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Unidade I CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO Profa. Cássia Palermo Pré-história e História A Pré-história: desde os primeiros hominídeos sapiens (500.000 a. C) até a invenção da escrita (4.000 a. C). A História a partir da invenção da escrita – subdivisões: Idade Antiga: da invenção da escrita (aproximadamente em 4.000 a. C.) até a queda do Império Romano do Ocidente, 476 d. C. Idade Média: de 476 d. C. até a tomada de Constantinopla (sede do Império Romano do Oriente) pelos turco-otomanos, 1453. Idade Moderna: de 1453 até a Revolução Francesa, 1789. Idade Contemporânea: de 1789 até os dias atuais. Filogênese e ontogênese no desenvolvimento humano Filogênese: refere-se a características típicas de uma espécie. Não que certa característica signifique exclusividade, mas sim que está presente. Exemplo: postura bípede. Ontogênese: refere-se a características de um indivíduo. Não apenas pessoas, qualquer ser vivo. Evolução, adaptação, raça Evolução Neste caso refere-se à “Teoria da Evolução”, de Darwin: indivíduos mais simples se formaram antes de indivíduos mais complexos, por exemplo, unicelulares se formaram antes dos pluricelulares. Mas não é em uma sucessão linear e sim em uma série de ramificações. Exemplo: ancestral comum entre homens e outros primatas – ramificações diferentes de um mesmo ancestral. Evolução, adaptação, raça Classificação biológica do ser humano De acordo com critérios da Biologia: Reino – animal; Filo: cordado; Classe: mamífero; Ordem: primata; Família: hominídeo; Gênero: Homo; Espécie: sapiens. Houve mais de um ancestral de gênero Homo, mas somente o homem moderno (nós) é da espécie sapiens sapiens. Evolução, adaptação, raça Adaptação Com base na ideia de seleção natural, alguns indivíduos vivem melhor em determinado ambiente do que o outro no mesmo ambiente. A seleção natural acontece ao acaso. Não há indivíduo ou espécie melhor do que outro(a) e sim o que se adpata melhor em um ambiente específico. Evolução, adaptação, raça Raça: é uma subdivisão de espécie. Refere-se a um conjunto de características físicas em comum entre grupos de indivíduos, por exemplo, várias raças de cães. O conceito de raça não é mais aceito pela ciência quando se refere a seres humanos, ainda que a cor da pele, o tipo do cabelo e algumas outras características sejam diferentes. A espécie humana, portanto, não é mais dividida em raças. A origem de todos os seres humanos é a mesma: um ancestral africano que migrou para a Europa, Ásia e América. Características filogenéticas humanas Andar bípede com a postura ereta. Oposição entre polegar e indicador. Cérebro complexo (especializado). Cérebro relativamente grande em relação com o restante do corpo. Desenvolvimento da linguagem muito bem articulada e simbólica. Reconhecimento de si mesmo – caráter reflexivo. Características filogenéticas humanas: biologia e cultura Parece que biologia e cultura foram se integrando ao longo da evolução hominídea, sobretudo pela formação de grupos – luta contra predadores maiores e mais velozes. Postura ereta e bípede permite o “olho no olho”, importante para o acasalamento e para relações afetivas. Oposição entre polegar e indicador – habilidades especializadas de manipulação de objetos. Cérebro: córtex pré-frontal – planejamento (eventos futuros). Linguagem – informações específicas e passadas de geração para geração. Consolidação de conhecimentos. Evolução humana e Educação Física Importância de compreender evolução do ser humano Conhecer a origem de nossas características atuais nos mais diversos aspectos do crescimento e desenvolvimento humano. Compreender o que é típico da nossa espécie e o que é próprio de cada indivíduo. Consequência: atuação profissional adequada. Interatividade “O homem é mais evoluído do que o gorila.” “A raça branca é tão inteligente quanto a raça negra.” Sobre essas duas afirmações, é correto afirmar que: a) ambas estão corretas. b) ambas estão incorretas. c) a primeira está correta e a segunda está incorreta. d) a primeira está incorreta e a segunda está correta. e) a primeira está incorreta, mas a segunda está correta de acordo com o conhecimento popular. Crescimento e desenvolvimento humano: fenômenos e conceitos Crescimento e desenvolvimento são fenômenos diferentes. Nomenclatura Popularmente, usados como sinônimos, mas em ciência: crescimento – aumento quantitativo; desenvolvimento – mudanças e manutenções na qualidade. Exemplo: o aumento na velocidade de produção de células ósseas resulta em um aumento no comprimento do osso. Porém, se não houver cálcio suficiente para que o osso se mantenha forte o suficiente, posso dizer que o desenvolvimento ósseo não está adequado, ainda que ele tenha crescido o suficiente. Os processo de crescimento e desenvolvimento humano Em ciência, a ideia de desenvolvimento não significa que sempre haja melhora na qualidade. Por exemplo, na terceira idade, há muitos desgastes estruturais e funcionais (como perda de tecido ósseo, diminuição da capacidades visual e auditiva etc.) Entretanto, a terceira idade está dentro do processo de desenvolvimento. Ideias equivocadas sobre crescimento e desenvolvimento humano A criança que se alonga desde a infância cresce mais do que a que não se alonga. Meninos crescem até os 21 anos de idade e meninas até os 18. A personalidade da pessoa não se modifica ao longo da vida. A criança que pratica basquetebol cresce mais do que as outras. Há tarefas que devem ser desempenhadas somente por homens e outras somente por mulheres. Na velhice (terceira idade), a pessoa não é mais capaz de aprender. Maturação É um processo pelo qual um organismo atinge o “ponto máximo” do desenvolvimento de uma função biológica ou psicológica. Envolve uma modificação interna do organismo, correspondente a um programa de desenvolvimento característico da espécie (filogenia), que pode receber maior ou menor influência do meio ambiente. A maturação é marcada por acontecimentos ou estados específicos, como a maturação dentária e a puberdade (que é a maturação sexual). Fatores internos que influenciam o crescimento e o desenvolvimento Características genéticas. “Inconsciente”. Fatores externos que influenciam o crescimento e o desenvolvimento Alimentação. Uso de medicamentos. Família, cultura e sociedade (educação informal). Escola (educação formal). Poluição ambiental. Desastres naturais ou artificiais. Fatores que influenciam o crescimento e o desenvolvimento Fatores internos e externos podem estar combinados no processo de desenvolvimento humano. Por exemplo, certa predisposição genética para intolerância à lactose, que leva à necessidade de outros hábitos alimentares. É comum haver mais de um fator externo associado. Por exemplo, uma criança dormir pouco durante a noite porque espera os pais voltarem tarde do trabalho, mas também porque há barulho muito intenso na vizinhança até tarde. Variações intraindividuais e interindividuais Intraindividuais – uma mesma pessoa apresenta variações em uma característica ao longo da vida. Exemplo: pessoas afetadas por irradiação – modificação em algumas características geneticamente determinadas. Interindividuais – características típicas de um faixa etária, mas diversificada entre várias pessoas. Exemplo: garotas que menstruam em idades diferentes (9, 10, 11, 12 anos etc.). Interatividade “Pau quenasce torto, nunca se endireita”, considerando-se o processo de desenvolvimento humano, esse ditado está: a) correto, porque as pessoas jamais se modificam, principalmente as de má índole. b) equivocado, porque as pessoas se modificam o tempo todo, não havendo permanência em nenhuma característica. c) correto, porque o que é herdado não pode ser modificado. d) equivocado, pois pelo processo natural de desenvolvimento, assim como mediante aprendizagem e vontade própria, muitos aspectos podem ser modificados. e) correto quando se refere a adultos e idosos porque nesses períodos só há modificação nos aspectos físicos. Domínios do desenvolvimento humano Os domínios do desenvolvimento humano são um modo de estudar separadamente alguns conjuntos de características que compõem os seres humanos, por exemplo, o domínio físico (estruturas e funções), o motor (movimentos e ações motoras) etc. Os domínios também são chamados de aspectos, dimensões ou esferas por apresentarem uma abrangência e várias características. Domínios do desenvolvimento humano Cognição (razão) Afeto (emoções) Movimento Socialização e culturalização Estruturas e funções físicas Domínios do desenvolvimento humano Físico: estruturas (como órgãos, por exemplo) e funcionamento. Motor: produção de movimentos, de ações motoras. Cognitivo (racional), pensamentos: raciocínio lógico, imaginação, linguagem, memória, interpretação etc. Emocional (afetivo), sentimentos: alegrias, tristezas, angústias, medo, ansiedade, motivação etc. Cultural: elementos e ensinamentos criados pelo ser humano, passados de geração em geração. Social: relação de cada pessoa com grupos maiores nos quais ela está inserida, grupos esses que, em geral, são regulados por um líder ou por uma organização política e territorial. Domínios do desenvolvimento humano Todo ser humano é constituído, ao menos potencialmente, por todos esses domínios. Todos os domínios são importantes – não há uma predominância. Algumas áreas de ciência e de atuação profissional têm um ou mais domínios como ênfase. A ênfase, na Educação Física são os domínios físico e motor. Domínios do desenvolvimento humano É comum agrupar mais de um domínio no estudo das diversas faixas etárias no ciclo de vida. Essa aproximação comumente é feita pela proximidade entre áreas de conhecimento ou pela própria natureza do fenômeno que se está estudando. Exemplo: é comum unir aspectos físicos e motores, assim como sociais e culturais. Assim, é possível falar de domínios físico-motor e domínio sociocultural. Exemplo de mudanças em um domínio no ciclo de vida: domínio cognitivo Quase todas as mudanças cognitivas tendem a ser cada vez melhores, desde a primeira infância até perto da terceira idade, contanto que se mantenham certas atividades como hábitos de leitura, escrita, solução de problemas etc. Os declínios no domínio cognitivo são naturais do processo de envelhecimento, principalmente por causa da perda de células do cérebro. Contudo, atividades associadas às capacidades cognitivas contribuem para que o declínio seja mais lento. Temas abordados nos vários domínios do desenvolvimento humano Motores: capacidades e habilidades versus experiência. Físicos: capacidades versus experiência. Cognitivos: capacidades versus experiência. Emocionais: como motivação, autoestima, autoimagem etc. Valores morais: autonomia e heteronomia, vergonha, preconceito. Sociais: condições socioeconômicas. Culturais: inserção na cultura local versus cultura global. Interatividade Jean Piaget concebia que aspectos emocionais e cognitivos são de natureza diferente, mas que há certa correspondência nas sequências de estágios em que cognição e afeto se desenvolvem. Assim, é correto afirmar que, para ele: a) as emoções são mais importantes para crianças do que para adolescentes e a razão é mais importante para os adolescentes do que para as crianças. b) os aspectos cognitivos e afetivos do desenvolvimento humano são mais importantes do que os físicos e motores. c) aspectos cognitivos e afetivos apresentam semelhanças em relação à época em que vão progredindo no ciclo de vida. d) os sentimentos são mais importantes do que a razão. e) a razão é mais importante que os sentimentos. O ciclo de vida e as faixas etárias A divisão em faixas etárias é uma forma de colocar características semelhantes entre pessoas de idades próximas. As idades, em cada faixa, são sempre aproximadas a partir de um cálculo em média. Características de pessoas com deficiência física e mental não são diretamente abordadas nesta disciplina, mas em outras deste mesmo curso. “Divisão” dos processos de crescimento e desenvolvimento em faixas etárias A maturação do sistema nervoso central é bastante importante nos dois primeiros anos de vida. Durante toda a vida, os fatores externos são absolutamente necessários para o desenvolvimento adequado da pessoa e também contribuem para o próprio desenvolvimento do sistema nervoso central. As mudanças físicas da puberdade tendem a se estabilizar durante o restante da adolescência e até aproximadamente os 30/35 anos de idade. Daí em diante iniciam-se os declínios naturais nas capacidades físicas e motoras. “Divisão” dos processos de crescimento e desenvolvimento em faixas etárias Infância – dois modelos etários Modelo 1 Primeira infância: de zero a dois anos de idade (bebê); de dois a seis/sete anos de idade. Segunda infância: de seis/sete a 11/12 anos de idade. Modelo 2 Primeira infância: de zero a três anos de idade. Segunda infância: de três a seis/sete anos de idade. Terceira infância: de seis/sete a 11/12 anos de idade. “Divisão” dos processos de crescimento e desenvolvimento em faixas etárias Adolescência – entre 11 e 20 anos de idade. Puberdade: entre 11 e 13 anos de idade. Adulto Jovem: de 20 a 40 anos de idade. De meia-idade: de 40 a 65 anos de idade. Idoso ou Terceira idade ou Velhice Velhice (ou início da velhice): 65 a 75 anos de idade. Velhice avançada (ou velhice mediana): 75 a 85 anos de idade. Velhice muito avançada: acima dos 85 anos de idade. “Divisão” dos processos de crescimento e desenvolvimento em faixas etárias O convívio harmonioso entre pessoas de diferentes idades e até de diferentes gerações deve ser considerado cuidadosamente. Por isso, há que se refletir acerca das necessidades e possibilidades desses diferentes grupos etários, que podem ser as mais diversas possíveis e pautadas nos mais diferentes aspectos da vida, como segue. Para reflexão Temos o costume de generalizar cada acontecimento de nossa vida para várias pessoas com características semelhantes àquelas que nos causaram algum bem ou algum mal. Isso pode ser muito perigoso, não apenas porque corremos o risco de julgar inadequadamente uma ou mais pessoas, levando-nos a prejudicá-las, como também porque enfatizamos o preconceito atual e futuro. Antes de cada atitude diária e no exercício de nossas profissões, devemos ter cuidado com nossas “certezas”. Elas podem ser o primeiro passo para a estagnação de ideias, sentimentos, valores morais e atitudes. Por que estudar crescimento e desenvolvimento na Educação Física Tanto o profissional de Educação Física como o Professor de Educação Física devem estudar o crescimento e o desenvolvimento humano. Por quê? Porque temos responsabilidades sobre nossos clientes e alunos. 1. Responsabilidade civil: cuidar do outro e, em especial, domais frágil (Constituição Federal). 2. Responsabilidade pela sua saúde. 3. Responsabilidade pela sua educação. 4. Responsabilidade pela sua felicidade. Interatividade Quanto à divisão do processo de desenvolvimento humano em faixas etárias, é incorreto afirmar que: a) toda pessoa passará por essas faixas, contanto que viva até atingir a terceira idade. b) há algumas divergências entre estudiosos no que se refere à divisão em faixas etárias. c) na terceira idade, as pessoas não se desenvolvem porque apresentam somente piora na qualidade. d) não há uma exatidão na relação entre idades e as características do desenvolvimento relativas a cada uma. e) cada faixa etária pode ser subdividida em outras faixas etárias, como acontece na infância, por exemplo. ATÉ A PRÓXIMA!
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