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8) O que se entende por política cambial e regime cambial. Faça uma taxonomia de regimes cambiais.
Regime cambial é o meio pelo qual se define uma taxa de câmbio, ou seja, como se forma o preço de uma divisa estrangeira.
 
Política cambial é o uso dessa taxa de câmbio como uma ferramenta macroeconômica. O preço das divisas externas passa a ser um instrumento para atingir metas da política econômica e seus elementos. A política cambial pode, por exemplo, influenciar o ajuste do balanço de pagamentos, nível de emprego e renda, acumulação de capital, inflação, expectativas, finanças públicas e o padrão de desenvolvimento. Pode também ser um escudo contra ataques especulativos e crises financeiras.
 
Há vários regimes cambiais distintos, que podem ser genericamente divididos entre flexível, fixo e administrado. No entanto, é possível realizar uma taxonomia mais específica e detalhada das diferentes formas que o regime cambial pode assumir:
 
Uma delas é a ausência de uma moeda nacional propriamente dita. Esse regime pode se manifestar tanto como a presença de uma moeda estrangeira em uma dada economia – uma dolarização, por exemplo – como por meio de uma união monetária dentre países diversos, que é o caso da zona do Euro.
 
O Conselho de Moeda é um regime no qual a moeda nacional possui outra moeda como lastro. A taxa de câmbio entre elas é fixa e a emissão é limitada pelo seu lastro. (http://www.rep.org.br/pdf/58-9.pdf)
 
Câmbio fixo com banda é a definição prévia de um centro para uma ou várias taxas de câmbio com uma banda de variação para mais ou para menos. Câmbio fixo com banda estreita é aquele cuja banda de variação é inferior a 1% em relação ao centro, enquanto o com banda larga possui uma margem superior a 1%.
 
O Ajuste Periódico é caracterizado por pequenas desvalorizações cambiais pré-anunciadas.
 
O Ajuste Periódico com taxas centrais e banda larga é a definição de um centro para a taxa de câmbio com uma margem limite de variação, cuja banda é larga. Um exemplo disso é o ERM II da União Europeia, utilizada em países integrantes do bloco que não adotaram a moeda única. Cada um desses países possui um centro específico para sua taxa de câmbio em relação ao Euro e uma banda de variação de até 15%. (http://ec.europa.eu/economy_finance/euro/adoption/erm2/index_en.htm)
 
Taxa administrada é a intervenção direta ou indireta sobre a taxa de câmbio.
 
Flutuação independente é o caso em que a taxa de câmbio é flexível, ou seja, definida pelo equilíbrio de oferta e demanda de uma divisa no mercado cambial.
9) O que se entende por paridade do poder de compra (PPP)? 
De acordo com a teoria da paridade do poder de compra (PPP), os níveis de preços externos e locais se igualam quando expressos na mesma moeda, o que equivale a dizer que o valor de uma determinada cesta de bens em moeda nacional é equivalente ao seu valor em moeda estrangeira, pela atuação da taxa de câmbio, sendo possível, portanto, que as unidades monetárias locais equivalentes a uma unidade de divisas possam adquirir as mesmas cestas de bens que esta. Isso ocorre devido à arbitragem internacional de bens sob as hipóteses de ausência de custos de transação e de barreiras ao comércio internacional, considerando-se informação perfeita e homogeneidade de bens.
 
Podemos dizer, portanto, que a paridade do poder de compra está baseada na “lei do preço único”, segundo a qual, em condições de livre mobilidade de fatores, a arbitragem faz com que os preços de um mesmo bem devam sejam iguais em dois países. Portanto, a teoria preconiza que havendo comércio entre os países, o preço dos bens comercializáveis (tradebles) - ajustado pela taxa de câmbio, custos de transportes e custos de transação - tende a ser igual entre tais países, pois caso houvesse diferença entre os preços reais nos países, os consumidores do país em que o produto estivesse mais caro poderiam adquirir o produto no país em que esse custa mais barato, de forma que o fluxo de comércio entre os países equilibraria o preço do produto. Dessa forma, vemos que uma condição básica para a validação da paridade do poder de compra é que cada bem tradeable siga a “lei do preço único”.
 
Outra condição básica para a validação da paridade do poder de compra é formulada em relação à presença de um grupo de produtos fora do raio de alcance da “lei do preço único” denominados produtos não comercializáveis (nontradeables). Nesse caso, os preços dos bens nontradeables, como alguns casos de habitação, geração de energia, transporte etc, são igualados devido à equalização dos preços dos fatores e ao uso das mesmas técnicas de produção. Ademais, nos índices de preços agregados dos países cada bem recebe o mesmo peso, o que configura a última condição básica da teoria da paridade do poder de compra.
 
A paridade do poder de compra se expressa em duas versões: absoluta e relativa. A versão absoluta consiste na afirmação de que as taxas de câmbio são iguais aos níveis de preços relativos e se verifica quando a cesta de referência representativa da demanda final nos dois países possui o mesmo preço na medida em que eles são medidos na mesma unidade monetária.
 
A versão relativa do poder de paridade de compra aparece como um relaxamento da versão absoluta por existirem alguns impedimentos à atuação da “lei do preço único”. Nessa versão relativa, a arbitragem impõe uma proporcionalidade entre, de um lado, as diferenças nos ritmos inflacionários e, de outro, a taxa de variação na taxa nominal de câmbio, de modo que a variação percentual na taxa de câmbio entre duas moedas em qualquer período seja igual à diferença entre as variações percentuais nos níveis de preços nacionais.
 
A PPP relativa entre um país e o mundo seria:
e°= (1 + PD) / (1 + PW) – 1
Onde PD é a inflação no país em questão e PW é a inflação no mundo
 
Em relação a esse assunto, podemos destacar o Índice Big Mac que considera que o sanduíche representa uma cesta padronizada de bens produzidos localmente. Tendo em vista que o produto é de difícil comercialização entre os países por sua perecibilidade e preço relativamente baixo, não haveria comércio entre os países em caso de diferença de preços. Se o produto é padronizado em todos os países, então seu custo de produção deveria ser o mesmo e, assim, as diferenças de preços seriam dadas por valorização/desvalorização da taxa de câmbio. Portanto, a base do Índice Big Mac é a comparação do preço do sanduíche nos Estados Unidos com o preço em dólar nos demais países: se o sanduíche custa mais em um país do que nos Estados Unidos, então a moeda local está supervalorizada. Quando custa menos, a moeda local está subvalorizada.
10) Quais os pontos fracos e fortes dos diferentes tipos de regimes cambiais?
 Primeiramente, há de se definir o que é taxa de cambio e quais são os tipos de regimes cambiais.
A taxa de cambio pode ser definida como o preço da moeda estrangeira em termos da moeda nacional, e reflete a competitividade externa e a confiança sobre os fatores macroeconômicos dos países, sendo seu papel fundamental para o comércio internacional, visto que suas variações definem a escala de preços entre os países e afetam diretamente o custo das transações comerciais e a competitividade dos países.
Existem dois tipos de regimes cambiais dominantes, que são o foco do estudo: O sistema de Cambio Fixo, e o sistema de Cambio Flexível. Paralelamente, existem sistemas que são analisados como combinações desses dois regimes, como o de taxas semi-fixas que funcionam como um limite de duas bandas onde o cambio flutua, denominado Regime de Bandas Cambiais; e o Regime de Flutuação Suja, o qual o Banco Central faz intervenções quando julga necessário.
No sistema de Cambio Fixo, o Governo estabelece uma taxa de câmbio e compromete-se a comprar/vender divisas estrangeiras proporcionalmente às oscilações da oferta e da demanda de divisas pelos agentes econômicos, a fim de manter o preço fixo da moeda. Para isso, o Banco Central utiliza seu estoque de reservasinternacionais.
Pontos fortes:
Estabilidade: FBKF estimula o crescimento: O Regime de Cambio fixo facilita a tomada de decisões por parte dos agentes. A estabilidade cambial, se assegurada pelo Banco Central torna mais simples o calculo econômico que embasa decisões de médio e longo prazo, proporcionando segurança aos agentes econômicos e facilitando as transações internacionais.
O cambio fixo previne a depreciação competitiva do pais e favorece o comercio e o investimento. Caso o pais tenha saldo negativos no balanço de pagamentos, uma depreciação cambial é necessária, e ao fazê-la, as exportações são estimuladas. Consequentemente ocorre entrada de capital estrangeiro no pais.
Âncora Nominal: taxas de câmbio fixas são ótimas âncoras para os programas de inflação. No entanto, a sustentação desses programas torna-se complexa, dado que as reservas cambiais são finitas sob fluxo de capitais ou ataques.
Pontos fracos:
Restrição da Política Monetária: Em qualquer uma de suas versões, este regime torna a oferta monetária endógena, fazendo com que na ausência de controles de movimentos internacionais de capitais, a política perca a sua eficácia para alterar os níveis de produção e emprego. Assim, a Política Monetária se torna fortemente condicionada às operações com divisas, para que se mantenha a taxa de cambio fixada no patamar determinado, não sendo utilizada como instrumento de política econômica.
 Vulnerabilidade a ataques especulativos: Um ponto frágil do regime de câmbio fixo é fato de que a adoção de um câmbio estático, com mobilidade intencional de capitais, torne os países vulneráveis a ataques especulativos. Se o nível de reservas estiver baixo, os agentes sabem que a capacidade do Governo de se prevenir de um ataque especulativo é baixa. Sendo assim, o Governo aumenta a taxa de juros, visto que ganhos mais elevados podem mudar o foco dos especuladores. A consequência é o desequilíbrio nas contas publicas.
Apreciação real- maxidesvalorização- expectativas inflacionaria: Quando há inflação interna maior que a inflação externa, a autoridade monetária tem de desvalorizar a taxa de cambio em intervalos cada vez menores para evitar a ocorrência de déficits no balanço de pagamentos, isso compromete a estabilidade cambial, que é a grande virtude do sistema de taxas fixas de cambio.
 
No Regime de Cambio Flexível, a taxa pode ser perfeitamente flexível, ou administrada. Quando a taxa é perfeitamente flexível, o cambio flutua de acordo com as forças do mercado. Já na flutuação administrada, ou suja, o câmbio não flutua apenas de acordo com as interações do mercado. O Banco Central intervém conforme julgue necessário, a fim de manter a taxa de cambio em patamares aceitáveis, e evitando assim, a ocorrência de flutuações exacerbadas na cotação de moeda, que valorizem ou desvalorizem o cambio além do desejado pela autoridade.
Pontos fortes:
Credibilidade do Banco Central: Quando o regime cambial não permite a livre flutuação, choques externos negativos provocam graves problemas de desequilíbrio externo e põem em xeque a credibilidade do Banco Central. Por outro lado, submeter à moeda local diretamente às pressões e flutuações dos mercados internacionais – o que acontece em um regime cambial de flutuação livre – constitui um teste crucial para a credibilidade institucional de um país, que está diretamente relacionada ao valor e à estabilidade de sua moeda.
 
Equilíbrio Externo VS Interno: O regime cambial flexível, sob livre mobilidade de capitais pode absorver os choques exógenos e manter o nível de reservas de moedas estrangeiras constante, permitindo à autoridade monetária a execução da política monetária de forma autônoma. O balanço de pagamentos se equilibra automaticamente, pois a taxa de câmbio, ao flutuar, equilibra a oferta e demanda de divisas. Diferentemente do regime cambial fixo, o papel da taxa de câmbio está voltado para o ajuste externo e não interno. Ao se adotar o regime de livre flutuação, busca-se conciliar o equilíbrio interno, via autonomia da política monetária, e o equilíbrio externo, através do ajuste automático da taxa de câmbio.
 
Maior grau de liberdade das Políticas Econômicas: O regime cambial de flutuação livre permite que o Banco Central utilize de modo independente a política monetária. Num regime cambial flexível, a autoridade monetária não tem compromisso oficial de apoiar uma determinada taxa de câmbio. Todas as flutuações na demanda e na oferta de moeda estrangeira acomodam-se por meio da alteração de preço da moeda estrangeira em relação à nacional. O Banco Central define a oferta monetária sem se comprometer com uma taxa cambial específica, permitindo que ela flutue em resposta aos distúrbios econômicos.
 
Pontos Fracos:
 Volatilidade cambial: Um regime cambial de flutuação livre resulta em aumento da volatilidade e do risco naquelas atividades associadas ao uso da moeda estrangeira. Alterações abruptas do câmbio geram um grande custo para os devedores em moeda estrangeira,em caso desvalorizaçao, ou para exportadores e produtores nacionais,no caso de valorizaçao. Ou seja, há certa fragilidade financeira. 
Além disso, a volatilidade cambial causa instabilidade de preços. As desvalorizações, aumentam os preços de componentes importados,aumentando os custos de produçao e causando pressoes inflacionarias. Ja as valorizacoes, afetam a competitividade das exportacoes. Em sintese, a volatividade traz consigo o problema do Risco Cambial, afetando as expectativas dos agentes e consequentemente, os investimentos.A exigência que um regime de flutuação livre requer para que seja constituído, consolidado, e aprofundado, é a existência de um mercado de cobertura ou seguro cambial.
Desemprego ficcional:
 
 Perda de efetividade da Politica Fiscal: Sob livre mobilidade de capitais, o efeito incial de politicas fiscais é anulado. Qualquer expansão da demanda no mercado de bens e serviços, leva aumento da taxa de juros e ingresso de capitais, provocando valorização cambial, que anula o efeito incial da politica fiscal. O inverso ocorre em casos de retraçao da demanda de bens e serviços. Em caso de baixa mobilidade de capitais, a politica fiscal nao é abalada, sendo efetiva sobre a renda.
15) Quais são os fatores determinantes da crise cambial?
A partir dos anos 1980 o mundo vivenciou uma era de expressiva internacionalização dos fluxos de capital, o que levou fluxos mais intensos e mais erráticos de moeda estrangeira rumo a países emergentes. Nesse contexto, podemos identificar três tipos distintos de crise cambial: as crises gêmeas, as crises geradas por ataques especulativos e as crises geradas pelo efeito contágio.
As chamadas crises gêmeas devem seu nome à grande proximidade existente entre os sistemas cambial e financeiro de um país. O caso típico dessa crise tinha como base um Banco Central comprometido com um regime de âncora cambial para combater a inflação, fazendo com que houvesse um regime de câmbio fixo ou de bandas cambiais.
A consequência direta da manutenção do câmbio foi um crescimento muito grande dos gastos privados e públicos dos países que adotavam o câmbio fixo, o que fez com que o Passivo Externo Líquido (PEL) desses países subisse muito rapidamente, sendo determinante para a crise que viria a seguir.
Com o crescimento do PEL, deterioraram-se as expectativas em relação à manutenção da taxa de câmbio. Nesse contexto, as reservas internacionais desses países reduziram-se drasticamente, houve a retirada maciça de depósitos internacionais, houve a liquidação de ativos financeiros, o que gerou quedas drásticas nas suas cotações e aumento na procura por divisas que se escasseavam.
Assim, acontecia simultaneamente uma crise cambial, com a pressão para a desvalorização, via saída de divisas e uma crise financeira, com a deflação dos ativos domésticos.
O segundo tipo de crise, os ataques especulativos, podem ser definidos como a saída abrupta e maciça de capitais estrangeiros de um país, gerando flutuações repentinasna taxa de câmbio. O que permite uma análise mais abrangente do que as crises gêmeas, não se restringindo a regimes de câmbio fixo.
Os modelos para explicar os determinantes desse tipo de crise, podem ser divididos em três gerações. Os da primeira geração preconizavam que a crise era gerada pela inconsistência de políticas macroeconômicas, num modelo com perspectivas racionais, persistentes déficits financiados pela emissão de moeda ou déficits internacionais financiados pelas reservas internacionais, poderiam levar investidores internacionais a retirar seus capitais na expectativa de uma desvalorização súbita, levando ao esgotamento das reservas internacionais muito antes do previsto.
Já na segunda geração, o foco passa a ser a formação de expectativas dos agentes, conforme os agentes acham que uma determinada taxa de câmbio não se manterá eles retiram suas divisas investidas e geram uma profecia autorrealizável. Dado que essas expectativas podem ou não estar atreladas aos fundamentos macroeconômicos, esse modelo permite que existam dois equilíbrios, a quebra do sistema via o ataque especulativo ou a manutenção do sistema, caso se consiga controlar as expectativas.
A terceira geração, ao contrário das outras duas, aponta que não é necessário haver indicadores macroeconômicos negativos para ser o estopim de um ataque especulativo. Quando ocorre uma situação de baixo risco cambial, superotimismo doméstico e baixa regulação financeira, tende a ocorrer uma bolha de investimentos (produtivos ou especulativos) de baixo retorno. Que são os mesmos determinantes das crises gêmeas apontadas anteriormente.
Por fim, uma crise cambial pode ser causada pelo contágio, isto é, uma crise começada em um país A, pode afetar drasticamente um país B, que, aparentemente, não tinha qualquer relação com o ocorrido.
Os principais canais para esse contágio podem ser elencados como: um choque comum aos dois países em questão;os dois países podem concorrer em mercados terceiros, assim, a desvalorização de um leva a perda de competitividade do segundo;prejuízos decorrentes do choque no país A podem levar à retirada de capitais do país B dadas as necessidades de caixa dos investidores; similaridades entre os dois países podem aumentar a percepção de risco do investidor.
Por fim, é interessante notar como tanto as crises de contágio quanto as crises gêmeas são compatíveis com os modelos de ataques especulativos, mostrando que a alta mobilidade dos capitais internacionais e a intensidade do seu fluxo podem ser os determinantes chave nas crises cambias.
16) Qual é a lógica do ataque especulativo no regime de câmbio fixo (modelo de primeira geração)?
Primeiramente, é interessante que se entenda como funciona, em linhas gerais, um regime de câmbio fixo e como que o Banco Central atua para a manutenção do câmbio em um nível desejado independentemente do mercado.
 
Em um regime de câmbio fixo, como o nome já sugere, fixa-se a taxa nominal de câmbio em um nível desejado, por quaisquer motivos oriundos da política cambial do país em questão. Para garantir que a taxa de câmbio permaneça nesse nível, o Banco Central precisa fazer o uso de reservas. Se a moeda nacional estiver, por exemplo, desvalorizada em relação à taxa fixa de câmbio, haverá um excesso de demanda por divisas, gerando um déficit que deverá ser coberto justamente pelas reservas do Banco Central.
 
 
Ataque especulativo é uma tentativa dos agentes de obterem lucro no mercado futuro por meio de compras ou vendas, baseadas em suas expectativas. No caso de um regime de câmbio flexível, em um primeiro momento pode parecer estranho a possibilidade de um ataque especulativo sobre o câmbio, visto que a taxa é fixa. No entanto, o ponto chave desse tipo de prática nesse regime cambial é a pressão sobre as reservas.
 
Ao realizar-se um ataque especulativo, os agentes apostam que o Banco Central está operando suas reservas sob um nível próximo ao crítico, que seria insuficiente para resistir ao ataque. Assim, teria de se abandonar o regime, depreciando-se a moeda nacional e garantindo ganhos aos especuladores.
 
Com o ataque em andamento, verifica-se um aumento da demanda por divisas e uma queda da oferta das mesmas, obrigando o Banco Central a usar suas reservas para cobrir esse déficit. Isso representa uma aceleração no processo de redução dessas reservas, que tenderão a chegar a zero antes do que chegaria sem o ataque, podendo atingir o ponto de uma crise cambial.

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