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apostila DIREITO CONSTITUCIONAL 2

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DIREITO CONSTITUCIONAL
Uma das funções mais importantes da constituição de um país, além de limitar o poder do estado fixando direitos e garantias fundamentais, é exatamente estruturar o Estado. Aliás, a palavra “constituição” significa o conjunto de elementos essenciais de um todo.
Dessa maneira, a CF 88 no seu artigo 18 estabelece tanto a forma de governo, a forma de estado e o sistema de governo, a saber:
Art. 18_A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a união, os estados, o DF e os municípios, todos autônomos, nos termos desta constituição. 
Enquanto a forma de Estado afeta a estrutura da organização política, a forma de governo trata dos órgãos de governo, através de sua estrutura fundamental e da maneira como estão relacionados e o sistema de governo trata das relações entre as instituições políticas.
FORMA DE ESTADO
A fora de estado relaciona-se com o modo de exercício do poder político em função do território do estado. Verifica-se no caso concreto se há, ou não, repartição regional do exercício de poderes autônomos, sendo o núcleo caracterizador do conceito de forma de estado. Atualmente, existem 4 formas de estado, a saber:
Estado unitário: são os estados que tem um poder central que é a cúpula e o centro do poder político. É dotado de um único centro com capacidade legislativa, administrativa e judiciaria, do qual emanam todos os comandos normativos e no qual se concentram todas as competências constitucionais. Ex.: Uruguai.
Estado regional: menos centralizado que o estado unitário, mas sem chegar ao extremo da descentralização federal. É uma forma de estado intermediária entre o estado unitário e o estado federal, compatibilizando a idéia de descentralização. Ex.: Itália.
Estado autonômico: é marcado pela inexistência de descentralização politica e existência de descentralização administrativa e legislativa. São constituídas de “baixo para cima”, pois são as regiões/províncias que na tentativa de construir regiões autonômicas, avocam para si certas competências da constituição, que alocadas em um estatuto, são posteriormente submetidas ao parlamento para aprovação e constituição da região autonômica.
Estado federado: a palavra federação vem do latim e significa pacto/aliança. Federação é a união de vários estados, cada qual com sua parcela de autonomia, o estado federado é a forma adotada no brasil, sendo o brasil composto de vários estados e cada um deles tem autonomia para legislar, administrar, etc. Vale lembrar que não se pode confundir autonomia com independência. Na federação, os entes federativos são autônomos, mas não independentes (para a união de estados independentes dá-se o nome de confederação). 
Nesse sentido, pode-se conceituar a federação como a reunião, feita por uma constituição, de entidades politicas autônomas unidas por um vínculo indissolúvel. Nesta reunião inexiste direito de secessão, havendo completa intolerância com movimentos separatistas.
	PRINCIPAIS PONTOS DA FEDERAÇÃO
Rigidez constitucional.
A base jurídica do estado federal é a C.F. e não um tratado, como na confederação.
Não existe o direito de secessão.
Só o estado federal tem soberania.
As competências dos entes federativos são determinadas pela C.F.
Cada ente federativo tem uma receita própria.
O poder político é compartilhado pela união e pelos entes federativos.
Existe um órgão representativo dos entes federativos no governo central.
Todas as pessoas do estado federal adquirem essa nacionalidade, perdendo eventual nacionalidade de origem.
FORMAS DE GOVERNO
A forma de governo define o modo de organização política e de regência do corpo estatal. Refere-se à maneira como se dá a instituição do poder e como se dá a relação entre governantes e governados. Atualmente existem duas formas de governo: Republica e Monarquia.
Monarquia: na monarquia o poder é exercido por quem o detém naturalmente por sucessão ao trono real. Tem como principais características a hereditariedade, vitaliciedade, não representatividade popular e não prestação de contas.
República: o poder emana do povo e é exercido, em regra, por intermédio de representantes eleitos para um mandato determinado, podendo ser responsabilizado pelos seus atos. Tem como principais características a eletividade, periodicidade representativa, representação popular e dever de prestar conta dos seus atos.
SISTEMAS DE GOVERNO
	São técnicas que regem as relações entre o poder legislativo e o poder executivo no exercício das funções governamentais. Existem 4 tipos de sistemas de governo: parlamentarismo, semi-presidencialismo, sistema diretorial e presidencialismo.
Parlamentarismo: Parlamentarismo é um sistema de governo em que o poder legislativo (parlamento) oferece a sustentação política (apoio direito ou indireto) para o poder executivo. Logo, o poder executivo necessita do poder do parlamento para ser formado e também para governar. No parlamentarismo, o poder executivo é, geralmente, exercido por um primeiro-ministro (chanceler). A divisão entre as funções de chefia de Estado e de governo são marcantes no parlamentarismo; neste sistema, o chefe de Estado não possui atribuições políticas, uma vez que a administração pública fica a cargo do Parlamento e do chefe do Estado e seu Ministério.
Semi-presidencialismo: é um sistema de governo em que o presidente partilha o poder executivo com um primeiro-ministro e um gabinete, sendo os dois últimos responsáveis perante a legislatura de um Estado. Ele difere de uma república parlamentar na medida em que tem um chefe de Estado eleito diretamente pela população e que é mais do que uma figura puramente cerimonial como no parlamentarismo. O sistema também difere do presidencialismo no gabinete, que embora seja nomeado pelo presidente, é responsável perante o legislador, o que pode obrigar o gabinete a demitir-se através de uma moção de censura.
Sistema diretorial: é um sistema de governo em que várias pessoas exercem, em conjunto, o cargo de chefe de governo e/ou chefe de Estado. Este sistema de governo contrasta com o Parlamentarismo e o Presidencialismo. 
Presidencialismo: é um sistema de governo em que um chefe de governo também é o chefe de Estado e lidera o poder executivo, que é separado do poder legislativo e do poder judiciário. O executivo é eleito e muitas vezes intitulado "presidente" e não é responsável pelo legislativo e não pode, em circunstâncias normais, dissolver o parlamento. O legislador pode ter o direito, em casos extremos, de demitir o executivo, muitas vezes através de um processo de impeachment. Tem como características: chefia monocrática, mandato com prazo certo, responsabilidade perante o povo e independência entre o executivo e o legislativo.
Por fim o que se absorve do art. 18 da C.F. é que todos os entes (união, estados, DF e municípios) são autônomos. Eles integram a federação e assim são despidos de soberania, a qual permanece apenas nas mãos da república federativa do brasil, entendida como o conjunto de todos os entes da federação e representante do povo brasileiro, sendo, também, a única pessoa jurídica de direito público externo.
	A união é ente autônomo e o único capaz de representar a república federativa do brasil. Ela exerce, temporariamente, a soberania em nome do povo brasileiro. Entretanto, a união não é soberana, trata-se de pessoa jurídica de direito público de âmbito interno, apenas capaz de falar, quando necessário, em âmbito internacional em nome do brasil.
	A FEDERAÇÃO NA C.F. 88
	A c.f. de 88 estabelece no artigo 1º que a “REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL É FORMADA PELA UNIÃO INDISSOLUVEL DOS ESTADOS E MUNICIPIOS E DO DF”. Logo, é vedada a secessão (separação de um dos estados federados, tornando-se independente). O artigo 18 da C.F., por sua vez, determina: “a organização político-administrativa da república federativa do brasil compreende a união, os estados, o DF e os municípios, todos autônomos, nos termos desta constituição”. Estão aqui descritos 0s entes integrantes do estado federal,
o qual é pessoa jurídica de direito público internacional, dotada de soberania. 
	VEDAÇÕES
	O art. 19 da c.f. estabelece 3 vedações aplicáveis a todos os entes da federação, a saber:
Estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvenciona-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.
Recusar fé aos documentos públicos.
Criar distinções entre brasileiros ou preferencias entre si.
NOVOS ESTADOS, TERRITÓRIOS E MUNICIPIOS
Os estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos estados ou territórios federais. Para tanto devem fazê-lo mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plesbicito e do congresso nacional, por lei complementar.
Já a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de municípios, devem ser realizados por lei estadual, dentro de período determinado por lei complementar federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plesbicito, as populações dos municípios envolvidos, após divulgação dos estudos de viabilidade municipal, apresentados e publicados na forma da lei.
ENTES DA FEDERAÇÃO
Os entes da federação são dotados de autonomia, a qual se expressa na auto-organização, auto-governo e auto-administração.
Auto-organização: relaciona-se às competências legislativas conferidas aos entes. Assim à união compete a regulamentação da c.f. e as leis federais; os estados a suas constituições e às leis estaduais; aos municípios a lei orgânica do município e leis municipais e ao df a lei orgânica do df e leis distritais.
Auto-governo: cada ente elege seus próprios governantes.
Auto-administração: são as competências tributárias e administrativas conferidas aos entes.
UNIÃO
A união, internamente, é a pessoa jurídica de direito público, componente da federação brasileira e autônoma, na medida em que possui capacidade de auto-organização, auto-governno e auto-administração. Internacionalmente representa a república federativa do brasil, exercendo a soberania do estado federal.
A união é o único ente da federação com dupla função/posição, pois pode atuar em nome próprio, como verdadeiro ente que compõe a federação, como também em nome da república federativa do brasil em nível internacional.
Quando atua em nome próprio é pessoa jurídica de direito público interno (emissão de moeda, decretação de intervenção federal, etc). Já quando atua em nome da república federativa do brasil é pessoa jurídica de direito público internacional (relação com países, defesa nacional, etc).
Poder executivo: presidente, vice-presidente, ministros, conselho da republica e defesa nacional.
Poder legislativo: congresso nacional (bicameral). Deputados e senadores.
Poder executivo: justiça federal.
Obs.1: as vezes a união é confundida com a própria república federativa porque cabe a união a representação “do brasil” (republica) no exterior, causando no mais precipitado a impressão de que a república brasileira seria a própria união. Acontece que tal representação externa é apenas uma competência/função da união. 
Obs.2: mesmo que o território da união seja o mesmo que o território da republica, tal afinidade é meramente física, e não jurídica, pois os bens pertencentes a um não se igualam aos bens do outro, tendo-se em vista que os bens da união são delimitados constitucionalmente e os bens da republica abrange os bens da união e de todos os outros entes federados.
ESTADOS
Os estados são pessoas jurídicas de direito público interno, autônomos. Cada estado possui capacidade de auto-organização, auto-governo e auto-adminsitração, podendo incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos estados, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plesbicito e do congresso nacional por lei complementar.
Organizam-se e regem-se pelas constituições estaduais e leis que adotarem, sempre em observância a CF.
Poder executivo: governador e vice-governador
Poder legislativo: assembleia legislativa (deputados)
Poder judiciário: justiça estadual
MUNICÍPIOS
Os municípios são pessoas jurídicas de direito público interno, autônomos em decorrência da sua capacidade de auto-organização, auto-governo e auto-adminsitração.
Podem ocorrer fusão, criação, incorporação e desmembramento de municípios feitos por lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal, dependendo de consulta previa, mediante plesbicito às populações dos municípios envolvidos, após estudo de viabilidade municipal, apresentados e publicados na forma de lei.
Poder executivo: prefeito e vice-prefeito
Poder legislativo: câmara municipal (vereadores)
Poder judiciário: não possui
DISTRITO FEDERAL
É também unidade federada dotada de autonomia com capacidade de auto-organização, auto-governo e auto-adminsitração. É vedada a divisão do DF em municipios.
Poder executivo: governador e vice-governador
Poder legislativo: câmara legislativa (deputados distritais)
Poder judiciário: organizado e mantido pela união
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS 
A divisão constitucional de atribuições entre os entes federados pode ser apontada como um elemento fundamental na constituição do federalismo. No estado federal o exercício do poder político está necessariamente descentralizado, o que significa que coexistem entes que são politicamente capazes, ou seja, que podem estabelecer comandos normativos sobre assuntos de sua própria competência.
Ao dividir as atribuições constitucionais e delimitar para cada ente federado o seu campo material/legislativo/tributário de atuação, a CF está harmonizando a convivência entre as entidades e viabilizando o pacto federativo.
Como orientação geral e estruturante da divisão de competências, temos o princípio da preponderância dos interesses, que se fundamenta na amplitude do assunto em discussão.
A CF estabelece competências administrativas, legislativas e tributárias para os diferentes entes políticos. Temos a competência administrativa (ou material) quando a constituição outorga a capacidade para atuar concretamente sobre a matéria. Temos a competência legislativa quando a CF permite à entidade federada estabelecer normas gerais e abstratas sobre determinado campo e temos a competência tributária que é o poder de instituir tributos (matéria do direito tributário).
COMPETÊNCIAS DA UNIÃO
A competência material/administrativa (realizar as coisas) pode ser: 
Exclusiva da união: quando só a união poderá realizar tais atos, sem poder delegar a nenhum outro ente e estão enumeradas no art. 21 (exemplo: manter relações com estados estrangeiros e participar de organização internacionais, autorizar e fiscalizar a produção e o comercio de material bélico, manter o serviço postal e o correio aéreo nacional, emitir moeda, etc.)
Comum da união: quando todos os entes da federação puderem, em pé de igualdade, agir. Está expresso no art. 23 (exemplo: zelar pela CF, leis e instituições democráticas, cuidar do patrimônio público, da saúde e assistência pública, proteção e garantia das pessoas com deficiência, acesso à cultura, educação, preservar as florestas, a fauna e a flora, entre outros).
	A competência legislativa (regulamentar com as coisas são feitas) pode ser:
Privativa da união: quando couber somente a união legislar sobre o tema, embora ela possa permitir por lei complementar que os estados a façam, estão expressas o art. 22 (exemplo: direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, d trabalho, desapropriação, serviço postal, transito e transporte, organização judiciária, do MP e da defensoria pública do df e dos territórios.
Concorrentes da união: quando a união elabora normas gerais ou na falta dessas, os estados legislam de forma especifica. Estão expressas no art. 24 (exemplo: direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico, urbanístico, juntas comerciais, custas dos
serviços forenses, previdência social, proteção à infância e a juventude).
	Obs.: conforme o art. 24, no âmbito da legislação concorrente, a competência da união fica limitada a estabelecer normas gerais, o que não exclui a competência suplementar dos estados. Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os estados exercerão a competência legislativa plena, apara atender as suas peculiaridades.
	COMPETÊNCIA DOS ESTADOS
	A competência material/administrativa (realizar as coisas) pode ser: 
Exclusiva residual ou remanescente: são reservados aos estados as competências que não foram vedadas pela CF, ou seja, que não forem da união e nem dos municípios. Sendo enumerado somente a exploração diretamente, ou mediante concessão, os serviços de gás canalizado.
Comum: são as mesmas da união
	A competência legislativa (regulamentar com as coisas são feitas) pode ser:
Delegada: lei complementar poderá autorizar os estados a legislar sobre questões especificas das matérias cuja competência é privativa da união.
Concorrente: são as matérias de competência suplementar e supletiva em relação a união.
Reservada: são as matérias que não foram vedadas pela CF.
Enumerada: os estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
	COMPETÊNCIA DOS MUNICIPIOS
	A competência material/administrativa (realizar as coisas) pode ser: 
Enumerado: instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas; criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; organizar e prestar, diretamente ou não, os serviços públicos de interesse local, incluindo o transporte coletivo; manter, com a cooperação técnica e financeira da união e do estado, programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental, serviços de atendimento à saúde da população.
Comum: são as mesmas da união
	A competência legislativa (regulamentar com as coisas são feitas) pode ser:
Exclusiva: legislar sobre assuntos de interesse local (plano diretor).
Suplementar: acessória a legislação federal e estadual no que couber.
	COMPETÊNCIA DO D.F.
	São as mesmas competências legislativas reservadas aos estados e municipios.
	BENS PÚBLICOS
	São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem".
Assim, o bem, para ser classificado como público, deve pertencer necessariamente a uma entidade regida pelo direito público interno, quais sejam, os entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) e algumas entidades da administração indireta (as autarquias, gênero que inclui os Territórios, as fundações de direito público e as associações públicas - também denominadas consórcios públicos). Portanto, empresas públicas e sociedades de economia mista, uma vez que são regidas pelo direito privado, não têm bens públicos, mas privados.
Os bens públicos diferenciam-se dos bens privados não apenas por sua titularidade, mas principalmente por seu regime jurídico de direito público. Esse regime estabelece uma série de prerrogativas dos bens públicos (ex.: imunidade tributária e imprescritibilidade) mas, também, uma série de restrições a seu uso (geralmente, por meio de afetação do bem a determinada finalidade pública) e à sua alienação (ex.: proibição de alienação de bens de uso comum do povo e de bens de uso especial).
Domínio público (ou efetivo), em sentido amplo, é o conjunto dos bens pertencentes a todas as entidades públicas, mesmo as regidas pelo direito privado. Em sentido estrito, refere-se apenas ao conjunto dos bens públicos. Domínio eminente (ou potencial) designa o poder do Estado de interferir na propriedade privada, por meio de diversos institutos, como a desapropriação, o confisco, a servidão e a requisição.
O Código Civil classifica, do seguinte modo, os bens públicos quanto à finalidade a que se destinam:
Bens de uso comum do povo
São aqueles necessários à coletividade e, por isso, seu uso deve estar disponível a todos os cidadãos. Podemos citar como exemplos os rios, as praças, as vias públicas e as praias.
Bens de uso especial
São os imóveis que se destinam à execução de serviços administrativos ou à prestação de serviços públicos em geral, tais como prédios de repartições públicas. Um prédio onde esteja instalado um hospital público ou uma escola pública também se enquadram na categoria de bens de uso especial.
Bens dominiais
Os bens dominiais não têm uma destinação específica, como os anteriores. Por isso, podem ser disponibilizados inclusive para o uso privado, conforme os instrumentos de destinação previstos na legislação. A utilização privada dos bens dominiais da União enseja, no entanto, o pagamento de uma retribuição pecuniária pela utilização privada de um bem que é público. Os recursos gerados dessa forma são conhecidos como receitas patrimoniais.
Os bens públicos, quanto à natureza da pessoa que os possuem, podem ser federais, estaduais, municipais e distritais. Os bens federais pertencem à União e são regidos, principalmente, pelo Decreto-Lei 9.760/1946. A Constituição Federal enumera, de modo exemplificativo, os bens de propriedade da União:
Art. 20. São bens da União: 
I - Os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II - As terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; terras devolutas são terras públicas sem destinação pelo poder público e que em nenhum momento integraram o patrimônio de um particular, ainda que estejam irregularmente sob sua posse.
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal.
V - Os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI - O mar territorial; mar territorial é a faixa de 12 milhas marítimas de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular.
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; são aqueles situados no continente, na costa marítima, numa largura de 33 metros.
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - Os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - As cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
	Nos termos da Constituição, são bens estaduais:
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: 
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - As terras devolutas não compreendidas entre as da União.
	A Constituição Federal não enumerou os bens de propriedade dos Municípios. Contudo, esses bens obviamente existem, sendo exemplos os logradouros públicos (praças, ruas, jardins, etc.), os imóveis que compõem seu patrimônio e a dívida ativa municipal.
Ao Distrito Federal, cabem os bens de caráter estadual e municipal e, também, aqueles que lhe vierem a ser atribuídos pela União, na forma da lei (CF, ADCT, art. 16, § 3°). A Lei Orgânica do Distrito Federal enumera os bens distritais:
Art.
46. São bens do Distrito Federal:
I - os que atualmente lhe pertencem, que vier a adquirir ou lhe forem atribuídos;
II - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
III - a rede viária do Distrito Federal, sua infra-estrutura e bens acessórios.
	INTERVENÇÃO
	Federação, como sabemos, é a união de vários estados, cada qual com sua parcela de autonomia. Não obstante, é possível que, caso o estado extrapole os limites dessa autonomia, e a união tenha que impor sanções, limitando essa autonomia. Estamos tratando da intervenção. Dessa maneira, intervenção é a retirada da autonomia do ente federativo; é uma medida excepcional da federação.
	A intervenção será sempre uma medida excepcional. Isto porque acarreta uma supressão da autonomia de um ente federativo por um certo prazo. Por esta razão, somente é admissível se amparada numa das hipóteses taxativamente previstas na CF, devendo sempre ter por objetivo a unidade e a preservação da soberania do estado federal e, ao mesmo tempo, das autonomias da união, dos estados, do DF e dos municípios.
Hipóteses de intervenção federal
	As hipóteses de intervenção da União nos Estados e no Distrito Federal estão relacionadas no art. 34 da Constituição, reproduzido abaixo. Por se tratar de situação excepcional, essas hipóteses, assim como as demais, são numerus clausus (taxativas), devendo ser interpretadas restritivamente. 
	Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I – Manter a integridade nacional;
II – Repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III – pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV – Garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V – Reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI – Prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII – assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
	A competência para decretar a intervenção federal foi atribuída à união, o que esse formaliza sempre por um decreto do presidente da república. É importante frisar que as hipóteses previstas no art. 34 da cf que autorizam a intervenção da união são taxativas e não exemplificativas. 
A intervenção pode ser espontânea, ou seja, o presidente da república, de oficio, decretará a intervenção. Ou, também, poderá ser provocada, sendo solicitado ou requisitado, e neste último caso sua atuação será vinculada, ou seja, ele não poderá recusar-se a decretar a intervenção.
Intervenção espontânea 
Manter a integridade nacional.
Repelir invasão estrangeira ou entre unidades da federação.
Por termo a grave comprometimento da ordem pública.
Reorganizar as finanças.
Intervenção provocada
Por solicitação do poder legislativo ou executivo local.
Por requisição do STF (poder judiciário) /do STF, STJ e TSE (desobediência ordem/decisão).
	Hipóteses de intervenção estadual
	Quanto à intervenção estadual nos Municípios, as hipóteses estão relacionadas no art. 35 da Constituição, reproduzido a seguir. Lembrando que são elas as mesmas hipóteses de intervenção federal da União nos Municípios localizados em Territórios federais.
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I – Deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II – Não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;
IV – O Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
Prevista no art. 35, somente poderá ser efetivada por decreto do governador do estado, especificando a amplitude, o prazo e as condições de execução. Pode ou não indicar um interventor. Estando o município localizado num estado, apenas este poderá intervir.
O governador decretará:
De oficio:
Pelo não pagamento da dívida fundada por 02 anos sem motivo;
Se não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
Se não for aplicado o mínimo exigido em ensino/saúde.
Por requisição:
Pelo tribunal de justiça: para assegurar a observância de princípios da constituião estadual ou prover execução de lei ou ordem/decisão judicial.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. TÍTULO III, CAPÍTULO VII, CF
CONCEITOS BÁSICOS:
ESTADO: Ente que necessariamente é composto por três elementos essenciais: povo, território e governo soberano. Para que o Estado exerça suas funções, este manifesta-se por meio dos Poderes do Estado ou Funções do Estado, que são o Legislativo, o Executivo e o Judiciário – conforme o art. 2º da CF. É um erro vincular a função administrativa apenas ao Poder Executivo (funções típicas e atípicas).
GOVERNO: “Expressão típica de comando, de iniciativa, de fixação de objetivos, do Estado e da manutenção da ordem jurídica vigente” – Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro, Ed. Malheiros).
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (A.P.): “Instrumental de que dispõe o Estado para por em prática as opções políticas de governo. [...]pode-se falar de administração pública aludindo-se aos instrumentos de governo, como à gestão mesma dos interesses da coletividade. [...] Subjetivamente a Administração Pública é o conjunto de órgãos a serviço do Estado agindo in concreto para satisfação de seus fins de conservação, de bem-estar individual dos cidadãos e de progresso social” -Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro, Ed. Malheiros).
 “É o conjunto de órgãos do Estado encarregado de exercer, em benefício do bem comum, funções previstas na Constituição e nas leis” – Walter Ceneviva.
“Administração Pública é o conjunto de meios institucionais, materiais, financeiros e humanos preordenados à execução das decisões políticas. Essa é uma noção simples de Administração Pública que destaca, em primeiro lugar, que é subordinada ao Poder Político; em segundo lugar, que é meio e, portanto, algo que se serve para atingir fins definidos e, em terceiro lugar, denota seus aspectos: um conjunto de órgãos a serviço do Poder Político e as operações, atividades administrativas” - José Afonso da Silva. 
 ENFIM, O QUE É A.P.????
A.P. é uma gestão de coisa alheia;
Atividade que se destina a atender necessidades coletivas;
A.P. age de ofício, sem provocação, para atender aos interesses públicos;
Atividade que se destina a atender necessidades concretas, p. ex., saúde, educação, etc.
Portanto: A.P. é a atividade desenvolvida pelo Estado ou seus delegados, sob regime de Direito Público, destinada a atender de modo direto e imediato, necessidades concretas da coletividade.
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA: (Art. 37, caput, CF)
Administração direta / centralizada aquela formada pelos governos da União, Estados, DF, Municípios, seus Ministérios e Secretarias. Existe uma subordinação direta ao Poder Executivo. Vide: art. 4º, I, Decreto Lei nº 200/67
“Administração direta é o conjunto dos órgãos integrados na estrutura da chefia do Executivo e na estrutura dos órgãos auxiliares da chefia do Executivo” – Odete Medauar.
Administração indireta / descentralizada aquela
constituída pelas autarquias, fundações públicas e entidades paraestatais (empresas públicas e sociedades de economia mista).
A Administração Indireta é integrada pelas muitas entidades personalizadas de prestação de serviços ou exploração de atividades econômicas, vinculadas a cada um dos Poderes Executivos daquelas mesmas esferas governamentais. Vide: art. 4º, II e art. 5º, Dec. Lei 200/67
“Cada uma dessas entidades possui personalidade jurídica própria, que não se confunde com a personalidade jurídica da entidade maior a que se vinculam – União ou Estado-membro, Município. Tendo personalidade jurídica, são sujeitos de direitos e encargos por si próprios, realizando atividades e atos do mundo jurídico em seu próprio nome” – Odete Medauar (Direito Administrativo Moderno, Ed. RT).
Autarquia: órgão especializado autônomo, criado em lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para exercer funções ou atividades típicas da administração pública, que para seu melhor funcionamento, requer gestão administrativa e financeira descentralizada. Definição: art. 5º, I, Dec.-Lei 200/67. Ex: USP,UFG, UFRJ; B.Central, INSS, IBAMA, INCRA, DETRAN; Agências Reguladoras (ligadas aos Ministérios): ANEEL, ANATEL,ANVISA; etc.
Exemplos em GOIÁS: IPASGO; ESEFEGO; JUCEG – Junta comercial do Estado de GO; AGEL – Agência Goiana de Esportes e Lazer; AGANP – Agência Goiana de Administração e Negócios, AGETOP – Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas; AGR – Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos.
Empresa pública: entidade de natureza econômica, com personalidade jurídica e patrimônios próprios e capital social exclusivo do Poder Público (União, Estados, DF ou Municípios)– pode ter capital misto, desde que seja de outra pessoa da A.P. Direta ou Indireta, nunca particular. Definição – art. 5º, II, Dec. Lei 200/67. Ex: Infraero; CORREIOS – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos; CEF; Casa da Moeda; BNDS; Gráfica Nacional.
Exemplos em GOIÁS: IQUEGO; Metrobus; Setransp.
Sociedade de Economia Mista: entidade criada pelo Poder Público para o exercício e exploração da atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, em que a maioria das ações com direito a voto são de propriedade do Poder Público que as instituiu. Definição – art. 5º, III, Dec. Lei 200/67. EX: B. Brasil, Petrobrás, Eletrobrás.
Exemplos em GOIÁS: CELG; SANEAGO; COMURG; Agência de Fomento de Goiás.
Fundação Pública: instituição criada pelo Poder Público com personalidade jurídica própria e um patrimônio doado pelo instituidor, para atingir objetivos de utilidade pública, ou executar tarefas que beneficiam a coletividade. Tem como curador o MP. Definição – art. 5º, IV, Dec. Lei 200/67. Ex: FUNAI; IBGE; Universidade de Brasília; FGV; FUNASA; Fundação Padre Anchieta (Rádio e TV – TV Cultura); FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa.
Exemplos em GOIÁS: FUEG – Fundação UEG; Fundação Banco de Olhos de GO; Fundação Orquestra Sinfônica do Estado de GO.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ART. 37, CF:
1) Princípio da legalidade - Art. 5º, II e 2ª parte do inciso IV, do art. 84:
	O administrador público não poderá agir, nem deixar de agir, se não for da forma expressa em lei e nas demais espécies normativas, inexistindo, portanto, dentro da Administração Pública, incidência de sua vontade subjetiva. O administrador público não pode se desviar do bem comum, pois uma vez o fazendo, o seu ato será inválido e, deverá o administrador, sujeitar-se à responsabilização disciplinar, civil e criminal.
2) Princípio da impessoalidade – Art. 37, §1 - 2ªparte:
	A Administração Pública deve servir a todos, sem tratamento diferenciado. O mérito da execução dos atos pertence à administração e não ao administrador que os praticou. A impessoalidade consiste, ainda, na proibição de tratamento discriminatório por parte dos agentes públicos.
	Novamente nos ensina o prof. Hely Lopes Meirelles:
“O princípio da impessoalidade, referido na Constituição de 1988 (art. 37, caput), nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique ato para o seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a norma de direito indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal” (ob. cit). 
3) Princípio da moralidade – Art. 5º, LXXIII, Art. 37, §4º - Improbidade administrativa:
	A administração deve agir dentro da ética profissional, da moral administrativa (jurídica) e não da moral comum. Deve, a administração, se pautar entre a proporcionalidade dos meios e os fins a se atingir; entre os sacrifícios impostos à coletividade e os benefícios por ela auferidos. 
	Sobre o tema, sumaria Hely Lopes de Meirelles:
“A moralidade administrativa constitui, hoje em dia, pressuposto de validade de todo ato da Administração Pública (CF, art. 37, caput). Não se trata – diz Hauriou, o sistematizador de tal conceito – da moral comum, mas sim de uma moral jurídica, entendida como ‘o conjunto de regras de condutas tiradas da disciplina anterior da Administração’. Desenvolvendo sua doutrina, explica o mesmo autor que o atente administrativo, como ser humano dotado de capacidade atuar, deve, necessariamente, distinguir o Bem do Mal, o honesto do desonesto. E, ao atuar, não poderá desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas também entre o honesto e o desonesto”.
	Este princípio é tutelado pela ação popular (CF, art. 5º, LXXIII), acarreta a suspensão dos direitos políticos em caso de improbidade administrativa (art. 37, § 4º), dispensando verificar a intenção do agente, porque do próprio objeto é que resulta a imoralidade.
4) Princípio da Publicidade – Art. 5º, XXXIII; Art. 37, §1º - 1ª parte:
	Traduz-se na necessidade de transparência administrativa e consiste na divulgação oficial do ato para conhecimento público das condutas administrativas.
	A publicidade se faz pelo Diário Oficial ou por edital fixado no lugar próprio para divulgação dos atos públicos.
	A regra é que a publicidade somente poderá ser divulgada quando for do interesse público. São exceções: CF, art. 5º, XXVIII; certas investigações policiais (CPP, art. 20); processos cíveis em segredo de justiça (CPC, art. 155), etc.
5) Princípio da Eficiência:
	Este princípio foi expressamente trazido à CF, através da EC nº 19. Requer que o serviço público seja eficaz, atendendo plenamente à necessidade para a qual foi criado. Deve-se pautar pela relação custo-benefício, extraindo dos atos da administração o maior número de efeitos positivos, buscando a excelência dos recursos. Ganha reforço,o princípio da eficiência, com a participação do usuário na administração pública direta e indireta (CF, art. 37, § 3º).
	Alexandre de Moraes elenca algumas características desse princípio:
Direcionamento da atividade e dos serviços públicos à efetividade do bem comum;
Imparcialidade;
Neutralidade;
Transparência;
Participação e aproximação dos serviços públicos da população;
Eficácia;
Desburocratização;
Busca da qualidade.
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS NA CF E EXPLÍCITOS NA NORMA INFRACONSTITUCONAL – LEI 9.784/99, Processo Administrativo (Art. 2º, caput: “A A.P. obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência”.).
1) Princípio da Licitação Pública: É o procedimento administrativo que visa selecionar a proposta mais vantajosa (para o bem comum) para a realização de obras, serviços, compras ou alienações. Esta previsto na CF nos arts. 37, XXI; 22, XXVII e 173, § 1º, III.
	A esse princípio, conforme Kildare Gonçalves Carvalho, são extraídos de forma implícita do texto constitucional:
2) Princípio da supremacia do interesse público sobre o privado
3) Princípio da finalidade: Perseguir a realização do “fim”
previsto em lei
4) Princípio da razoabilidade: Ponderação dos valores e uso de parâmetros.
5) Princípio da proporcionalidade: Justa medida das competências administrativas.
6) Princípio da Prescritibilidade dos Ilícitos Administrativos: Vide § 5º, art. 37, CF/88.
	Somente não prescreverá o direito da Administração ao ressarcimento ou indenização do prejuízo.
7) Princípio da Responsabilidade da Administração / Estado (Responsabilidade Administrativa do Estado): Vide § 6º, art. 37, CF.
	É a consagração da regra da responsabilidade civil (patrimonial) do Estado, ou seja, o Poder Público é responsável pelos prejuízos causados à terceiros, não estando o prejudicado obrigado a provar a ocorrência de dolo ou culpa do agente causador do dano, bastando a existência de nexo causal entre a ação.
Ressaltamos que em caso de omissão, ou seja, conduta omissiva, só se pode falar em responsabilidade do Estado quando demonstrada a culpa do serviço.
	São causas excludentes (atenuantes) da responsabilidade estatal: caso fortuito e força maior.

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