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apostila de etica e responsabilidade social

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VICE-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO 
 
ÉTICA NOS NEGÓCIOS E RESPONSABILIDADE SOCIAL
LEILA MARA MELLO 
Rio de Janeiro/2009
UNIDADE 1- DESMISTIFICANDO ÉTICA
1.1. CONCEITO DE ÉTICA. 
Ao falarmos de ética, não podemos deixar de citar Valss (1993, p.7) quando o mesmo profere: “é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de explicar, quando alguém pergunta”. 
Entretanto, se entrarmos no túnel do tempo, encontra-se em diversas obras, dos mais renomados filósofos, que abaixo serão citados, em suas diferentes abordagens filosóficas do que é ético, desde a Antiguidade até os dias atuais. 
Etimologicamente falando, ética vem do grego “ethos”, tem correlação com o latim “morale”, cujo significado é o mesmo para a conduta ou relativo ao costumes. Portanto, conclui-se que etimologicamente ética e moral são palavras sinônimas. 
Iniciaremos salientando, como referência, ao primeiro Código de Ética, enquanto regras, a ser cumprida, como a Bíblia, pelos seus Dez Mandamentos. Isto porque, já existiam pessoas que os transgrediam, logo há quem fale de que o contraste da moralidade hoje reflete no pecado cometido desde o início dos tempos.
A Ética foi abordada inicialmente por Sócrates (470 a.C. – 339 a.C.), fundador da ciência, em geral, ao questionar as leis da época, ou seja, as mesmas foram estabelecidas para serem obedecidas e não justificadas; tanto que fora consagrado como o “fundador da moral”. 
Em seguida, Platão (427 a.C. – 347a.C.), discípulo de Sócrates, considera a doutrina da eticidade que significara racionalidade, ou seja, ação racional. Logo, virtude para o filósofo, expressara inteligência não sentimento, rotina, costume, tradição e opinião comum.
Seguidor dos pensamentos de seu mestre, Platão percebera a Ética voltada para as grandezas das virtudes da pessoa e não pela elevação dos seus conhecimentos teóricos.
Aristóteles (384 a.C – 322 a.C.), discípulo de Platão, enfocara a ética de acordo com os filósofos, anteriormente, citados, pois sustentara o primado do conhecimento, do intelecto, sobre a vontade e a política. Mas, se diferenciara de Platão, segundo a razão, em relação à paixão, pois a razão aristotélica governa e domina a paixão, não aniquila e destrói como acreditara o ascetismo platônico.
Para Aristóteles a característica fundamental da moral é o racionalismo, visto por ele como virtude, ação da razão na relação entre o Ser e o Bem, porém entre os vários bens, ele destacara a virtude como ação consciente que exige o conhecimento absoluto da natureza e do universo, cuja natureza segundo a qual e na qual o Homem� deve operar.
Dando um grande pulo no tempo, verificamos que a ética sempre estivera em pauta, nas discussões de diversos filósofos contemporâneos, entre eles citaremos os que mais se destacaram sobre o tema.
Rosseau (1712 – 1778) considerara a Ética diferentemente da cultura grega, pois para o filósofo, a ética se estabelece no interior de cada um, por considerar que o ser humano pode encontrar Deus em seu próprio coração, consequentemente, a bondade era natural no ser humano e de como a sociedade acaba destruindo essa bondade, tornando-o defensor da moral e da justiça divina.
Dessa forma, a partir do cristianismo, as ações humanas foram norteadas na divindade de um único Deus, não mais no politeísmo como na cultura grega; encerra-se o papel da filosofia moral enquanto determinante do que é ou não ético. Assim sendo, iniciara-se a argumentação de que moral é obra divina. 
Mais adiante, verificamos em Rousseau (op.cit) a procura de um Estado social legítimo, ou seja, próximo da vontade geral e distante da corrupção. No final do século XVII, Rosseau clamara a população, bastante cuidado ao transformar seus direitos naturais em direitos civis, pois afinal “o homem nasce bom e a sociedade o corrompe” (MESQUITA, 2007, p.2).
Para Rousseau (op.cit) a felicidade e o bem-estar são direitos naturais de todas as pessoas e não privilégios especiais de uma classe, como ocorreram na época do Absolutismo. Nesse sentido, Rosseau participara do movimento chamado Iluminista, pregando a supremacia da razão humana, por serem favoráveis à liberdade intelectual e à independência do Homem. 
Em contrapartida, o filósofo Kant (1724 – 1808), no final do século, não seguira a concepção de Rosseau, por não considerar a existência da bondade natural. Isto porque, Kant (op.cit) acreditara que no coração do Homem só existia sentimentos negativos, logo para superar todos os males, o ser humano necessita almejar uma Ética racional e universal, identificada no dever moral.
Friedrich Hegel (1770 – 1831) vai contrapor as idéias de Rosseau (op.cit) ao argumentar que o coração é determinante da vontade individual, por considerar a moral racional. 
Hegel (op.cit) apreciara o Homem como ser histórico que vive suas ações coletivamente, portanto, a vontade coletiva é que guia as ações e comportamentos humanos. Nesse sentido, a família, o trabalho, a escola, as artes, a religião etc. norteiam os atos morais e determinam o cumprimento do dever.
A partir desta concepção, procuraremos direcionar nosso raciocínio enfocando as relações éticas no contexto político-social, expondo a relativização do comportamento ético nos últimos tempos.
Notamos, em relação à Ética, que a mesma permite a reflexão sobre os valores e as normas que regem as condutas humanas de maneira antropológica e social. Isto porque, se fizermos o percurso histórico desde a Grécia antiga até os dias atuais, encontraremos diversidades em relação às virtudes e aos comportamentos, ao ponto de colocarmos em “cheque” a virtude tão sonhada para todos. 
Percebemos que até o século XVIII nos deparamos com as injustiças sociais, no qual o dever moral dos submissos não atendia e nem atende o interesse dos dominadores.
Hoje, em pleno século XXI, ainda, deparamos com situações que fogem dos anseios de uma ética universal, cujas pessoas injustiçadas perdem a vida, morrem de fome, passam as piores necessidades e situações de constrangimento. Consequentemente, por falta de conhecimento não desenvolvem a consciência crítica e perpetuam a ideologia dominante (CHAUÍ, 2000). 
Atualmente, em prol da decadência moral, em apoio e como cúmplice deste processo, está o meio de comunicação que mais influência, a televisão. Isto porque, a mesma atinge, em maior proporção, a população em todas as camadas sociais. Ela vem na frente como meio que mais distorce a realidade e infiltra a ideologia dominante, quando ao contrário poderia utilizar tal poder no sentido de esclarecer, educar e conscientizar a população, a fim de almejar uma sociedade igualitária, cujo branco e negro, o rico e o pobre tenham direitos iguais (MESQUITA, 2007).
O assunto, em pauta, está perdendo o rumo, tanto que atualmente a Lei de Diretrizes Nacionais 9394/96 inclui como obrigatoriedade, no currículo de qualquer curso em nível médio e universitário, a disciplina Ética, para que os discentes ao enfrentarem o mercado de trabalho não se esqueçam de utilizar o Código de Ética no seu dia-a-dia tanto pessoal quanto profissional.
2.3. DIFERENÇA ENTRE ÉTICA E MORAL. 
Várias pessoas ressaltam a diferença entre a Ética e a Moral de diversos modos. Segundo Rios (2001, p. 24): “a moral, numa determinada sociedade indica o comportamento que deve ser considerado bom e mau. A ética procura o fundamento do valor que norteia o comportamento, partindo da historicidade presente nos valores”.
De acordo com Valls (1993, p. 25):
A Ética é princípio enquanto moral são aspectos de condutas específicas; a Ética é permanente enquanto moral é cultural; Ética é regra enquanto moral é conduta da regra; Ética é teoria e moral são aspectos de conduta. 
Etimologicamente falando, Ética vem do grego “ethos” e tem seu correlato no latim morale. Com o mesmo significado: conduta ou relativo aos costumes. Podemos concluir que etimologicamente ética
e moral são sinônimos.
Nesse caso, notamos que a moral pressupõe responsabilidade e racionalidade. Na racionalidade é o juízo e a reflexão dos valores e normas, ou seja, condição necessária à vida moral, enquanto moral pressupõe responsabilidade, liberdade de juízo de valor em que se encontra a reflexão do conjunto de normas e regras.
Valor é tudo aquilo que for apropriado a satisfazer determinadas necessidades humanas, “criados pelos sujeitos em suas relações entre si e com a natureza” (RIOS, 2001, p. 2).
Entretanto, não é algo meramente subjetivo e sim objetivo, isto é, não é o sujeito individual quem julga, mas sim o sujeito geral abstrato comum a todos os seres humanos. Trata-se de algo que se revela na experiência humana, através da história e reconhecida, justamente, na cultura (BERESFORD, 2000).
Assim:
Os valores não são na realidade ideal que o homem contemple como se fosse um modelo definitivo, ou que possa realizar de maneira indireta como quem faz uma cópia. Os valores são, ao contrário, algo que o Homem realiza em sua própria experiência e que vai assumindo expressões diversas e exemplares, projetando-se através do tempo, numa incessante constituição de entes valiosos (op.cit, p. 133).
De acordo com autor, acima citado, considera-se que o termo valor, assim expresso literalmente, só veio ser inserido na filosofia moderna, pois nos períodos anteriores, ou seja, na fase mitológica, antiga e medieval, o referido termo ainda não era explícito como tal, muito embora, já houvesse como conotações implícitas, até mesmo divergentes.
Podemos considerar que desde o período da mitologia até o início da contemporeidade, o termo surge quase, exclusivamente, como conotação da ética, da moral e da justiça. Mais tarde sim, aparecem outras referências, ou seja, tipos de valor.
Assim sendo, Beresford (op.cit.) afirma que “Sócrates vai opor-se à ética e à moral de alguns dos pré-sócraticos, conhecidos como “os sofistas”, mestre da retórica e da oratória, como entre outros [...]” (2000, p.41). 
Beresford (op.cit, 41) assevera que:
o respeito e a justiça são valores indispensáveis à sobrevivência humana, ou seja, o respeito, enquanto reconhecimento pela existência do outro, e a justiça, enquanto reconhecimento que se deve dar ao outro o que lhe é devido. Em outras palavras, isso representou os critérios, ou princípios éticos, para fundamentação de uma moralidade social e, com isso, viabilizar a conveniência e a existência humana.
A natureza impõe ao Homem, uma série de obstáculos e problemas, cujo Homem vai tentar resolvê-los; e ao fazer isso, passa a transformar o mundo da natureza, em um mundo humanizado.
Esse processo de humanização do mundo é a cultura, fazendo com que o Homem imprima no mundo da natureza, uma escala de valores humanos, ou em outras palavras, faz com que o Homem “rearrume” a natureza, através do trabalho. 
Assim, de acordo com suas carências, o Homem tenta encontrar no mundo, aquilo que representa valores, ou seja, moralidade humana.
Nesse sentido, podemos afirmar que a intervenção humana faz o mundo da cultura. Além disso, o Homem é a única criatura que sabe, além de criar, apreciar a beleza da criação, por ser moral, porém muda de acordo com as culturas e as épocas (RIOS, 2005).
Nos dias atuais, como as modificações ocorrem em uma velocidade acelerada, aumenta a competição entre as pessoas. Neste movimento, surge um novo estilo de vida, de trabalho e de pessoas.
Podemos afirmar, pelo exposto acima, que a essência do Homem é eterna, entretanto a ética refere-se a uma essência que precede qualquer valoração, por isso, de certa forma, é permanente, eterna e imutável.
Nessa ótica, os países assim como o Brasil, entendem que neste mundo globalizado, cuja informação a cada dia é mais veloz e democrática, com os mercados mais interdependentes e o capital mais internacional, a ética em negócios está se tornando questão de sobrevivência. 
Isto porque, são os valores eternos que nos levam para uma ação responsável. Mesmo em uma época em que a honestidade, a sinceridade, a lealdade e o respeito parecem valores deixados de lado, nós ainda os percebemos como valores presentes em nossa consciência, porque vamos nos sentir culpados em nosso inconsciente, quando os infringimos.
O Homem é o único “animal ético”, porque tem a capacidade de valorar, contudo não pode deter a verdade absoluta. Isto porque, exige normas e valores, que dirijam a sua vida, o seu relacionamento com os semelhantes e que lhe dêem equilíbrio.
Assim, “a consciência ética é a conquista da iluminação, da lucidez intelecto-moral, do dever solidário” (RIOS, 2005, p.25).
2.3. A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NA CONTEMPOREIDADE.
O tema Ética nos permite à reflexão sobre os valores e normas que regem as condutas humanas de maneira antropológica e social, podendo significar Filosofia Moral. Em outro sentido, Ética pode-se referir a um conjunto de princípios e normas que um grupo estabelece para o exercício profissional, como exemplo: os códigos da ética dos médicos, dos advogados, dos psicólogos, dos administradores etc. Ou ainda, pode-se referir a uma distinção entre princípios que dão rumo ao pensar sem, antemão, prescrever formas precisas de conduta (ética) e regras precisas e fechadas (moral). 
Ao nos referirmos à Ética é preciso que ela esteja atrelada em três pontos: 
(NÚCLEO MORAL - valores eleitos como necessários ao convívio entre os membros da sociedade.
(DEMOCRÁTICO - permite a expressão das diferenças, de conflitos, a sabedoria de conviver com o diferente, a diversidade, seja do ponto de vista de valores, como de costumes, crenças, religiosas etc.
(CARÁTER ABSTRATO DE VALORES - trata-se de princípios e não de mandamentos, portanto não existem normas acabadas, regras, definitivamente, consagradas, portanto é um eterno pensar, refletir e construir.
Reconhecer a diversidade de valores, presentes na sociedade brasileira, é refletir sobre mudanças das sociedades e dos homens que compõem o passar do tempo. 
Não podemos perder de vista que as pessoas são educadas moralmente pela sociedade, embora a família, os meios de comunicação e o convívio com outras pessoas têm influência marcante no comportamento do indivíduo. E naturalmente, também a escola, mesmo com limitações.
Os valores e as regras são transmitidos pela família e arraigadas na instituição escolar pelos:
Professores;
Livros didáticos;
Organização institucional;
Formas de avaliação;
Comportamentos dos próprios alunos.
Primeiramente, saber o que a ciência psicológica tem a dizer sobre o processo de legitimação, por parte do indivíduo, de valores e regras morais, é imprescindível.
Nesse caso, devemos seguir as considerações norteadoras: Afetividade e Racionalidade.
 
 Êxito nos projetos de vida. 
Afetividade(
 ( Esfera moral (legitimação de valores e normas morais). 
 
 Autorespeito( Papel do juízo alheio (imagem que cada tem de si, perante o outro). 
 
Racionalidade( O juízo e a reflexão dos valores e normas.
 (
 (condição necessária à vida moral) 
 
 
Moral ( Pressupõe responsabilidade ( Liberdade de juízo de valor.
 ( ( (
 (conjunto de normas e regras) 
 ( O quê? Como? 
 (valor). 
Valor é tudo aquilo que for apropriado a satisfazer determinadas necessidades humanas, “criados pelos sujeitos em suas relações entre si e com a natureza” (RIOS, 2001, p.2). 
Entretanto, não é algo meramente subjetivo, mas objetivo, isto é, não é o sujeito individual que julga, mas sim, o sujeito geral abstrato comum a todos os seres humanos. Trata-se
de algo que se revela na experiência humana, através da história e reconhecida justamente na cultura (BERESFORD, 2000). 
Assim, prossegue o autor:
Os valores não são realidades ideais que o Homem contemple como se fosse um modelo definitivo, ou que possa realizar de maneira indireta com quem faz uma cópia. Os valores são, ao contrário, algo que o homem realiza em sua própria experiência e que vai assumindo expressões diversas e exemplares, projetando-se através do tempo, numa incessante constituição de entes valiosos (op. cit, p. 133).
Hassen (1980), por exemplo, nos diz que todos nós valoramos e não podemos deixar de valorar. Não é possível à vida sem proferir constantemente juízos de valor. É da essência do ser humano conhecer e querer tanto como valorar.
Mendes (1992) nos aponta para a mesma direção ao dizer: “Se fizermos uma estatística do que pensamos em doze horas, veremos que os nossos juízos são em grande maioria axiológicos e não de outra qualidade”.
Segundo Beresford (2000), um juízo de valor ou de compreensão de um Ser se constitui, básica e essencialmente, em um ato de valor. Em outras palavras, em um processo de atribuir valor aos seres ou entes. É o resultado de uma apreciação subjetiva, entendendo o termo subjetivo como a participação da intencionalidade da consciência de quem valora no ato de realizar-se o liame.
( Processo de legitimação das normas e valores se dá:
Através da discussão, do debate e da reflexão;
Pela capacidade do diálogo, por ser essencial à convivência humana;
Saber viver em democracia – explicitar-se e se possível, resolver conflitos por meio da palavra, da comunicação e do diálogo.
Quais os objetivos a serem alcançados em torno do tema Ética 
Sendo assim, o trabalho a ser realizado em torno do tema Ética deve organizar-se de forma a possibilitar que os indivíduos sejam capazes de:
( Compreender o conceito de justiça, baseado na eqüidade e sensibilizar-se pela necessidade da construção de uma sociedade justa; 
(Tomar atitudes de respeito pelas diferenças entre as pessoas, respeito esse necessário ao convívio em uma sociedade democrática e pluralista;
( Compreender a vida escolar como participação no espaço público, utilizando e aplicando conhecimentos adquiridos na construção de uma sociedade democrática e solidária; 
( Adotar no dia-a-dia, atitudes de solidariedade e de cooperação;
( Valorizar e empregar o diálogo como forma de esclarecer conflitos e tomar decisões coletivas;
( Construir uma imagem positiva de si, o respeito próprio traduzido pela confiança em sua capacidade de escolher e realizar seu projeto de vida, pela legitimação das normas morais que garantam todos a sua realização;
( Assumir posições, segundo seu próprio juízo de valor, considerando diferentes pontos de vista e aspectos de cada situação. 
Em síntese, Ética precisa:
( Tratar de princípios e não de valores, porque valores diferem de sociedade para sociedade;
(Não ter caráter normativo, porque reformula ou fundamenta os valores e as normas componentes de uma moral;
( Uma reflexão crítica da realidade, por permitir a análise constante e a reformulação de uma ação, se necessária;
( Estar articulada aos problemas que enfrentamos no cotidiano de nossas vidas.
Nesse caso, a Ética ao ser apresentada na instituição social necessita estar articulada: às relações entre os agentes que constituem a empresa, como: diretores, gerentes, funcionários etc., uma vez que o conhecimento não é neutro, nem impermeável a valores de todo tipo: de princípios, respeito mútuo, justiça, diálogo e solidariedade em uma reflexão sobre as diversas atuações humanas.
A sociedade está encharcada de valores, que se traduzem em princípios, regras, ordens e proibições. 
Nesse bojo, para que se instalem ações ou relações, efetivamente democráticas, é necessário encontrar espaço para a reflexão: 
Em que se fundamentam esses princípios;
Quais as finalidades dessas regras;
A quem interessa atender essas ordens;
Quais os resultados pretendidos pelas proibições.
Dessa forma, é necessário que a Ética contribua para que toda sociedade faça parte da construção, desenvolvendo os princípios de autonomia e de liberdade para pensar e julgar, problematizar o viver pessoal e coletivo e contemplar simultaneamente necessidades e desejos dos que estão a sua volta.
Nesse caso, ao falarmos sobre Ética é necessário priorizar:
Respeito Mútuo - (a todo ser humano, independente, da origem social, raça, sexo, etnia, opinião, cultura, religião em respeito ao direito seu e dos outros ao dissenso).
Justiça - (o critério é de eqüidade que restabelece a igualdade respeitando às diferenças: o símbolo da precisamente balança).
Diálogo - (a disposição para ouvir idéias, opiniões e argumentos, de forma a ser corretamente compreendido pelas outras pessoas).
Solidariedade - (doar-se a alguém, ajudar sem interesse). 
Cada um desses blocos de conteúdo precisa estar relacionado com os demais, assim como o princípio de dignidade do ser humano. 
Dessa forma, é necessário que no âmbito do trabalho seja propiciado por momentos em que permitam orientar, analisar, julgar, criticar as ações pessoais, coletivas e política na direção da democracia. 
Enfim, parafraseamos Newton Sucupira (1995, p. 15) que em suas palavras textuais a esse respeito nos afirma: 
A educação ética significa conduzir à consciência crítica da participação responsável e solidária, na construção de uma sociedade baseada na justiça social, ou seja, na realização do bem comum.
1.4. Fundamentos da Ética Geral e Profissional. 
Borelli (2007) informa que, embora seja uma prática relativamente nova nas empresas brasileiras, a responsabilidade social tem freqüentado a mídia com certa pompa, o que é bastante positivo. Isto porque, a divulgação estimula adesão aos novos princípios, seja pela valorização das companhias que já aderiram a eles ou porque sinaliza um futuro promissor para as não-éticas.
Assim, é fundamental que as empresas, atualmente, fazer um trabalho junto aos seus funcionários, promovido nos quatro pilares fundamentais da Ética, que são: o diálogo, o respeito mútuo, a solidariedade e a justiça, a fim de que possam conviver e consigam melhores rendimentos para empresa.
Nesse cabedal, o Código de Ética Profissional do Administrador, é constituído para definir como a explicitação teórica do fundamento último do agir humano, na busca do bem comum e da realização individual de todos os administradores.
Nesse caso, podemos sinalizar que a Ética é como favorecimento a “uma vida plena à coragem para decifrar a confiança na própria vida, ao amor como a manifestação mais elevada de interesse humano, de participação no grupo social, de respeito por si e pelo outro, e à que está acima de quaisquer interpretações, idéias ou opiniões.” (RIOS, 2005, p.24).
Por esse motivo, podemos sinalizar que a experiência do autoconhecimento e da moral representa para cada um, único objetivo da vida e, em termos subjetivos, ela é vivenciada, a cada vez, como algo novo. 
Nessa ótica, podemos afirmar que o Homem está eternamente estabelecendo uma correlação entre si e o mundo, atormentado pelo anseio de atingir um ideal, que ele percebe como um tipo de princípio, no qual se encontra sempre insatisfeito. 
Dessa forma, o Código de Ética Profissional do Administrador é o guia orientador e estimulador de novos comportamentos e está balizado em um conceito de ética direcionado para o desenvolvimento, servindo, concomitantemente, ao estímulo e ao parâmetro para que o Administrador amplie sua capacidade de pensar, a fim de visualizar seu papel e tornar sua ação mais eficaz, diante da sociedade.
Muitas empresas estão interessadas na seguinte frase “os fins justificam os meios, ou seja, sintetiza a prática de “alguns bem-sucedidos” homens de negócio, pois a eles interessa somente vencer sempre, não se importando o custo nem como se chega a esse resultado” (FERREIRA,
2007, p. 15).
Sobre esse ponto de vista Ferreira (op.cit., p.17) explica com se dá tal fato:
Algumas empresas sofrem a síndrome da vitória. Ao sentarem à mesa para negociar, só admitem um resultado: vencer. E não basta ganhar todas as etapas. Encaram o fornecedor ou cliente com adversário. Querem vantagem em tudo, não fazem concessão. Se a situação favorece, tornam-se verdadeiros chupa-cabra, matando parceiros e concorrentes. Depois da negociação, trapaceiam no que podem. Manipulam dados, exploram funcionários, poluem o meio ambiente, adulteram produtos, sonegam impostos e fazem o impossível para continuar vencendo.
Percebemos que são raras as instituições que se preocupam em conhecer os princípios éticos dos profissionais que contrata, pois a avaliação destes é feita através do resultado imediato, isto é, a alta do faturamento trimestral, a valorização das ações e a redução dos custos.
Nessa ótica, dá para perceber quando uma empresa tem um comportamento ético, ao longo prazo, acaba surtindo efeito nos resultados da empresa.
Dessa forma, é fundamental sinalizar que as empresas que pretendem ter vida longa, necessitam estabelecer relações éticas com todo tipo de público.
Já existem várias empresas que não compram de fornecedores que atuem de forma ilícita, portanto cada vez mais a ética torna-se um princípio fundamental para as empresas.
Sendo assim, a ética constitui o elemento catalisador de ações socialmente responsáveis das organizações, através de seus administradores e parceiros. Portanto, o sucesso na prática da futura profissão é ter administradores éticos, para que as empresas alcancem sucesso. Entretanto sabemos, de antemão, que isto só se realiza a partir das práticas administrativas, que são caracterizadas por equidade e justiça.
Nessa esteira, podemos salientar que o exercício da profissão de administrador implica em compromisso moral com: o indivíduo, o cliente, a organização e a sociedade, impondo deveres de responsabilidades indelegáveis.
Nessa perspectiva, não podemos deixar de inferir ao futuro administrador, o quanto ele necessita respeitar os princípios da livre iniciativa e da livre empresa, enfatizando a valorização das atividades da microempresa, sem desvinculá-la da macroeconomia, como forma de fortalecimento do país.
Assim, a ética precisa levantar princípios bons para serem direcionados, com vistas de auxiliar as pessoas de bem, em uma vida cheia de harmonia e de felicidade, contudo, não usá-la para encobrir falcatruas e desonestidades.
Nesse sentido, a ética é a parte epistemológica da moral, tendo em vista que esta é a maneira de se ver a ciência como melhor adicionamento a tudo isto.
Nessa perspectiva, se faz necessário lembrar, que a ética está entrelaçada com os direitos humanos. Logo, é indispensável aos administradores exporem, pelo lado da seriedade, da polidez, sobretudo, de um ser consciente, quanto às coisas costumeiras que merecem uma ordenação para servir de princípios do bom viver aos participantes da humanidade. 
Por essa razão, Souza (2007) sinaliza que vários países da Europa e dos Estados Unidos, que ainda não pratica responsabilidade social profissionalizante, concebem como projeto integrado ao trabalho das corporações, com orçamentos específicos, metas definidas e resultados mensurados a cada período. Em que predominam as ações isoladas, muitas vezes filantrópicas.
Nessa concepção, nos preocupamos com o Brasil em seguir os passos dos países desenvolvidos, onde, por iniciativa espontânea das empresas ou por pressão da sociedade, a responsabilidade social seja instituída. 
Cada vez mais, os noticiários ressaltam a falência de várias empresas suspeitas. Isto porque, muitos consumidores ignoram os produtos destas empresas e aceita até pagar mais pelos fabricados por companhias idôneas. 
Há um tempo, em que o consumidor não tolera ser enganado; aos poucos, a maioria toma consciência de cidadania, logo repudia a corrupção e as fraudes.
Em síntese, essa preocupação vem despertando interesse de vários estudiosos, cuja intenção é de clamar, aos futuros profissionais, que se alicercem sua profissão no binômio inseparável, pela busca constante da realização do bem comum e individual, que é o propósito da ética, que conduz ao desenvolvimento social. 
Toda profissão está sujeita à formação controlada pelo Estado, que exige a atuação de todos profissionais a estarem submetidos a algum controle moral, geralmente, baseado em um código de ética profissional e pelo mecanismo de fiscalização. 
Os códigos de ética contêm normas e regras de conduta, referindo-se a direitos e deveres, ou seja, o que os profissionais são obrigados a fazer ou as proibições que devem respeitar. A sua observância é fundamental não só para evitar uma demanda judicial, mas também para situar o seu dever na sociedade contemporânea, já que a convivência cada vez mais complexa precisa ser disciplinada (COUTO, 2003).
Nesse sentido, os reguladores da conduta e da relação entre as pessoas são os códigos de moral e jurídicos, além dos códigos ético-profissionais, como o Código de Ética do Administrador, Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil, Código de Ética da Enfermagem etc. 
Atualmente, segundo Ashley (2005), para exercer qualquer profissão no Brasil exige-se dupla habilitação: a profissional e a legal. A profissional é adquirida em cursos de graduação autorizados e/ou reconhecidos pelo Ministério da Educação. A legal, pelo registro nos Conselhos Regionais da Profissão na jurisdição do exercício da atividade profissional. 
Sendo assim, é fundamental que todo profissional esteja na busca constante de seu aprimoramento, não só no campo técnico, mas também no campo humano e ético. Portanto, profissionais que apresentam uma correta inserção na sociedade.
UNIDADE 2
CÓDIGOS DE CONDUTA PROFISSIONAL. 
2.1. Considerações Gerais. 
Os códigos de ética profissionais, normalmente, acompanham a regulamentação da profissão, conseqüentemente, criam-se estruturas sindicais e conselhos tanto regionais quanto federal. 
Normalmente, é função de o Conselho Federal adotar um código de ética para qualquer profissão e zelar pelo cumprimento do mesmo, eventualmente delegando funções aos conselhos regionais. 
Em todas as profissões regulamentadas, os órgãos fiscalizadores têm o poder de aplicar sanções que, em casos extremos, podem até proibir o exercício da profissão, ou seja, quando houver infrações éticas graves (CORTINA, 1994). 
A ética é definida no dicionário Aurélio como "estudo de juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, relativamente a uma determinada sociedade, ou de modo absoluto" (p.524). 
Nesse sentido, na área profissional a ética é utilizada com a intenção de guiar o indivíduo na tomada de decisões, ou seja, deliberações corretas do ponto de vista predominante na sociedade, em um determinado espaço de tempo.
 Como já sinalizamos, anteriormente, não podemos falar de ética sem falar de moral, porque moral, palavra derivada do latim, “mores”, significa uso e costumes, enquanto a ética, procedida do radical grego “ethos” expressa caráter formado pelos usos e costumes.
Dessa forma, a Ética é constituída por princípios da conduta humana, o que auxilia na definição de diretrizes no exercício de uma profissão, estipulando os deveres no desempenho de uma atividade profissional. 
Sendo assim, a ética precisa se apresentar como compromisso assumido por uma pessoa ou um grupo social, diante de si e da sociedade (LOBOS, 2003). 
Nesse contexto, é imprescindível a toda atuação social e profissional ser baseada em princípios éticos, pois é na busca de qualidade nas relações que se dão as manifestações de responsabilidade social empresarial, segundo sinaliza Solomon (2006). 
Em uma época em que os negócios, quase sempre, não se dão em total segredo, à transparência passou ser a alma do negócio: tornando-se um fator
de legitimidade social e uma extraordinária qualidade positiva para a imagem pública e reputação das empresas (COUTO, 2003).
No mundo atual, cada vez mais é reivindicado padrões de conduta ética que valorizem o ser humano, a sociedade e o meio ambiente. Assim sendo, as relações de qualidade precisam partir de valores e condutas capazes de satisfazer as necessidades e os interesses dos parceiros, gerando valor para todos.
Segundo Maxwell (2000), as empresas socialmente responsáveis estão melhores preparadas para assegurar a sustentabilidade a longo prazo dos negócios, por estarem sincronizadas com as novas dinâmicas que afetam a sociedade e o mundo empresarial.
Hoje, é imprescindível o envolvimento de toda a organização na prática da responsabilidade social, a fim de gerar sinergias, precisamente com o público do qual ela tanto depende e fortalece seu desempenho global.
De acordo com Couto (2003), no mundo atual, as empresas, socialmente responsáveis, precisam ir além do comprometimento em respeito às leis e pagamento de impostos; precisam apresentar condições adequadas de segurança e saúde para os trabalhadores. Elas necessitam atrelar à prática da responsabilidade social revelando-se internamente na constituição de um ambiente de trabalho saudável e propício à realização profissional das pessoas. 
Consequentemente, a empresa, com esse tipo de comportamento, aumenta sua capacidade de recrutar e manter talentos, fatores primordiais para seu sucesso em uma época em que criatividade e inteligência são recursos cada vez mais valiosos.
A competição acirrada torna vital à fidelização dos consumidores, que têm cada vez mais acesso à informação e à educação. A adoção de um comportamento que ultrapassa as exigências legais agrega valor à imagem da empresa, aumentando o vínculo que seus consumidores estabelecem com ela (MAXWELL, 2000).
Nesse sentido, a empresa precisa demonstrar sua responsabilidade social ao comprometer-se com programas sociais voltados para o futuro da comunidade e da sociedade.
Assim, o investimento em processos produtivos compatíveis com a conservação ambiental e a preocupação com o uso racional dos recursos naturais também têm importante valor simbólico, por serem de interesse da empresa e da coletividade.
Em síntese, para que as empresas revelem sua crença no princípio ético, se faz necessário de que só uma sociedade saudável pode gerar empresas saudáveis. 
2.2. Os Códigos de Conduta Profissional
Existe diferença entre o Código de Ética e o Código de Conduta, pois são duas propostas distintas. 
Assim sendo, o Código de Ética é um dos instrumentos básicos para o direcionamento correto da atuação dos profissionais. Portanto, se o empregado, ainda não o conhece, solicite sua leitura e a divulgue entre os colegas de profissão. O Código de Ética deve ser utilizado como parâmetro, toda vez que o profissional fizer sua auto-avaliação (SOBON, 2003).
Entretanto, todas as decisões tomadas pelo profissional precisam ser norteadas pelo Código de Conduta da empresa, ou seja, diretrizes que orientam os funcionários a lidar com assuntos da forma mais íntegra possível, dentro das leis e regulamentações de cada país. 
O Código de Conduta oferece direcionamentos para as seguintes questões: respeito profissional, segurança, saúde e meio ambiente, avaliação e monitoramento dos produtos, metodologia das pesquisas, uso dos recursos da companhia, comunicação das ações da empresa, entre outros. O Código de Conduta deve abranger também aspectos legais e éticos existentes nos relacionamentos com clientes, fornecedores, investidores, órgãos reguladores e comunidades onde a empresa está inserida (SOBON, 2003).
Segundo Couto (2003), no desempenho das atividades profissionais o Código de Conduta precisa estimular todos os funcionários a colaborarem e a desenvolverem um ambiente de trabalho saudável e equilibrado, de acordo com princípios éticos, tais como:
Transparência;
Igualdade;
Responsabilidade;
Integridade;
Respeito mútuo
Respeito à legislação/regulamentação da empresa.
Logo, todo Colaborador deve zelar pela própria integridade pessoal e profissional, pelos valores e pela imagem institucional da Associação, empregando as melhores práticas na defesa dos seus interesses.
Sendo assim, o compromisso de toda empresa carece revelar a forma de agir, a fim de estimular todos os seus colaboradores, como esclarece Sabon (2003, p. 35):
1. Realizar o trabalho com responsabilidade, honestidade, lealdade e transparência, desenvolvendo práticas que agreguem valor à Empresa;
2. Realizar trabalho em equipe, compartilhar sucessos e responsabilidades.
3. Pautar suas relações pela cooperação, cortesia, respeito mútuo e confiança.
4. Cuidar e defender o patrimônio da ANBID;
5. Manter sigilo e confidencialidade sobre todas as informações e atividades da Empresa, no que couber, salvo autorização em contrário.
6. Assegurar o cumprimento de leis, regulamentos, políticas internas, controles e procedimentos;
7. Divulgar e multiplicar os princípios éticos e compromissos da empresa.
8. Manter suas informações cadastrais atualizadas, bem como as finanças pessoais compatíveis com os respectivos rendimentos, de modo a evitar a falta de fundamentação econômica para a origem do seu patrimônio.
9. Cuidar da imagem corporativa, profissional e pessoal.
10. Reconhecer o mérito de cada Colaborador, no respectivo âmbito de gestão e propiciar oportunidades de desenvolvimento e crescimento profissional.
11. Atender aos Associados com cortesia e eficiência, oferecendo informações claras, precisas, transparentes, e em tempo hábil;
12. Prevenir conflitos de interesse de qualquer natureza;
13. Questionar as orientações contrárias aos princípios, valores e compromissos da Empresa.
14. Buscar soluções simples e ágeis, de forma positiva, objetiva e transparente;
15. Promover o desenvolvimento sustentável e ter responsabilidade social e ambiental, e desempenhar iniciativas de voluntariado, cultura e de cidadania.
Tal situação para obter êxito, se faz necessário que todos os funcionários desempenham papel fundamental na aplicação dos princípios éticos, portanto no cotidiano, algumas condutas no relacionamento interno podem refletir nos comportamentos éticos.
O mesmo autor (op.cit. p. 76), acima citado, nos revela que não é tolerável ao profissional utilizar de condutas não aceitáveis, pelo mercado de trabalho, como:
1. Manifestar-se em nome da Empresa, quando não autorizado ou habilitado para tal. Pareceres e manifestações individuais do Profissional devem ressaltar que se trata de opinião pessoal, e não necessariamente refletem a posição da empresa.
2. Utilizar-se do cargo, função ou informação de âmbito interno para influenciar decisões e/ou obter quaisquer benefícios, favores ou vantagens para si ou para terceiros;
3. Utilizar-se, para fins particulares ou repasse a terceiros, de tecnologias, metodologias, conhecimentos e outras informações de propriedade da Empresa, ou por ela desenvolvidas ou obtidas.
4. Fazer uso de informação privilegiada, em benefício próprio ou de terceiros, na realização de negócios de qualquer natureza.
5. A prática ou demonstração de qualquer forma de preconceito ou discriminação em razão de raça, cor, origem, nacionalidade, classe social, sexo, orientação sexual, opção política, crença religiosa, idade, incapacidade física ou outras necessidades especiais.
6. Práticas de assédio sexual, definido como “intimidação e/ou constrangimento com o intuito de obter vantagens ou favores sexuais, cujo agente utiliza-se da sua condição de superior hierárquico ou ascendência, mediante imposição de vontade”. Vale lembrar que o assédio sexual é tipificado como conduta criminosa na legislação brasileira.
7. Práticas de assédio moral, as quais constrangem, humilham e destroem a auto-estima pessoal e a coesão organizacional.
8. Manter atividades paralelas conflitantes com as atividades da Empresa
ou com a jornada diária de trabalho, incluindo a comercialização de mercadorias no ambiente de trabalho;
9. Contratar parentes, fornecedores de bens/prestadores de serviços que tenham vínculo familiar com Colaboradores sem a prévia autorização da Superintendência e/ou da Diretoria;
9.1. Para os fins deste Código, são considerados "parentes": pais, irmãos, cônjuges, filhos, tios, primos, netos, avós, e enteados.
10. Solicitar, provocar, sugerir e receber remuneração financeira, bens, gratificação, prêmio, comissão, doação e vantagem, ou qualquer título, de caráter eventual ou não, oriundos de terceiros interessados em obter vantagem para si ou para outrem.
11. Compactuar ou ter ciência de qualquer irregularidade ou conduta passível de infringência a este Código de Conduta, em relação a quaisquer sujeitos passíveis de relacionamento com a Empresa, deixando de comunicá-las ao Gestor ou ao Comitê de Ética.
Notamos várias vezes, as empresas se depararem com situações delicadas no que diz respeito às cortesias oferecidas aos funcionários, que se traduzem em brindes, gratificações, convites, viagens etc., as quais podem provocar suspeita de favorecimento.
Nessa perspectiva, é imprescindível, para resguardar a imagem da Empresa, que os funcionários evitem, de qualquer modo, tudo que possa ocasionar suspeita, questionamento ou descrédito. 
Entretanto, há exceções, como, no caso de doação de brindes relacionados a datas festivas ou comemorativas, cujo funcionário poderá aceitá-los, desde que o valor do bem, individualmente, não exceda quantia exorbitante. Também, nas situações de troca de presentes entre os funcionários, geralmente, em aniversários, Páscoa, Natal etc., sugerem-se não registrar valor de contribuição em listas, facultando assim a adesão livre, voluntária e espontânea.
 Toda empresa no desempenho de suas atividades e relacionamentos externos, precisa estimular a prática de comportamentos éticos, com o intuito de construir parcerias sólidas e duradouras.
Em relação aos serviços prestados, necessitam ser realizados de maneira profissional, independente e imparcial, com honestidade e em total conformidade aos métodos, práticas e políticas aprovadas pela Empresa (MESQUITA, 2007). 
Assim sendo, a Empresa Ética jamais se rende a nenhuma pressão, de clientes de qualquer área de negócio, a fim de obter um tratamento favorável em outra área.
Todas as conclusões e resultados das operações devem ser documentados com precisão, não podendo estes ser impropriamente alterados. 
Nesse caso Argadoña (1999) afirma que os relatórios e certificados necessitam conjeturar os resultados, conclusões e as opiniões profissionais obtidas. Só deverá ser oferecido e aceito o trabalho que puder ser executado de maneira competente e profissional, de acordo com os padrões e procedimentos internos reconhecidos da Empresa.
Nesse caso, a empresa não deve permitir que sejam aceitas ou concedidas, direta ou indiretamente, vantagens impróprias, ou seja, aquelas concedidas para influenciar as ações do prestador de serviços do cliente ou ações que constituam violação do seu dever. As vantagens podem assumir forma de propinas, presentes, entretenimento excessivas ou recompensas, como, também, incluam doações políticas, a menos que sejam divulgadas, respeitem a legislação em vigor e cuja autorização prévia tenha sido obtida.
Salomon (2006) esclarece que a honestidade e a transparência necessitam se são valores fundamentais de qualquer empresa, como, também, de todos aqueles que colaboram ou prestam serviços para a Empresa. Entretanto, em certos casos, estes valores devem ser equilibrados e harmonizados em face de uma obrigação de discrição e confidencialidade. De fato, algumas informações devem ser resguardadas para proteger os direitos dos clientes, parceiros, colaboradores ou os dos próprios interesses comerciais da empresa.
Assim sendo, inclui aquelas que não estejam disponíveis ao público, em geral, e sobre as quais exista algum tipo de interesse em manter sigilo e confidencialidade, tais como, sinaliza Denny (2001):
· Informações relacionadas aos negócios da Empresa, incluindo detalhes de clientes, mercado ou dados financeiros, métodos e processos;
· Informações repassadas por terceiros que estão sob obrigações de sigilo;
· Informações relacionadas aos dados pessoais de colaboradores da Empresa.
Dessa forma, estas informações confidenciais não podem ser reveladas a terceiros e tampouco usadas para benefício pessoal. Sempre que algum tipo de informação sigilosa relacionada com a atividade comercial da Empresa tiver, por alguma razão comercial, de ser revelada, deverão se tomadas todas as medidas necessárias de modo a proteger a sua confidencialidade. As informações confidenciais relacionadas a terceiros somente poderão ser reveladas com a aprovação da pessoa ou entidade envolvida.
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ATIVIDADES DE APLICAÇÃO
1) Atualmente, as empresas de ponta tendem a valorizar a relação humana mais do que a técnica. Isto não configura que os funcionários não apresentem competências e habilidades para que aconteça a harmonia no trabalho.
Explique a afirmação acima, porém não se esqueça de relatar os conceitos primordiais para que realmente aconteça o esperado e dê exemplos.
2) Na hora de uma negociação, entre duas empresas, cite três tipos de comportamento ético que os negociadores devem apresentar para que a transação seja boa para ambas as partes.
3) É imprescindível que os funcionários resguardem a imagem da Empresa. Logo, exemplifique tal afirmação? 
4) Cite quatro Códigos de Conduta que todo profissional deve utilizar dentro da empresa e três que nunca deve empregar.
2.3. Os Códigos de Conduta Profissional
Existe diferença entre o Código de Ética e o Código de Conduta, pois são duas propostas distintas. 
Assim sendo, o Código de Ética é um dos instrumentos básicos para o direcionamento correto da atuação dos profissionais. Portanto, se o empregado, ainda não o conhece, solicite sua leitura e a divulgue entre os colegas de profissão. O Código de Ética deve ser utilizado como parâmetro, toda vez que o profissional fizer sua auto-avaliação (SOBON, 2003).
Entretanto, todas as decisões tomadas pelo profissional precisam ser norteadas pelo Código de Conduta da empresa, ou seja, diretrizes que orientam os funcionários a lidar com assuntos da forma mais íntegra possível, dentro das leis e regulamentações de cada país. 
O Código de Conduta oferece direcionamentos para as seguintes questões: respeito profissional, segurança, saúde e meio ambiente, avaliação e monitoramento dos produtos, metodologia das pesquisas, uso dos recursos da companhia, comunicação das ações da empresa, entre outros. O Código de Conduta deve abranger também aspectos legais e éticos existentes nos relacionamentos com clientes, fornecedores, investidores, órgãos reguladores e comunidades onde a empresa está inserida (SOBON, 2003).
Segundo Couto (2003), no desempenho das atividades profissionais o Código de Conduta precisa estimular todos os funcionários a colaborarem e a desenvolverem um ambiente de trabalho saudável e equilibrado, de acordo com princípios éticos, tais como:
Transparência;
Igualdade;
Responsabilidade;
Integridade;
Respeito mútuo
Respeito à legislação/regulamentação da empresa.
Logo, todo Colaborador deve zelar pela própria integridade pessoal e profissional, pelos valores e pela imagem institucional da Associação, empregando as melhores práticas na defesa dos seus interesses.
Sendo assim, o compromisso de toda empresa carece revelar a forma de agir, a fim de estimular todos os seus colaboradores, como esclarece Sabon (2003, p. 35):
1. Realizar o trabalho com responsabilidade, honestidade, lealdade e transparência, desenvolvendo práticas que agreguem valor à Empresa;
2. Realizar trabalho em equipe, compartilhar sucessos e responsabilidades.
3. Pautar suas relações
pela cooperação, cortesia, respeito mútuo e confiança.
4. Cuidar e defender o patrimônio da ANBID;
5. Manter sigilo e confidencialidade sobre todas as informações e atividades da Empresa, no que couber, salvo autorização em contrário.
6. Assegurar o cumprimento de leis, regulamentos, políticas internas, controles e procedimentos;
7. Divulgar e multiplicar os princípios éticos e compromissos da empresa.
8. Manter suas informações cadastrais atualizadas, bem como as finanças pessoais compatíveis com os respectivos rendimentos, de modo a evitar a falta de fundamentação econômica para a origem do seu patrimônio.
9. Cuidar da imagem corporativa, profissional e pessoal.
10. Reconhecer o mérito de cada Colaborador, no respectivo âmbito de gestão e propiciar oportunidades de desenvolvimento e crescimento profissional.
11. Atender aos Associados com cortesia e eficiência, oferecendo informações claras, precisas, transparentes, e em tempo hábil;
12. Prevenir conflitos de interesse de qualquer natureza;
13. Questionar as orientações contrárias aos princípios, valores e compromissos da Empresa.
14. Buscar soluções simples e ágeis, de forma positiva, objetiva e transparente;
15. Promover o desenvolvimento sustentável e ter responsabilidade social e ambiental, e desempenhar iniciativas de voluntariado, cultura e de cidadania.
Tal situação para obter êxito, se faz necessário que todos os funcionários desempenham papel fundamental na aplicação dos princípios éticos, portanto no cotidiano, algumas condutas no relacionamento interno podem refletir nos comportamentos éticos.
O mesmo autor (op.cit. p. 76), acima citado, nos revela que não é tolerável ao profissional utilizar de condutas não aceitáveis, pelo mercado de trabalho, como:
1. Manifestar-se em nome da Empresa, quando não autorizado ou habilitado para tal. Pareceres e manifestações individuais do Profissional devem ressaltar que se trata de opinião pessoal, e não necessariamente refletem a posição da empresa.
2. Utilizar-se do cargo, função ou informação de âmbito interno para influenciar decisões e/ou obter quaisquer benefícios, favores ou vantagens para si ou para terceiros;
3. Utilizar-se, para fins particulares ou repasse a terceiros, de tecnologias, metodologias, conhecimentos e outras informações de propriedade da Empresa, ou por ela desenvolvidas ou obtidas.
4. Fazer uso de informação privilegiada, em benefício próprio ou de terceiros, na realização de negócios de qualquer natureza.
5. A prática ou demonstração de qualquer forma de preconceito ou discriminação em razão de raça, cor, origem, nacionalidade, classe social, sexo, orientação sexual, opção política, crença religiosa, idade, incapacidade física ou outras necessidades especiais.
6. Práticas de assédio sexual, definido como “intimidação e/ou constrangimento com o intuito de obter vantagens ou favores sexuais, cujo agente utiliza-se da sua condição de superior hierárquico ou ascendência, mediante imposição de vontade”. Vale lembrar que o assédio sexual é tipificado como conduta criminosa na legislação brasileira.
7. Práticas de assédio moral, as quais constrangem, humilham e destroem a auto-estima pessoal e a coesão organizacional.
8. Manter atividades paralelas conflitantes com as atividades da Empresa ou com a jornada diária de trabalho, incluindo a comercialização de mercadorias no ambiente de trabalho;
9. Contratar parentes, fornecedores de bens/prestadores de serviços que tenham vínculo familiar com Colaboradores sem a prévia autorização da Superintendência e/ou da Diretoria;
9.1. Para os fins deste Código, são considerados "parentes": pais, irmãos, cônjuges, filhos, tios, primos, netos, avós, e enteados.
10. Solicitar, provocar, sugerir e receber remuneração financeira, bens, gratificação, prêmio, comissão, doação e vantagem, ou qualquer título, de caráter eventual ou não, oriundos de terceiros interessados em obter vantagem para si ou para outrem.
11. Compactuar ou ter ciência de qualquer irregularidade ou conduta passível de infringência a este Código de Conduta, em relação a quaisquer sujeitos passíveis de relacionamento com a Empresa, deixando de comunicá-las ao Gestor ou ao Comitê de Ética.
Notamos várias vezes, as empresas se depararem com situações delicadas no que diz respeito às cortesias oferecidas aos funcionários, que se traduzem em brindes, gratificações, convites, viagens etc., as quais podem provocar suspeita de favorecimento.
Nessa perspectiva, é imprescindível, para resguardar a imagem da Empresa, que os funcionários evitem, de qualquer modo, tudo que possa ocasionar suspeita, questionamento ou descrédito. 
Entretanto, há exceções, como, no caso de doação de brindes relacionados a datas festivas ou comemorativas, cujo funcionário poderá aceitá-los, desde que o valor do bem, individualmente, não exceda quantia exorbitante. Também, nas situações de troca de presentes entre os funcionários, geralmente, em aniversários, Páscoa, Natal etc., sugerem-se não registrar valor de contribuição em listas, facultando assim a adesão livre, voluntária e espontânea.
 Toda empresa no desempenho de suas atividades e relacionamentos externos, precisa estimular a prática de comportamentos éticos, com o intuito de construir parcerias sólidas e duradouras.
Em relação aos serviços prestados, necessitam ser realizados de maneira profissional, independente e imparcial, com honestidade e em total conformidade aos métodos, práticas e políticas aprovadas pela Empresa (MESQUITA, 2007). 
Assim sendo, a Empresa Ética jamais se rende a nenhuma pressão, de clientes de qualquer área de negócio, a fim de obter um tratamento favorável em outra área.
Todas as conclusões e resultados das operações devem ser documentados com precisão, não podendo estes ser impropriamente alterados. 
Nesse caso Argadoña (1999) afirma que os relatórios e certificados necessitam conjeturar os resultados, conclusões e as opiniões profissionais obtidas. Só deverá ser oferecido e aceito o trabalho que puder ser executado de maneira competente e profissional, de acordo com os padrões e procedimentos internos reconhecidos da Empresa.
Nesse caso, a empresa não deve permitir que sejam aceitas ou concedidas, direta ou indiretamente, vantagens impróprias, ou seja, aquelas concedidas para influenciar as ações do prestador de serviços do cliente ou ações que constituam violação do seu dever. As vantagens podem assumir forma de propinas, presentes, entretenimento excessivas ou recompensas, como, também, incluam doações políticas, a menos que sejam divulgadas, respeitem a legislação em vigor e cuja autorização prévia tenha sido obtida.
Salomon (2006) esclarece que a honestidade e a transparência necessitam se são valores fundamentais de qualquer empresa, como, também, de todos aqueles que colaboram ou prestam serviços para a Empresa. Entretanto, em certos casos, estes valores devem ser equilibrados e harmonizados em face de uma obrigação de discrição e confidencialidade. De fato, algumas informações devem ser resguardadas para proteger os direitos dos clientes, parceiros, colaboradores ou os dos próprios interesses comerciais da empresa.
Assim sendo, inclui aquelas que não estejam disponíveis ao público, em geral, e sobre as quais exista algum tipo de interesse em manter sigilo e confidencialidade, tais como, sinaliza Denny (2001):
· Informações relacionadas aos negócios da Empresa, incluindo detalhes de clientes, mercado ou dados financeiros, métodos e processos;
· Informações repassadas por terceiros que estão sob obrigações de sigilo;
· Informações relacionadas aos dados pessoais de colaboradores da Empresa.
Dessa forma, estas informações confidenciais não podem ser reveladas a terceiros e tampouco usadas para benefício pessoal. Sempre que algum tipo de informação sigilosa relacionada com a atividade comercial da Empresa tiver, por alguma razão comercial, de ser revelada, deverão se tomadas todas as medidas necessárias
de modo a proteger a sua confidencialidade. As informações confidenciais relacionadas a terceiros somente poderão ser reveladas com a aprovação da pessoa ou entidade envolvida.
ATIVIDADES DE APLICAÇÃO
1) Atualmente, as empresas de ponta tendem a valorizar a relação humana mais do que a técnica. Isto não configura que os funcionários não apresentem competências e habilidades para que aconteça a harmonia no trabalho.
Explique a afirmação acima, porém não se esqueça de relatar os conceitos primordiais para que realmente aconteça o esperado e dê exemplos.
2) Na hora de uma negociação, entre duas empresas, cite três tipos de comportamento ético que os negociadores devem apresentar para que a transação seja boa para ambas as partes.
3) É imprescindível que os funcionários resguardem a imagem da Empresa. Logo, exemplifique tal afirmação? 
4) Cite quatro Códigos de Conduta que todo profissional deve utilizar dentro da empresa e três que nunca deve empregar.
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3.1.ÉTICA ADAMINISTRATIVA
5.1. Evolução do Conceito de Ética Empresarial
Se formos desvelar a evolução da história da ética empresarial, temos que dá conta de que, nas sociedades primitivas e antigas, a atividade econômica se baseava na troca de mercadoria por mercadoria, não existindo nesse período a idéia de lucro e nem de empresa. Portanto, a ética se restringia às relações de poder entre as partes e pelas eventuais necessidades presentes de obtenção de certos bens ou artigos (OURIVES, 2007) 
O surgimento do conceito de lucro nas operações de natureza econômica trouxe certa dificuldade para a moral, posto que o lucro fora originariamente considerado um acréscimo indevido, sob o ponto de vista da moralidade. 
Somente no século XVIII, o economista Adam Smith, na sua obra A Riqueza das Nações, citado por Moreira (1998, p. 28) que "conseguiu demonstrar que o lucro não é um acréscimo indevido, mas um vetor de distribuição de renda e de promoção do bem-estar social, expondo pela primeira vez a compatibilidade entre ética e atividade lucrativa". 
A doutrina no âmbito do direito empresarial tem conceituado a empresa como uma atividade econômica organizada pelo empresário, que se utiliza dos fatores da produção: a natureza, o capital e o trabalho, a fim de produzir um resultado, que pode ser um serviço, um bem ou um direito, para venda no mercado, com o objetivo final de lucro. 
Moreira (op.cit, p. 28) esclarece que "a encíclica Rerum Novarum, do Papa Leão XIII", foi "a primeira tentativa formal de impor um comportamento ético à empresa". 
Esse documento feito pelo papa trouxe no seu bojo princípios éticos aplicáveis nas relações entre a empresa e empregados, valorizando o respeito aos direitos e à dignidade dos trabalhadores. 
Dessa forma, surge nos Estados Unidos no ano de 1890, a Lei "Shelman Act", destinada "a proteger a sociedade contra os acordos entre empresas, contrários ou restritivos da livre concorrência” (In: MOREIRA, op.cit). 
O mesmo autor, citado acima, nos revela que no ano de 1972, realizou-se a Conferência Internacional sobre o Meio Ambiente, em Estocolmo, Suécia, preparada pela Organização das Nações Unidas, cuja finalidade foi conscientizar todos os segmentos sociais, inclusive as empresas, sobre a necessidade de se preservar o planeta. 
Dando continuidade, o mesmo autor esclarece que após cinco anos, o governo americano estabeleceu sobre a ética empresarial, através da edição da Lei "Foreign Corrupt Practices Act", que proíbe e estabelece penalidades às pessoas ou organizações que ofereçam subornos às autoridades estrangeiras, com a finalidade de obter negócios ou contratos. 
Entretanto, no Brasil a Lei n. 4.137/62, alterada pela Lei n. 8.884/94, foi editada a fim de reprimir o abuso do poder econômico e as práticas de concorrências.
Em diversas outras áreas, como nas de proteção ao trabalho, do meio ambiente, do consumidor, existem leis específicas, tratando da questão da ética. 
Perante essa preocupação mundial com a ética empresarial, pode-se afirmar que estamos vivendo uma nova era nesse assunto. 
Relativamente à evolução da ética na empresa societária, ao que se tem notícia, até o fim da primeira metade do século XX, os conflitos associados eram solucionados na própria empresa, sendo poucas as demandas judiciais. Prevalecia o poder daquele que majoritariamente comandava a empresa. Esse período foi chamado de fase monárquica da sociedade comercial. 
"Aplicava-se a visão do banqueiro alemão ao qual se atribui à qualificação dos acionistas minoritários como sendo tolos e arrogantes. Tolos porque lhe entregavam o dinheiro e arrogantes, pois ainda pretendiam receber os dividendos" (MARTINS, 199, p. 31). 
Paulatinamente, se cria nova consciência nessas relações, em que os controladores passam a buscar o consenso junto aos demais participantes da sociedade, isto é, entre empregados, minoritários etc. 
No Brasil, a partir da metade do século XX, já há uma preocupação do direito brasileiro para com os direitos dos minoritários, possibilitando-lhes o recebimento dos dividendos, o recesso e responsabilizar os administradores e controladores da companhia. 
Para Wald (In: MARTINS, op.cit, p. 40): “é o primeiro passo para a democratização e moralização da empresa, mediante a criação de um sistema de liberdade com responsabilidade, que sucedeu ao regime da mais completa irresponsabilidade". 
O artigo 115, d Lei n. 6.404/76, assim como a legislação do mundo inteiro, tem reconhecido o poder do voto como ser exercido no interesse da sociedade. 
Nesse sentido, o acionista exerce o direito de voto no interesse da companhia; considerando abusivo o voto exercido com fim de causar dano à companhia ou a outros acionistas, de obter, para si ou para outrem, vantagem a que não faz jus e de que resulte, ou possa resultar prejuízo para companhia ou para outros acionistas.
Conforme se vê, "a obediência à ética e aos bons costumes se impôs até aos acordos de acionistas cujas cláusulas ilegais, abusivas ou imorais não podem ser consideradas vinculatórias para os seus signatários" (MARTINS, 1999, p.33)
Assim sendo, ao abordamos sobre a evolução do conceito de ética nas empresas não podemos deixar de nos basearmos na declaração de Ouvires (2007, p. 3):
A ética relaciona-se diretamente com os juízos morais. Há empresas que possuem seus códigos de conduta, numa demonstração à sociedade sobre seus pressupostos éticos. A finalidade da empresa, sob a ótica da teoria clássica é a maximização dos lucros. Modernamente, o escopo empresarial ancora-se, também, no conceito da exploração da atividade econômica, sob a ótica de que ela (empresa) é algo mais que um negócio. Além do interesse da empresa em si, há um interesse social a ser perseguido. A empresa que adota uma cultura ética, possivelmente, reduzirá seus custos de coordenação. [...] a cultura do conflito é mais cara que a cultura da cooperação. A empresa que não pugna por um comportamento ético, estará, fatalmente, fadada ao insucesso.
Conforme o autor acima, percebemos que várias empresas, atualmente, têm grande preocupação em relação à ética, não somente visando o lucro, mas, concomitantemente, ao interesse social, como já abordamos no capítulo anterior.
Moreira (1999) define a ética empresarial como comportamento da empresa - entidade lucrativa - quando ela age de conformidade com os princípios morais e as regras do bem proceder aceitas pela coletividade (regras éticas).
Assim sendo, a ética na atividade empresarial é ter um olhar atento para o outro, sem o qual o eu não se humaniza, ou seja, as suas atividades estão dirigidas para o outro. Logo, a atividade empresarial é eticamente fundada e orientada, quando se cria emprego, proporciona habitação, alimentação, vestuário e educação, detendo os bens como quem os administra.
Para Denny (2001), não há distinção entre moral e ética, portanto, ética empresarial consiste
na busca do interesse comum, ou seja, do empresário, do consumidor e do trabalhador. Dessa forma, toda empresa que não se preocupa com o capital humano são consideradas imorais. 
Segundo Santos (In: MARTINS, 199, p. 137): “o Brasil renasce das preocupações sobre a ética nos negócios. O grande desafio ético, diz ele, encontra-se na descoberta de como libertar o mundo da pobreza e opressão alarmante em que vive. Com certeza, a ética da solidariedade será o componente principal de qualquer solução: será o prenúncio da civilização do amor.”
Moreira (1999) enfatiza que os conceitos éticos são extraídos da experiência e do conhecimento da humanidade. Baseado na lição de Henry R. Cheeseman (In: Contemporary Business Law, Prentice Halll, New Jersey, Estados Unidos da América, 1997), diz Moreira que "há pelo menos cinco teorias a respeito da formação dos conceitos éticos", aos quais também denomina como preceitos, a saber: 
teoria fundamentalista: propõe que os conceitos éticos sejam obtidos de uma fonte externa ao ser humano, a qual pode ser um livro (como a Bíblia), um conjunto de regras, ou até mesmo outro ser humano; 
teoria utilitarista: sustentada nas idéias de Jeremy Bentham e John Stuart Mill, para os quais o conceito ético deve ser elaborado "no critério do maior bem para a sociedade como um todo"; 
teoria kantiana: defendida por Emanuel Kant, propõe que o conceito ético seja extraído do fato de que cada um deve se comportar de acordo com princípios universais. 
teoria contratualista: baseada nas idéias de John Locke e Jean Jacques Rousseau, parte do pressuposto de que o ser humano assumiu com seus semelhantes a obrigação de se comportar de acordo com as regras morais, para poder conviver em sociedade. Os conceitos éticos seriam extraídos, portanto, das regras morais que conduzissem à perpetuação da sociedade, da paz e da harmonia do grupo social; 
teoria relativista: segundo a qual cada pessoa deveria decidir sobre o que é ou não ético, com base nas suas próprias convicções e na sua própria concepção sobre o bem e o mal. Assim sendo, o que é ético para um pode não o ser para outro. 
Nessa esteira, advertimos para que os conceitos éticos levem em conta o estudo de todas as teorias citadas acima, entretanto, como já sabemos, não existem verdades absolutas ou exatas em matéria de ética, logo, a reflexão precisa ser permanente. 
Dessa forma, todo sistema que diminui a relevância da ética, tornando tal valor um desperdício, tende a não respaldar a reclamação da sociedade. Conseqüentemente, torna o “estado” que produziu menos democrático, quando não totalitário, por conseguinte, sua duração se dá em tempo menor que os demais ordenamentos que a reconhecem. 
Além de outros dispositivos constitucionais, cuja ética permeia, verifica-se no capítulo VII, do título III da Constituição Federal de 1988, que ela se encontra, de forma mais evidente, pois a necessidade da ética, no exercício da honrosa função de servir a sociedade, esse princípio se encontra dentre os mais importantes da Administração Pública, a saber: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
Nessa ótica, na atividade empresarial, os princípios éticos que norteiam a Ordem Econômica e Financeira, fundamentam-se na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa. Nesse sentido, reprimem o abuso do poder econômico, incentivando a livre concorrência, dando tratamento preferencial às empresas de pequeno porte, proibindo a atuação do Estado na área específica da iniciativa privada, a não ser em caráter excepcional, como segurança nacional ou relevante interesse coletivo. 
O § 4º, do art. 173, da Constituição Federal de 1988, estabelece as práticas que devem ser evitadas na exploração da atividade econômica, por ferir a ética empresarial, dispondo que: "a lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros". 
Arnold Wald
Evoluímos, assim, para uma sociedade em que alguns denominaram "pós-capitalista" e outros "neocapitalista" ou ainda "sociedade do saber", caracterizada pela predominância do espírito empresarial e pelo exercício da função reguladora do direito. O Estado reduz-se a sua função de operador para tornar-se o catalisador das soluções, o regulador e o fiscal da aplicação da lei e a própria administração se desburocratiza. O espírito empresarial, por sua vez, cria parcerias que se substituem aos antigos conflitos de interesses que existiam, de modo latente ou ostensivo, entre empregados e empregadores, entre produtores e consumidores e entre o Poder Público e a iniciativa privada. A sociedade contemporânea apresenta um novo modelo para que a empresa possa progredir e o Estado evolua adequadamente, mediante a mobilização construtiva de todos os participantes, não só do plano político, pelo voto, mas também no campo econômico, mediante várias formas de parceria, com base na confiança e na lealdade que devem presidir as relações entre as partes. 
Neste contexto, notamos que a maioria das empresas está abandonando a organização hierarquizada utilizadas por Taylor, Fayol e Ford para se apoderar do mundo empresarial em que os valores são próprios, como: iniciativa, responsabilidade, comunicação, transparência, qualidade, inovação e flexibilidade. 
Assim, observa-se que várias empresas abandonam a estrutura originária, ou seja, cujo comando estava unicamente com os proprietários da empresa, para dar lugar a nova estratégia, oferecendo maior poder aos acionistas e empregados e até a própria sociedade civil. 
Nessa ótica, as empresas passam a ter verdadeiros deveres, não só com os seus integrantes e acionistas, mas também com os seus consumidores, clientes e até com o meio ambiente.
A Lei n. 6.404/76, que disciplina as sociedades por ações, enumera de forma precisa e detalhada, os deveres e responsabilidades dos administradores, com a função social da empresa. Orientando no sentido de que o administrador deve exercer as atribuições que a lei e o estatuto lhe conferem para conseguir os fins e o interesse da companhia, satisfeito as exigências do bem público e da função social da empresa (art. 154). 
É preciso ressaltar que hoje, no que tange à matéria contratual, ao contrário do que acontecia no passado, em que se admitia a prática comercial do "dolus bonus". De tal modo, o direito além de exigir a completa boa-fé, proporciona proteção mais adequada ao comerciante mais frágil (OUVIRES, 2007). 
Em relação à questão ambiental ressaltamos o meio ambiente que se transformou em um valor permanente para a sociedade, de forte conteúdo ético. Assim, protegê-lo, tornou-se um imperativo para todos os habitantes do planeta Terra, exigindo que cada habitante se conscientize dessa grande necessidade, requerendo esforço comum, em resposta aos desafios do futuro. 
Exige-se, assim, que as empresas promovam o desenvolvimento sustentável, conforme tem insistido a Câmara de Comércio Internacional. 
Deste modo, preconiza Juan Chacon de Assis (apud, MAXIMIANO, 1978, p. 104), que diz: 
É preciso pensar e pensar rápido, com coragem e ousadia, numa nova ética, para o desenvolvimento. Numa ética que transcenda a sociedade de mercadoria, da suposta generalização dos padrões de consumo dos países ricos para as sociedades periféricas - promessa irrealizável de certas correntes desenvolvimentistas do passado e dos neoliberais de hoje em dia. Tal promessa não passa de um jogo das contas de vidro, recheado de premissas falsas, devido a obstáculos políticos criados pelos países ricos (que brecam a generalização da riqueza) e as limitações impostas pela base de recursos naturais. Ou seja, as limitações ecológicas inviabilizam (devido ao efeito estufa, destruição da camada de ozônio, dilapidação das florestas tropicais etc.) a homogeneização para toda a Humanidade dos padrões santuários do consumo.
Conforme reporta Denny (2001), atualmente, as grandes entidades financeiras nacionais e estrangeiras
só aprovam financiamentos para projetos que não afetem o meio ambiente. 
Dentro desse contexto, é fundamental que a empresa adote os postulados éticos em suas relações. Logo, é necessário estabelecer as regras de conduta em um instrumento interno, ou seja, elaborar um Código de Ética, que tem a incumbência de "padronizar e formalizar o entendimento da organização empresarial em seus diversos relacionamentos e operações (op.cit)”. Acredita-se que evitaria que os julgamentos subjetivos deturpem, impeçam ou restrinjam a aplicação plena dos princípios, além de "pode constituir uma prova legal de determinação da administração da empresa, de seguir os preceitos nele refletidos" (MOREIRA, 1999, p. 59). 
Para Maximiano (1978, p. 294): "a interpretação de valores éticos pode ser absoluta ou relativa. A primeira baseia-se na premissa de que as normas de conduta são válidas em todas as situações e a segunda, de que as normas dependem da situação". 
Para os orientais, no que tange à ética, os indivíduos precisam se dedicar inteiramente à empresa, assim como se constitui uma família, a qual pertence à vida de todos os trabalhadores. Já, para os ocidentais, o entendimento é de que há diferença entre a vida pessoal e a vida profissional.
Assim, encerrado o horário normal do trabalho, o restante do tempo é do trabalhador e não do patrão (MAXIMIANO, op.cit). 
Quanto à ética absoluta, parte-se do princípio de que determinadas condutas são, intrinsecamente, erradas ou certas, qualquer que seja a situação, e, dessa maneira, se apresentam e difundem como tal (MAXIMIANO, op.cit) 
Ressalta Maximiano que um problema sério da ética absoluta é que a noção de certo e errado depende de opiniões. Cita como exemplo: 
os bancos suíços construíram uma reputação de confiabilidade com base na preservação do sigilo sobre suas contas secretas. Sob a perspectiva absoluta, para o banco, o correto é proteger a identidade e o patrimônio do cliente. Durante muito tempo, os bancos suíços foram admirados por essa ética, até ficar evidente que os clientes nem sempre eram respeitáveis. Traficantes de drogas, ditadores e nazistas haviam escondido nas famosas contas secretas muito dinheiro ganho de maneira ilícita. Os bancos continuaram insistindo em sua política, enquanto aumentavam as pressões internacionais, especialmente dos países interessados em rastrear a lavagem de dinheiro das drogas, ou recuperar o que havia sido roubado pelos ditadores e nazistas. Para as autoridades destes países, a ética absoluta dizia que o sigilo era intrinsecamente errado, uma vez que protegia dinheiro obtido de forma desonesta. Finalmente, as autoridades suíças concordaram em revelar a origem dos depósitos e iniciar negociações visando à devolução do dinheiro para os seus donos.
3.2. Premissas para a Empresa ser Ética. 
Ouvires (2007) esclarece que a maioria dos autores que estuda a questão da ética empresarial, estabelece que o comportamento ético seja a única maneira de obter lucro com respaldo moral. A sociedade tem exigido que a empresa sempre batalhe pela ética, nas relações com seus clientes, fornecedores, competidores, empregados, governo e público em geral. 
Denny (2001, p. 135) assevera que: “o comportamento ético dentro e fora da empresa permite às companhias inteligentes baratear os produtos, sem diminuir a qualidade e nem baixar os salários, porque uma cultura ética torna possível reduzir os custos de coordenação”. 
Além dessas, outras razões podem ser invocadas como o não pagamento de subornos, compensações indevidas etc. 
A empresa ao agir com ética estabelece normas de condutas, a fim de que seus dirigentes e empregados ajam com lealdade e dedicação. 
Como expressa Moreira (1999, p. 31): “os procedimentos éticos facilitam e solidificam os laços de parceria empresarial, quer com clientes, com fornecedores, quer, ainda, com sócios efetivos ou potenciais, Isso ocorre em função do respeito que um agente ético gera em seus parceiros”.
"A ética da empresa trata de mostrar, então, que optar por valores que humanizam é melhor para a empresa, entendida como um grupo humano, e para a sociedade em que ela opera" (DENNY, 2001, p.135) 
O mesmo autor dá continuidade, afirmando que a atividade empresarial não é só para ganhar dinheiro, mas é algo mais que um negócio: é antes de tudo um grupo humano que persegue um projeto, necessitando de um líder para levá-lo a cabo. Entretanto, precisa de um tempo para desenvolver todas as suas potencialidades. Logo, entendemos que a ética deve estar acima de tudo. Isto porque, a empresa que age dentro dos postulados éticos, aceitos pela sociedade, só tende a prosperar em contrapartida quem não condiz com a mesma, predominando pela "esperteza e safadeza dissuadem. O engano ensina ao cliente que basta uma vez. A falta de qualidade afunda a empresa" (MOREIRA, 1999, p. 31). 
Nesse sentido, percebemos que a questão ética vem se destacando em nosso país, sobretudo na última década. Entretanto, não só na esfera política, como também no campo empresarial, tendo em conta o porte de sua economia e em relação à opção estratégica adotada, ou seja, integrar o país em um mercado que se globaliza e exige relações profissionais e contratuais. 
Notamos, então, a existência da cobrança, cada vez maior, por parte da sociedade, por transparência e honestidade, tanto no trato da coisa pública, como no fornecimento de produtos e serviços ao mercado. 
Para Ouvires (2007) a legislação constitucional e a infraconstitucional têm possibilitado um acompanhamento mais rigoroso da matéria, permitindo que os órgãos de fiscalização e a sociedade, em geral, adotem medidas judiciais necessárias para coibir os abusos cometidos pelas empresas. 
Desse modo, é necessário que o mundo empresarial se conscientize, cada vez mais, de que a ética empresarial é imprescindível para o seu desenvolvimento e crescimento no campo dos negócios. 
3.3. Ética e o Capital Humano
Afirmar que ética não é um conceito facilmente aplicável nas grandes corporações é fidedigno. Isto porque, o capital não consegue se multiplicar na velocidade que precisa, só se adotá-la como bandeira. Se assim o fizesse, a distribuição de renda seria diferente, as relações desumanas no trabalho teriam outra conotação e os profissionais de valor seriam mais do que um simples número no quadro de empregados da organização (IÓRIO, 2004). 
Notamos que todas as recomendações dos especialistas com as mais variadas teorias sobre a ética e o capital humano, ressaltam que as empresas continuam fracassando abruptamente na condução dos negócios. 
Isto é resultado do capital humano que nunca foi páreo para a ambição desmedida do lucro, cuja ambição ultrapassa os limites do razoável, a ética e o respeito aos indivíduos são literalmente derrubados pelo poder que não conhece limites. 
Vários autores relatam sobre a necessidade de modificar as relações entre o capital e o trabalho, cujo objetivo é de proporcionar ambientes mais justos e fraternos, contudo o abismo entre o discurso e a prática é incomensurável.
Um exemplo típico da imposição do poder é a sobrecarga de trabalho. A preferência pela diminuição da força de trabalho e a voraz do capital pelo lucro em progressão geométrica eleva o custo social, sem pudor.
Iório (op.cit) ressalta que as empresas são feitas de pessoas e as mesmas erram, porém, em uma sociedade extremamente competitiva, o mínimo erro torna-se imperdoável. Erros fazem parte do crescimento, mas no mundo corporativo atual, o erro será parte do crescimento em outra empresa, nunca onde se comete.
Sendo assim, não existe espaço para a redenção. O erro é a chance que as organizações esperam para descartar os indivíduos, a fim de elevar a produtividade e o lucro por empregado, importantes na divulgação dos resultados.
Devido às relações entre capital e trabalho serem absolutamente frias, conseqüentemente, as relações entre o administrador e os subordinados também o é. Isto acontece por ser mais cômodo exercer a

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