Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula: 4 - TEORIAS DE ENFERMAGEM Disc. Prática de Enfermagem I Profas Angela Lima e Rose Fugita A palavra original vem do grego theoria que significa “visão”. Com base nessa natureza sensorial, o desenvolvimento de teorias deve ser encarado como racional e intelectual, conduzindo à descoberta da verdade. Retrata a Visão de mundo da teorista Teoria TEORIA X PRÁTICA A Prática vem antes da Teoria; Para que o conhecimento prático seja considerado científico, necessita ser teorizado e testado pelo método científico; Então, passa a ser chamado de PRÁXIS, ou seja, prática profissional teorizada, testada e validada; Portanto, a Teoria é a ciência a serviço da prática. PRÁTICA TEORIA O que é uma teoria de enfermagem ? 📚 Conceituação articulada e comunicada da realidade inventada ou descoberta na enfermagem com a finalidade de descrever, explicar, prever ou prescrever o cuidado de enfermagem (Meleis, 1991). 📚 Teoria sugere uma direção de como ver os fatos e os eventos. Uma estruturação criativa e rigorosa de idéias que projetam uma tentativa, uma resolução e uma visão sistemática dos fenômenos. "A Teoria é a geração do conhecimento específico de enfermagem para uso na sua prática." Construção de uma Teoria TEORIA CONCEITOS DEFINIÇÕES RELAÇÕES PROPOSIÇÕES FENÔMENO Aspectos da realidade que podem ser percebidos/vivenciados Unidade básica na linguagem do pensamento teórico Conceito é “algo concebido na mente” (Webster,2006) . Conceitos são palavras que reunidas representam a realidade e facilitam a nossa capacidade de compreensão e comunicação sobre ela. As pessoas variam em relação às imagens e noções específicas que percebem quanto à um determinado conceito. LINGUAGEM DO PENSAMENTO TEÓRICO: Conceito Conceitos São palavras que descrevem objetos, propriedades ou acontecimentos e constituem componentes básicos da teoria. Podem ser considerados: Empíricos quando podem ser observados ou percebidos pelos sentidos, como um estetoscópio, autocuidado Abstratos quando não são observáveis, como esperança e infinito CONCEITOS PRINCIPAIS NA ENFERMAGEM Enfermagem Pessoa Ambiente Saúde CONCEITOS CONCEITOS Pessoa pode representar um indivíduo, uma família, uma comunidade ou toda a humanidade. É aquele que recebe o cuidado de enfermagem. # Receptor do cuidado Saúde representa o estado de bem estar decidido, mutuamente pelo cliente e a enfermeira. # Objetivo do cuidado de enfermagem Ambiente pode representar os arredores imediatos, a comunidade ou o universo com tudo que contém. # condições que afetam o cliente; ambiente em que ocorrem as necessidades de cuidado. Enfermagem é a ciência e a arte da disciplina. TEORIA DE ENFERMAGEM COMPLETA POSSUI: CONTEXTO, CONTEÚDO E PROCESSO (Barnum, 1994) Contexto é o ambiente no qual o ato de enfermagem ocorre Conteúdo é o assunto da teoria Processo é o método pelo qual a enfermeira age ao usar a teoria Objetivos dos Modelos Teóricos Identificar o domínio e os objetivos da enfermagem; Proporcionar conhecimento para melhorar a administração, prática, educação e pesquisa; Identificar as técnicas de pesquisa e instrumentos que serão utilizados para validar as intervenções de enfermagem; Objetivos dos Modelos Teóricos Desenvolver planos de currículo para a educação em enfermagem; Orientar o desenvolvimento/estrutura do Sistema da Assistência de Enfermagem; Devem ser compatíveis com outras teorias, leis e princípios confirmados, embora deixem em aberto questões não solucionadas que precisam ser investigadas. NÍVEL 1: isolamento de um fator – descritivo. NIVEL 2: correlação de fatores de tal maneira que ele representem uma situação maior. NÍVEL 3: explica e prevê como as situações estão relacionadas. NÍVEL 4: conhecimento do como e por que as situações estão relacionadas de maneira que, quando a teoria for usada como guia, possam ser produzidas situações valiosas. NÍVEIS DE UMA TEORIA Primeiros Ensaios: - EUA: a partir de 1950 - Brasil: 1970 com Wanda de Aguiar Horta Busca: Base de Conhecimentos Teóricos Validação do Senso-Comum Prestígio à Ciência e Pesquisa CATEGORIAS DAS TEORIAS Teóricos orientados para as necessidades humanas/ problemas: Enfocam as necessidades e os problemas que os pacientes/clientes têm, buscando preenchê-los e corrigi-los utilizando o processo de enfermagem. O cuidado está centrado na independência da pessoa e na satisfação das suas necessidades fundamentais. Teoristas: Florence Nightingale; Lydia Hall; Jean Watson; Virgínia Henderson; Dorothea Orem; Faye Abdellah CATEGORIAS DAS TEORIAS Teóricos orientados para a interação: enfocam o processo de comunicação no preenchimento das necessidades do paciente/cliente. As enfermeiras devem possuir conhecimentos sistemáticos com a finalidade de avaliar as necessidades de ajuda da pessoa, formular um diagnóstico de enfermagem e planificar uma intervenção. O cuidado é um processo humanitário e não mecânico. Teoristas: Hildegard Peplau; Josephine Paterson e Loretta Zderad; Ida Orlando; Joyce Travelbee; Erickson, Tomin e SwainErnestine Wiedenbach; Imogene King; Boykin e Schoenhofer. INTERAÇÃO Enfermeira Paciente CATEGORIAS DAS TEORIAS Teóricos do campo de energia / ser humano unitário: acreditam que as pessoas são campos de energia em constante interação com o seu ambiente ou com o universo. • A escola do ser humano unitário considera um processo de trocas contínuo, na qual a pessoa e o enfermeiro são colaboradores, e é a própria pessoa quem decide o rumo das trocas. A saúde é a realização contínua de uma pessoa como ser humano unitário e a enfermagem está integrada na saúde. Teoristas: Martha Rogers; Margaret Newman e Rosemarie Rizzo Parse. CATEGORIAS DAS TEORIAS Teóricos orientados para os sistemas: sugerem que o homem é composto de muitas partes ou subsistemas que, quando juntos, são mais e diferentes do que sua soma. Teoristas: Dorothy Johnson; Callista Roy; Betty Neuman; Myra Levine; Madeleine Leininger CARACTERÍSTICAS DE UM TEORIA As teorias podem inter-relacionar conceitos de tal forma que crie uma nova maneira de ver um determinado fenômeno. As teorias devem ser de natureza lógica. As teorias devem ser relativamente simples e ainda generalizáveis. As teorias podem ser as bases para as hipóteses serem testadas ou para a teoria ser expandida. As teorias contribuem para o aumento do corpo de conhecimentos gerais da disciplina implementada para validá- las. As teorias podem ser usadas por profissionais para orientar e melhorar a sua prática. As teorias devem ser consistentes com outras teorias validadas, leis e princípios, mas devem deixar abertas as questões não-respondidas, que devem ser investigadas. ANÁLISE E AVALIAÇÃO DA TEORIA Exame de conteúdo; avaliação refere-se à crítica ou ao julgamento a teoria. Relação Teoria – Processo de Enfermagem TEORIA GERAÇÃO DO CONHECIMENTO DE ENFERMAGEM PARA USO NA SUA PRÁTICA PROCESSO DE ENFERMAGEM MÉTODO PARA IMPLEMENTAÇÃO DATEORIA NA PRÁTICA “Uma profissão que não conhece suas próprias correntes de pensamento se empobrece e dá a impressão que somente sabe fazer o seu trabalho pelo treinamento de fórmulas, rotinas e procedimentos padronizados... (LEOPARDI, 1999) Bibliografia HICKMAN, J. S. Introdução à teoria da enfermagem. In: George, J. B. (Org.). Teorias de enfermagem: os fundamentos à prática profissional. 4ed. Porto Alegre:Artmed, 2000. FLORENCE: primeira grande teorista Contexto Histórico: guerra, sujeira, peste, mortes Condição social da mulher Conceito Básico: AMBIENTE Ventilação Água Limpeza Calor/ Luz Criar Condições para a Natureza Agir! 25 TEORIA AMBIENTALISTA DE FLORENCE NIGHTINGALE ALICERCE Incidência e prevalência das doenças Observação Administração O foco principal era o controle Do ambiente Dos indivíduos Das famílias Tanto dos sadios quanto os doentes 26 TEORIA AMBIENTALISTA DE FLORENCE NIGHTINGALE Manter o ar do quarto puro como o ar externo sem resfriar VENTILAÇÃO E AQUECIMENTO Vapor de gás Temperatura equilibrada Evitar o ar contaminado por: Mofo Esterco Se o indivíduo respirar repetidamente seu próprio ar ficará ou permanecerá doente 27 LUZ Os doentes procuravam lugares iluminados com luz solar Efeitos reparadores Quarto iluminado durante o dia Diminuir luz durante a noite Os doentes deitavam ao lado da janela TEORIA AMBIENTALISTA DE FLORENCE NIGHTINGALE 28 TEORIA AMBIENTALISTA DE FLORENCE NIGHTINGALE Movimento das pessoas O paciente nunca deveria ser acordado intencional ou acidentalmente durante a primeira parte do sono RUÍDO Conversas Equipamentos e Materiais para assistência Objetos em geral VARIAÇÃO DO AMBIENTE Acreditava e defendia a importância na mudança da cor e forma do ambiente Diminuição do aborrecimento e depressão vasos Quadros Atividades ocupacionais e de recreação/lazer Plantas e flores com cores fortes limpeza escrita bordado leitura TEORIA AMBIENTALISTA DE FLORENCE NIGHTINGALE 2 9 TEORIA AMBIENTALISTA DE FLORENCE NIGHTINGALE C A M A E R O U P A D E C A M A I M P O R T A N T E no A M B I E N T E Não sentar na cama do doente Manter a cama com roupa limpa, seca e esticada Deve ser colocada na parte mais iluminada do quarto O corpo exala odores que permanecem nos lençóis Não sacudir as roupas de cama 3 0 31 HIGIENE PESSOAL Considerava a função da pele muito importante Remoção da excreção da pele Pele sem lavar envenenava o paciente Lavar e secar a pele proporciona bem-estar LAVAR AS MÃOS TEORIA DE FLORENCE NIGHTINGALE 32 TEORIA AMBIENTALISTA DE FLORENCE NIGHTINGALE NUTRIÇÃO E INGESTA DE ALIMENTOS Variedade na alimentação Pequenas porções Não interromper Atenção ao paciente melhora a aceitação 33 ESPERANÇA E CONSELHOS Não animar falsamente Ouvir boas notícias Não é benéfico, deprime o doente TEORIA AMBIENTALISTA DE FLORENCE NIGHTINGALE 34 TEORIA AMBIENTALISTA DE FLORENCE NIGHTINGALE MODELO AMBIENTAL E METAPARADIGMA Composto por quatro conceitos básicos A enfermagem A pessoa ambiente saúde Como arte Desfazer o que Deus fez doença Sua relação com o ambiente e o impacto do ambiente sobre ele Sua visão reflete um Modelo de Saúde comunitária Do cliente é a meta de toda Assistência de enfermagem Sadio ou doente 35 TEORIA AMBIENTALISTA DE FLORENCE NIGHTINGALE NIGHTINGALE E O PROCESSO DE ENFERMAGEM Defendia dois comportamentos essenciais da enfermeira Perguntar ao cliente o que é necessário ou desejado Observação Usava observações precisas sobre os aspectos de saúde Física do cliente e do ambiente A enfermeira deve aprender a observar e como observar Sintomas que indicam melhora ou piora Que sintomas são importantes ou não Que sintomas indicam negligência Wanda de Aguiar Horta Teoria da motivação humana, de Maslow Teoria de Wanda Horta (1970) “assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, torná-lo independente dessa assistência, quando possível, pelo ensino do autocuidado, recuperar, manter e promover a saúde em colaboração com outros profissionais” Teoria das Necessidades Humanas Básicas Wanda de Aguiar Horta É fundamental que o enfermeiro entenda o ser humano como um todo corpo, mente e espírito. Quando o corpo ou a mente sofre, a pessoa é afetada em sua totalidade. A enfermagem como parte integrante da equipe de saúde: Implementa estados de equilíbrio, previne estados de desequilíbrio. Reverte desequilíbrios em equilíbrio pela assistência ao ser humano no atendimento de suas necessidades básicas. Procura sempre reconduzi-lo à situação de equilíbrio dinâmico no tempo e espaço. Processo de Enfermagem - Wanda Horta forma de organização e direcionamento da assistência de enfermagem. • “dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas, visando à assistência ao ser humano”. • caracteriza-se pelo inter-relacionamento e dinamismo de suas fases ou passos. • A inter-relação e a igual importância destas fases no processo podem ser representadas graficamente por um hexágono. No centro deste hexágono situar-se-ia o indivíduo, a família e a comunidade. FASES DO PROCESSO DE ENFERMAGEM histórico, diagnóstico, plano assistencial, plano de cuidados ou prescrição, evolução e prognóstico de enfermagem Processo de Enfermagem - Wanda Horta 1º Histórico de Enfermagem Roteiro sistematizado para o levantamento de dados (significativos para o enfermeiro) do ser humano que tornam possível a identificação de seus problemas. Características: o histórico deve ser conciso, sem repetições, claro e preciso. Deve conter informações que permitam dar um cuidado imediato. Individualização - o histórico é individual e deve permitir tal objetivo. Os dados, convenientemente analisados e avaliados, levam ao segundo passo. Só o enfermeiro poderá fazer o histórico de enfermagem; esta atividade não pode ser delegada. Estabelecemos ao final dessa fase os problemas de enfermagem que são situações ou condições decorrentes dos desequilíbrios das necessidades básicas do indivíduo, família e comunidade, e que exigem do enfermeiro sua assistência profissional. Processo de Enfermagem - Wanda Horta 2ºDiagnóstico de enfermagem Identificação das necessidades do ser humano que precisa de atendimento determinação pelo enfermeiro do grau de dependência deste atendimento em natureza e em extensão. O diagnóstico comporta duas dimensões: identificar as necessidades humanas afetadas e determinar o grau de dependência. O grau de dependência pode ser total ou parcial. Na dependência total está implícita a extensão, e a natureza compreende tudo aquilo que a enfermagem faz pelo ser humano quando este não tem condições de fazer por si, seja qual for a causa. Havendo dependência parcial, a assistência de enfermagem podesituar-se em termos de ajuda, orientação, supervisão e encaminhamento quando couber. Processo de Enfermagem - Wanda Horta 3ºPlano assistencial Determinação global da assistência de enfermagem O que o ser humano deve receber diante do diagnóstico estabelecido. Este plano assistencial é sistematizado em termos do conceito de assistir em enfermagem isto é, o enfermeiro deve definir qual o seu objetivo e quais serão os cuidados, o que deve fazer, ajudar, orientar, supervisionar e encaminhar para outro profissional.(observação e controle ). Processo de Enfermagem - Wanda Horta 4º Plano de cuidados ou prescrição de enfermagem Implementação do plano assistencial pelo roteiro diário (ou período aprazado) que coordena a ação da equipe de enfermagem na execução dos cuidados adequados ao atendimento das necessidades básicas e específicas do ser humano. O plano de cuidados é avaliado sempre, fornecendo os dados necessários para o quinto passo ou fase. Processo de Enfermagem - Wanda Horta 5º Evolução de enfermagem Pela evolução é possível avaliar a resposta do ser humano e a assistência de enfermagem implementada. A evolução é, em síntese, uma avaliação global do plano de cuidados (prescrição de enfermagem implementada) .Anotar inicialmente a avaliação global do plano de cuidados (prescrição de enfermagem), os dados subjetivos seguidos pelos dados objetivos. Se for identificado um novo problema de enfermagem, avaliar se é sintoma das necessidades já identificadas ou surgimento de uma nova necessidade a ser diagnosticada. Da evolução poderão advir mudanças no diagnóstico de enfermagem,no plano assistencial e no plano de cuidados (prescrição de enfermagem). A evolução exerce um verdadeiro controle sobre a qualidade e a quantidade do atendimento, fornecendo dados para a supervisão do pessoal auxiliar. Processo de Enfermagem - Wanda Horta 6º Prognóstico de enfermagem Estimativa da capacidade do ser humano em atender suas necessidades básicas alteradas após a implementação do plano assistencial e a luz dos dados fornecidos pela evolução de enfermagem. O prognóstico indicará as condições que o cliente atingirá na alta médica. Ele chegou a total independência? Está dependente no que e quanto? Um bom prognóstico é aquele que leva ao autocuidado, portanto, à independência de enfermagem; Um prognóstico sombrio é aquele que se dirige para a dependência total. O prognóstico é também um meio de avaliação do processo em si, mede todas as fases e chega a uma conclusão. Teoria de Jean Watson Teoria do Cuidado Transpessoal Teoria do Cuidado Transpessoal Fatores 1. Formação de um sistema de valores humanísticos-altruísta; 2. Estimulação da fé-esperança; 3. Cultivo da sensibilidade para si mesmo e para os outros; 4. Desenvolvimento do relacionamento de ajuda-confiança; 5. Promoção e a aceitação da expressão de sentimentos positivos e negativos; Teoria do Cuidado Transpessoal Fatores (continuação) 6. Uso sistemático do método científico de solução de problemas para tomar decisões; 7. promoção do ensino-aprendizagem interpessoal; 8. provisão de um ambiente mental, físico, sociocultural e espiritual sustentador, protetor e corretivo; 9. auxílio com a gratificação das necessidades humanas; 10. aceitação das forças existencial-fenomenológicas. TEORIA TRANSCULTURAL DO CUIDADO DE ENFERMAGEM (1980) MADELEINE LEININGER Cuidado Transcultural - Madelaine Leininger Os conceitos centrais do Modelo Teórico conceitual de Leininger são: O Cuidado como componente da enfermagem. A Cultura como componente da antropologia O Modelo teórico-conceitual de Leininger se assemelha ao processo de enfermagem e seu foco é o cuidar. Cuidado Transcultural - Madelaine Leininger Escola do Cuidado O Cuidado é formado pelo conjunto de ações que permitem ao enfermeiro descobrir de maneira sutil os sinais de melhora ou fraqueza na pessoa. Cuidado também significa facilitar e ajudar, respeitando os valores, crenças e forma de vida da pessoa. Cuidado Transcultural - Madelaine Leininger Para Leininger, existe um sistema profissional de cuidado e cura que é: o sistema organizado, formalmente reconhecido, e oferecido pelos profissionais de saúde. Neste sistema profissional, considera-se que o cuidado é a essência da enfermagem. Existe ainda o sistema popular que é: o sistema local, onde inclui a família. A Teoria da Diversidade e Universalidade Cultural do Cuidado Considera que: O Cuidado ao Ser Humano é Universal, sendo vivenciado nas diversas culturas. O Ser Humano, para nascer, crescer, manter sua vida e morrer, precisa ser cuidado, porém Cada cultura, de acordo com seu ambiente e estrutura social, terá sua própria visão de saúde, doença e cuidado. O cuidado é necessário para o desenvolvimento da prática assistencial de enfermagem. Sendo assim o cuidado de enfermagem, é um fenômeno culturalmente construído. O cuidado de enfermagem será adaptado à cultura do cliente não havendo incongruências entre o cliente e o cuidador. O cuidado pode ser demonstrado através de expressões, ações, padrões, estilo de vida e significados. A partir do diagnóstico, ocorrem o planejamento e a implementação nas decisões do atendimento de enfermagem. Deste modo Leininger propõe três (03) modos de ação – princípios de cuidados de enfermagem: Preservação/ Manutenção do cuidado Acomodação/ Ajustamento Repadronização/ Reestruturação Preservação/ Manutenção do cuidado cultural Se constitui naqueles cuidados já praticados por um indivíduo, família ou grupo, benéficos ou mesmo inócuos para a saúde. As ações do enfermeiro precisam apoiar, facilitar ou capacitar o cliente para o restabelecimento da saúde ou enfrentamento da morte. Preservação/ Manutenção do cuidado cultural Enfocam: o apoio a assistência e a a facilitação ou capacitação dos clientes na: Preservação ou retenção da saúde favorável; Na recuperação da doença ou no Enfrentamento das deficiências ou da morte. Acomodação/ Ajustamento do cuidado cultural São ações e decisões para assistir, dar suporte, facilitar as pessoas de uma determinada cultura a adaptar-se ou negociar com provedores da saúde profissionais. A assistência profissional visa à adaptação, ajustamento ou negociação do cliente, visando alcançar um resultado de saúde benéfico ou satisfatório. Acomodação/ Ajustamento do cuidado cultural Cria esforços profissionais para: facilitar, capacitar, assistir ou apoiar as ações que representem as formas de: negociação adaptação ou ajustamento aos padrões de saúde e de atendimento do cliente visando: um resultado de saúde benéfico ou satisfatório. Repadronização/Reestruturação do cuidado cultural São ações e decisões para facilitar, dar suporte, que ajudam os indivíduos, grupos a reordenar, trocar ou em grande parte modificar seus modos de vida para o novo, o diferente, beneficiando os padrões de cuidado à saúde. São ações profissionais que: procuram ajudar o cliente a modificar padrões de saúde para padrõesmais saudáveis para eles mesmos; procuram ajudar o cliente a modificar os padrões de vida significativos respeitando os valores culturais desse cliente. O MODELO SUNRISE Leininger criou o modelo SUNRISE (sol nascente), o qual é apresentado em quatro níveis de focalização: NÍVEL I – abrange a estrutura cultural e social – visão de mundo; NÍVEL II - compreende o indivíduo, família, grupos e instituições; NÍVEL III – se refere aos diversos sistemas de saúde, permite identificar, caracterizar os valores, crenças, comportamentos populares, profissionais e a enfermagem; NÍVEL IV – determina as decisões e ações de cuidados em enfermagem que são: preservação/manutenção cultural de cuidado; acomodação/negociação cultural do cuidado e repadronização/reestruturação de cuidados. Dorothea Orem (1971) Teoria: Autocuidado Objetivo: Desenvolvimento do autocuidado no ”continuum saúde-enfermidade” Foco: Homem como ser responsável por si mesmo, pelos seus dependentes e participante ativo da assistência à saúde Fundamentos: Teoria de Kotarbinsky e de Parsons (ação social) TEORIA DO AUTOCUIDADO É uma ação adquirida, que é aprendida por uma pessoa no seu contexto socio-cultural. É um comportamento que implica no papel ativo do cliente em prática de atividades que o indivíduo desempenha em seu próprio benefício, a fim de manter a vida, a saúde e o bem estar. As ações do autocuidado tem por finalidade a satisfação das necessidades humanas, através da realização de atividades básicas e instrumentais de vida diária. Necessidades de AC: requisitos universais, de desenvolvimento e de desvios de saúde. ENFERMEIRO: Tem como objetivo ajudar a pessoa a superar as limitações existentes no exercício do AC. CUIDADOS DE ENFERMAGEM: Representam um serviço especializado que está centrado sobre as pessoas que têm incapacidade para exercer o AC. Tem como objtivo ajudar a pessoa a superar as limitações existentes no exercício do AC. Orem trabalha três (03) teorias inter-relacionadas sobre autocuidado: A teoria do autocuidado: realizada pelo próprio indivíduo. A teoria do déficit de autocuidado: necessidade de intervenção. A teoria dos sistemas de enfermagem:necessidades e capacidades para realizar o autocuidado – terá intervenção ou não. Teoria do déficit de autocuidado Esta Teoria é o núcleo geral da Teoria de Enfermagem de Orem. Neste momento é quando entra a atuação da enfermagem, pois o indivíduo é incapaz ou tem algum déficit para a realização do autocuidado. Orem identifica cinco (05) métodos de assistência que o enfermeiro deve adotar para ajudar o indivíduo no seu AC: Agir ou fazer para outra pessoa; Guiar e orientar; Proporcionar apoio físico e psicológico; Proporcionar e manter um ambiente de apoio e desenvolvimento pessoal; Ensinar. “A enfermagem pode ajudar o indivíduo atuando em um ou em todos os pontos acima”. Orem diferencia três (03) tipos de sistemas de enfermagem com a finalidade de trazer ao paciente a situação de (re) assumir o seu próprio AC; Sistema Totalmente Compensatório: quando o indivíduo é incapaz de realizar o autocuidado seja ele por limitações físicas ou impostas para que ele se restabeleça. Sistema Parcialmente Compensatório: quando o indivíduo consegue se cuidar, mas não o suficiente para estar realizando todas as tarefas Sistema de Apoio e Educação Referências Bibliográficas ALFARO-LeFEVRE, R. Aplicação do processo de enfermagem: um guia passo a passo. Porto Alegre, Artmed, 2000. BOFF, L. Saber cuidar – Ética do cuidado humano – compaixão pela Terra. Rio de Janeiro, Vozes, 1999. BRAGA,C.G.; SILVA, J. V. Teorias de Enfermagem. São Paulo: Iátria, 2011. GEORGE, J.B. e col. Teorias de Enfermagem – dos fundamentos à prática profissional. 4ºed. Porto Alegre: Artmed, 2000. TOMEY, A. M. & ALLIGOOD, M. R. Nursing Theorists and their Work. 4ª edition. St. Louis: Mosby, 1998.
Compartilhar