de 
funcionamento e oferecendo um serviço de real qualidade.
Equipamentos de última geração, ou ferramentas de tecnologia de ponta, seriam 
inúteis caso não funcionassem corretamente, comprometendo gastos até mesmo com 
a mão de obra que necessita para manusear esses equipamentos e ferramentas. Ou, 
ainda, deixam de prestar um serviço adequado porque não estão em condições de 
uso ou porque a equipe não foi treinada para utilizá-los, o que também é um ponto 
importante a ser considerado.
Dessa maneira, manter uma oficina bem equipada é apenas um passo, devendo-
se promover a capacitação dos profissionais para que eles executem as operações, 
sabendo utilizar as ferramentas e equipamentos com eficiência.
1.1 Ferramentas e sua Utilização
A palavra ferramenta pode ser definida como utensílio, dispositivo, ou até mesmo um 
mecanismo utilizado no agir profissional. O trabalho é ontológico ao ser humano, ou 
seja, é central em sua vida, e sempre vem acompanhado de ferramentas, sejam elas 
físicas ou intelectuais.
A grande variedade de ferramentas empregadas na manutenção aeronáutica abrange 
aplicação na energia elétrica, pneumática, hidráulica, entre outras. 
55
As ferramentas geralmente se dividem em dois grandes grupos – os instrumentos de 
uso corrente e os de medição de precisão. Os primeiros se subdividem em três tipos: 
corte, medida e montagem, sendo que os de corte podem ser exemplificados por 
serrotes, como o da figura, tesouras, escopros, limas, buris, punções, entre outros.
Figura 12: Ferramentas utilizadas na aviação
Um arco de serra deve possuir armação, punho e folha de serra. Esta última parte é 
fabricada em aço rápido, molibdênio ou tungstênio, cujas ligas são endurecidas e 
temperadas. É necessário utilizar óculos de proteção ao manusear essas ferramentas 
de corte.
Figura 13: Arco de serra
Punções são bastões de metal com uma ponta moldada. Geralmente são cônicas em 
uma das pontas e possuem uma superfície plana na outra. Elas são fabricadas em aço 
temperado e possuem cabeça, corpo e bico.
Figura 14: Punções
56
As limas são de corte e possuem cabo, corpo e espiga. Utilizadas na remoção de 
pequenas quantidades de material, elas são fabricadas em aço especial temperado e 
rico em carbono, o que as torna muito duras. Assim, elas não podem se submeter a 
pancadas, pois podem se partir com facilidade. 
Para a utilização de uma lima, é necessário ter alguns cuidados, tais como:
• Não apertar a peça sem mordentes;
• Não colocar a mão na espiga;
• Não utilizar como martelo, entre outros.
Figura 15: Limas
Quanto à forma do corte, ela pode ser paralela, em meia-cana, quadrada, redonda ou 
triangular. 
É comum a utilização de ferramentas que apertam e afrouxam tanto parafusos quanto 
porcas nas ferramentas de montagem. A chave utilizada é aquela que atende às 
necessidades do trabalho a ser realizado. Esses instrumentos são fabricados dentro 
das normas padrão e algumas são fornecidas pelo próprio fabricante, enquanto as 
tesouras são geralmente usadas para cortar chapas metálicas finas e telas.
57
Figura 16: Tesouras
A chave fixa, também chamada de chave de boca fixa, é usada para apertar ou desapertar 
porcas e parafusos sextavados ou quadrados. Já a chave estrela contém o próprio 
campo de aplicação da chave de boca fixa, mas se diferencia em termos padronizados, 
sendo de uso específico para cada um deles.
A chave combinada também recebe o nome de chave de boca combinada e seu uso 
inclui parafusos sextavados ou quadrados, assim como porcas. Ela é extremamente 
técnica, pois tem em um de seus extremos uma chave de boca fixa, e, no outro, uma 
chave de boca estrela, facilitando o trabalho de difícil acesso quando a outra boca não 
puder solucionar o problema. Não se faz necessário a utilização dos martelos, pois há 
um alto risco de uma quebra.
As ferramentas denominadas de chaves de golpear são indicadas para serviços pesados. 
Há entre elas dois tipos: a chave fixa, e a chave estrela de bater. Nas suas extremidades 
possuem reforços justamente por receberem os impactos de martelos ou marretas, de 
acordo com seu tamanho.
Já a chave soquete é o que há de mais abrangente e prático, devido a uma série de 
acessórios que por ela são oferecidos. São eles que possibilitam a ela ser versátil. 
Os soquetes podem ser de uma representação estriada ou sextavada, e se encaixam 
com facilidade em juntas universais, catracas, manivelas, entre outros, desde que 
sejam pertencentes à classe dos acessórios. Contudo, eles não podem ser usados em 
maquinários elétricos ou pneumáticos por não aguentar altas velocidades e também 
devido aos esforços das máquinas durante a rotação. 
58
A chave sextavada ou hexagonal é aplicada para a fixação ou soltura de parafusos 
sextavados internamente. Ela apresenta um formato em L, possibilitando o efeito 
alavanca ao apertar ou afrouxar de parafusos.
A chave de cruzeta possui haste contrária ao cabo, e seu tipo de chave possui formato 
de cruz. Sob medida se tem parafusos de mesmo nome, que contêm fendas em cruz.
Por sua vez, a chave de fenda sextavada é a ferramenta mecânica usada para realizar 
os apertos e solturas de parafusos maiores, daqueles em que se necessita de grandes 
esforços. Por outro lado, a chave de boca ajustável tem um aproveitamento amplo. Ela 
é uma ferramenta muito utilizada nos trabalhos de mecânica nas montagens e fixação 
de componentes e elementos.
Outro instrumento importante é o alicate, ferramenta de material de aço forjado, 
composto de um pino articulado e dois braços. Existem cortes, garras e pontas em 
cada extremidade do braço com o objetivo de cortar, segurar, dobrar, retirar e colocar 
determinadas peças de montagens. Há diversos tipos de alicate e cada um se adequa a 
um determinado tipo de serviço. 
O tipo mais utilizado, entre toda a família de alicates, é o alicate universal. Da mesma 
família, o alicate de pressão é usado manualmente de uma maneira que segure, puxe, 
dobre e gire peças ou objetos de variados formatos. 
Em serviços leves, ele desempenha o papel de morsa e contém regulagens de 
aberturas das suas garras, variando o seu mordente. Os alicates utilizados em anéis 
de segmento, internamente e externamente, são ferramentas para retirada dessas 
partes, conhecidos também como anéis de segurança ou elásticos. Além disso, podem 
mostrar as pontas de forma reta ou de forma curvada.
Figura 17: Ferramentas de montagem
59
Para a medição de apertos de parafusos e as porcas, é necessário o uso de um 
torquímetro, o que ajuda a evitar formar tensões e a consequente deformação das 
peças trabalhadas. Deve ser usado apenas para realizar apertos finais de parafusos, 
mesmo que seja rosca de direita ou de esquerda. Assim, jamais se deve aplicar a 
ferramenta de torque para liberação de porcas e parafusos, pois, uma vez danificados, 
ao aplicar o torque, pode ser que ultrapasse os limites da chave, apresentando assim 
danos ou alteração de precisão.
Esse tipo de ferramenta de medida é de grande importância e a sua precisão deve 
ser maior na medida em que a exigência da operação de manutenção assim o exigir. 
Comumente esse tipo de ferramenta é de uso geral, assim como a fita métrica, os 
comparadores, entre outros.
Já a ferramenta de precisão é um tipo de ferramenta de uso específico associada, 
rigorosamente, às medidas registradas. São exemplos: a régua métrica, o paquímetro 
e o micrômetro, entre outros.
É possível perceber que, para aumentar a segurança no uso de ferramentas, o mecânico 
de manutenção deve aplicar a força corretamente, evitando o deslocamento do próprio 
corpo. Assim, ele mantém o equilíbrio corporal, deixando os pés afastadose a mão 
livre, apoiada sobre a peça. Além disso, um cuidado primário para com as ferramentas 
Figura 18.A: Micrômetro para 
interiores de peças
Figura 18.B: Micrômetro para 
espessura de chapas
Figura 18.C: Micrômetro para 
peças circulares dentadas
Figura 18.D: Micrômetro para 
profundidade da peça
Figura 18.E: Micrômetro para 
peças roscadas
Figura 18.F: Micrômetro para 
medidas especiais
60
que prolonga sua vida útil e auxilia no trabalho, quando uma equipe utiliza as mesmas 
ferramentas, é posicioná-las sempre em seu lugar predestinado, podendo ser uma 
bancada, uma parede ou mesmo uma maleta.
Resumindo 
 
Nesta Unidade, foi possível observar algumas características de 
ferramentas e equipamentos e a importância de se manter a sua 
originalidade, não as danificando. As ferramentas foram divididas em 
grupos e tipos e foram descritas a aparência, constituição e função da 
maior parte delas, bem como as ações que devem ser evitadas durante o 
seu manuseio. 
 
Foi ressaltada a necessidade do cuidado, por parte do profissional em 
manutenção, para com as ferramentas de trabalho, evitando o mau uso e 
guardando-as em locais apropriados, de modo que se possa conservá-las.
Glossário
Ontológico: refere-se ao sujeito em si mesmo e sua existência; o ser em sua 
complexidade irrestrita e indispensável.
Sextavados: que tem seis faces ou que foi cortado em forma hexagonal ou hexaédrica. 
61
 a
1) Julgue verdadeiro ou falso. As ferramentas geralmente se 
dividem em dois grandes grupos – os instrumentos de uso 
corrente e os de medição de precisão. 
 
Verdadeiro ( ) Falso ( ) 
 
2) Julgue verdadeiro ou falso. A grande variedade de 
ferramentas empregadas na manutenção aeronáutica 
abrange aplicação na energia elétrica, pneumática, hidráulica, 
entre outras. 
 
Verdadeiro ( ) Falso ( )
Atividades
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Referências
BRASIL. Ministério da Defesa. Comando da Aeronáutica – COMAER. Departamento de 
Aviação Civil – DAC. MCA 58-14: manual do curso mecânico manutenção aeronáutica – 
grupo motopropulsor. Brasília: DAC, 2004. Disponível em: <http://www2.anac.gov.br/
habilitacao/manualCursos.asp>. Acesso em: 20 set. 2015. 
CRANE, D. Aviation maintenance technician series: powerplant. 2. ed. Newcastle: 
Aviation Supplies & Academics, 2005. 
EL-SAYED, A. F. Aircraft propulsion and gas turbine engines. Boca Raton, Flórida: 
CRC, 2008. 
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA – EUA. U.S. Department of Transportation. Federal 
Aviation Administration – FAA. FAA-H-8083-32: aviation maintenance technician 
handbook - powerplant. Oklahoma City: U.S. Department of Transportation, Federal 
Aviation Administration, 2012. v. 2. Disponível em: <http://www.faa.gov/regulations_ 
policies/handbooks_manuals/aircraft/media/FAA-H-8083-32-AMT-Powerplant-Vol-2>. 
Acesso em: 24 jun. 2017. 
63
UNIDADE 6 | VERIFICAÇÃO 
PADRÃO
64
Unidade 6 | Verificação Padrão
1 Introdução
Ao realizar a manutenção, deve-se ainda realizar operações de lubrificação, observação, 
reparação e melhoramentos, pois são elas que permitem conservar ou melhorar o 
estado dos equipamentos de modo que se certifique a continuidade e a qualidade da 
produção.
A fim de alcançar os objetivos gerais da manutenção, todas as ações previstas devem 
ser efetuadas ao longo do ciclo de vida de um equipamento, a fim de garantir a sua 
operacionalidade de forma eficaz e econômica.
Para a manutenção, qualquer equipamento passa 
por um processo de deterioração a partir do 
primeiro uso. Nesse sentido, para realizar sua função 
adequadamente, suas características precisam ser 
mantidas sempre em boas condições.
Existem várias definições para manutenção e uma 
das mais usuais afirma que é o conjunto de ações 
que permite manter ou restabelecer um bem em um 
estado desejado ou com possibilidade de assegurar 
um serviço determinado.
Pode-se ainda entender a manutenção como sendo a combinação de ações técnicas 
e econômicas de gestão, aplicadas aos objetos para a otimização da sua vida útil. 
Entende-se como objeto, o produto feito para realizar uma determinada função. Uma 
boa manutenção consiste em assegurar tais operações por um custo global mínimo, o 
que se traduz em eficiência.
A manutenção tem como objetivos:
• Garantir o melhor desempenho pelos menores custos;
• Imobilizar peças pelo menor tempo possível;
Figura 19: Manutenção na estrutura 
interna da aeronave
65
• Economizar energia;
• Enriquecer a empresa;
• Reduzir ao máximo as quebras na produção, a diminuição da qualidade e os 
atrasos nos prazos de entrega.
1.1 Tipos de Manutenção 
Dependendo da maneira de agir em face de uma avaria ou anomalia, há dois tipos 
possíveis de intervenção de manutenção: a que é planejada e a que não é planejada. 
A primeira é executada quando o objetivo é tratar de uma degradação progressiva 
como, por exemplo, um ruído crescente, o que permite um planejamento da ação no 
momento mais conveniente. Enquanto a segunda, como o nome indica, é aquela que 
ocorre subitamente, de maneira imprevisível.
Existem outras modalidades de manutenção, como a curativa, de melhoria, preventiva 
sistemática e a preventiva condicionada.
A manutenção curativa e a de melhoria são 
realizadas depois que se detecta uma anomalia e 
têm como objetivo reaver o estado perfeito. No 
entanto, se a situação ocorrer de forma súbita, 
com a interrupção do funcionamento, diz-se que 
ocorreu uma avaria catalítica e, nesse caso, é 
necessário intervir com emergência.
A preventiva sistemática ocorre periodicamente, 
de acordo com o conhecimento que se possui 
da degradação aplicável a cada componente, 
presumindo-se o risco da falha. Um exemplo típico de tarefas que ocorrem nessa 
situação são as operações de lubrificação.
Figura 20: Manutenção preventiva nas 
palhetas do motor da aeronave
66
Enquanto a manutenção preventiva condicionada se dá ao final da vida útil dos 
componentes, só é executada quando necessária. Ou seja, é possível perceber o 
momento de sua ocorrência, medindo as tendências de degradação por meio das 
técnicas de controle de condição, evitando o eventual colapso ou falha. 
1.2 Planejamento da Manutenção
A tarefa mais importante do gestor de manutenção se refere ao planejamento e à 
programação, uma vez que a utilização adequada dos recursos humanos e materiais 
depende disso.
As três etapas do planejamento da manutenção se completam, embora sejam distintas. 
São elas a documentação, o planejamento e a programação. Nas duas primeiras os 
trabalhos mensais e semanais de manutenção são planejados e programados baseados 
nas necessidades operacionais e na disponibilidade de meios para que se cumpram as 
missões. 
Os recursos de manutenção só serão bem utilizados se houver planejamento, de modo 
que o tempo seja adequado para requisitar equipamento auxiliar, material e pessoal e 
que estes estejam disponíveis quando necessário. 
O planejamento pode ser mensal, semanal ou diário. No planejamento mensal, devem 
ser considerados todos os fatores que possam racionalizar a utilização dos meios. 
Esse plano deve ser concluído e distribuído para todo o pessoal e todos os setores 
envolvidos até uma semana antes do início do mês e correspondente.
O objetivo do planejamento semanal é agir de forma a corrigir, parceladamente, o 
planejamento mensal, de modo que este seja o mais real possível e possa ser cumprido. 
Com isso, as probabilidades de sucesso são maiores. 
O planejamento semanal deve envolver o pessoal para que todos se comprometam 
a cumpri-lo do modo mais integral possível. Nesse tipo de planejamento, até um dia 
antes da execução, o pessoal da manutenção deve receber as seguintes informações:
• Tempo de uso da aeronave

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