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Trabalho de Pesquisa em Serviço Social Unid II

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Unidade II
Unidade II
Pensar em pesquisa social requer disposição e cautela. Toda pesquisa social exige do pesquisador uma 
postura científica, o que significa buscar os elementos essenciais necessários para fazer a leitura concreta 
de uma dada realidade social. Para se compreender como se dá a pesquisa social, é necessário estudar e 
compreender a sociedade. Por isso, há várias metodologias que auxiliam a máxima aproximação à realidade 
estudada, como as teorias da sociologia, entre outras metodologias já estudadas no decorrer do curso.
Para se realizar uma pesquisa social, é indispensável primeiramente fazer um projeto de pesquisa. 
Para tanto, não se pode pensar que um TCC pode ser elaborado de qualquer maneira. Antes de qualquer 
coisa, é fundamental saber o que se pretende investigar, pois assim será mais fácil planejar as etapas a 
serem seguidas para se alcançar os objetivos esperados. Portanto, estudaremos como se faz e quais os 
elementos de sua estrutura. Você vai perceber como o problema, ou pergunta central, consiste em um 
elemento sem o qual se torna impossível a elaboração desse instrumento e, consequentemente, sua 
pesquisa social ficará inviável.
Outro ponto indispensável à pesquisa social é a fundamentação teórica que será o objeto de nossa 
atenção. É, portanto, essencial saber o problema da pesquisa, pois a pesquisa social exige bastante 
cuidado para que se tenha uma leitura aproximada da realidade. Para que se alcancem os objetivos 
propostos na pesquisa, faz‑se necessária a elaboração de um projeto. Esse instrumento, por sua vez, 
não se refere apenas a um conjunto de itens a serem destacados e seguidos, mas sim trata‑se de um 
planejamento das etapas a serem percorridas pelo pesquisador. Você terá a oportunidade de saber o que 
é um projeto de pesquisa social, bem como perceber a sua importância no Serviço Social.
Durante sua vida escolar, você realizou muitos trabalhos. Começando com aqueles trabalhos de 
português, geografia, história, entre outros. Lembra‑se das capas cheias de desenhos coloridos, que 
mais pareciam obras de arte? Elas continuam existindo, porém com formatação diferenciada, mais 
informativa do que decorativa. Estudaremos a importância das páginas pré‑textuais e textuais para a 
identificação de um trabalho científico, e você receberá instruções para construir a capa e a folha de 
rosto do seu TCC e os demais itens que o compõem.
Toda pesquisa presume a escolha por uma forma de trabalhar, implícita nas etapas do projeto, mas 
bem definida desde o início. Estudaremos por que a escolha por um tipo de pesquisa é tão importante para 
sua realização, visto que conhecemos alguns dos tipos e seus instrumentos e técnicas de investigação. 
Diante das discussões, você poderá escolher qual tipo de pesquisa e técnica de investigação melhor 
atende à proposta do seu projeto.
Nesta unidade, você vai estudar os conceitos básicos de pesquisa social. Para tanto, terá a 
oportunidade de rever o que é pesquisa social, quais os seus aspectos centrais, suas metodologias, bem 
como suas vantagens e desvantagens.
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Toda nossa experiência na vida resulta em um processo de construção de conhecimentos. Desde os 
primeiros dias de vida, os estudos na escola, o trabalho, o cotidiano dos lares, a amizade e o carinho na 
convivência com as pessoas e com os diversos grupos sociais contribuem sobremaneira para acumular 
conhecimentos. Em outros termos, viver é conhecer e produzir conhecimentos.
Vamos estudar como se produz o conhecimento, quais seus tipos, sua relação com a realidade, como 
se dá o processo de investigação e, concomitantemente, a produção do conhecimento, tendo como foco 
o Serviço Social. Começaremos com alguns conceitos. Para se conhecer o que chamamos de realidade, a 
partir da capacidade de pensar e de sentir, é preciso pesquisar. Para tanto, é necessário sabermos o que 
queremos com a pesquisa e de que forma esta será realizada. Assim, precisamos de metodologias. Nas 
ciências sociais, é indispensável que o pesquisador esteja munido de uma metodologia que favoreça o 
caminho mais seguro para atingir os seus objetivos. A fim de assentarmos no tema proposto, um ótimo 
passo é, primeiramente, saber o que significa pesquisar. Como devemos pesquisar? Para que se pesquisa? 
Questões como essas são fundamentais para ajudar a compreender o conceito de metodologia da 
pesquisa, objeto de estudo deste capítulo. Aqui, você terá a oportunidade de saber o que é metodologia 
da pesquisa e conhecer a metodologia qualitativa e a quantitativa, utilizadas no Serviço Social.
O Serviço Social, assim como qualquer outra área, necessita de métodos e técnicas para a pesquisa 
e a ação. O assistente social tem diante de si o desafio de trabalhar com o que é por demais complexo, 
ou seja: o ser humano e a sociedade. Isso envolve valores, interesses, poder, ideologia, entre outras 
necessidades na relação do indivíduo com a sociedade. Nesse sentido, para a prática do Serviço Social, 
o assistente social necessita saber quais as principais formas de ação profissional junto às diferentes 
realidades que se apresentam no seu cotidiano. Isso significa pensar em questões como as seguintes: o 
que fazer, como, por quê, para quê, com quem e quais. Essas são algumas perguntas que se fazem 
presentes toda vez que se precisa trabalhar com as questões sociais. Com isso, o assistente social precisa 
de uma metodologia que lhe dê suporte para atingir os objetivos do seu trabalho.
Alguns tipos de pesquisa são mais adotados nas ciências sociais. Observamos que há um mesclado de 
técnicas, mas que algumas pesquisas são mais voltadas para conteúdos teóricos, como a pesquisa bibliográfica, 
a documental e a histórica. Como também algumas são mais práticas, a saber: a pesquisa de campo, o 
levantamento e a pesquisa experimental. Será necessário também que o investigador decida se sua pesquisa 
terá caráter qualitativo ou quantitativo; se será uma pesquisa exploratória, descritiva ou explicativa. Algumas 
dessas pesquisas necessitarão de instrumentos diferenciados de coleta de dados, sejam documentos, livros, 
filmes, questionários, entrevistas, roteiros. Todas essas escolhas deverão levar em consideração principalmente 
a problemática e os objetivos do seu projeto de pesquisa. Destacamos que essas decisões deverão estar claras 
quando ocorrer a confecção dos capítulos do TCC sobre a metodologia adotada durante a execução do projeto.
Sobre os métodos e as técnicas de pesquisa e de ação utilizadas no Serviço Social, serão trabalhados 
os principais aspectos da pesquisa quantitativa e qualitativa e suas implicações em relação ao Serviço 
Social. Você já estudou que há duas formas de se fazer pesquisa social: a pesquisa quantitativa e a 
qualitativa; e teve a oportunidade de estudar aspectos gerais da metodologia quantitativa. Observe 
atentamente que, no Serviço Social, essa metodologia tem sido bastante utilizada em diversas situações. 
São várias as formas de utilização de instrumentos e de técnicas quantitativas, sendo as principais por 
meio de amostragem, questionários, formulários, gráficos, tabelas, escalas e testes.
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A preocupação dos estudiosos da sociedade quanto à objetividade e cientificidade que marcaram as 
ciências sociais com a industrialização levou à busca por novos métodos de pesquisa e de análise social. 
A metodologiaqualitativa nasce em contraposição à rigidez protagonizada pelos modelos baseados nas 
ciências naturais.
Em certa medida, a quantidade expressa nos dados estatísticos é importante para que se compreenda 
determinados aspectos da sociedade, todavia nem tudo pode ser mensurado e objetivo. Nesse sentido, o 
surgimento de uma metodologia com um olhar mais aguçado em torno dos comportamentos, motivos, 
valores e costumes poderia explicar aquilo que não se percebe por meio de números e estatísticas.
A metodologia qualitativa surgiu tendo em vista a necessidade de novas formas de se investigar os 
fenômenos sociais diferentes da perspectiva quantitativa. A crítica central à abordagem desse tipo diz 
respeito à falta de uma compreensão maior do fenômeno estudado, uma vez que se apega aos aspectos 
formais, às estatísticas e às várias formas de mensuração.
Ao longo do tempo, os cientistas sociais foram descobrindo que é possível estudar a sociedade com 
um olhar interpretativo, isto é, considerando a subjetividade. Com isso, comportamentos, cultura, valores, 
sentimentos, emoções e representações tornaram‑se motivos de atenção para uma maior percepção dos 
diferentes grupos, organizações, indivíduos e instituições da sociedade.
Para a realização dessa parte, é fundamental que a metodologia utilizada na coleta de dados tenha 
sido adotada com o mínimo de falhas possível e que o pesquisador tenha a certeza de ter feito um 
trabalho suficiente para se chegar às respostas das questões apontadas no planejamento da pesquisa. 
Não pode haver análise se não há material suficiente ou se não foram respeitadas as etapas anteriores.
Por fim, mostraremos como a análise de dados demonstra sua contribuição e acréscimo da pesquisa 
à sociedade, à comunidade científica, a outros pesquisadores da área. Para tanto, ao elaborar seu projeto, 
você necessitará mostrar ao leitor que encontrou X e Y informações, bem como deverá analisá‑las 
no contexto em que estão sendo estudadas, propondo reflexões e discussões que conduzam para as 
considerações finais. Estudaremos os procedimentos básicos para analisar e discutir dados de uma 
pesquisa ou ação científica.
5 O QUE É PESQUISA SOCIAL?
A necessidade de conhecer a realidade que cerca os indivíduos tem sido preocupação do homem 
há muito tempo. Pode‑se considerar que desde o momento em que o homem se deu conta da sua 
existência e dos outros, ele busca o conhecimento social. A pesquisa social constitui uma importante 
forma que o ser humano encontrou para auxiliar as descobertas dos fenômenos sociais, suas causas e 
consequências.
Na tentativa de tratar cientificamente os fenômenos sociais, o pensador e estudioso Augusto Comte 
se baseou nas ciências naturais. Com isso, deu origem ao Positivismo, cuja metodologia influencia até 
hoje as ciências sociais, bem como o Serviço Social. Comte buscava o que chamamos de objetividade. 
Em outros termos, trata‑se de buscar comprovação acerca das causas dos fenômenos sociais como, por 
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exemplo, a pobreza, a violência, as guerras, entre outros. Com a possibilidade de comprovação, por meio 
de métodos e técnicas de mensuração, tem‑se, portanto a ciência como algo inegável para ajudar os 
homens a entender o mundo e resolver seus conflitos.
Minayo assevera que
na sociedade ocidental, no entanto, a ciência é a forma hegemônica 
de construção da realidade, considerada por muitos críticos como um 
novo mito, por sua pretensão de único promotor e critério de verdade. 
(1994, p. 10).
Embora seja hegemônica, a ciência, na sociedade ocidental não pode ser considerada como única, 
verdadeira e absoluta. Essa é uma questão que tem gerado bastante discussão, quando se trata de pesquisa 
social. Os estudiosos da sociedade se dividem quanto à forma de pesquisar e analisar a sociedade e seus 
problemas: de um lado, há os objetivistas e, do outro, os subjetivistas. Os primeiros, conforme você já viu, 
baseiam‑se nos métodos de quantificação, enquanto os segundos se opõem a isso totalmente, de modo 
a preferirem métodos de pesquisa voltados para a compreensão dos comportamentos, dos motivos que 
levam a determinadas ações dos indivíduos na sociedade.
De forma simplificada, a pesquisa social pode ser definida como aquela que procura estudar a 
sociedade. Ou ainda, ela estuda os diversos processos gerados pelas relações sociais. A forma de se 
estudar a sociedade consiste em uma constante procura por métodos cada vez mais coerentes e 
próximos da realidade.
Minayo afirma que “a pesquisa social é sempre tateante, mas, ao progredir, elabora critérios 
de orientação cada vez mais precisos” (1994, p. 13). A busca pela precisão tem sido entendida 
como cientificidade e, para muitos, seria a objetividade. Desta feita, os estudos de determinados 
fenômenos sociais passaram a ser vistos de forma bastante rígida, conforme os critérios 
positivistas.
Para estudar um problema social, como a prostituição infantil, por exemplo, conforme os critérios 
positivistas, levam‑se em conta os aspectos gerais que contribuam para identificar suas causas. Para 
tanto, é necessário saber a quantidade de casos identificados a partir de métodos e técnicas que 
favoreçam uma percepção do todo, preferencialmente por meio de instrumentos de mensuração como 
questionários, escalas, amostras.
Minayo nos ensina que
o termo Pesquisa Social tem uma carga histórica e, assim como as 
teorias sociais, reflete posições frente à realidade e, assim, momentos do 
desenvolvimento e da dinâmica social, preocupações e interesses de classes 
e de grupos determinados. Enquanto prática intelectual reflete também 
dificuldades e problemas próprios das Ciências Sociais. E sua relativa 
juventude para delimitar métodos e leis específicas (2001, p. 23‑24).
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A partir das palavras da autora, nota‑se que a pesquisa social não é desvinculada dos interesses, 
dos valores e concepções de grupos, ou seja, não é neutra, motivo pelo qual utiliza critérios de 
cientificidade.
5.1 As ciências sociais como fundamentação teórica para construção do TCC
Estudar o homem e a sociedade é o objetivo central das ciências sociais. Antropologia, Sociologia, 
História, Política, Economia, entre outras, são exemplos de ciências sociais. Cada uma dessas ciências 
tem seu objeto de estudo claro, definido, no sentido de favorecer a compreensão de determinados 
fatores. Pode‑se estudar, por exemplo, o surgimento das greves no meio urbano a partir de uma das 
ciências sociais como a Antropologia, a Política, a Sociologia, entre outras. O que vai determinar o uso 
de uma dessas ciências sociais vai ser o foco, ou objeto central do projeto, e seu tratamento. No caso da 
Antropologia, a ênfase será dada aos aspectos culturais; na Sociologia, serão considerados os diversos 
aspectos que levam à formação do fenômeno greve; enquanto na Política a ênfase será dada à questão 
do poder.
A questão sempre presente, quando se refere à pesquisa social, é: como ser fiel à realidade? É possível 
ser científico ao se estudar a sociedade? Para se estudar a sociedade, há quem afirme que é necessário 
ser científico, o que implica trabalhar com os critérios científicos, principalmente os de experimentação 
e comprovação. Esse raciocínio levou à radicalização em torno dos métodos de quantificação. Por outro 
lado, determinados pesquisadores ignoram totalmente os métodos que fogem à quantificação. Assim, é 
ciência somente aquilo que pode ser comprovado por meio de procedimentos que não deixam margem 
para dúvidas acerca de umadada realidade.
Minayo acredita que
a interrogação enorme em torno da cientificidade das ciências sociais 
se desdobra em várias questões. A primeira diz respeito à possibilidade 
concreta de tratarmos de uma realidade da qual nós próprios, enquanto 
seres humanos, somos agentes (1994, p. 11).
O fato de o pesquisador fazer parte da sociedade o torna, de algum modo, ligado ao seu objeto 
de estudo. Essa é uma diferença fundamental entre as ciências sociais e as demais ciências. Assim, a 
ideia de objetividade e de neutralidade parece incoerente nas pesquisas sociais. A questão que surge 
é quanto à legitimidade e utilidade das ciências sociais. Para que servem, então, essas ciências? 
De que forma a sociedade pode se beneficiar de suas pesquisas? A forma como se estudam os 
fenômenos sociais, por meio de métodos e instrumentos diferentes daqueles adotados nas ciências 
naturais, permite chamar essas disciplinas de ciência? Ao longo do tempo, os estudiosos foram 
percebendo determinadas lacunas nos métodos das ciências naturais para se estudar a sociedade. 
Com isso, ficou evidente a necessidade de seguir outro caminho para se analisar a sociedade e seus 
diferentes processos.
Para se trabalhar com pesquisa social, é importante considerar três elementos essenciais: teoria, 
método e criatividade, conforme assevera Minayo (1994).
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A teoria é a forma com que se pensa o melhor caminho para se analisar uma dada realidade a partir 
de procedimentos, métodos e técnicas. É baseado em teorias que o pesquisador ilumina o caminho a ser 
pesquisado e analisado.
 Saiba mais
Segundo Laville e Dione (1999, p. 93): a teoria consiste em uma explicação 
geral de um conjunto de fenômenos; podendo ser aplicada, em princípio, a 
todos os fenômenos semelhantes.
Leia mais sobre teoria em LAVILLE, C.; DIONNE, J. A construção do saber: 
manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Artes 
Médicas; Belo Horizonte: UFMG, 1999.
A existência da teoria permite ao pesquisador pensar logicamente sobre um determinado fenômeno 
na sociedade. Ao se defrontar com uma questão social, como as consequências do preconceito em 
relação aos índios, por exemplo, o pesquisador precisa ter em mente determinadas explicações coerentes 
que permitem estudar o problema com o máximo de precisão e respeito ao objeto em estudo. Laville e 
Dionne afirmam que
o valor de uma teoria é, primeiramente, explicativo: é uma generalização 
de explicações concordantes tiradas de fatos que foram estudados para sua 
construção. Mas, para o pesquisador, seu valor é sobretudo analítico, pois 
ela lhe servirá para o estudo e a análise de outros fatos da mesma ordem. 
(1999, p. 93).
Observe que, se não existisse a teoria, dificilmente o pesquisador teria uma orientação 
para a pesquisa e para a análise. Até mesmo para iniciar sua pesquisa, é necessário levar em 
conta alguma explicação lógica. Mas é preciso também saber que as teorias surgem a partir 
de concepções de mundo, ou seja, de ideologias, as quais orientam a pesquisa, na análise e 
interpretação dos dados.
Se as teorias têm relação com as ideologias, significa dizer que a ciência, de algum modo, é 
comprometida com valores e interesses de determinados grupos.
Minayo assevera que
ninguém hoje ousa negar que toda ciência é comprometida. Ela veicula 
interesses e visões de mundo historicamente construídas, embora suas 
contribuições e seus efeitos teóricos e técnicos ultrapassem as intenções de 
seu desenvolvimento (1994, p. 12).
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É com base na ideologia que se adotam os procedimentos, os métodos e técnicas de pesquisa, 
assim como se faz a análise e a interpretação dos dados. Cabe ao cientista social a criatividade 
necessária para se chegar aos resultados favoráveis, ou seja, ele deve encontrar as respostas para 
os problemas ou questões sociais, e essas respostas devem atender às necessidades da população. 
A pesquisa social é uma atividade que requer acuidade e conhecimentos de teorias, de métodos 
e de técnicas. Para a realização de qualquer pesquisa social, o pesquisador precisa também 
saber que o resultado do seu trabalho deve ter consonância com as necessidades da sociedade; 
do contrário, não terá sentido. Conclui‑se que pesquisa social se refere a uma investigação 
que envolve vários elementos, como: teorias, método, técnicas e também a ideologia. Trata‑se 
ainda de um tipo de pesquisa da qual o pesquisador é também um sujeito social. Nesse sentido, 
a neutralidade é questionável, uma vez que a ideologia está presente no decorrer de toda a 
investigação.
5.2 Conhecimento e realidade: conceituando
Não se conhece algo se não houver uma relação entre o sujeito conhecedor, o objeto a ser conhecido 
e o contexto que envolve o sujeito e o objeto, a partir de uma realidade. Vamos deixar claro quais os 
significados de conhecimento e de realidade e, em seguida, saber como se dá essa relação entre um e 
outro.
A capacidade do ser humano de vivenciar diversas experiências e arquivar na memória tudo o que 
está ou esteve à sua frente contribui para o que chamamos de conhecimento. Mas não seria possível 
conhecer se não tivéssemos os sentidos e o pensamento. A partir desses elementos, a relação do sujeito 
com o objeto se completa, favorecendo assim o conhecimento. Dessa forma, a participação do sujeito é 
fundamental para que haja conhecimento.
A realidade, por sua vez, consiste em um conceito que envolve várias discussões. A questão 
que se coloca é: o que é realidade? Para saber o que é realidade, é preciso se voltar ao sentido 
e ao pensamento, elementos já indicados como indispensáveis para o conhecimento. Para que 
você considere algo como realidade, primeiramente é necessária a capacidade de perceber, sentir 
e relacionar isso com a sua vida ou o contexto em que já viveu ou ainda está vivendo. Quando 
você afirma que estudou hoje em uma teleaula da sua cidade, mais precisamente na sala dois, 
por exemplo, está querendo mostrar uma pequena parte do seu dia e que considera muito 
importante para sua vida. Todavia o que é real nessa afirmação só será de fato se você vivenciou 
essa experiência e, por sua vez, tem como provar para determinadas pessoas que queiram ou 
precisem saber.
Você não precisa, é claro, inventar para você mesmo que fez o que disse, mas pode precisar provar 
para alguma pessoa. É claro que o que existe ou acontece não deixa de ser real se não for conhecido por 
alguém, mas, para se demonstrar o que existe, há elementos essenciais para que outras pessoas possam 
saber de fato que existe ou que existiu o que você afirma. Veja, portanto, que está posta a necessidade 
de saber o que é real e o que é realidade. Não é por acaso que a realidade é uma categoria ou um objeto 
de estudo das ciências sociais.
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 Observação
Conforme o Dicionário Houaiss, realidade é “tudo o que existe de 
verdade, o que é real” (2004, p. 625). Já no que tange ao real, o mesmo 
dicionário afirma que é “aquilo que tem existência palpável, concreta, que 
existe de fato, de verdade (2004, p. 624).
Quando alguém se refere à questão da realidade, em geral, o que está implícito é a leitura e a 
compreensão do mundo nos seus diversos aspectos. Assim, a realidade social, o que envolve o ser 
humano e a sociedade, tem sido alvo de diversas discussõese preocupações por parte dos cientistas 
sociais. Para conhecer a realidade, sociólogos, antropólogos, cientistas políticos, historiadores, entre 
outros cientistas sociais, adotam determinadas metodologias, conforme suas respectivas visões de 
mundo. Temos, portanto, concepções diferentes acerca da forma de se estudar a sociedade, o que, 
consequentemente, gerou várias abordagens e a adoção de metodologias conforme a necessidade 
apontada pelos pesquisadores. São formas de buscar aprender as realidades, as abordagens, como: o 
Positivismo, a fenomenologia, o marxismo, a metodologia compreensiva, o estruturalismo e a teoria 
da complexidade.
 Saiba mais
Para uma compreensão mais ampla acerca do que são realidade e 
conhecimento, leia os livros:
BERGER, P.; LUCKMANN, T. A construção social da realidade. Petrópolis: 
Editora Vozes, 2002.
CORCUFF, P. As novas sociologias – construções da realidade social. São 
Paulo: Edusc, 2001.
Agora que você refletiu um pouco sobre conhecimento e realidade, vamos tratar dos tipos de 
conhecimento surgidos ao longo da história da humanidade, conforme você já viu em Metodologia 
Científica. É claro que não é preciso se alongar nesse tema, mas é importante retomar conceitos para 
maior aproveitamento e compreensão da importância do conhecimento na sociedade.
5.3 Os tipos de conhecimento
Os tipos de conhecimento fundamentais até os dias de hoje são os seguintes: comum (também 
conhecido como empírico ou popular), religioso (ou teológico), filosófico e científico. São considerados 
ainda o mitológico e o artístico como formas de conhecimento, embora apresentem diferentes formas 
de perceber o mundo.
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O conhecimento empírico é o da experiência, do cotidiano de cada um de nós que contribui 
significativamente para agir no mundo, orientar‑se e fazer as atividades necessárias. Se você 
tomar como exemplo o estudo que está realizando, vai perceber que, muito embora esteja 
envolvido em uma atividade acadêmica do curso de Serviço Social, para conseguir fazer o que 
precisa com vistas ao conhecimento e a sua formação, precisou antes de tudo de uma variedade 
de conhecimentos a respeito do seu mundo, até mesmo para chegar ao seu local de estudo. 
Veja então que o conhecimento comum é indispensável para que você possa alcançar novos 
conhecimentos mais detalhados e aprimorados, como é o caso da formação que espera alcançar 
com o final do curso.
Quando a experiência em si já não se mostra suficiente para compreender determinadas coisas 
ou assuntos, você busca uma forma de conhecer, diferente do que fazia como procedimento normal, 
raciocinando rapidamente para resolver algo, como a simples necessidade de ir à faculdade de ônibus 
ou de carro particular.
Em relação ao conhecimento religioso ou teológico, sabemos que os primeiros seres humanos 
já buscavam explicar os fenômenos ao seu redor, como a chuva, o fogo, o trovão, por exemplo, 
a partir da crença em deuses ou divindades. Dizem que esse tipo de comportamento se deu 
tendo em vista que, quando alguns homens já não sabiam como explicar concretamente por que 
determinados fenômenos ocorriam à sua volta, alegavam que poderia ser pelo fato de que algum 
deus estivesse enfurecido com eles por algum motivo, usando tais fenômenos como forma de 
repreensão pelos seus atos. Assim temos o surgimento do conhecimento religioso como parte 
dessa perspectiva de explicação das coisas a partir de crenças no sobrenatural, nas divindades 
ou na espiritualidade.
À medida que o homem vai se desenvolvendo, juntamente com a sociedade, ele percebe a 
capacidade de pensar de forma aguçada, o que o leva a refletir sobre os diversos assuntos. Nasce então 
o conhecimento filosófico que, por sua vez, possibilitou mais adiante o surgimento do conhecimento 
científico, este mais desenvolvido a partir do surgimento da industrialização.
Johan ensina que
a atitude primeira do homem diante da realidade não é a de um 
sujeito analítico que a examina em profundidade, mas a de um ser 
que atua praticamente nas suas relações com a natureza e com os 
outros homens. Por isso ele necessita da reflexão filosófica, através 
da qual destrói a pseudoconcreticidade e a pretensa independência 
dos fenômenos, demonstrando o seu caráter derivado da essência. 
(1997, p. 29).
Quando nos referimos à realidade, é indispensável levar em conta a capacidade de pensar, 
de refletir sobre tudo o que faz parte do universo humano. O sentimento e o pensamento estão 
intimamente relacionados à reflexão filosófica, o que permite a ação dos indivíduos, dos grupos 
e de organizações.
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Considerando as palavras do autor, sobre a reflexão filosófica, e relacionando com o papel do 
assistente social, podemos inferir que não faria sentido algum o trabalho desse profissional se ele não 
tivesse a compreensão de que sua ação está intimamente relacionada com a filosofia. Isso porque, 
ao atuar, o assistente social age a partir do que pensa sobre o mundo, as coisas e toma as decisões 
conforme sua filosofia adotada como a mais aceitável ou correta por ele. Por outro lado, ao pensarmos 
no trabalho em uma instituição, por exemplo, devemos levar em conta a filosofia que movimenta ou 
direciona as ações dos seus dirigentes e empregados.
O conhecimento científico, por sua vez, surge com a necessidade da precisão, da comprovação, da 
organização, tendo em vista o desenvolvimento da industrialização. Como você já estudou em teorias 
sociológicas, a ciência tem suas bases já na Grécia Antiga, avança com o Renascimento e o Iluminismo, 
aprimora‑se e segue até os nossos dias, com o avanço da tecnologia presente em todas as esferas da 
sociedade.
Cabe à ciência a garantia do desenvolvimento da sociedade da maneira mais segura, eficiente e 
eficaz. Isso é o que se espera da ciência. Mas esse tipo de conhecimento não deve ser considerado 
absoluto ou superior, mesmo porque é feito pelos homens e permeado de interesses e de ideologias. 
Se você tem alguma dúvida sobre isso, lembre‑se das guerras, da bomba atômica lançada na cidade 
de Hiroshima, do nazismo e do fascismo, das ditaduras que ocorreram na América Latina, entre outras 
formas de ação humana baseadas na ciência e a serviço do poder e de interesses escusos.
Segundo Johan,
para o conhecimento científico, a realidade a ser conhecida não se apresenta 
como um objeto à mostra, claro, transparente. Há sim uma distinção entre 
as coisas tal como aparecem em um primeiro momento à nossa percepção e 
como são na realidade (1997, p. 18).
O conhecimento apresenta uma estreita relação com a realidade. Ao longo da história, o homem foi 
construindo tipos de conhecimento na esperança de alcançar ou de apreender a realidade. Sabemos que 
o conceito de realidade deve ser compreendido a partir da capacidade humana de pensar e de sentir 
para depois agir.
Vamos estudar o processo de observação da realidade e as ciências sociais. Trata‑se de buscar 
compreender como as ciências sociais procuram explicar as diferentes realidades a partir de metodologias, 
conceitos e teorias.
5.4 O processo de observação da realidade e as ciências sociais
Observar a realidade requer acuidade e paciência. A tarefa das ciências sociais é observar a realidade 
de maneira que permita à sociedade respostas favoráveis a descobertas das causas dos problemas ou 
dos fenômenos sociais. Mas é evidente que essa não é uma tarefa fácil de se realizar, mesmo porque 
o objeto de estudo das ciências sociais é por demais complexo, uma vez que se trata do homeme da 
sociedade nas suas mais diversas formas de atuação.
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 Lembrete
A realidade deve ser compreendida a partir da capacidade humana de 
sentir, de pensar e de agir.
Vejamos, agora, sobre a forma de observação da realidade por parte das ciências sociais, os problemas 
ou as dificuldades enfrentados pelos cientistas sociais para alcançar o que chamamos de conhecimento 
da realidade.
Os estudos em torno da realidade tomaram forma mais clara a partir do século XIX, quando a 
Revolução Industrial já produzira diversas situações que estão entre o que podemos chamar de aspectos 
positivos e negativos. Mas não devemos esquecer que há muito tempo se buscou compreender os 
problemas sociais, a cultura, a política, a vida em sociedade. Os filósofos gregos, como Sócrates, Platão e 
Aristóteles, abordaram a realidade de diferentes maneiras. Antes deles, já tínhamos também outros que 
apresentaram suas preocupações em torno da vida e da sociedade ou, em outros termos, ocuparam‑se 
da vida dos homens. Ao longo da história, acontecimentos como o Renascimento e o Iluminismo 
permitiram diferentes abordagens, agora com uma preocupação com a racionalidade, o que favoreceu, 
portanto, o desenvolvimento das ciências sociais mais adiante. A questão que surge, quando se trata 
de estudar a realidade, é a seguinte: como estudar cientificamente a realidade? A partir de então, os 
estudiosos se debruçaram nessa questão para encontrar respostas.
Ao se tratar de estudo da realidade, logo podemos nos perguntar: mas que realidade? O que chamamos 
de realidade? Na busca de um caminho para o estudo da sociedade, dos problemas, dos fenômenos que 
surgem na sociedade, é que estudiosos, como Augusto Comte, se basearam nas ciências naturais. Por 
isso ele pensou na objetividade que a ciência da sociedade, no caso a Sociologia, por exemplo, deve 
ter. Dessa maneira, Comte procura estudar a sociedade com a mesma lógica e metodologia usadas em 
ciências como Biologia, Física, Química e na Astronomia. O precursor do Positivismo teve essa ideia 
porque não imaginava como alguém poderia demonstrar objetividade, comprovação dos estudos da 
sociedade, sem uma metodologia que permitisse encontrar as causas dos fenômenos ou, em outros 
termos, encontrar o que se denomina nas ciências de Leis Naturais.
Nessa perspectiva positivista, só se aceita como ciência o que pode ser mensurado, quantificado, 
demonstrado estatisticamente ou visto concretamente. Então, temos na busca de observação da 
realidade social, a questão da objetividade, isto é, estudar a sociedade tal qual se faz nas ciências da 
natureza. Essa questão da objetividade gerou várias discussões e polêmicas nas ciências sociais por parte 
de importantes estudiosos da área até os dias atuais. A maneira de perceber e de estudar a sociedade 
nunca foi algo de consenso por parte dos intelectuais. No caso dessa perspectiva positivista, Comte 
buscava demonstrar que não havia outro caminho ou metodologia diferente dessa ótica da objetividade 
a partir das Leis Naturais. O teórico se colocava contrário a toda percepção idealista a respeito do 
estudo da sociedade. Essa visão é também conhecida como objetivismo e “tem como projeto estabelecer 
regularidades objetivas (estruturas, leis, sistemas de relações etc.) independentemente das consciências 
individuais” (BOURDIEU apud CORCUFF, 2001, p. 17).
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 Observação
O objetivismo dá prioridade ao objetivo na análise dos fenômenos 
sociais, enquanto o subjetivismo prioriza o subjetivo, a interpretação, ou 
seja, aquilo que não pode ser mensurado e quantificado. O objetivismo 
procura seguir as regras rígidas traçadas pelo Positivismo. Tal procedimento 
tem sido contestado por diferentes teóricos. Bourdieu (apud CORCUFF, 
2001, p. 17) ensina que “o objetivismo constitui o mundo social como um 
espetáculo oferecido a um observador que assume um ‘ponto de vista’ 
sobre a ação e que, importando do objeto, age como se ele fosse destinado 
unicamente ao conhecimento”.
Os estudiosos que se colocam contrários ao objetivismo são subjetivistas, mesmo porque não veem como 
estudar algo tão complexo como a sociedade de forma totalmente voltada para o objetivo. É por isso que surgiram 
outras perspectivas teóricas e metodológicas, como a análise compreensiva, de Max Weber, e a fenomenologia.
Embora tenha sido de grande relevância a contribuição teórica e metodológica de Augusto Comte 
no que diz respeito à forma de estudar a sociedade e seus fenômenos, os estudiosos que se seguiram 
demonstraram as lacunas deixadas pelo Positivismo comtiano. Essas lacunas deram margem para a 
busca de estudos mais voltados para uma visão subjetiva, o que se apresenta como uma metodologia 
qualitativa, enquanto que a outra é quantitativa. Como o próprio termo já indica, a metodologia 
quantitativa prioriza o que pode ser medido, enquanto a qualitativa prioriza o não quantificável, como 
é o caso de estudar os comportamentos e os sentidos dados às ações sociais.
Agora, para uma maior compreensão a respeito dessa polêmica entre objetivo e subjetivo, vejamos 
um exemplo de como isso se apresenta no âmbito do Serviço Social: o assistente social que atua em uma 
determinada instituição, em geral, está a serviço do que lhe é determinado para realizar. No caso de uma 
intervenção do poder público em uma determinada comunidade, para traçar o perfil socioeconômico de 
sua população, o assistente social é o agente institucional responsável pelo levantamento de dados junto 
às pessoas para saber as condições de moradia, de renda familiar, dos problemas centrais que as pessoas 
vivenciam na sua localidade, entre outros. Para tanto, esse profissional lança mão de um questionário, 
geralmente fechado ou misto, isto é, com perguntas para marcar a alternativa correspondente e outras 
para que o informante dê sua opinião sobre a realidade na qual vive. Temos, portanto, o uso de uma 
metodologia quantitativa, tendo em vista que se procura mensurar os dados e, em seguida, apresentar 
o relatório detalhado para a instituição na qual atua. De posse dos dados quantitativos, é que se discute 
com a equipe o que deve ser feito para se resolver os principais problemas verificados com a pesquisa.
No caso da aplicação de uma metodologia qualitativa, o assistente social atua de forma detalhada e 
comedida, por meio de observações in loco e de entrevistas com pessoas da comunidade para saber sobre os 
principais problemas e como as pessoas de lá buscam suas soluções. O relatório final a ser apresentado pelo 
assistente social deve levar em conta tudo o que observou e procurar perceber o sentido dado aos problemas 
encontrados por parte das pessoas da comunidade para, em seguida, tirar as possíveis conclusões.
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Observar a realidade não é tarefa simples, como se pode imaginar. Cabe aos cientistas sociais 
encontrarem o caminho mais adequado para estudar a sociedade. Com isso, é possível agir de forma 
que proporcione às pessoas uma melhor qualidade de vida e, evidentemente, respostas para enfrentar 
os seus problemas e suas especificidades. Assim, vemos que é necessário cautela para buscar estudar e 
compreender a sociedade com os seus respectivos problemas e situações diversas.
5.5 Investigação, trabalho e produção de conhecimento
Pensar a investigação como dimensão constitutiva do trabalho do assistentesocial e como subsídio 
para a produção do conhecimento sobre processos sociais e reconstrução do objeto da ação profissional 
consiste em uma importante reflexão sobre o Serviço Social e sua prática. Sabemos que o assistente 
social tem à sua frente uma infinidade de problemas e de necessidades na atuação junto às questões 
sociais. Portanto não se pode prescindir da tarefa da produção do conhecimento na empreitada desse 
profissional.
Para uma ação efetiva e de qualidade que proporcione às populações respostas concretas no que 
tange aos seus problemas, como os relacionados à saúde, à habitação, à violência, à prostituição, entre 
outros, o assistente social deve ter uma conduta séria, um faro de pesquisador que lhe permita alcançar 
o sucesso desejado no que se refere à solução dos problemas da sociedade.
5.5.1 A investigação na prática profissional em Serviço Social
Baptista assevera que,
no Serviço Social, assumido como profissão interventiva, o conhecimento 
a ser construído pela investigação tem como horizonte não apenas a 
compreensão e a explicação do real, mas a instrumentação de um tipo 
determinado de ação (1993, p. 1).
Para uma determinada ação, temos uma intenção e, no Serviço Social, não é diferente. As palavras 
de Baptista nos remetem também à necessidade da instrumentação de um determinado tipo de 
ação. É importante refletir sobre essa questão, até mesmo para que não se pense em uma concepção 
de instrumentação pautada no objetivismo e no tecnicismo, o que pode levar a ações e conclusões 
equivocadas sobre o trabalho do assistente social.
Baptista ainda acrescenta que
no exercício de sua prática, o profissional pode ter diferentes motivos para 
investigar, os quais muitas vezes estão imbricados em uma mesma pesquisa. 
É o motivo “dominante”, o motivo “central” que, de certa forma, vai definir 
a natureza da investigação encetada (1993, p. 2).
Considerando essa afirmação, a autora destaca três aspectos fundamentais na investigação como 
prática do assistente social:
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• Subsidiar e instrumentalizar a prática.
• Ampliar a capacidade de “comunicação racional”.
• Construir conhecimento científico.
A respeito do primeiro, a autora chama atenção para a necessidade de se adquirir conhecimentos 
condizentes para uma atuação na realidade, o que exige o pensamento (lógica), o discurso do 
conhecimento (aspectos epistemológicos) e também as técnicas.
O assistente social pode atuar no sentido de dar subsídios e instrumentalização de sua prática, mas 
sem ser um mero técnico indiferente aos problemas e às realidades que vivencia junto às populações, 
o que o faria ser um mero reprodutor do sistema, conformado com determinadas realidades que 
se repetem a cada dia e são alimentadas por meio de práticas que não passam de assistencialistas. 
Ao contrário dessa postura conservadora, é necessário que o assistente social possa “encaminhar 
suas reflexões e seus resultados em um sentido histórico, social, político e técnico de produção de 
conhecimentos que tem em vista uma prática mais consequente” (BAPTISTA, 1993, p. 2). Observe que 
a prática desse profissional não significa focalizar apenas o cumprimento de determinadas tarefas, 
como a aplicação de um questionário em um determinado bairro ou setor da cidade. O que move 
a ação do assistente social, pelo menos o que deve mover, é a intenção que se concretiza em uma 
determinada ação. Assim, se esse profissional é limitado no que tange aos conceitos e às teorias e a 
uma visão crítica da sociedade, não fará praticamente nada que permita uma mudança significativa 
da realidade na qual está inserido e atuando. A teoria permite a orientação para a incursão no mundo 
social e, com base na teoria se faz a escolha certa dos métodos e das técnicas a serem utilizados 
na prática do assistente social. Somente assim, esse profissional terá condições para atuar junto às 
populações e no trato com as questões sociais.
Sobre a capacidade de ampliação de comunicação racional, conforme as ideias de Baptista, 
deve‑se levar em conta que a prática do assistente social requer uma reflexão contínua sobre 
a sua ação e a forma com que vai atuar na sociedade. Mas é importante saber que o termo 
comunicação racional já conduz a uma prática consciente, intencional em torno do objeto da 
ação profissional.
Quanto à construção do conhecimento científico e o Serviço Social, o que está em questão é a 
pratica do assistente social, que não deve ser utilitarista e muito menos descompromissada com a 
necessidade de transformação da sociedade. Essa perspectiva de transformação necessária, com vistas 
à solução de problemas sociais, requer uma atitude científica. Isso não significa necessariamente uma 
prática objetivista, mas a elaboração de “conhecimentos que permitam aos assistentes sociais responder 
às exigências pragmáticas de sua ação profissional” (Baptista, 1993, p. 8).
A investigação consiste em uma tarefa importante na prática do Serviço Social. Sem a consciência 
de que são necessários conhecimentos teóricos e metodológicos para a ação diante das questões sociais, 
o assistente social não logrará êxito no que tange à mudança social e, consequentemente, a solução de 
determinados problemas sociais.
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A partir do exposto, podemos inferir que há uma forte relação entre conhecimento e realidade; daí 
que, ao longo do tempo, os seres humanos foram buscando compreender o mundo e seus desafios para 
viver. Nesse sentido, surgiram os tipos de conhecimento: empírico, religioso, filosófico e científico. Tais 
conhecimentos são fundamentais para o mundo ainda hoje e, em função da racionalidade industrial, o 
conhecimento científico passou a ser cada vez mais utilizado. No Serviço Social, temos o uso constante 
do conhecimento científico, como também uma produção de conhecimento que se dá no processo 
de trabalho do assistente social, tendo em vista as diferentes realidades nas quais trabalha. Com isso, 
torna‑se indispensável a investigação, isto é, a pesquisa científica.
6 ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS: ENTENDENDO PASSO A PASSO ESSA 
ESTRUTURA DO TCC
Há pontos importantes para se ter uma noção clara do que está sendo tratado no TCC, bem como 
para saber um breve histórico do autor, além do resumo e das palavras‑chave. Esses pontos, sem dúvida, 
oferecem uma visão geral sobre o que o leitor precisa saber ao ler um TCC. Quanto aos elementos 
textuais, ou corpo do TCC, são eles que merecem maior atenção por parte de quem elabora. Serão 
destacados a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.
A monografia é um Trabalho de Conclusão de Curso e apresenta praticamente a mesma estrutura do 
TCC. Umas das diferenças em relação a este é que se apresenta em capítulos e permite um maior número 
de páginas, porém com no mínimo 40 páginas.
Santos (2004, p. 36‑37) afirma que
a monografia é um texto de primeira mão, resultante de pesquisa científica e 
que contém a identificação, o posicionamento, o tratamento e o fechamento 
competentes de um tema ou problema [...] é um texto essencialmente 
analítico, em que o objeto (tema/problema) é geralmente bem delimitado 
em extensão (um objetivo geral, aberto em objetivos específicos logicamente 
interligados e sequenciados) de forma a permitir o aprofundamento do 
estudo.
6.1 Estrutura Geral do TCC
A estrutura de um trabalho acadêmico compreende: elementos pré‑textuais, os quais que 
antecedem o texto com informações que ajudam na identificação e utilização do trabalho; elementos 
textuais, que constituem aparte do trabalho em que é exposta a matéria; e elementos pós‑textuais, 
que complementam e fornecem as referências do trabalho.
Observe a estrutura no quadro a seguir:
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Quadro 9 – Estrutura
Elementos Pré‑textuais Textuais Pós‑textuais
Seção
‑ Capa (obrigatório);
‑ Folha de rosto ou frontispício 
(obrigatório);
‑ Folha de aprovação (obrigatório);
‑ Dedicatória (opcional);
‑ Agradecimentos (opcional);
‑ Resumo na língua vernácula 
(obrigatório);
‑ Resumo na língua estrangeira 
(obrigatório);
‑ Lista de ilustrações (obrigatório);
‑ Lista de tabelas e quadros 
(obrigatório);
‑ Sumário (obrigatório).
‑ Introdução;
‑ Justificativa;
‑ Objetivos;
‑ Metodologia;
‑ Desenvolvimento;
‑ Conclusão.
‑ Bibliografia (obrigatório);
‑ Apêndices (opcional);
‑ Anexo (opcional).
Observação
Participam da contagem do 
número de páginas, mas não são 
paginados.
Participam da contagem do 
número de páginas e são 
paginados.
Participam da contagem do 
número de páginas e são 
paginados.
6.2 As páginas pré‑textuais: identificação do trabalho
Apesar de existirem vários outros componentes de páginas pré‑textuais, não utilizaremos todos os exigidos 
nas monografias. Mas é importante conhecê‑los. Seu trabalho, que utilizará o artigo científico como TCC, deverá 
apresentar apenas duas páginas pré‑textuais: a capa e a folha de rosto, que identificam o título, o nome dos autores 
e o porquê do trabalho, apesar de o resumo ser apresentado como uma página pré‑textual isolada, juntamente com 
as palavras‑chave e o abstract com as key‑words, a monografia segue uma ordem diferenciada. Como veremos a 
seguir, você construirá a capa e a folha de rosto como páginas independentes do restante do conteúdo do artigo. 
Logo na página seguinte, você apresentará seu artigo científico de forma corrida e não na forma de capítulos.
Quadro 10 – Apresentação da estrutura do TCC
Capa Folha de rosto
Título do trabalho;
Identificação dos autores;
Resumo e palavras‑chave;
Abstract e key‑words;
Introdução;
Desenvolvimento;
Considerações finais;
Referências.
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6.2.1 Orientações para a construção das páginas pré‑textuais: capa e folha de rosto
Gil expõe que a capa de um trabalho científico “constitui a proteção externa do trabalho. Deve ser 
confeccionada com material duro e conter o nome do autor, título, local de publicação e ano” (1999, p. 
167). De forma prática e direta, a capa do trabalho deve conter, na seguinte ordem: o nome da instituição 
(centralizado no alto da página em caixa alta e pode estar acompanhado da logomarca), nome do curso, 
nome do acadêmico (centralizados no alto da página, com as iniciais maiúsculas), título do trabalho (no 
centro da folha em caixa alta), cidade e ano (na margem inferior com as iniciais maiúsculas). A capa não 
conta para numeração de páginas. Para facilitar e uniformizar as capas, você deverá utilizar o modelo 
padrão adotado pela Unip, o qual está no manual de TCC.
Na folha de rosto, geralmente, exigem‑se elementos essenciais para a identificação do trabalho: 
“nome do autor, título, subtítulo (se houver), instituição à qual o trabalho é submetido e título 
pretendido, nome do orientador (quando houver), local e ano” (GIL, 1999, p. 167). A folha de 
rosto deverá apresentar, além dos tópicos da capa, um parágrafo entre o título e o ano; nele será 
destacada a finalidade da realização do estudo em questão. Pádua (1995, p. 163) explica que, 
“abaixo do título do trabalho, do lado direito, deve constar uma explicação quanto à natureza do 
trabalho, a instituição a que se destina, sob a orientação de quem foi realizado”. Preferencialmente, 
esse trecho deverá estar a 8 cm da margem esquerda, com espaço simples e fonte Arial, tamanho 
10, como mostra o exemplo a seguir.
Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Serviço Social da Universidade 
Paulista – UNIP, sob orientação do(a) professor(a) Especialista/Ms./Dr....
NOME DO ALUNO
TÍTULO DO TRABALHO
Subtítulo
Trabalho de Conclusão 
do Curso de Graduação 
em Serviço Social da 
Universidade Paulista ‑ 
UNIP, sob orientação do(a) 
professor(a) Especialista/
Msc/Dr. ...
CIDADE
ANO
UNIVESIDADE PAULISTA
NOME DO ALUNO
TÍTULO DO TRABALHO
Subtítulo
CIDADE
ANO
Figura 9 – Modelo de capa e folha de rosto do Trabalho de Conclusão de Curso
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6.2.2 Orientações para a construção da dedicatória e agradecimento
A dedicatória é um elemento opcional, colocado após a folha de rosto e deve estar baseada 
nas normas da ABNT. Pode ser um texto breve com poucas coisas ou algo maior, mas não pode 
ser exagerado. Pode ser feita para qualquer pessoa, sejam parentes, amigos, companheiro e 
outros.
Também opcional, o agradecimento é dirigido a pessoas que contribuíram de maneira relevante à 
elaboração do trabalho. Se for incluído, deverá aparecer após a dedicatória, e, caso esta não exista, após 
a folha de aprovação. Não existe um padrão para se escrever o agradecimento; por isso, recomenda‑se 
bom senso e uma redação simples e direta. As pessoas a quem os agradecimentos se dirigem devem 
aparecer em ordem decrescente de importância.
6.2.3 Orientações para a construção do resumo, abstract, palavras‑chaves e key‑words
O resumo em língua vernácula (português) é importante para que se consulte a pesquisa antes 
de ser lida por completo e deverá estar localizado abaixo do título do trabalho. É necessário construir 
um bom resumo, pois é o “cartão de visita” de seu trabalho. Boaventura (2004, p. 141) menciona que 
“o resumo consiste, pois, na apresentação dos pontos relevantes de um texto”. Feitosa (2001, p. 77) 
acrescenta que as “informações que não estejam no documento original não podem ser colocadas 
no resumo”.
Feitosa recomenda “que os resumos e comunicações breves tenham até 100 palavras; os de 
monografia e artigos, até 250 palavras; e os de relatórios e teses, até 500 palavras” (2001, p. 77). 
Para o TCC que será postado na ferramenta da Unip, adotaremos o limite de 800 caracteres para o 
resumo do seu Trabalho de Conclusão de Curso, juntamente com as palavras‑chave. Para acompanhar 
essa contagem no Microsoft Word, selecione o texto do resumo e clique em “ferramenta”, “contar 
palavras”. Talvez a sua versão do programa apresente um atalho diferente, mas a ferramenta poderá 
ser localizada.
Além de apresentar um resumo do seu TCC, você deverá escolher de três a cinco palavras 
que identifiquem as ideias principais do seu trabalho. Estas palavras serão utilizadas para 
localizar obras em bibliotecas, portanto escolha palavras comuns e globais. Caso você escolha 
uma palavra que não é tão corriqueira, correrá o risco do seu trabalho não ser localizado e lido 
por outras pessoas.
No TCC, assim como em artigos científicos, não será exigido o abstract nem as key‑words, que são, 
respectivamente, o resumo de seu artigo e as palavras‑chave em inglês, localizados após o resumo e 
as palavras‑chaves em português. No entanto, você deverá acrescentá‑los, pois é importante que você 
já treine para possíveis publicações científicas, pois, normalmente, os eventos científicos exigem esses 
elementos. Sabemos que nem todos dominam o inglês para produzir tal resumo e palavras‑chave, então 
sugerimos que procure pessoas habilitadaspara prestar tal serviço, como professores de línguas em sua 
cidade ou proximidades.
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6.2.4 Orientações para a construção das listas (ilustrações, quadros, tabelas, siglas etc.)
Elemento opcional que deve ser apresentado de acordo com a ordem dos itens no texto, indicando 
seu nome específico (se houver) e acompanhado do respectivo número da página. Quando necessário, 
recomenda‑se a elaboração de lista própria para cada tipo de ilustração/figura (desenhos, esquemas, 
fluxogramas, fotografias, gráficos, mapas, organogramas, plantas, quadros, retratos e outros).
Cabe ressaltar que a lista de ilustrações é elaborada segundo a necessidade do trabalho e de acordo 
com a ordem apresentada no texto, porém, com cada item designado por seu nome específico, 
acompanhado do número da página.
6.2.5 Orientações para a construção do sumário
O sumário configura‑se como o último elemento pré‑textual do trabalho. Consiste na enumeração 
das principais divisões, títulos, seções e outras partes relevantes do trabalho. O conteúdo é apresentado 
na mesma ordem e formatação de cada título. Cada linha de referência é acompanhada do respectivo 
número da página na qual se inicia. No sumário os elementos pré‑textuais não são listados.
6.3 Organizando os conteúdos: as páginas textuais identificam o trabalho
Para entender como elaborar os capítulos e organizar os conteúdos, temos como pergunta: qual é o 
problema que a sua pesquisa busca responder? Isto é, qual é o problema de sua pesquisa já pensada e 
repensada desde a construção do projeto de pesquisa. Sabe‑se que não é uma tarefa fácil escolher qual 
o tema que você terá prazer em pesquisar, bem como qual problema gostaria de responder. De acordo 
com Boaventura, “o mais aconselhável é a escolha fluir da experiência profissional do pesquisador. O 
problema poderá surgir, nos semestres finais do curso, com o estágio ou explorando a inclinação por 
determinada disciplina” (2004, p. 33). Fique atento no seu dia a dia acadêmico, participe das discussões 
e observe se algo lhe chama a atenção, poderá descobrir um tema interessante, pois, “para encaminhar 
a pesquisa, parte‑se da escolha do tema, do qual se formula o problema. Tema é o assunto que se quer 
desenvolver ou provar” (BOAVENTURA, 2004, p. 33).
Antunes (2001) sugere que não sejam abordados assuntos que já foram exaustivamente pesquisados, 
bem como aqueles em que ainda há muita incerteza. Estes, por serem inovadores, não terão material 
para você pesquisar e construir sua revisão de literatura. Boaventura acrescenta que
o problema cientificamente considerado há de possibilitar tratamento 
metodológico, com verificação pelas técnicas e processos que possibilitem 
evidências empíricas. Em síntese, problema é uma questão ainda não resolvida 
ou resolvível que permite abordagem metodológica no encaminhamento de 
solução (2004, p. 37).
Para Henriques e Medeiros, citados por Boaventura (2004, p. 37), “problema significa qualquer 
questão não resolvida que é objeto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento”. Ou seja, além 
de ser algo que apresenta algumas lacunas, apesar de já haver sido foco de pesquisas, o problema deve 
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ser possível de resolver por meio de um estudo metodológico, em todas as áreas de estudo. Boaventura 
demonstra os pontos em cheque para um problema de pesquisa: “o problema deve ser formulado como 
pergunta [...]; deve ser claro e preciso [...]; deve ser empírico, ou seja, baseado na experiência [...]; deve ser 
suscetível de solução [...]; e deve ser delimitado a uma dimensão viável [...]” (2004, p. 38). Nesse sentido, 
Antunes acrescenta que,
se a pesquisa é, em síntese, uma resposta, é essencial que sempre comece com 
uma pergunta. Se você tem uma pergunta e sabe a resposta, não há pesquisa 
a ser feita. Ao contrário, toda pergunta sem resposta ou com uma resposta 
insuficiente representa o ponto de apoio para toda pesquisa (2001, p. 49).
Sendo assim, um problema deve ter o objetivo de encontrar uma possível resposta para algum 
problema observado e, claro, “quanto mais fácil a resposta, mais simples a pesquisa; quanto mais amplas 
e mais difíceis as respostas, tanto mais se justifica a razão de ser de uma pesquisa” (ANTUNES, 2001, p. 
49). Procure um meio termo, nada que seja tão evidente, mas também nada que leve a um resultado 
incoerente.
6.3.1 Seu problema de pesquisa será seu guia
Embora seja um dos primeiros aspectos a ser escolhido para a realização de uma pesquisa, o problema 
segue todas as outras etapas. Boaventura nos ensina que, “como ponto de partida da pesquisa, o problema 
é desdobrado em questões ou hipóteses, fundamentado na literatura concernente e operacionalizado 
pela metodologia”, ou seja, “em torno do problema girará toda a investigação” (BOAVENTURA, 2004, p. 
62, grifo nosso).
Como a construção da pesquisa é uma tarefa constante, Antunes (2001) acredita que o problema de 
pesquisa pode sofrer algumas alterações, conforme o desenrolar das demais etapas, seja pelas leituras, 
pela dissertação, pelos objetivos estabelecidos. Porém essas alterações não indicam pontos negativos 
ao pesquisador, mas sim que ele está conseguindo discutir e avaliar o tema que propõe investigar, com 
melhorias constantes.
6.3.2 Orientações para a construção da introdução
A transformação da estrutura de formatação do projeto de pesquisa de um artigo científico e de 
um TCC exige que, no tópico da introdução, sejam acrescentados: a justificativa da escolha do tema e 
do problema e os objetivos que a pesquisa busca alcançar. Para escrever a justificativa, você responderá 
com suas palavras às perguntas: “por que você quer realizar essa pesquisa? Tem importância teórica 
e prática? Qual a relevância social? Qual a contribuição que você pretende trazer com esse trabalho?” 
(BOAVENTURA, 2004, p. 43).
Sobre a composição da introdução de um trabalho, Feitosa expõe que “se costuma dizer que uma 
introdução deve começar por uma definição sucinta do objetivo do trabalho e pela exposição dos 
motivos que determinam sua execução” (2001, p. 61), além dos antecedentes mais relevantes e uma 
breve exposição do trabalho. Assim, transforme os primeiros tópicos do seu projeto de pesquisa (tema, 
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problema, objetivos, justificativa) em formato de texto dissertativo. Acrescente discussões, ligue o leitor 
ao assunto apresentado. Dessa forma, tudo que você fez no projeto de pesquisa passará a fazer parte do 
seu TCC, basta que faça algumas adaptações.
Boaventura (2004) explica que o objetivo geral é uma forma de explicitar clara e precisamente 
a finalidade da pesquisa realizada. Por sua vez, os objetivos específicos são pequenas ações que 
ocasionariam o alcance do objetivo geral. Todos os objetivos iniciam com verbos no infinitivo, indicando 
as ações propostas, como, por exemplo: compreender, identificar, caracterizar etc. O que você pretende 
com o seu trabalho? A resposta a essa pergunta será seu objetivo geral.
Para facilitar a construção da introdução do seu Trabalho de Conclusão de Curso, apresentamos 
um esquema. Lembre‑se de que são apenas sugestões. Use sua criatividade e produza uma introdução 
atrativa e prazerosa.
• 1º parágrafo: apresente ao leitor informações sobre o tema, aproveite para justificar a escolha 
e a importância dele, bem como o que o motivou a estudá‑lo. Não esqueçaque o problema 
detectado é um dos fatores motivadores.
• 2º parágrafo: explique os objetivos gerais e específicos do seu trabalho.
• 3º parágrafo: de forma sucinta e sequencial, mostre ao leitor os conteúdos que serão apresentados. 
Por exemplo: este trabalho se iniciará com um resgate histórico da ________________, bem 
como, abordará discussões acerca de ____________________.
Não se esqueça de tecer algum comentário para fechamento da introdução. Lembre‑se de 
que o leitor começará ler o corpo de seu trabalho pela introdução, por isso ela deve estar clara, 
organizada, interessante para que desperte interesse no leitor e o faça prosseguir na leitura. 
Pádua (1995, p. 161) aponta que a introdução deve ser escrita quando o trabalho estiver 
concluído, visto que, além de anunciar o assunto, o tema, o problema, a metodologia, deverá 
mostrar brevemente como o trabalho foi desenvolvido na escrita e como se deu a organização 
das ideias centrais dos capítulos.
Desde a introdução, assim como todo o momento de escrita do seu Trabalho de Conclusão de Curso, 
utilize a terceira pessoa do singular, com verbos no passado, pois você relatará algo que já foi feito, 
como, por exemplo: fez‑se, construiu‑se, pretendeu‑se, atingiu‑se. Exemplo disso é a adaptação de seu 
objetivo geral do projeto de pesquisa, que poderia estar assim: “analisar a convivência sociofamiliar do 
idoso do Centro de Convivência Belo Lar”. Esse mesmo objetivo será explicitado no seu TCC da seguinte 
forma: “para este estudo, analisou‑se a convivência sociofamiliar do idoso do Centro de Convivência 
Belo Lar” ou mesmo “a convivência sociofamiliar dos idosos do Centro de Convivência Belo Lar foi o 
objetivo maior deste estudo”. Portanto, os verbos devem acompanhar o real momento do trabalho; se 
você está relatando algo que será realizado, os verbos devem estar no futuro; se o relato é de algo que 
está em andamento, devem estar no presente; por fim, se a ação relatada já foi realizada, devem estar 
no passado.
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 Lembrete
Como elaborar objetivos? Usar frases curtas, objetivas, orações simples, 
iniciadas com verbos de ação, no infinitivo. Os verbos utilizados na redação 
dos objetivos geralmente são: mapear, identificar, levantar, discutir, traçar 
(o perfil), diagnosticar, historiar, demonstrar, analisar, constatar, elaborar, 
examinar, avaliar, explicar, compreender, descrever, verificar, entre outros.
A formatação será a mesma do corpo teórico do texto, ou seja: fonte Arial, tamanho 12, espaço 
entre linhas de 1,5, negrite somente o título. Assim é a formatação que será cobrada para o trabalho 
postado no portal da Unip, não segue a mesma formatação do Word, portanto, mesmo que cole 
ou digite o texto na ferramenta, precisa formatá‑la de acordo com o padrão. Cada instituição 
de ensino decide a formatação que deseja para os trabalhos científicos com base na ABNT ou 
mesmo criando um padrão específico, por isso você se deparará com diferentes formatações de 
uma instituição para outra.
 Saiba mais
As orientações fornecidas, quanto à composição, redação e formatação 
da introdução do seu Trabalho de Conclusão de Curso são fundamentais para 
você elaborar seu TCC. Acesse‑as No site da Unip:
<http://www3.unip.br/servicos/biblioteca/download/manual_de_
normalizacao.pdf>. Acesso em: 28 jul. 2013.
6.3.3 Orientações para a construção do desenvolvimento
Quanto ao desenvolvimento, trata‑se do corpo do trabalho, e não deve ser destacado com esse 
título, mas sim a partir do tema que se está desenvolvendo. É nessa parte que o pesquisador apresenta 
seus dados, em forma de gráficos, tabelas ou com partes de entrevistas, conforme tenha sido utilizada 
a metodologia com seus instrumentos e técnicas.
A justificativa busca demonstrar qual a importância da pesquisa a ser realizada e quais os benefícios 
diretos e indiretos para a sociedade e para a ciência. Ao proceder dessa forma, você estará respondendo 
ao porquê da pesquisa. Em uma pesquisa para verificar, por exemplo, os principais problemas que 
as adolescentes pobres enfrentam na gravidez, pode‑se ter como justificativa a necessidade de se 
realizarem estudos científicos que forneçam subsídios para possíveis planejamentos e ações junto às 
adolescentes em tal situação.
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A fundamentação teórica, ou referencial teórico, se refere aos conceitos e teorias que deverão ser 
utilizadas no projeto de pesquisa. Para Goldenberg (1999, p. 76), trata‑se de contextualizar o tema dentro 
do debate teórico existente, bem como dos principais conceitos e categorias, de modo a estabelecer um 
diálogo com os autores.
Em seguida, é feita a análise e a interpretação dos dados, a partir de teorias e de diferentes 
estudos que possibilitem a discussão e, consequentemente, a ampliação dos conhecimentos 
sobre o que foi pesquisado. Em seguida, deve‑se finalizar com a conclusão, ou considerações 
finais.
A metodologia é o caminho a se seguir, pois se trata da parte que fundamentará a escrita dos 
capítulos do seu Trabalho de Conclusão de Curso e, com certeza, é de grande valia para seu aprendizado e 
superação na pesquisa. Sendo assim, Martins (1994) organizou alguns itens que devem ser apresentados 
em uma metodologia: justificar e descrever o tipo de pesquisa adotado; população e amostra que 
irão compor a pesquisa; como os dados serão coletados; descrever todos os detalhes das atividades, 
antes, durante e depois da coleta; e o plano de análise dos dados. Boaventura (2004) demonstra que, 
na metodologia, serão definidos onde, quem (população e amostra), como (instrumentos de coleta de 
dados), tabulação e análise dos dados.
Sendo assim, observamos alguns pontos em comum que são de praxe da metodologia do TCC. 
Em ordem hierárquica: tipo de pesquisa, população e amostra da pesquisa, instrumentos para coleta 
de dados, qual será a forma de analisar e discutir os dados. Os detalhes quanto a cada momento de 
construção do TCC podem ser apresentados nesse item, em que a intenção é que a metodologia esteja 
tão clara, que outros pesquisadores possam reproduzi‑la.
6.3.3.1 Referenciando teoricamente um estudo científico
Para referenciar teoricamente seu estudo científico, realize os procedimentos indicados por 
Almeida Jr. (1995). Ao construir seu TCC, contextualize o assunto que está sendo relatado: 
apresente conceitos, teorias principais, história, enfim, ajude o leitor a compreender seu estudo. 
A dica é sempre buscar a existência de políticas públicas relacionadas à sua temática. Utilizá‑las 
e citá‑las corretamente é fundamental ao seu estudo. O corpo teórico do seu trabalho deverá 
ser respaldado por outros autores que já estudaram ou estão discutindo o tema que você 
escolheu. Portanto devem ser respeitadas as palavras construídas por eles, e isso se faz com o 
uso de citações. Como veremos a seguir, “a revisão de literatura foi apresentada em citações 
com indicações precisas das referências bibliográficas e das fontes consultadas” (BOAVENTURA, 
2004, p. 52).
Vejamos um exemplo a seguir de diálogo com diferentes autores.
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Quadro 11 
Estudos sobre alunos universitários são amostras 
do comportamento da juventude brasileira. Quando 
se escolhe um curso, em particular, para se realizar 
o estudo, devem‑se levar em consideração as 
características que peculiarizam o perfildos alunos 
que nele ingressam e que os distinguem dos demais.
A bem dizer, os alunos de serviço social não têm a 
mesma identidade e o mesmo perfil que alunos de 
ciências sociais (VIANNA e outros, 1994; NOVAES, 
1994; NER, 2001; ORO, 2004), mas se aproximam 
muito dos alunos de educação e pedagogia (VILLAS 
BOAS; PESSANHA, 1995). Em geral, essas carreiras 
são majoritariamente femininas, sendo o Serviço 
Social o curso com a maior taxa de mulheres, entre 
todos os cursos universitários nos últimos 30 anos 
(BELTRÃO; TEIXEIRA, 2004). Além disso, 72% dos 
pais dos assistentes sociais (contando pai e mãe 
juntos) completaram no máximo até o 2º Grau, 
sendo que destes, 48% só têm o curso elementar 
(PNAD, 1996). Portanto os alunos de serviço social 
são majoritariamente mulheres advindas de camadas 
baixas e pouco letradas da população.
Antes mesmo das 
confrontações, 
Simões (2007) 
faz um parágrafo 
introdutório.
Acompanhe no 
parágrafo seguinte 
a contribuição de 
Vianna, Novaes, 
Oro, Villas Boas e 
Pessanha, Beltrão e 
Teixeira. O escritor 
conseguiu reunir 
várias contribuições 
teóricas e 
apresentar, nas 
últimas linhas, um 
fechamento sobre o 
assunto.
Fonte: SIMÕES, P. Religião e política entre alunos de Serviço Social (UFRJ). In: Religião e Sociedade, Rio de Janeiro, 2007, p. 175‑192.
Buscar fontes confiáveis para fundamentar seu estudo requer empenho. Visite bibliotecas locais, 
pesquise pela temática que tem interesse em estudar. Talvez procure por livros que não encontrará em 
bibliotecas, então poderá adquiri‑los em livrarias especializadas, as quais costumam encomendar, caso 
não tenham no estoque no momento. Além das livrarias que vendem livros novos, há os sebos que são 
comércios de livros usados, onde você poderá trocar livros que não utilizará mais ou mesmo comprar 
por valor bem mais acessível. A internet também é uma fonte inesgotável de conteúdos que poderá ser 
fonte complementar. No entanto não poderá produzir seu projeto de pesquisa, seu TCC e até um artigo 
científico somente com base em sítios, porque há muitos trabalhos não confiáveis disponíveis.
6.3.3.2 Aspectos éticos envolvidos
Todo cidadão segue várias legislações, normatizações, tudo em prol da organização social. Além das 
legislações comuns a todos os cidadãos, a maioria dos conselhos profissionais elabora um Código de 
Ética Profissional específico, regulamentando direitos e deveres peculiares à categoria a que se destina. 
Por exemplo, o Serviço Social, possui o Código de Ética Profissional do Assistente Social. Levantamos 
aqui essa discussão devido à grande ocorrência de crimes contra os direitos autorais. Esse assunto é 
muito corriqueiro no mundo musical, assim como na literatura e obras bibliográficas em geral. Consegue 
identificar o que há de comum entre a música e o livro? É justamente a ideia do autor que os escreveu 
que é usurpada por outrem.
O Conselho Federal de Serviço Social publicou o Código de Ética do Assistente Social, do qual 
destacamos, principalmente, o previsto no artigo 3º: “desempenhar suas atividades profissionais, 
com eficiência e responsabilidade, observando a legislação em vigor”. A mesma lei, em seu artigo 4º, 
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expõe quanto às vedações ao assistente social, “é proibido assinar ou publicar em seu nome ou de 
outrem trabalhos de terceiros, mesmo que executados sob sua orientação”. As legislações são formas 
histórico‑sociais de organização da sociedade. Além de outras leis existentes, observe a Lei nº. 9.610, a 
qual dispõe acerca da legislação dos direitos autorais. Em seu artigo 24, são mencionados os direitos 
morais do autor, entre eles: o de ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional indicado ou anunciado, 
como sendo o do autor, na utilização de sua obra.
Diante do exposto, seja ético e evite maiores complicações. No seu Trabalho de Conclusão de Curso, 
identifique as fontes consultadas. Primeiramente deve‑se compreender que citar não é costurar. Segundo as 
Normas Brasileiras de Referências‑NBR 10520s, citadas por Boaventura (2004, p. 80), citação “é a menção de 
uma informação citada por outra fonte”. Podemos transcrever um trecho literalmente, como também podemos 
comentar a ideia do autor consultado. Ou seja, pode ser uma citação direta ou indireta, respectivamente. Caso 
a citação direta ultrapasse três linhas, deverá apresentar uma formatação diferenciada: 4 cm de margem, 
espaço simples e fonte 10. As citações diretas curtas devem ser apresentadas entre aspas, como se fosse a 
narração da fala do autor consultado. As citações diretas são as únicas em que o número da página em que 
se encontra o trecho citado deverá ser mencionado, seja uma citação curta ou longa. Nas citações indiretas, 
indican‑se apenas o autor e o ano da fonte, sem o número da página. Quando o nome do autor estiver entre 
parênteses, será em letras maiúsculas; e fora dos parênteses somente as iniciais serão maiúsculas.
Acompanhe os tipos de citações que você poderá utilizar em seu TCC:
a) Citação direta curta
Exemplo:
“A ciência é baseada no que podemos ver, ouvir, tocar, etc. Opiniões ou preferências pessoais e 
suposições especulativas não tem lugar na ciência” (CHALMERS, 1993, p. 22).
b) Citação direta longa (com mais de três linhas)
Exemplo:
A ciência é baseada no que podemos ver, ouvir, tocar etc. Opiniões ou 
preferências pessoais e suposições especulativas não tem lugar na ciência. 
A ciência é objetiva. O conhecimento científico é conhecimento confiável 
porque é conhecimento provado objetivamente. (CHALMERS, 1993, p. 22).
c) Citação indireta
Exemplo:
As políticas de redução da pobreza são seletivas, ou seja, procuram por meio da discriminação positiva 
focar como beneficiárias apenas as pessoas que estejam próximas ou no patamar da miserabilidade, 
normalmente definido em termos de baixos níveis de renda (ABRANCHES et al, 1987).
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Exemplo:
As políticas de redução da pobreza são seletivas, ou seja, procuram por meio da discriminação 
positiva focar como beneficiárias apenas as pessoas que estejam próximas ou no patamar da 
miserabilidade, normalmente definido em termos de baixos níveis de renda, conforme explica 
Abranches et al (1987).
Como você observou, nas citações indiretas, a indicação da fonte pode vir entre parênteses ou 
não, dependendo de como você escreve o texto. Independente do modelo de citação a ser adotado, é 
necessário que elas tenham relação com os parágrafos antecedentes e posteriores. Evite deixar citações 
que não contribuam com as reflexões que você está instigando. Elas podem prejudicar todo o seu 
trabalho, caso não sejam colocadas em um contexto. Escrever utilizando citações não significa apenas 
colocá‑las em algum lugar do texto, elas precisam estar relacionadas com que você está debatendo no 
texto, reforçando suas ideias e todo seu trabalho de pesquisa.
Lembre‑se de que, em muitas instituições, já há programas próprios para se detectar se 
há cópias de texto sem as devidas fontes. Tais programas são chamados de farejadores. Eles 
conseguem pesquisar na internet se há textos ou parte deles iguais em qualquer site. Assim, com 
facilidade, descobre‑se quando há plágios em trabalhos científicos. Além disso, a Lei nº. 9.610, de 
19 de fevereiro de 1998, garante ao autor os direitos morais e patrimoniais sobre a obra que criou. 
Traz em seu bojo o que é permitido e proibido a título de reprodução e quais as sanções civis a 
serem aplicadas aos infratores. Também protege o autor do texto a Lei nº. 10.695/2003,

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