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Mecânica dos Fluidos II (PME 2330) Gabarito Segunda Prova - 2015 1. (5 pontos) Considere o escoamento permanente, incompressível e laminar em uma placa plana, como mostrado na figura. Na entrada ( 0=x ) a velocidade é 0U uniforme. Ao longo do escoamento vai crescendo uma camada limite de espessura δ . Utilizando um método integral, determine o crescimento da camada limite sabendo que o gradiente de pressão é negativo e constante, isto é 0>==− cteA dx dp . Para isto, utilize um perfil de velocidade da forma: ( ) > ≤≤ = δ δη y yf U u para1 0para onde δ η y= e ( )xUU = é a velocidade na corrente livre. Observe que ( )ηf é um perfil “razoável”, que satisfaz a condição de não escorregamento e fornece um valor finito de derivada na parede, além de ser contínuo na borda da camada limite. a) Demonstre que a velocidade na corrente livre resulta: ( ) 2/1 0 ~1 x U U += , onde Ax xx =~ e A UxA 2 2 0ρ= . b) Demonstre que a espessura da camada limite adimensional satisfaz a seguinte equação diferencial: ( ) ( ) ( )22/122/1 ~~~12 1~~1 2 1 δδ θθ τ xd dxCxCC Re C d A +++ += − onde Ax δδ =~ , ν A A xURe 0= , ( )0'fC =τ , ( ) ( )[ ] ηηηθ dffC −= ∫ 1 1 0 e ( )[ ]∫ −= 1 0 1 ηη dfCd . c) Como cresce a camada limite (mais rapidamente ou mais lentamente) em comparação com a do problema de Blasius ( 0= dx dp , cteU =0 )? Por que? Fórmulas: tensão de cisalhamento na parede, Bernoulli, equação integral de von Karman, espessura de deslocamento, espessura de momento: ( )0= ∂ ∂ = y y u p µτ ; cteUp =+ 2 2 1 ρ ; ( ) dx dUUU dx dp *2 δθ ρ τ += ; dy U u* ∫ −= δ δ 0 1 dy U u U u ∫ −= δ θ 0 1 Solução: a) Aplicando Bernoulli na corrente livre, obtemos: U0 δ(x) u(x, y) x camada limite U(x) 0>==− cteA dx dp y −=⇒=+ 22 2 1 2 1 U dx d dx dpcteUp ρρ Integrando na posição, com o gradiente de pressão constante, resulta: ( ) CxAUA dx dpU dx d +=⇒= −= ρρρ 222 22 . Como ( ) 2020 20 UxAUUU +=⇒= ρ . Finalmente, adimensionalizando resulta: ( ) 2/1 0 ~1 x U U += . b) Calculamos os termos da equação integral de von Karman. Da tensão de cisalhamento na parede, resulta: ( ) ( ) τδ µ δ µµτ C x UfUy y u A p ~00 =′==∂ ∂ = Das espessuras: ( )[ ] δηηδδ δ ~11 1 00 * Ad xCdfdyU u =−= −= ∫∫ ( ) ( )[ ] δηηηδθ θ δ ~11 1 00 A xCdffdy U u U u =−= −= ∫∫ A equação de von Karman pode ser escrita como: ( ) ( ) ( ) dx dUU dx dU dx d dx dUU dx dp θδθδθθ ρ τ 22*2*22 2 1 2 1 + +=++= Subsituindo as expressões calculadas anteriormente e dividindo por 20U , obtemos: xd dC U UCC xd dC U U U U xd dCC U U xU C dd A ~ ~~ 2 1 ~ ~ ~ ~ 2 1 ~ 2 0 2 0 2 000 δδδδ δρ µ θθθθ τ + += + += ( ) ( ) ( )22/122/1 0 2 1 0 ~ ~ ~1 2 1~~1 2 1 ~ ~~~ 2 1 δδδδδ θθθθτ xd dxCxCC xd dC U UCC U U Re C dd A +++ += + + = − − A espessura da camada limite satisfaz: ( ) ( ) ( )22/122/1 ~~~12 1~~1 2 1 δδ θθτ xd dxCxCC Re C d A +++ += − com condição de contorno ( ) 00~~ ==xδ . c) A variação da camada limite pode ser escrita como: ( ) ( ) ( ) 212/12 ~~1 2 112~12~~ δδ θθ τ −− + +−+= x C Cx ReC C xd d d A Para fazer uma comparação com a solução de Blasius, observamos que ∞→Ax e 0~ →x para 0→ dx dp . A expresão anterior pode ser escrita, en forma dimensional, como: ( ) ( ) ( ) 212/1 0 2 ~1 2 112~12 δνδ θθ τ −− + +−+= x C C x x UC C dx d d A Como a variação da camada limite na solução de Blasius é ( ) 0 2 2 UC C dx d B θ τ νδ = , resulta: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) B d AB dx dx C C x x dx d dx d <+ +−+ = −− 2212/122 ~1 2 112~1 δδδδ θ , isto é, a camada limite crescerá mais lentamente que na solução de Blasius. Alternativamente, observamos que para a solução de Blasius, 2/1 5 xRex ≅ δ , onde ν xURex 0= . O crescimento da camada limite é, portanto: ( ) 2/1 2/1 0 5 x U x ≅ νδ . Como localmente a velocidade da corrente livre é 0UU > , a camada limite crescerá mais lentamente que no problema de Blasius. 2. (3 pontos) Uma bola flutuante de massa específica bρ e diâmetro D que caiu na água (de massa específica bw ρρ > ) à velocidade de entrada 0V penetrará uma distância h e depois se moverá novamente para cima (fora) como mostra a figura. Faça uma análise dinâmica desse problema admitindo um coeficiente de arrasto válido para escoamento de inércia desprezível D D Re C 24= e deduza uma expressão para h e o correspondente tempo de penetração T em função das propriedades do sistema. (Extraído de White, F.M., "Fluid Mechanics", 4th edition, McGraw-Hill). Fórmulas: volume da esfera: 3 6 1 Dπ , área do círculo: 2 4 1 Dπ . Ajudas para o cálculo: ( ) ctebxa abxa dx ++= +∫ ln 1 , ( )[ ] ctebxabxa abxa dxx ++−= +∫ ln 1 2 Solução: Considerando o eixo z na direção vertical descendente e com origem na superfície de líquido, a equação de Newton para a bola, considerando forças de peso, empuxo e arrasto, fornece: ( ) 22 2 11 2 1 V A Cg dt dV dt dVAVCg b f b w D b w bbfwDbbw υρ ρ ρ ρ υρρυρρ − −−=⇒=−−− ρb < ρw , D g DD DA b f 2 3 6 1 4 1 3 2 == π π υ ; DVRe C wD D ρ µ2424 == Substituindo, obtemos gV D V DDV g dt dV b w bb w wb w −−−=− −−= 118 2 324 2 11 2 2 ρ ρ ρ µ ρ ρ ρ µ ρ ρ Separando variáveis e integrando, e fazendo 2 18 D a bρ µ = e gb b w −= 1 ρ ρ resulta: Ct bVa dV += + − ∫ ( ) CtbVa a +=+− ln1 ; para 0=t , ( ) ( )bVa a CVtV +−=⇒== 00 ln 10 A velocidade resulta, então: ( ) ( )taV b a a b a btVt bVa bVa a − ++−=⇒= + + − exp1ln1 0 0 O tempo de penetração resulta da condição ( ) 0== TtV , da onde += 01ln 1 V b a a T Para calcular a profundidade, observamos que dz dVV dt dz dz dV dt dV == ( )bVagV Ddz dVV b w b +−= −−−= 118 2 ρ ρ ρ µ ; separando variáveis e integrando, resulta: Cz bVa dVV += + − ∫ ( )[ ] CzbVabVa a +=+−− ln12 ; para 0=z , ( ) ( )[ ]bVabVaaCVzV +−−=⇒== 0020 ln 10 A posição em função da velocidade resulta, então: ( ) ( ) + + +−= bVa bVabVVa a Vz 0 02 ln 1 A profundidade resulta da condição ( ) hVz == 0 , da onde +−= 02 0 1ln V b a a b a Vh . Alternativamente,a profundidade de penetração pode ser calculada integrando a velocidade no tempo: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) CtaV b a a bt a bdttaV b a a b a btzdttVtz +− +−−= − ++−=⇒= ∫ ∫ exp1exp1 020 Da condição inicial ( ) 00 ==tz resulta += 02 1 Vb a a bC , da onde obtemos: ( ) ( )[ ]taV b a a bt a btz −− ++−= exp11 02 A profundidade resulta da condição ( ) hTtz == , da onde ( )[ ]TaV b a a bT a bh −− ++−= exp11 02 . Substituindo o tempo de penetração, obtemos o mesmo resultado para a profundidade de penetração: +−= +− ++ +−= − 02 0 1 0020 1ln1111ln 1 V b a a b a VV b aV b a a bV b a aa bh 3. (2 pontos) Um iceberg pode ser aproximado como um cilindro de comprimento L e diâmetro D , com LD >> . A parte submersa do iceberg corresponde a L 8 7 . Imagine que o iceberg se move com velocidade constante V na água em repouso, impulsionado pelo vento de velocidade U . Se o coeficiente de arrasto da parte submersa do iceberg em água é DwC e o coeficiente de arrasto da parte acima da superfície sujeita ao vento é DaC , e se são conhecidas as massas específicas do ar aρ e da água wρ , obtenha um expressão para a velocidade V do iceberg. (Extraído de White, F.M., "Fluid Mechanics", 4th edition, McGraw-Hill). Solução: O arrasto do ar tem que ser equilibrado pelo arrasto da água. Assim: ( ) DwwDaa CD LVCDLVU 8 7 2 1 82 1 22 ρρ =− Isso resulta: ( ) 22 7 V C CVU Daa Dww ρ ρ =− Chamando k C C Daa Dww = ρ ρ7 : VkVU =− que resulta U k V + = 1 1
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