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AP v3 Custos Operacionais do Transporte de Cargas 25042017 compilado

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Custos 
Operacionais 
do Transporte 
de Cargas
SEST - Serviço Social do Transporte
SENAT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
Qualquer parte dessa obra poderá ser reproduzida,
desde que citada a fonte.
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0800 728 2891
ead.sestsenat.org.br
CDU 347.795.3
122 p. :il. – (EaD)
Curso on-line – Custos Operacionais no Transporte de 
Cargas – Brasília: SEST/SENAT, 2017.
1. Transporte de carga. 2. Empresa de transporte - 
custo operacional. I. Serviço Social do Transporte. II. 
Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. III. 
Título.
3
Sumário
Apresentação 7
Módulo 1 8
Unidade 1 | Tendências do Custeio do Transporte de Cargas 9
1. Introdução 11
2. Custos do Transporte 12
3. Tarifas do Transporte 12
4. Custos e Componentes de Tempo 13
5. Tipos de Custos de Transporte 14
Glossário 16
Atividades 17
Referências 19
Unidade 2 | Introdução à Análise de Informações Financeiras 20
1. Introdução às Informações Financeiras 22
1.1. Informações Patrimoniais 22
1.2. Informações de Resultados 24
2. Estruturação Básica de Custos 26
Glossário 28
Atividades 29
Referências 30
Unidade 3 | Introdução à Análise de Custos 31
1. Introdução 33
2. Tipologias de Custos 34
2.1. Custos Operacionais 34
2.2. Custos não Operacionais 35
2.3. Custos Fixos 36
2.4. Custos Variáveis 36
2.5. Comparação de Custos Fixos e Variáveis 36
4
2.6. Classificação Conjunta de Custos 39
Glossário 40
Atividades 41
Referências 42
Unidade 4 | Fundamentos dos Custos Operacionais do Transporte de Cargas 43
1. Fatores Externos que Infuenciam os Custos do Transporte de Cargas 45
2. Fatores sob Intervenção Governamental e Condições do Mercado 
que Infuenciam os Custos do Transporte de Cargas 46
3. Custos Operacionais do Transporte de Cargas 47
4. Estrutura Geral de Custos Operacionais do Transporte de Cargas 48
Glossário 50
Atividades 51
Referências 52
Módulo 2 53
Unidade 5 | Análise do Ponto de Equilíbrio Operacional 54
1. Introdução à Análise do Ponto de Equilíbrio 56
2. Ponto de Equilíbrio Operacional 56
2.1. Exemplo de Cálculo do Ponto de Equilíbrio Operacional 59
Glossário 61
Atividades 62
Referências 63
Unidade 6 | Análise dos Pontos de Equilíbrio Econômico e Financeiro 64
1. Introdução à Margem de Contribuição 66
Glossário 71
Atividades 72
Referências 74
Unidade 7 | Análise do Ponto de Equilíbrio de Serviços Múltiplos 75
1. Ponto de Equilíbrio Operacional de Serviços Múltiplos 77
1.1. Exemplo de Ponto de Equilíbrio para Serviços Múltiplos 78
5
2. Ponto de Equilíbrio Econômico de Serviços Múltiplos 80
3. Ponto de Equilíbrio Financeiro de Serviços Múltiplos 81
Glossário 83
Atividades 84
Referências 85
Unidade 8 | Análise do Grau de Alavancagem 86
1. Introdução ao Efeito da Alavancagem 88
2. Grau de Alavancagem Operacional 89
3. Grau de Alavancagem Financeira 91
4. Grau de Alavancagem Combinada 92
Glossário 94
Atividades 95
Referências 96
Módulo 3 97
Unidade 9 | Sistema de Custeio Tradicional 98
1. Introdução aos Sistemas de Custeio 100
2. Sistema de Custeio por Absorção 101
3. Sistema de Custeio por Absorção Aplicado ao Transporte de Cargas 103
Glossário 106
Atividades 107
Referências 109
Unidade 10 | Sistema de Custeio Baseado em Atividades 110
1. Introdução ao Sistema de Custeio Baseado em Atividades 112
2. Etapas do Sistema de Custeio Baseado em Atividades 113
3. Exemplo de Aplicação do Sistema de Custeio Baseado em Atividades 113
3.1. Aplicação do Sistema de Custeio Tradicional 114
3.2. Aplicação do Sistema de Custeio por Atividade 114
3.3. Comparação entre os Dois Sistemas de Custeio 116
6
Glossário 118
Atividades 119
Referências 121
7
Apresentação
Prezados alunos
Este curso destina-se a capacitar os profissionais da área de transportes e logística, 
com o objetivo de estruturar e analisar os custos operacionais do transporte de cargas.
O curso será apresentado em 50 horas-aula, distribuídas em dez unidades:
• Unidade 1: • Tendências do custeio do transporte de cargas
• Unidade 2: • Introdução à análise de informações financeiras
• Unidade 3: • Introdução à análise de custos
• Unidade 4: • Fundamentos dos custos operacionais do transporte de cargas
• Unidade 5: • Análise do ponto de equilíbrio operacional
• Unidade 6: • Análise dos pontos de equilíbrio econômico e financeiro
• Unidade 7: • Análise do ponto de equilíbrio de serviços múltiplos
• Unidade 8: • Análise do grau de alavancagem
• Unidade 9: • Sistema de custeio tradicional
• Unidade 10: • Sistema de custeio baseado em atividades
No início de cada unidade você tomará conhecimento sobre os objetivos que se 
pretende alcançar e do conteúdo que será apresentado.
Por fim, ao longo das unidades, o aluno encontrará situações extraídas do cotidiano, 
conceitos, exercícios de fixação e atividades de aprendizagem.
Desejamos sucesso em seus estudos!
 
Custos 
Operacionais 
do Transporte 
de Cargas
MÓDULO 1
9
UNIDADE 1 | TENDÊNCIAS DO 
CUSTEIO DO TRANSPORTE DE 
CARGAS
10
Unidade 1 | Tendências do Custeio do Transporte 
de Cargas
 f Você sabia quais são as tendências do transporte de cargas, incluindo as demais modalidades? Você percebeu que o mundo dos negócios e a economia ditam as regras do setor de 
transportes?
Nesta unidade trataremos das tendências do custeio do transporte de cargas, visando um 
entendimento geral sobre o tema.
Ao longo desta unidade serão apresentadas tendências sobre os custos do transporte e 
seus condicionantes, no âmbito geral dos modos de transporte.
Fonte: www.shutterstock.com
11
1. Introdução
 c
Os sistemas de transporte confrontam-se, constantemente, 
com exigências para aumentar sua eficiência e reduzir os custos 
aos usuários —indivíduos, empresas, instituições e governos. 
Todos esses usuários têm de negociar nas transferências 
de lugar dos bens, pessoas, informação e capital, porque os 
fornecedores, sistemas de distribuição, tarifas, salários, locais 
e técnicas de marketing, assim como os custos de combustíveis, 
mudam com grande frequência.
Existem também custos envolvidos na obtenção de informação, negociação e ajuste de 
contratos e transações, que são muitas vezes referidos como o custo de fazer negócios. 
Os negócios envolvem custos de transação — que todos os agentes se preocupam em 
reduzir, que repercutem no crescimento da participação dos recursos consumidos pela 
economia.
Frequentemente, empresas e indivíduos devem tomar decisões sobre como movimentar 
cargas através do sistema de transportes. Essa escolha tem sido consideravelmente 
ampliada no contexo da produção de bens de consumo de maior valor, como os 
eletrônicos, e nas técnicas de produção menos volumosas. Não é incomum que os 
custos de transporte respondam por cerca de 10% do custo total de um produto. Assim, 
a escolha do modo de transporte deve considerar as origens e destinos, que se tornam 
importantes e dependem de fatores como a natureza dos produtos, a disponibilidade 
de infraestrutura, tecnologia e, particularmente, as respectivas distâncias. Em conjunto, 
esses elementos definem os custos de transporte.
12
2. Custos do Transporte
Os custos do transporte são medidas monetárias daquilo que o 
fornecedor deve pagar para produzir serviços de transporte. Esses 
custos são fixos (de infraestrutura) e variáveis (operacionais), 
dependendo de uma variedade de condições relacionadas à 
geografia, infraestrutura, barreiras administrativas, energia 
e sobre como os passageiros e cargas são transportados. Três 
componentes principais impactam os custos de transporte 
— os componentes relacionados às transações, embarques e 
sensibilidadeà distância.
Os custos de transporte têm impactos significativos na estrutura das atividades 
econômicas, assim como sobre os negócios internacionais. Evidências de trabalhos de 
pesquisa científica (GEOTRANS, 2015) apontam que o aumento de 10% nos custos de 
transporte reduz o volume de negócios em mais de 20% e que a qualidade geral da 
infraestrutura de transporte pode responder por metade da variação nos custos de 
transporte. Em um ambiente competitivo, onde o transporte é um serviço que pode 
ser negociado, os custos de transporte são influenciados pelas respectivas tarifas 
praticadas pelas empresas de transporte.
3. Tarifas do Transporte
As tarifas são os preços dos serviços de transporte pagos 
pelos usuários. Elas são os custos monetários negociados para 
movimentar uma unidade de carga entre uma origem específica 
e um destino.
13
As tarifas são frequentemente visíveis aos consumidores, pois os fornecedores de 
transportes devem fornecer essa informação para assegurar as transações. Essas 
tarifas podem não necessariamente expressar os custos reais do transporte.
A diferença entre as tarifas e os custos resultam em lucro ou prejuízo do prestador do 
serviço. Considerando os componentes dos custos de transporte mencionados, definir 
a tarifa é uma tarefa complexa e sujeita a mudanças constantes.
No transporte de cargas, as tarifas são sujeitas à pressão da concorrência. Isso significa 
que as tarifas são ajustadas de acordo com a demanda e a oferta. Elas refletem os 
custos diretamente envolvidos, como o custo do serviço, ou são determinadas pelo 
valor de uma commodity (valor do serviço). Como muitos dos atores envolvidos no 
transporte de cargas são privados, as tarifas tendem a variar, muitas vezes de forma 
significativa, mas com o objetivo de obter lucratividade.
4. Custos e Componentes de Tempo
 e
O transporte oferece uma variedade de custos e níveis de 
serviço que resultam em diferenças substanciais ao longo do 
mundo. O preço do serviço de transporte não inclui somente os 
custos monetários desembolsáveis, mas também inclui custos 
de tempo e custos relacionados a possíveis ineficiências, 
desconforto e risco (por exemplo, atrasos inesperados).
Entretanto, agentes econômicos frequentemente baseiam a escolha de um modo de 
transporte somente em parte como função do preço do transporte total.
14
Muitos dos contratantes de cargas são inicialmente 
guiados pelos custos monetários diretos, ao considerar 
o fator preço na escolha do modal de transporte. Esse 
foco estreito nos custos monetários diretos é, até 
certo ponto, devido ao fato de que os custos de tempo 
e os custos relacionados a possíveis ineficiências são 
difíceis de calcular e frequentemente podem ser 
avaliados somente após a carga ter sido entregue.
O componente tempo de transporte é uma 
consideração importante e está associada ao fator do 
serviço de transporte. Ele inclui o tempo de transporte, o tempo do pedido, a duração, 
a pontualidade e a entrega.
5. Tipos de Custos de Transporte
A mobilidade é influenciada pelos custos de transporte. Evidências de estudos 
científicos (GEOTRANS, 2015) salientam a relação entre a quilometragem anual do 
veículo e os custos do combustível, implicando que custos de combustível mais alto 
levam a uma menor quilometragem. No âmbito internacional, a duplicação dos custos 
de transporte podem reduzir os fluxos de negócios em mais de 80%. 
Quanto mais adequada for a mobilidade, mais frequentes serão os movimentos e, muito 
provavelmente, serão a maiores distâncias. Outras evidências de estudos também 
salientam que os custos de transporte tendem a ser mais altos nos estágios iniciais e 
finais de um movimento, também conhecidos como o primeiro e o último quilômetro.
Uma ampla variedade de custos de transporte podem ser considerados para os modos 
em geral:
- custos terminais: são os custos relacionados ao carregamento, transbordo e 
descarregamento. Os dois maiores custos terminais podem ser considerados: o 
carregamento e o descarregamento na origem e destino, que são inevitáveis, e 
os custos intermediários (transbordo), que podem ser evitados. Em terminais 
de transporte complexos, como portos e aeroportos, os custos terminais podem 
envolver uma grande quantidade de componentes;
Fonte: www.shutterstock.com
15
- custos de linha de percurso: os custos são função da distância sobre a qual a 
unidade de carga é transportada. O peso é também uma função de custo, quando 
a carga é envolvida. Eles incluem salários, combustível e, comumemente, excluem 
os custos de transbordo;
- custos de capital: são os custos aplicados aos ativos físicos de transporte, 
principalmente de infraestrutura, terminais e veículos. Eles incluem a compra 
ou melhorias nos ativos fixos, que podem, frequentemente, ser eventos únicos. 
Como os ativos físicos tendem a depreciar ao longo do tempo, os investimentos 
de capital são requeridos em uma base regular de manutenção.
Os transportadores tomam várias decisões baseadas em sua estrutura de custos, que 
é uma função de todos os tipos de custos de transporte descritos.
Cada modalidade de transporte deve considerar variações na importância dos 
diferentes custos de transporte. Por exemplo, enquanto os custos operacionais são 
altos para o transporte aéreo, os custos terminais são significantes para o transporte 
marítimo.
 b Estudo da CNT – Confederação Nacional dos Transportes, trata da condição das rodovias brasileiras, o que tem impacto direto na qualidade do serviço prestado e na sua estrutura de custos. 
O vídeo está disponível em: http://tinyurl.com/j8zhyln. Acesso 
em: 13 dez. 2015.
16
Resumindo
Os sistemas de transporte confrontam-se constantemente com exigências 
para aumentar sua capacidade e reduzir os custos dos movimentos.
As empresas devem tomar decisões frequentes sobre como movimentar 
cargas através dos sistemas de transporte.
Os custos do transporte são medidas monetárias daquilo que o fornecedor 
deve pagar para produzir serviços de transporte.
O preço do serviço de transporte não inclui somente os custos monetários 
desembolsáveis, mas também, os custos de tempo e os custos relacionados 
a possíveis ineficiências, desconforto e risco.
Os custos de transporte, em termos gerais, abrangem os custos terminais, 
custos de linha de percurso e custos de capital.
Glossário
Complexo: difícil pelo intelecto, e que geralmente apresentam diversos aspectos.
Ineficiência: falta de eficiência; imprestabilidade, inutilidade.
Intermediários: que está no meio de ou entre dois
17
 d
1 - Quanto aos custos de transporte, assinale com V as 
alternativas verdadeiras e com F as alternativas falsas.
A) ( ) Os custos de transporte são medidas fiscais daquilo que 
o fornecedor deve pagar para produzir serviços de transporte.
B) ( ) Os três componentes principais que impactam os custos 
de transporte são os relacionados às agências de regulação, 
embarques e sensibilidade à distância.
C) ( ) Trabalhos científicos apontam que o aumento de 10% 
nos custos de transporte reduz o volume de negócios em mais 
de 20%.
D) ( ) Em um ambiente competitivo, onde o transporte é um 
serviço que pode ser negociado, os custos de transporte não 
sofrem influência das tarifas praticadas pelas companhias de 
transporte.
2 - Quanto às tarifas de transporte, assinale com V as 
alternativas verdadeiras e com F as alternativas falsas.
A) ( ) As tarifas são os preços unitários dos serviços de 
transporte de cargas pagas pelos embarcadores.
B) ( ) As tarifas são os custos monetários negociados para 
mover uma unidade de carga entre uma origem específica e 
um destino.
C) ( ) A diferença entre as tarifas e os custos resultam em 
lucro ou prejuízo do prestadordo serviço.
D) ( ) As tarifas são informações obtidas somente após o 
serviço de transporte ter sido realizado.
Atividades
18
3 - Considere os custos e componentes de tempo, analise 
as alternativas a seguir e assinale aquela que for incorreta.
A) ( ) O transporte oferece uma variedade de custos e níveis 
de serviços que são diferenciados ao longo do mundo.
B) ( ) O preço do serviço de transporte não inclui somente os 
custos monetários desembolsáveis, mas também inclui custos 
de tempo e custos relacionados a possíveis ineficiências, 
desconforto e risco.
C) ( ) O componente tempo de transporte inclui o tempo de 
transbordo, o tempo do pedido, a duração, a pontualidade e a 
entrega.
D) ( ) O componente tempo de transporte inclui o tempo de 
transporte, o tempo do pedido, a duração, a pontualidade e a 
entrega.
4 - Considere a variedade de custos de transporte e 
relacione as alternativas.
A) Custos terminais
B) Custos de linha de percurso
C) Custos de capital 
( )São função da distância sobre a qual a unidade de carga é 
transportada.
( ) São aplicados aos ativos físicos de transporte, 
principalmente infraestrutura, terminais e veículos.
( )São relacionados ao carregamento, transbordo e 
descarregamento.
19
Referências
ATKINSON, A. A. et al. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 2000.
BLANK, L.; TARQUIN, A. Engineering Economy. 6. ed. New York: McGraw-Hill, 2005.
BRIGHAM, E. F.; GAPENSKI, L. C.; ERHARDT, M.C. Administração Financeira: Teoria e 
Prática. São Paulo: Atlas, 1999.
GEOTRANS. The Geography of Transport Systems. Disponível em: <https://people.
hofstra.edu/GEOTRANS/eng/ch7en/conc7en/ch7c3en.html>. Acesso em: 20 dez. 2015.
HORNGREN, C. T. et al. Management Accounting. 5. ed. Ontario: Prentice-Hall Canada, 
2006.
MAYES, T. R.; SHANK, T. M. Financial Analysis with Microsoft Excel. Fort Worth: 
Harcourt College Publishers, 1996.
MT – Ministério dos Transportes. Projeto de Reavaliação de Estimativas e Metas 
do PNLT – Relatório Final. Brasília-DF: SPNT/MT, 2011. Disponível em: <http://www.
transportes.gov.br/images/2014/11/PNLT/2011.pdf>. Acesso em: 18 dez. 2015.
NCFRP – National Cooperative Freight Research Program. Freight Data Cost Elements 
– Report 22. New York: NCFRP, 2013.
SCOTT, A. R. The Road Transport Business: A Guide To Some Financial Aspects. 
Canberra: Australian Government Publishing Service, 1980.
20
UNIDADE 2 | INTRODUÇÃO À 
ANÁLISE DE INFORMAÇÕES 
FINANCEIRAS
21
Unidade 2 | Introdução à Análise de Informações 
Financeiras
 f Qual é sua experiência com a análise de informações financeiras? Você sabia que compreender basicamente a análise de informações financeiras é pré-requisito para 
entender a lógica dos custos de produtos ou serviços?
Nesta unidade discutiremos sobre a análise das informações financeiras que agregam o 
desempenho de todas as funções de uma empresa.
Ao longo desta unidade serão apresentadas as informações básicas sobre o balanço 
patrimonial e a demonstração de resultados.
Fonte: www.shutterstock.com
22
1. Introdução às Informações Financeiras
Este curso destina-se a oferecer os fundamentos da análise de custos operacionais do 
transporte de cargas. As informações sobre os custos estão integradas ao conjunto 
de informações financeiras de uma empresa, com o objetivo de proporcionar a análise 
do desempenho total, bem como para dar suporte à formação de preços dos bens e 
serviços a serem ofertados.
Em sentido mais amplo, as informações sobre custos estão integradas aos sistemas de 
informações financeiras globais que, do ponto de vista fiscal, estão divididas em dois 
grandes grupos:
- informações patrimoniais;
- informações de resultados.
1.1. Informações Patrimoniais
 e
 
As informações patrimoniais dizem respeito à origem e à 
aplicação dos recursos. 
Tomando por base o caso hipótetico de uma empresa transportadora de cargas 
rodoviárias e utilizando a estrutura de demonstrações financeiras proposta por 
Brigham et al., 1999, tem-se a seguinte estrutura patrimonial:
Caso hipotético: Empresa de Transporte de Cargas
Ativos ($) % Passivos e Patrimônio Líquido ($) %
Ativo Circulante 2.000.000 9,1% Passivo Circulante 2.000.000 9,1%
Ativo Fixo 20.000.000 90,9% Exigível de Longo Prazo 2.000.000 9,1%
Patrimônio Líquido (PL) 18.000.000 81,8%
Ativo Total 22.000.000 100,0% Passivo Total + PL 22.000.000 100,0%
23
A coluna da esquerda, correspondente aos Passivos e Patrimônio Líquido, refere-se à 
origem/fonte dos recursos da empresa, onde:
- passivo circulante: corresponde às obrigações que a empresa precisa honrar 
(pagar) no curto prazo, abrangendo em geral itens como fornecedores, salários 
e impostos. No caso hipotético, essa conta tem o valor de $ 2.000.000,00;
- exigível de longo prazo: refere-se às obrigações com os recursos financeiros 
tomados por empréstimo de bancos e de terceiros, as quais demandam o 
pagamento de juros sobre o capital emprestado. No caso hipotético, essa conta 
tem o valor de $ 2.000.000,00;
- patrimônio líquido: corresponde ao capital que os acionistas depositaram na 
empresa, que por essa razão também é conhecido como o capital próprio. No 
caso hipotético, o capital próprio é no montante de $ 18.000.000,00.
A coluna da direita, correspondente aos Ativos, refere-se à aplicação dos recursos ou 
investimentos da empresa, onde:
- ativo circulante: corresponde aos direitos que a empresa tem a receber ou a 
realizar no curto prazo, abrangendo itens como caixa, saldos bancários, contas a 
receber e estoques. No caso hipotético, essa conta tem o valor de $ 2.000.000,00;
- ativo fixo: refere-se à aplicação dos recursos em ativos permanentes, como o 
edifício da administração e armazém, máquinas, equipamentos, empilhadeiras, 
caminhões e carrocerias. No caso hipotético, essa conta tem o valor de $ 
20.000.000,00.
Ao analisarmos as contas patrimoniais da empresa hipotética, verifica-se um alto grau 
de imobilização, pois quase 91% de seus ativos estão imobilizados (ativos fixos). Além 
disso, a empresa financia a maior parte de seus investimentos com o dinheiro de seus 
sócios (PL = R$ 18.000.000,00), o que a torna pouco alavancada em termos financeiros.
O conceito de alavancagem financeira corresponde ao uso de 
capital de terceiros com remuneração explícita (juros) como 
fonte de recursos para financiamento dos investimentos da 
empresa.
24
No caso hipotético, a empresa é pouco alavancada, pois somente 9,1% de seus ativos 
são financiados com capital de terceiros (exigível de longo prazo). O exigível de longo 
prazo é composto somente por obrigações com taxas de juros explícitas, que se 
referem ao serviço da dívida contraída pela empresa, enquanto capital de terceiros.
Embora a empresa também seja financiada pelo passivo circulante, o qual também 
pode conter obrigações com taxas de juros explícitas como as despesas financeiras 
de curto prazo, neste curso e de forma simplificada, vamos considerar que somente o 
exigível de longo prazo tem essa característica de fonte de capital de terceiros.
1.2. Informações de Resultados
Em termos de demonstração de resultados, a empresa hipotética tem o seguinte 
quadro financeiro no encerramento de um exercício fiscal (31/12) qualquer:
Este é um quadro que mostra o fluxo total de receitas e despesas ocorridas durante o 
exercício fiscal, abrangendo o período decorrido entre 01 de janeiro a 31 de dezembro. 
Algumas explicações sobre as contas seguem abaixo:
- receita de fretes: a receita de fretes corresponde à receita operacional líquida 
e diz respeito ao volume financeiro faturado com os serviços prestados durante 
o exercício fiscal. Esse valor é o valor do faturamento líquido dos impostos que 
incidem sobre os clientes e que são repassadosao fisco municipal, estadual ou 
federal;
Caso hipotético: Empresa de Transporte de Cargas - Exercício Findo
Receitas e Despesas ($) Realizado %
Receita de Fretes (Receita Operacional Líquida/ROL) 3.500.000 100,00%
 Custo dos Serviços Prestados -500.000 14,29%
 Despesas Gerais e Administrativas -200.000 5,71%
 Depreciação -2.000.000 57,14%
Lucro Operacional (LAJIR) 800.000 22,86%
 Despesas Financeiras (J) -300.000 8,57%
Lucro Antes do Imposto de Renda (LAIR) 500.000 14,29%
 Imposto de Renda e Contribuição Social (IR) -175.000 5,00%
Lucro Líquido (LL) 325.000 9,29%
25
- custo dos serviços prestados: abrangem sobretudo os custos operacionais 
incorridos para subsidiar a prestação do serviço de frete;
- despesas gerais e administrativas: envolvem os gastos com a gestão da empresa;
- depreciação: refere-se à aplicação de uma taxa fornecida pela receita federal 
para cada item do ativo fixo (permanente), que pode ser deduzida como despesa, 
produzindo um efeito de redução do imposto de renda a pagar. A depreciação 
não representa um desembolso efetivo de caixa e sua finalidade é a de prover 
um fundo para substituição dos ativos fixos em função de sua obsolescência 
econômica, físico-química e tecnológica.
- lucro operacional: esse lucro, também conhecido como lucro antes dos juros 
e do imposto de renda (LAJIR), sintetiza o ganho líquido com a exploração da 
atividade operacional à qual a empresa está afeta;
- despesas financeiras: correspondem ao pagamento dos juros sobre os 
empréstimos obtidos junto aos bancos e aos credores em geral, enquanto capital 
de terceiros;
- lucro antes do imposto de renda (LAIR): é a base de lucro tributável;
- imposto de renda e contribuição social: são a tributação federal sobre a renda 
auferida pela empresa, com uma taxa em torno de 35% sobre o lucro tributável 
(LAIR);
- lucro líquido: é a lucratividade final obtida pela empresa em seu negócio. Parte 
desse valor é distribuída aos proprietários ou acionistas na forma de dividendos, 
e outra parte é retida na conta de reservas de lucros.
O quadro correspondente à demonstração de resultados contém uma coluna que 
compõe a participação de cada conta em relação à ROL. No caso hipotético, o lucro 
operacional corresponde a 22,86% da receita, enquanto que o LAIR refere-se a 14,29% 
da receita, e o lucro líquido corresponde a 9,29% da ROL. A priori, a interpretação 
desses percentuais de lucro em relação à receita parecem mostrar uma situação 
favorável à empresa. No entanto, o ideal é obter os dados financeiros das empresas 
concorrentes, a fim de fazer uma comparação e identificar se os percentuais de lucros 
obtidos estão coerentes com o que ocorre no setor.
26
2. Estruturação Básica de Custos
 c
A estrutura geral da demonstração de resultados sistematiza 
os gastos operacionais em três contas: custos dos serviços 
prestados, despesas gerais e administrativas e depreciação.
Essa forma de sistematização dos gastos operacionais pode sofrer alterações para 
favorecer a análise de custos, por meio da aplicação de técnicas apropriadas.
 a
Uma forma de sistematização informacional que produz 
análises consistentes é a segregação da massa de gastos 
operacionais em custos fixos e variáveis, como pode ser visto 
no quadro de demonstração de resultados ajustado.
Os custos fixos no montante de $ 2.250.000,00 incluem a depreciação, as despesas 
gerais e administrativas e parte dos custos dos serviços prestados. Já os custos variáveis 
abrangem a maior parte dos custos dos serviços prestados. É importante destacar que 
essa forma de distribuição da massa de gastos foi específica ao caso hipotético e não 
representa uma regra geral.
Caso hipotético: Empresa de Transporte de Cargas - Exercício Findo
Receitas e Despesas ($) Realizado %
Receita de Fretes (Receita Operacional Líquida/ROL) 3.500.000 100,00%
 Custos Fixos (F) -2.250.000 64,29%
 Custos Variáveis (VT) -450.000 12,86%
Lucro Operacional (LAJIR) 800.000 22,86%
 Despesas Financeiras (J) -300.000 8,57%
Lucro Antes do Imposto de Renda (LAIR) 500.000 14,29%
 Imposto de Renda e Contribuição Social (IR) -175.000 5,00%
Lucro Líquido (LL) 325.000 9,29%
27
A próxima unidade apresenta uma introdução sobre a análise de custos, o que permitirá 
compreender com maior profundidade os conceitos de custos fixos e variáveis, aqui 
utilizados.
 b A análise das demonstrações financeiras é crucial para acompanhar o desempenho das empresas. O representante do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo discute 
sobre a importância da contabilidade na gestão das empresas, 
no vídeo que está disponível em: http://tinyurl.com/z7ssq4s. 
Acesso em: 20 dez. 2015.
Resumindo
As informações financeiras sistematizam toda a complexidade de uma 
empresa ao critério econômico-financeiro.
As informações financeiras são divididas em informações patrimoniais e 
informações de resultados.
As informações patrimoniais estão sintetizadas no balanço patrimonial, 
que discrimina a origem/fonte e a aplicação/investimento dos recursos.
As informações de resultados mostram o fluxo de receitas e despesas ao 
longo do exercício fiscal, culminando com a lucratividade líquida.
A massa de gastos operacionais inclui os custos dos serviços prestados, as 
despesas gerais e administrativas e a depreciação.
28
Glossário
Abrangendo: gerúndio do verbo abranger. Que está contendo, incluindo.
Hipotético: baseado em suposição, duvidoso, incerto.
Tributável: que pode ser alvo de tributos, de impostos exigidos pelo Estado
Obsolescência: é a condição que ocorre a um produto ou serviço que deixa de ser útil, 
mesmo estando em perfeito estado de funcionamento
29
 d
1 - Monte um balanço patrimonial a partir das seguintes informações 
financeiras:
- ativo circulante = $ 5.000.000,00
- ativo permanente = $ 40.000.000,00
- passivo circulante = $ 2.000.000,00
- exigível de longo prazo = $ 10.000.000,00
2 - Considerando o exercício anterior (1):
A) Calcule o percentual de cada conta do ativo em comparação ao ativo total.
B) Calcule o percentual de cada conta do passivo em comparação ao passivo 
total e patrimônio líquido.
C) Considerando que o grau de imobilização médio do setor é de 70%, e o 
grau de endividamento de longo prazo médio do setor é de 20%, analise o 
desempenho da empresa no âmbito setorial.
3 - Monte uma demonstração de resultados a partir das seguintes 
informações financeiras:
- ROL = $ 6.500.000,00
- Custo dos serviços prestados = $ 700.000,00
- Despesas gerais e administrativas = $ 200.000,00
- Depreciação = $ 4.000.000,00
- Despesas financeiras = $ 1.500.000,00
- Alíquota do IR = 35% sobre o lucro tributável
4 - Considerando o exercício anterior (3), calcule o percentual de 
cada conta da demonstração de resultado em comparação à receita 
operacional líquida, e indique se o negócio é rentável se comparado com 
o percentual de lucro médio de 10% da ROL.
Atividades
30
Referências
ATKINSON, A. A. et al. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 2000.
BLANK, L.; TARQUIN, A. Engineering Economy. 6. ed. New York: McGraw-Hill, 2005.
BRIGHAM, E. F.; GAPENSKI, L. C.; ERHARDT, M.C. Administração Financeira: Teoria e 
Prática. São Paulo: Atlas, 1999.
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hofstra.edu/GEOTRANS/eng/ch7en/conc7en/ch7c3en.html>. Acesso em: 20 dez. 2015.
HORNGREN, C. T. et al. Management Accounting. 5. ed. Ontario: Prentice-Hall Canada, 
2006.
MAYES, T. R.; SHANK, T. M. Financial Analysis with Microsoft Excel. Fort Worth: 
Harcourt College Publishers, 1996.
MT – Ministério dos Transportes. Projeto de Reavaliação de Estimativas e Metas 
do PNLT – Relatório Final. Brasília-DF: SPNT/MT, 2011. Disponível em: <http://www.
transportes.gov.br/images/2014/11/PNLT/2011.pdf>.Acesso em: 18 dez. 2015.
NCFRP – National Cooperative Freight Research Program. Freight Data Cost Elements 
– Report 22. New York: NCFRP, 2013.
SCOTT, A. R. The Road Transport Business: A Guide To Some Financial Aspects. 
Canberra: Australian Government Publishing Service, 1980.
31
UNIDADE 3 | INTRODUÇÃO À 
ANÁLISE DE CUSTOS
32
Unidade 3 | Introdução à Análise de Custos
 f Qual é sua experiência com a mensuração e análise de custos? Você sabia que o planejamento e controle dos serviços de transporte de cargas contam com a contabilidade de custos 
para ter uma ideia de seus custos reais e, assim, poderem 
estimar sua lucratividade?
Nesta unidade discutiremos sobre a estruturação e análise de custos, de forma geral.
Ao longo desta unidade serão apresentadas as informações básicas sobre custos e suas 
classificações mais utilizadas.
Fonte: www.shutterstock.com
33
1. Introdução 
Uma definição formal de custos é apresentada por Atkinson 
et al., 2000, para quem os custos são definidos como o valor 
rmonetário de bens e serviços gastos para se obter benefícios 
reais ou futuros.
Há, ainda, diferenças entre custos e despesas, diferenças essas que estão bastante 
associadas à ocorrência temporal e ao regime de competência.
 e
O regime de competência refere-se ao lançamento das receitas 
e gastos nos registros contábeis. Por exemplo, a receita de uma 
venda ocorrida no início do mês de dezembro é totalmente 
contabilizada nesse próprio mês, mesmo que na negociação 
tenha sido dado um prazo de 30 dias para o pagamento 
correspondente. Ou seja, em termos de fluxos contábeis, a 
receita da operação entrou na empresa em dezembro. Mas, 
em termos de fluxos monetários, a operação somente terá 
efeito no caixa da empresa no mês de janeiro, e se não houver 
inadimplência do comprador.
Neste curso os gastos, sejam eles custos ou despesas, serão 
tratados de forma padronizada como custos. Essa forma de 
tratamento dos gastos é necessária, pois favorece a aplicação 
das ferramentas analíticas que serão apresentadas.
34
2. Tipologias de Custos
De acordo com Atkinson et al., 2000, os custos podem ser classificados de acordo com 
as funções empresariais, e correspondem a dois grupos:
- custos operacionais: que se dividem em diretos e indiretos;
- custos não operacionais.
Segundo Mayes e Shank (1996), os custos também podem ser classificados de acordo 
com seu comportamento diante da escala de produção, resultando em:
- custos fixos;
- custos variáveis.
2.1. Custos Operacionais
 c
A classificação dos custos operacionais é importante para que 
se possa mensurar a contribuição que cada produto ou serviço 
gera à lucratividade da empresa.
Os custos operacionais são os gastos incorridos na transformação da matéria-prima 
em produto acabado ou nos esforços para a produção do serviço.
Esses custos são divididos em diretos e indiretos, da seguinte forma:
- custos operacionais diretos: podem ser atribuídos diretamente ao produto ou 
serviço, como por exemplo:
• custos de material direto (matérias-primas);
35
• custos de mão de obra direta;
• custos com a energia dos equipamentos de produção.
- custos operacionais indiretos: são os gastos incorridos para fornecer os recursos 
necessários para realizar diversas atividades que dão suporte à produção de 
diversos produtos ou serviços, como por exemplo:
• salários e benefícios dos supervisores;
• salários do pessoal de suporte à produção, como da programação e controle 
da•produção;
• salários dos inspetores de qualidade.
2.2. Custos não Operacionais
Os custos não operacionais abrangem todos os demais gastos corporativos, como por 
exemplo:
- custos de distribuição;
- custos de vendas;
- custos de divulgação;
- custos com pesquisa e desenvolvimento;
- custos gerais e administrativos.
36
2.3. Custos Fixos
Esses custos permanecem constantes, independente da quantidade produzida pela 
empresa e dentro de um determinado nível de produção. Os custos fixos por unidade 
de produto declinam quando há aumento no nível de produção.
Exemplos de custos fixos incluem aluguéis, salários da administração e a depreciação.
2.4. Custos Variáveis
Custos variáveis são aqueles custos para os quais se espera uma variação na mesma 
proporção da variação no nível de produção. Os custos variáveis são constantes em 
termos unitários, o que faz com que o aumento nas quantidades produzidas acarrete 
um aumento nos custos variáveis totais.
Exemplos de custos variáveis incluem as comissões dos vendedores, custos de matérias-
primas e salários diretos.
2.5. Comparação de Custos Fixos e Variáveis
Uma ilustração sobre os custos fixos e variáveis consta na tabela a seguir.
Q V VT F CT
0 10,00 0,00 10.000,00 10.000,00
200 10,00 2.000,00 10.000,00 12.000,00
400 10,00 4.000,00 10.000,00 14.000,00
600 10,00 6.000,00 10.000,00 16.000,00
800 10,00 8.000,00 10.000,00 18.000,00
1.000 10,00 10.000,00 10.000,00 20.000,00
1.200 10,00 12.000,00 10.000,00 22.000,00
1.400 10,00 14.000,00 10.000,00 24.000,00
1.600 10,00 16.000,00 10.000,00 26.000,00
1.800 10,00 18.000,00 10.000,00 28.000,00
2.000 10,00 20.000,00 10.000,00 30.000,00
37
 A primeira coluna da tabela contém as quantidades produzidas (Q), em unidades físicas. 
A segunda contém o valor dos custos variáveis unitários (V), que são constantes, isto 
é, independentes da quantidade produzida. A terceira coluna mostra que os custos 
variáveis totais (VT), resultantes da multiplicação das quantidades produzidas pelo 
custo variável unitário (VT = Q*V), aumentam de acordo com o aumento na quantidade 
produzida. A quarta coluna mostra os custos fixos (F), que se mantêm constantes 
mesmo com a variação da quantidade produzida.
 e
Os custos são fixos e variáveis para determinadas escalas de 
produção. Por exemplo, uma empresa tem um volume de 
investimentos que lhe permite a produção de 1.000 unidades 
de determinado produto. Nessa escala de produção, os gastos 
com depreciação, aluguéis e outros gastos são fixos. Caso essa 
empresa opte por produzir acima de 1.000 unidades do mesmo 
produto, ela teria de fazer novos investimentos em máquinas 
e equipamentos, alugar outro galpão e incorrer em mais 
gastos fixos. Isso deslocaria o custo fixo para cima e, portanto, 
esse valor seria fixo para uma escala de produção superior às 
1.000 unidades originais. Por essa razão, em termos estritos, 
os custos na verdade são semifixos e semivariáveis.
A quinta coluna mostra os custos totais (CT), que são calculados pela soma dos custos 
fixos (F) e dos custos variáveis totais (VT). Os custos totais (CT = F + VT) têm relação 
direta com a quantidade produzida (Q).
A figura a seguir mostra os custos distribuídos no primeiro quadrante do plano 
cartesiano, o que favorece a análise.
38
No eixo das abscissas (X) tem-se as unidades produzidas (Q). No eixo das ordenadas (Y) 
tem-se os valores monetários correspondentes aos custos. Note que os custos fixos 
são constantes, apresentando uma curva paralela ao eixo X. Já os custos variáveis 
totais e os custos totais apresentam relação crescente com o aumento da quantidade 
produzida.
Uma forma de generalizar as funções de custo variável total (VT) e do custo total (CT) 
é formular suas equações de reta.
A equação de reta do custo variável total (VT) é definida como:
VT = VQ
onde o coeficiente linear (intercepto) é nulo, pois não há custo variável sem produção, 
o custo variável unitário (V) corresponde ao coeficiente angular e a quantidade (Q) é a 
variável dada.
A equação de reta do custo total (CT) é definida como:
CT = F + VQ
onde os custos fixos (F) correspondem ao coeficiente linear (intercepto), o custo 
variável unitário (V) corresponde ao coeficiente angular, e a quantidade(Q) é a variável 
dada.
0,00
5.000,00
10.000,00
15.000,00
20.000,00
25.000,00
30.000,00
35.000,00
VT
F
CT
39
2.6. Classificação Conjunta de Custos
As duas classificações de custos, i) operacionais e não operacionais e ii) fixos e 
variáveis, são indissociáveis. Como os custos operacionais são os gastos incorridos 
nas atividades diárias para produção de bens e serviços, eles incluem tanto custos 
fixos quanto variáveis em sua estrutura. Já os custos fixos e variáveis podem ser tanto 
diretos quanto indiretos.
Nesse contexto conjunto, os custos indiretos se referem à porção dos custos fixos que 
são atribuídos aos custos diretos (tipicamente na forma de um multiplicador), de forma 
a resultar na estrutura de precificação que recupera ambos os custos fixos e variáveis.
A forma de operacionalização da atribuição de custos diretos e indiretos é objeto dos 
sistemas de custeio, que serão apresentados em unidades futuras deste curso.
 
 b A análise de custos é fundamental para a atribuição apropriada do preço dos produtos, serviços e para a mensuração do desempenho da empresa. O vídeo a seguir trata da importância 
da implantação de um sistema de custos e está disponível em: 
http://tinyurl.com/jrn7yxu. Acesso em: 13 dez. 2015.
Resumindo
Os custos são definidos como o valor monetário de bens e serviços gastos 
para se obterem benefícios reais e futuros.
Os gastos agregados podem ser divididos em custos operacionais e não 
operacionais, bem como em custos fixos e variáveis.
Os custos operacionais são os gastos incorridos na transformação da 
matéria-prima em produto acabado ou nos esforços para a produção do 
serviço, e os custos não operacionais são todos os demais gastos.
40
Os custos operacionais podem ser diretos e indiretos.
Os custos diretos podem ser atribuídos diretamente aos produtos ou 
serviços.
Os custos indiretos são os gastos incorridos para fornecer os recursos 
necessários para realizar diversas atividades que dão suporte à produção 
de diversos produtos ou serviços.
Os custos fixos são constantes e independentes do volume de produção.
Os custos variáveis totais dependem do volume de produção.
Glossário
Mensuração: ato ou efeito de medir ou mensurar.
Inadimplência: falta de cumprimento de uma obrigação.
Indissociáveis: que não pode ser dissociado, separado; inseparável: parentesco 
indissociável; acordo indissociável.
41
 d
1 - Monte uma tabela para análise dos custos fixos e variáveis, 
considerando as seguintes informações:custo variável unitário 
(V) = $ 5,00
- custo fixo (F) = $ 5.000,00
- quantidade (Q) varia entre os limites de 0 e 2.000, com intervalos 
de 200 unidades
2 - Considerando o exercício anterior (1), trace no plano cartesiano 
as retas de custos fixos, custos variáveis totais e custos totais, e 
analise:
- o comportamento do custo fixo
- o comportamento do custo variável total
- o comportamento do custo total
3 - Classifique com D os custos diretos e com I os custos indiretos, 
associados aos seguintes exemplos:
A) ( ) Custos do combustível dos caminhões de entrega
B) ( ) Salários e benefícios dos supervisores do armazém de 
mercadorias
C) ( ) Salários e benefícios dos inspetores de qualidade das cargas
D) ( ) Custos dos salários dos motoristas prestadores de transporte 
de cargas
4 - Classifique com F os custos fixos e com V os custos variáveis, 
associados aos seguintes exemplos:
A) ( ) Custos do combustível dos caminhões de entrega
B) ( ) Depreciação
C) ( ) Custos dos pedágios das estradas
D) ( ) Salários e benefícios dos funcionários do departamento de 
contabilidade
Atividades
42
Referências
ATKINSON, A. A. et al. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 2000.
BLANK, L.; TARQUIN, A. Engineering Economy. 6. ed. New York: McGraw-Hill, 2005.
BRIGHAM, E. F.; GAPENSKI, L. C.; ERHARDT, M.C. Administração Financeira: Teoria e 
Prática. São Paulo: Atlas, 1999.
GEOTRANS. The Geography of Transport Systems. Disponível em: <https://people.
hofstra.edu/GEOTRANS/eng/ch7en/conc7en/ch7c3en.html>. Acesso em: 20 dez. 2015.
HORNGREN, C. T. et al. Management Accounting. 5. ed. Ontario: Prentice-Hall Canada, 
2006.
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transportes.gov.br/images/2014/11/PNLT/2011.pdf>. Acesso em: 18 dez. 2015.
NCFRP – National Cooperative Freight Research Program. Freight Data Cost Elements 
– Report 22. New York: NCFRP, 2013.
SCOTT, A. R. The Road Transport Business: A Guide To Some Financial Aspects. 
Canberra: Australian Government Publishing Service, 1980.
43
UNIDADE 4 | FUNDAMENTOS 
DOS CUSTOS OPERACIONAIS DO 
TRANSPORTE DE CARGAS
44
Unidade 4 | Fundamentos dos Custos Operacionais 
do Transporte de Cargas
 f Você conhece os custos que abrangem as operações do transporte de cargas? O que você acha de encontrá-los de uma forma estruturada e que facilita o processo gerencial e de 
tomada de decisão?
Nesta unidade discutiremos sobre a estruturação e análise de custos operacionais do 
transporte de cargas.
Ao longo desta unidade serão apresentados os fundamentos sobre a estimação dos custos 
inerentes ao transporte de cargas.
Fonte: www.shutterstock.com
45
1. Fatores Externos que Infuenciam os Custos do Transporte 
de Cargas
Os custos do transporte de cargas são influenciados por fatores externos que impactam 
os recursos usados na atividade. Segundo relatório do Programa de Pesquisa da 
Cooperativa Nacional de Fretes (NCFRP, 2013), esses fatores externos incluem:
- Modelos de negócios: o setor de transporte de cargas é muito heterogêneo e 
complexo, abrangendo uma ampla faixa de relações entre os tipos, usuários e 
negócios. Em função disso, muitos modelos de negócios têm sido desenvolvidos 
visando refletir as necessidades dos vários segmentos do setor:
• negócios especializados: abrange aquelas empresas especializadas, como por 
exemplo no transporte de produtos perigosos, de líquidos, de combustíveis;
• carga completa ou carga parcial;
• correios expressos.
Alguns modelos de negócios são encontrados em todos os tipos de transporte de 
cargas, enquanto outros são específicos a determinados tipos de transporte. Modelos 
diferentes enfatizam aspectos distintos do negócio e empregam várias estratégias 
para alcançar um lugar no mercado. Por exemplo, os correios expressos enfatizam as 
entregas rápidas, enquanto transportadoras pequenas de cargas completas competem 
com base no preço do frete;
- Transportadoras privadas versus contratadas: a orientação de mercado de 
uma companhia pode representar um papel importante nos custos do frete. 
No caso de transportadoras privadas – cuja missão primária é a de fornecer 
serviços auxiliares de transporte à própria empresa produtora – alguns dos 
componentes de custos podem ser divididos com outras unidades da empresa. 
Isso leva a um subsídio cruzado interno que pode mudar a estrutura do custo do 
frete. Em contraste, as transportadoras contratadas, que fornecem serviços a 
um mercado aberto, necessitam custear todos os seus gastos. Como resultado 
dessas diferenças, as transportadores privadas e contratadas provavelmente 
têm diferenças enormes em suas estruturas de custos;
46
- Unidades: os modelos de negócios usualmente convertem os custos por veículo-
quilômetro a custos por tonelada-quilômetro. Ou seja, a forma de mensurar os 
custos depende do tipo de carga transportada;
- Linhas de trajeto versus viagem: os custos de linhas de trajetos são diferentes de 
custos de viagens. Os custos de viagemsão mais amplos, incluindo carregamento, 
transbordo e descarregamento. Uma viagem costuma envolver vários modais 
de transportes além do rodoviário terrestre, como por exemplo o aquaviário 
intercontinental e o ferroviário;
- Tipo de veículo: os custos variam para cada configuração de um tipo específico 
de tansporte. Existem vários tamanhos e configurações de caminhões, cada um 
com custos e capacidade de cargas diferentes;
- Configurações do veículo: configurações múltiplas de veículos são usadas na 
movimentação de cargas. Os movimentos de caminhões podem ser com carga 
completa ou com carga parcial, por exemplo;
- Área do serviço: o custo do veículo frequentemente varia de acordo com a área 
do serviço. Por exemplo, os custos de caminhões serão diferentes para trajetos 
longos em comparação a trajetos curtos, e em áreas urbanas em comparação com 
áreas rurais. Essas diferenças costumam estar associadas aos custos dos salários 
dos motoristas, velocidade e consumo de combustível, e idade do veículo;
- Overhead: este item agrega os gastos gerais, como despesas com a administração, 
propaganda e marketing.
2. Fatores sob Intervenção Governamental e Condições do 
Mercado que Infuenciam os Custos do Transporte de Cargas
Vários fatores que estão associados às intervenções do setor público e relacionados ao 
mercado podem impactar os custos dos fretes. Alguns exemplos incluem:
47
- Volatilidade do preço do combustível: mudanças rápidas nos custos dos 
combustíveis podem impactar negativamente os custos do frete e os lucros da 
empresa, visto que muitos contratos somente permitem revisão dos preços caso 
o aumento no custo dos combustíveis alcance um valor determinado. Aumentos 
abaixo desse valor têm de ser absorvidos pelo transportador;
- Crise de trabalho: como o trabalho é um dos maiores componentes dos custos 
de uma empresa, a crise no mercado de trabalho tem um impacto significativo 
nos custos;
- Custos dos congestionamentos e disponibilidade de estacionamento nas 
áreas urbanas: existem estudos que apontam, por exemplo, que os custos 
das entregas noturnas são menores do que as entregas feitas durante o dia, 
especialmente pelo tempo perdido nos engarrafamentos e pela disponibilidade 
de estacionamentos;
- Expansão urbana: conforme as áreas urbanas crescem, os preços das terras nos 
arredores também aumentam, o que força os transportadores de carga a alugar 
espaços cada vez mais distantes dessas áreas. O efeito disso é que os custos 
variáveis do transporte aumentam. No entanto, os custos fixos são menores por 
causa dos preços mais baixos das áreas mais distantes.
3. Custos Operacionais do Transporte de Cargas
 e
O transporte de cargas envolve vários custos, sendo que os 
principais são os custos operacionais, o valor do tempo e os 
custos logísticos.
Neste curso daremos enfoque somente aos custos operacionais, que incluem todos os 
componentes que são derivados do fornecimento do serviço de transporte de cargas.
48
A estrutura de custos operacionais depende do modal de transporte de carga utilizado 
(vide unidade 1), que pode ser:
- rodoviário;
- ferroviário;
- aquaviário;
- dutoviário;
- aéreo.
4. Estrutura Geral de Custos Operacionais do Transporte de 
Cargas
De acordo com estudo publicado pelo Ministério dos Transportes (MT, 2011), os 
transportes regionais de cargas estão concentrados no modal rodoviário, que detém 
uma participação de cerca de 52% na matriz brasileira de distribuição modal.
Diante da importância do transporte rodoviário na distribuição modal brasileira, a 
estrutura geral de custos operacionais utilizada neste curso seguirá a lógica desse 
segmento.
A produtividade de um transportador rodoviário de cargas varia de acordo com 
fatores como distância dos trajetos, tamanho e especificações dos veículos, tamanho e 
natureza das cargas, condições das estradas e padrões da demanda.
 c
Os custos operacionais do transporte rodoviário de cargas são 
fortemente dependentes da produtividade do veículo e dos 
preços de insumos como combustível, óleo lubrificante, pneus, 
manutenção e reparos, bem como dos preços dos veículos e 
das peças de reposição.
49
Além desses elementos, a massa de gastos desse tipo de transporte também abrange 
salários e encargos dos motoristas, taxas gerais e pedágios, depreciação dos veículos 
existentes, seguros, custos administrativos, dentre outros.
Essa massa de gastos pode ser distribuída entre os custos fixos e variáveis, formando 
uma estrutura básica de custos operacionais do transporte de cargas. A alocação dos 
gastos nesses dois tipos requer um direcionador de custos, sendo que o mais utilizado 
nesse segmento é a da distância (em quilômetros) percorrida pelo veículo, como pode 
ser visto na tabela seguinte. Além desse direcionador, outro também muito utilizado é 
o de toneladas por quilômetro percorrido.
 b Os custos operacionais do transporte de carga são insumos para o cálculo dos custos logísticos. Esse vídeo relaciona a falta de infraestrutura de transportes no Brasil com os altos custos 
logísticos e está disponível em: http://tinyurl.com/gu25llc. 
Acesso em: 13 dez. 2015.
Direcionador de custos operacionais: quilômetro rodado
Item de custo
Custos variáveis (V)
Combustível
Óleo lubrificante
Pneus
Peças sobressalentes
Lavagens e graxas
Pedágios
Custos fixos (F)
Salários e encargos dos motoristas e equipe
Outros salários e encargos
Depreciação
Seguros
Taxas e impostos
Overheads e outros custos
50
Resumindo
Os fatores externos que influenciam o custo do transporte de cargas são: 
os modelos de negócios, transportadoras privadas versus contratadas, 
unidades, linhas de trajeto versus viagem, tipo de veículo, configurações 
do veículo, área do serviço, overhead.
Os fatores externos sob intervenção governamental e condições do 
mercado que influenciam o custo do transporte de cargas são: volatilidade 
do preço do combustível, crise do trabalho, custos dos congestionamentos, 
disponibilidade de estacionamento nas áreas urbanas e expansão urbana.
O transporte de cargas envolve vários custos, sendo que os principais são 
os custos operacionais, o valor do tempo e os custos logísticos.
Os custos operacionais do transporte rodoviário de cargas são fortemente 
dependentes da produtividade do veículo e dos preços de insumos como 
combustível, óleo lubrificante, pneus, manutenção e reparos, bem com dos 
preços dos veículos e das peças de reposição.
Glossário
Heterogêneo: cuja natureza é diferente; de composição diferente ou variada.
Alocação: destinação de verbas (para uma entidade ou fim específico); distribuição dos 
fatores de produção disponíveis, humanos e extra-humanos (entre firmas, indústrias 
empenhadas na produção de bens, serviços).
51
 d
1 - Dentre os fatores externos que influenciam os custos do 
transporte de cargas, assinale a alternativa incorreta:
A) ( ) Modelos de negócios
B) ( ) Linhas de trajeto versus viagem
C) ( ) Volatilidade do preço do combustível
D) ( ) Tipo de veículo
2 - Dentre os fatores sob intervenção governamental e condições 
do mercado que influenciam os custos do transporte de cargas, 
assinale a alternativa incorreta:
A) ( ) Crise do trabalho
B) ( ) Custos dos congestionamentos
C) ( ) Expansão urbana
D) ( ) Overhead
3 - Considerando os cinco modais de transporte de carga utilizados 
no Brasil, assinale a alternativa incorreta:
A) ( ) Rodoviário
B) ( ) Ferroviário
C) ( ) Metroviário
D) ( ) Dutoviário
4 - Considere os custos operacionais referidos nas alternativas 
abaixo e assinale V para aqueles que são custos variáveis e F para 
aqueles que são custos fixos: 
A) ( ) Seguros
B) ( ) Peças sobressalentes
C) ( ) DepreciaçãoD) ( ) Salários e encargos dos motoristas
Atividades
52
Referências
ATKINSON, A. A. et al. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 2000.
BLANK, L.; TARQUIN, A. Engineering Economy. 6. ed. New York: McGraw-Hill, 2005.
BRIGHAM, E. F.; GAPENSKI, L. C.; ERHARDT, M.C. Administração Financeira: Teoria e 
Prática. São Paulo: Atlas, 1999.
GEOTRANS. The Geography of Transport Systems. Disponível em: <https://people.
hofstra.edu/GEOTRANS/eng/ch7en/conc7en/ch7c3en.html>. Acesso em: 20 dez. 2015.
HORNGREN, C. T. et al. Management Accounting. 5. ed. Ontario: Prentice-Hall Canada, 
2006.
MAYES, T. R.; SHANK, T. M. Financial Analysis with Microsoft Excel. Fort Worth: 
Harcourt College Publishers, 1996.
MT – Ministério dos Transportes. Projeto de Reavaliação de Estimativas e Metas 
do PNLT – Relatório Final. Brasília-DF: SPNT/MT, 2011. Disponível em: <http://www.
transportes.gov.br/images/2014/11/PNLT/2011.pdf>. Acesso em: 18 dez. 2015.
NCFRP – National Cooperative Freight Research Program. Freight Data Cost Elements 
– Report 22. New York: NCFRP, 2013.
SCOTT, A. R. The Road Transport Business: A Guide To Some Financial Aspects. 
Canberra: Australian Government Publishing Service, 1980.
Custos 
Operacionais 
do Transporte 
de Cargas
MÓDULO 2
54
UNIDADE 5 | ANÁLISE DO 
PONTO DE EQUILÍBRIO 
OPERACIONAL
55
Unidade 5 | Análise do Ponto de Equilíbrio 
Operacional
 f Você já trabalhou com a análise de custo-volume-lucro, que também é conhecida como análise do ponto de equilíbrio? Através dessa análise é possível identificar o volume de frete a 
ser realizado com o objetivo de obter lucratividade no negócio.
Nesta unidade apresentaremos a análise de custo-volume-lucro, também conhecida como 
análise de ponto de equilíbrio.
Ao longo desta unidade serão apresentados os conceitos de ponto de equilíbrio operacional.
Fonte: www.shutterstock.com
56
1. Introdução à Análise do Ponto de Equilíbrio
A análise de custo-volume-lucro (AVL) é uma técnica que examina as variações que 
ocorrem nos lucros em resposta a mudanças nos volumes dos produtos vendidos ou 
dos serviços prestados, nos custos e preços. Os gestores costumam realizar essa análise 
para planejar os níveis futuros das atividades operacionais e fornecer informações 
sobre:
- quais são os produtos ou serviços mais relevantes;
- o volume de receitas necessário para se alcançar os níveis almejados de lucros;
- a quantidade da receita que é requerida para evitar perdas;
- quando aumentar os custos fixos;
- quando os custos fixos expõem a empresa a níveis inaceitáveis de risco.
A análise de custo-volume-lucro é operacionalizada pelo cálculo do ponto de equilíbrio 
operacional, como é descrito a seguir.
2. Ponto de Equilíbrio Operacional
O cálculo do ponto de equilíbrio operacional requer a adoção de uma estrutura de 
demonstração de resultados básica, a fim de se evidenciar o impacto da alterações nos 
preços e custos nos resultados da empresa. Dessa forma, considere-se a demonstração 
básica de resultados apresentada na unidade 2:
Demonstração Básica de Resultados
Receitas e Despesas ($)
Receita de Fretes (Receita Operacional Líquida/ROL)
 Custos Fixos (F)
 Custos Variáveis (VT)
Lucro Operacional (LAJIR)
 Despesas Financeiras (J)
Lucro Antes do Imposto de Renda (LAIR)
 Imposto de Renda e Contribuição Social (IR)
Lucro Líquido (LL)
57
Nessa demonstração básica de resultados é possível evidenciar o impacto que as 
receitas provenientes dos fretes (ROL), condicionadas pelos custos fixos (F) e variáveis 
totais (VT), ocasionam na lucratividade operacional (LAJIR).
 e
As definições estabelecidas para a classificação dos custos 
em fixos (F) e variáveis (V) seguem o direcionador de 
custos adotado, seja quilômetros rodados por veículo, seja 
quilômetros rodados por tonelada de carga transportada.
De acordo com a demonstração de resultados, o cálculo do lucro operacional é obtido 
pela equação:
(1) LAJIR = ROL - F - VT
A partir da medida de lucro operacional pode-se definir o 
ponto de equilíbrio operacional (PEO) como sendo o momento 
no qual as receitas com a prestação de serviços cobrem os 
custos correspondentes para sua realização, ponto no qual a 
lucratividade é nula.
Isso é evidenciado nas relações funcionais abaixo:
PEO → LAJIR = 0
PEO → ROL = VT + F
PEO → ROL - VT - F = 0
Considerando-se o direcionador de custos do transporte rodoviário de cargas como 
sendo os quilômetros rodados (Q), tem-se que a receita agregada (ROL) e os custos 
variáveis totais (VT) são funções desse direcionador, da seguinte forma:
58
(2)ROL = PQ
(3) VT = VQ
onde P refere-se ao preço cobrado pelo frete por quilômetro rodado e V é o custo 
variável unitário.
Substituindo a equação (1) pelos termos das equações (2) e (3), tem-se:
(4)LAJIR = PQ - VQ - F
LAJIR = Q (P - V) - F
Diante da equação (4), pode-se reformular o cálculo do ponto de equilíbrio operacional, 
para que o mesmo possa estabelecer a quantidade requerida de quilômetros rodados 
(Q*) necessária para que as receitas geradas com a prestação do serviço cubram os 
custos:
(5) PEO → LAJIR = 0
PEO → Q ( P - V ) - F = 0
PEO → Q* = F / P - V
59
2.1. Exemplo de Cálculo do Ponto de Equilíbrio Operacional
Para ilustrar a estimação do ponto de equilíbrio operacional vamos considerar um 
exemplo a partir da perspectiva de uma transportadora formada por um caminhão 
com carroceria de dois eixos, capacidade de carga de 33 toneladas e que roda em média 
4.000 km/mês. Os custos variáveis dependem do uso do veículo, e os custos fixos são 
estáveis. As estimativas dos custos fixos anuais e dos custos variáveis por quilômetro 
para operações interestaduais constam da seguinte tabela.
Essa empresa hipotética cobra R$ 5,00/km de frete. Utilizando-se a equação (5), pode-
se calcular o ponto de equilíbrio operacional em quilômetros rodados:
PEO → Q* = F / P - V
PEO → Q* = 73.584,94 = 19.639,72 Km
 5 - 1,2533
O resultado mostra que a empresa necessita realizar fretes correspondentes a 19.639,72 
km, cobrando uma média de R$ 5,00/km, a fim de cobrir seus custos operacionais. 
Como o caminhão gira em média 4.000 km/mês, o serviço prestado durante cerca de 
4,9 meses destina-se somente a cobrir os custos da empresa.
Direcionador de custos operacionais: quilômetro rodado
Item de custo Valor ($) %
Custos variáveis (V) - R$/Km 1,2533 100,00%
Combustível 0,7172 57,23%
Óleo lubrificante 0,0390 3,11%
Pneus 0,2516 20,07%
Peças sobressalentes 0,1755 14,00%
Lavagens e graxas 0,0200 1,60%
Pedágios 0,0500 3,99%
Custos fixos (F) - R$/Ano 73.584,94 100,00%
Salários e encargos dos motoristas e equipe 34.658,00 47,10%
Outros salários e encargos 10.397,40 14,13%
Depreciação 16.800,00 22,83%
Seguros 3.360,00 4,57%
Taxas e impostos 1.680,00 2,28%
Overheads e outros custos 6.689,54 9,09%
60
A tabela abaixo resume essas informações.
Para que a empresa apresente lucratividade operacional (LAJIR>0), será necessário 
prestar serviços de fretes equivalentes a mais de 19.639,72 quilômetros. Caso o 
volume de fretes por quilômetro percorrido seja inferior a 19.639,72, a empresa não 
estará cobrindo seus custos e terá um prejuízo operacional (LAJIR<0).
Veja a análise de sensibilidade do lucro operacional condicionado pelo comportamento 
dos fretes realizados por quilômetro rodado na tabela abaixo, bem como no gráfico 
seguinte.
Preço do frete por km P 5,0000 
Custo variável por km V 1,2533 
Custo fixo total por ano F 73.584,94 
Ponto de Equilíbrio Operacional Q* 19.639,72 
Q ROL F V VT CT LAJIR
0,00 0,00 73.584,94 1,25 0,00 73.584,94 -73.584,94
4.000,00 20.000,00 73.584,94 1,25 5.013,04 78.597,98 -58.597,98
8.000,00 40.000,00 73.584,94 1,25 10.026,0883.611,02 -43.611,02
12.000,00 60.000,00 73.584,94 1,25 15.039,12 88.624,06 -28.624,06
16.000,00 80.000,00 73.584,94 1,25 20.052,16 93.637,10 -13.637,10
PEO→ 19.639,72 98.198,62 73.584,94 1,25 24.613,68 98.198,62 0,00
20.000,00 100.000,00 73.584,94 1,25 25.065,20 98.650,14 1.349,86
24.000,00 120.000,00 73.584,94 1,25 30.078,24 103.663,18 16.336,82
28.000,00 140.000,00 73.584,94 1,25 35.091,28 108.676,22 31.323,78
32.000,00 160.000,00 73.584,94 1,25 40.104,32 113.689,26 46.310,74
36.000,00 180.000,00 73.584,94 1,25 45.117,36 118.702,30 61.297,70
40.000,00 200.000,00 73.584,94 1,25 50.130,40 123.715,34 76.284,66
44.000,00 220.000,00 73.584,94 1,25 55.143,44 128.728,38 91.271,62
48.000,00 240.000,00 73.584,94 1,25 60.156,48 133.741,42 106.258,58
61
O gráfico complementa a tabela anterior, mostrando que a cobrança de frete para um 
volume de quilômetros rodados inferior ao do ponto de equilíbrio leva a empresa ao 
prejuízo, enquanto que a prestação de serviços em volume de quilômetros rodados 
superior ao ponto de equilíbrio é favorável à empresa, pois situa-se em área de 
lucratividade.
 b A análise de custo-volume-lucro, também conhecida como break-even analysis, é um reconhecido instrumento de apoio ao processo decisório, como pode ser acompanhado no vídeo 
disponível em: http://tinyurl.com/huzhxl4. Acesso em: 13 dez. 
2015.
Resumindo
A análise de custo-volume-lucro (AVL) é uma técnica que examina as 
variações que ocorrem nos lucros, em resposta a mudanças nos volumes 
dos produtos vendidos ou dos serviços prestados, nos custos e nos preços.
O ponto de equilíbrio operacional estabelece a quantidade requerida de 
quilômetros rodados (Q*) necessária para que as receitas geradas com a 
prestação do serviço cubram os custos.
Glossário
Perspectiva: modo através do qual alguma coisa é representada ou vista.
62
 d
1 - Considere uma empresa de transporte de cargas que tem 
um caminhão que roda uma média de 5.000 km/mês, que 
cobra frete de $ 8,00/km e que tem a distribuição de custos 
da tabela que segue. Calcule o ponto de equilíbrio operacional 
em unidades físicas e interprete o resultado.
2 - Considere o exemplo anterior (1), calcule o ponto de equilíbrio 
operacional em unidades monetárias e interprete o resultado.
3 - Considere uma empresa de transporte de cargas que tem um 
caminhão que roda uma média de 3.500 km/mês, que cobra frete de 
$ 4,00/km e que tem a distribuição de custos abaixo. Calcule o 
ponto de equilíbrio operacional em unidades físicas, em unidades 
monetárias e interprete o resultado.
 4 - Considere o exemplo anterior (3), calcule o ponto de equilíbrio 
operacional em unidades monetárias e interprete o resultado.
Atividades
Direcionador de custos operacionais: quilômetro rodado
Item de custo Valor ($) %
Custos variáveis (V) - R$/Km 1,0400 100,00%
Combustível 0,6000 57,69%
Óleo lubrificante 0,0500 4,81%
Pneus 0,2000 19,23%
Peças sobressalentes 0,1000 9,62%
Lavagens e graxas 0,0400 3,85%
Pedágios 0,0500 4,81%
Custos fixos (F) - R$/Ano 102.061,41 100,00%
Salários e encargos dos motoristas e equipe 51.987,00 50,94%
Outros salários e encargos 15.596,10 15,28%
Depreciação 21.600,00 21,16%
Seguros 2.400,00 2,35%
Taxas e impostos 1.200,00 1,18%
Overheads e outros custos 9.278,31 9,09%
Direcionador de custos operacionais: quilômetro rodado
Item de custo Valor ($) %
Custos variáveis (V) - R$/Km 1,3450 100,00%
Combustível 0,8000 59,48%
Óleo lubrificante 0,0450 3,35%
Pneus 0,2500 18,59%
Peças sobressalentes 0,2000 14,87%
Lavagens e graxas 0,0500 3,72%
Pedágios 0,0000 0,00%
Custos fixos (F) - R$/Ano 40.884,47 100,00%
Salários e encargos dos motoristas e equipe 17.329,00 42,39%
Outros salários e encargos 5.198,70 12,72%
Depreciação 9.600,00 23,48%
Seguros 3.360,00 8,22%
Taxas e impostos 1.680,00 4,11%
Overheads e outros custos 3.716,77 9,09%
63
Referências
ATKINSON, A. A. et al. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 2000.
BLANK, L.; TARQUIN, A. Engineering Economy. 6. ed. New York: McGraw-Hill, 2005.
BRIGHAM, E. F.; GAPENSKI, L. C.; ERHARDT, M.C. Administração Financeira: Teoria e 
Prática. São Paulo: Atlas, 1999.
GEOTRANS. The Geography of Transport Systems. Disponível em: <https://people.
hofstra.edu/GEOTRANS/eng/ch7en/conc7en/ch7c3en.html>. Acesso em: 20 dez. 2015.
HORNGREN, C. T. et al. Management Accounting. 5. ed. Ontario: Prentice-Hall Canada, 
2006.
MAYES, T. R.; SHANK, T. M. Financial Analysis with Microsoft Excel. Fort Worth: 
Harcourt College Publishers, 1996.
MT – Ministério dos Transportes. Projeto de Reavaliação de Estimativas e Metas 
do PNLT – Relatório Final. Brasília-DF: SPNT/MT, 2011. Disponível em: <http://www.
transportes.gov.br/images/2014/11/PNLT/2011.pdf>. Acesso em: 18 dez. 2015.
NCFRP – National Cooperative Freight Research Program. Freight Data Cost Elements 
– Report 22. New York: NCFRP, 2013.
SCOTT, A. R. The Road Transport Business: A Guide To Some Financial Aspects. 
Canberra: Australian Government Publishing Service, 1980.
64
UNIDADE 6 | ANÁLISE DOS 
PONTOS DE EQUILÍBRIO 
ECONÔMICO E FINANCEIRO
65
Unidade 6 | Análise dos Pontos de Equilíbrio 
Econômico e Financeiro
 f Você já trabalhou com o conceito de margem de contribuição? Você sabia que, além do ponto de equilíbrio operacional, é possível calcular o volume de frete a ser realizado para alcançar metas de lucros e de 
saldo em caixa? Além dessas funcionalidades, a análise de ponto de 
equilíbrio pode apresentar um cálculo adicional voltado à definição 
de uma margem de segurança.
Nesta unidade continuaremos a discutir sobre a análise de custo-volume-lucro, sua 
derivação na margem de contribuição e sua adaptação para o cálculo dos pontos de 
equilíbrio econômico e financeiro.
Ao longo desta unidade serão apresentados o conceito de margem de contribuição e as 
aplicações do cálculo do ponto de equilíbrio para as situações econômica e financeira.
Fonte: www.shutterstock.com
66
1. Introdução à Margem de Contribuição
A quantidade P-V (preço menos custo variável unitário) é 
conhecida como margem de contribuição (MC) por unidade de 
produto ou de serviço prestado. Ela indica a contribuição de 
cada unidade de serviço prestado, neste caso, frete cobrado por 
quilômetro rodado (Q), que é destinada à cobertura dos custos 
fixos da empresa (F). 
Ajustando a equação (5) da unidade 5, pode-se tirar a prova de que a empresa hipotética 
cobre seus custos se prestar serviços de frete equivalentes a 19.639,72 km, pois:
Q* (P - V) - F = 0
19.639,72 x (5,00 - 1,25) - 73.584,94 = 0
Caso se deseje encontrar o ponto de equilíbrio operacional em unidades monetárias, 
pode-se ajustar a equação (5) para:
(6) POE($) = Q*x P
Que, após a substituição dos valores, resulta em:
POE($) = 19.639,72*5,00 = $98.198,62
sendo que esse valor de $ 98.198,62 corresponde à ROL no ponto de equilíbrio Q*. Isso 
significa que a empresa precisará prestar serviços de fretes que lhe permitam faturar 
$ 98.198,62 para cobrir seus custos.
Substituindo a equação (5) em (6), tem-se:
MC
F
P
VP
F
VP
FPPEO
%
($) )7( =
−
=
−
×=
67
Essa equação mostra que, se for conhecida a margem de contribuição como 
porcentagem do preço de venda (%MC), pode-se calcular o ponto de equilíbrio em 
unidades monetárias. No caso da empresa hipotética, como %MC é igual a 74,9348%, 
o ponto de equilíbrio em unidades monetárias equivale àquele calculado na unidade 5:
 
As informações estão sintetizadas na tabela seguinte.
 
2. Ponto de Equilíbrio Econômico
O cálculo do ponto de equilíbrio operacional foi operacionalizado ao se tornar o lucro 
operacional (LAJIR) nulo. Esse cálculo mostra que pode-se estabelecer um ponto de 
equilíbrio para níveis desejados de lucro operacional, em termos monetários, ao somar 
esse valor aoscustos fixos. O procedimento é o seguinte:
 
Percebe-se que, ao aumentar o valor do numerador, mantendo-se o denominador 
constante, ter-se-á um aumento na quantidade de serviços a serem prestados visando 
à cobertura dos custos.
62,198.98$
749348,0
94,584.73
00,5
2533,100,5
94,584.73($) ≅=
−
=
−
=
−
×=
P
VP
F
VP
FPPEO
Preço do frete por km P 5,0000 
Custo variável por km V 1,2533 
Custo fixo total por ano F 73.584,94 
Ponto de Equilíbrio Operacional Q* 19.639,72 
Ponto de Equilíbrio em $ (ROL*) 98.198,62 
Margem de Contribuição 74,9348%
Ponto de Equilíbrio em $ 98.198,62 
 
VP
LAJIRFQ meta
−
+
=*econômico )8(
68
Para ilustrar a estimação do ponto de equilíbrio econômico vamos considerar o mesmo 
exemplo utilizado na unidade 4, referente a uma transportadora formada por um 
caminhão com carroceria de dois eixos, capacidade de carga de 33 toneladas e que 
roda em média 4.000 km/mês. A empresa cobra R$ 5,00/km de frete e tem a seguinte 
estrutura de custos:
 
Caso essa empresa deseje obter um lucro operacional (LAJIR) anual de R$ 50.000,00, 
ela terá de mover seu ponto de equilíbrio para:
 
O fato de a empresa definir um nível de lucratividade a ser alcançado de $ 50.000,00 
no período de um ano leva-a a deslocar o ponto de equilíbrio à direita, o que requer 
um aumento no serviço de fretes para 32.984,66 km, em comparação ao ponto de 
equilíbrio operacional de 19.639,72 km (vide unidade 5).
Direcionador de custos operacionais: quilômetro rodado
Item de custo Valor ($) %
Custos variáveis (V) - R$/Km 1,2533 100,00%
Combustível 0,7172 57,23%
Óleo lubrificante 0,0390 3,11%
Pneus 0,2516 20,07%
Peças sobressalentes 0,1755 14,00%
Lavagens e graxas 0,0200 1,60%
Pedágios 0,0500 3,99%
Custos fixos (F) - R$/Ano 73.584,94 100,00%
Salários e encargos dos motoristas e equipe 34.658,00 47,10%
Outros salários e encargos 10.397,40 14,13%
Depreciação 16.800,00 22,83%
Seguros 3.360,00 4,57%
Taxas e impostos 1.680,00 2,28%
Overheads e outros custos 6.689,54 9,09%
km 66,984.32
2533,100,5
00,000.5094,584.73*
econômico =−
+
=Q
69
As informações estão sintetizadas na tabela seguinte. 
3. Ponto de Equilíbrio Financeiro
Como visto na unidade 2, a demonstração de resultados mostra três níveis de 
lucratividade da empresa: operacional (LAJIR), após o pagamento dos juros (LAIR) e 
líquida (LL).
O cálculo do ponto de equilíbrio pode ser ajustado para a segunda medida de 
lucratividade (LAIR), resultando no ponto de equilíbrio financeiro. Para tanto, deduz-se 
dos custos fixos a depreciação (D) e acrescenta-se o valor dos juros incidentes sobre 
os gastos de capital (J).
 
 e
A subtração da depreciação dos custos fixos ocorre, pois 
ela não representa um desembolso de caixa efetivo, sendo 
apenas uma movimentação contábil, que tem impacto fiscal 
de redução do lucro tributável.
Considere que, no caso hipotético da empresa de transportes de cargas, os juros anuais 
são de $ 15.000,00. Dessa forma, o ponto de equilíbrio financeiro é de:
Preço do frete por km P 5,0000 
Custo variável por km V 1,2533 
Custo fixo total por ano F 73.584,94 
Lucro operacional meta LAJIRmeta 50.000,00 
Ponto de Equilíbrio Econômico Q* 32.984,66 
Ponto de Equilíbrio Econômico em $ ROL* 164.923,29 
VP
JDFQ
−
+−
=*financeiro )9(
70
 
A redução da depreciação e o acréscimo dos juros aos custos fixos exerceram um 
deslocamento à direita no ponto de equilíbrio, o que representa uma redução no 
serviço de fretes 19.159,31 km, em comparação ao ponto de equilíbrio operacional de 
19.639,72 km (vide unidade 5).
As informações estão sintetizadas na tabela seguinte.
 
 
 b A análise de custo-volume-lucro estendida aos direcionadores econômicos e financeiros é tratada no vídeo disponível em: 
http://tinyurl.com/hov7ffw. Acesso em: 13 dez. 2015.
km31,159.19
2533,100,5
00,000.1500,800.1694,584.73
financeiro =−
+−
=
Preço do frete por km P 5,0000 
Custo variável por km V 1,2533 
Custo fixo total por ano F 73.584,94 
Depreciação D 16.800,00 
Juros J 15.000,00 
Ponto de Equilíbrio Financeiro Q* 19.159,31 
Ponto de Equilíbrio Financeiro em $ ROL* 95.796,53 
71
Resumindo
A margem de contribuição por unidade de produto ou de serviço prestado 
indica a contribuição de cada unidade de serviço prestado, neste caso, o 
frete cobrado por quilômetro rodado (Q), que é destinada à cobertura dos 
custos fixos da empresa (F).
O ponto de equilíbrio econômico estabelece a quantidade requerida de 
quilômetros rodados (Q*) necessária para que as receitas geradas com a 
prestação do serviço cubram os custos, após ter sido estabelecido o nível 
de lucratividade desejada.
O ponto de equilíbrio financeiro define a quantidade requerida de 
quilômetros rodados (Q*) necessária para que as receitas geradas com a 
prestação do serviço cubram os custos, após terem sido feitos os ajutes de 
regime de caixa, isto é, a dedução da depreciação e o acréscimo dos juros 
ao numerador da função.
Glossário
Monetárias: é a atualização do valor do dinheiro por meio de um índice de inflação.
Sintetizadas: condensar, resumir, sumarizar, compendiar, juntar.
Depreciação: desvalorização
72
 d
1 - Considere uma empresa de transporte de cargas que tem um 
caminhão que roda uma média de 5.000 km/mês, que cobra frete de 
$ 8,00/km e que tem a distribuição de custos abaixo. Calcule os 
pontos de equilíbrio operacional e econômico (considere lucro-
meta de $ 20.000,00) em unidades físicas e interprete o resultado.
2 - Considere o exemplo anterior (1), calcule os pontos de equilíbrio 
operacional e econômico e em unidades monetárias, e interprete o 
resultado.
Atividades
Direcionador de custos operacionais: quilômetro rodado
Item de custo Valor ($) %
Custos variáveis (V) - R$/Km 1,0400 100,00%
Combustível 0,6000 57,69%
Óleo lubrificante 0,0500 4,81%
Pneus 0,2000 19,23%
Peças sobressalentes 0,1000 9,62%
Lavagens e graxas 0,0400 3,85%
Pedágios 0,0500 4,81%
Custos fixos (F) - R$/Ano 102.061,41 100,00%
Salários e encargos dos motoristas e equipe 51.987,00 50,94%
Outros salários e encargos 15.596,10 15,28%
Depreciação 21.600,00 21,16%
Seguros 2.400,00 2,35%
Taxas e impostos 1.200,00 1,18%
Overheads e outros custos 9.278,31 9,09%
73
3 - Considere uma empresa de transporte de cargas que tem um 
caminhão que roda uma média de 3.500 km/mês, que cobra frete de 
$ 4,00/km e que tem a distribuição de custos abaixo. Calcule os 
pontos de equilíbrio operacional e financeiro (considere juros de $ 
10.000,00) em unidades físicas, em unidades monetárias e interprete 
o resultado.
4 - Considere o exemplo anterior (3), calcule o ponto de equilíbrio 
operacional e financeiro em unidades monetárias e interprete o 
resultado.
Direcionador de custos operacionais: quilômetro rodado
Item de custo Valor ($) %
Custos variáveis (V) - R$/Km 1,3450 100,00%
Combustível 0,8000 59,48%
Óleo lubrificante 0,0450 3,35%
Pneus 0,2500 18,59%
Peças sobressalentes 0,2000 14,87%
Lavagens e graxas 0,0500 3,72%
Pedágios 0,0000 0,00%
Custos fixos (F) - R$/Ano 40.884,47 100,00%
Salários e encargos dos motoristas e equipe 17.329,00 42,39%
Outros salários e encargos 5.198,70 12,72%
Depreciação 9.600,00 23,48%
Seguros 3.360,00 8,22%
Taxas e impostos 1.680,00 4,11%
Overheads e outros custos 3.716,77 9,09%
74
Referências
ATKINSON, A. A. et al. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 2000.
BLANK, L.; TARQUIN, A. Engineering Economy. 6. ed. New York: McGraw-Hill, 2005.
BRIGHAM, E. F.; GAPENSKI, L. C.; ERHARDT, M.C. Administração Financeira: Teoria e 
Prática. São Paulo: Atlas, 1999.
GEOTRANS. The Geography of Transport Systems. Disponível em: <https://people.
hofstra.edu/GEOTRANS/eng/ch7en/conc7en/ch7c3en.html>.

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