Buscar

Módulo 4 Federalismo Fiscal Brasileiro

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Módulo
Federalismo Fiscal Brasileiro4
Brasília - 2017
Curso Federalismo Fiscal no Brasil
Informações:
www.orcamentofederal.gov.br
Secretaria de Orçamento Federal
SEPN 516, Bloco “D”, Lote 8,
70770-524, Brasília – DF, Tel.: (61) 2020-2329
escolavirtualsof@planejamento.gov.br
Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
Ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
Romero Jucá
Secretário-Executivo
Dyogo Henrique de Oliveira
Secretário de Orçamento Federal
Francisco Franco
Secretários-Adjuntos
Antonio Carlos Paiva Futuro
George Alberto Aguiar Soares
Cilair Rodrigues de Abreu
Diretores 
Clayton Luiz Montes 
Felipe Dariuch Neto 
Marcos de Oliveira Ferreira 
Zarak de Oliveira Ferreira
Coordenador-Geral de Inovação e Assuntos Orçamentários e Federativos
Girley Vieira Damasceno
Coordenadora de Educação e Difusão Orçamentária
Rosana Lôrdelo de Santana Siqueira
Organização do Conteúdo
Munique Barros Carvalho
Revisão do Conteúdo
Karina Rocha Martins Volpe
Revisão Pedagógica
Janiele Cardoso Godinho
Revisão Gramatical e Ortográfica
Renata Carlos da Silva
Colaboração
Bruno Rodolfo Cupertino
Karen Evelyn Scaff
Nayara Gomes Lim
SUMÁRIO
Objetivo do Módulo .......................................................................................5
1. Federalismo Fiscal ....................................................................................... 5
2. Entendendo os Tributos ..............................................................................7
3. Competência Tributária ............................................................................ 11
Revisão do Módulo ....................................................................................... 14
Referências ................................................................................................... 15
5
Objetivo do Módulo
Apresentar os aspectos relacionados ao federalismo no âmbito fiscal, buscando analisar a sua 
relação com os tributos e as competências tributárias de cada ente federado..
1. Federalismo Fiscal
Você aprendeu no módulo anterior que os entes federados são unidos pela Constituição, que 
atribui competências e confere autonomia suficiente para o exercício dos poderes e deveres 
de cada um. Assim, é a Carta Magna que estabelece a repartição de competências tributárias 
entre os entes federados.
Mas, em que a repartição de competências se relaciona com o federalismo fiscal? Bem, 
podemos dizer que o federalismo fiscal está relacionado à arrecadação de recursos para 
custear as políticas públicas de cada ente da federação. Todavia, para que você entenda como 
ocorre a repartição de recursos, estudemos primeiro o que é federalismo fiscal.
O federalismo fiscal é o conjunto de providências constitucionais, legais e administrativas 
orientadas ao financiamento dos diversos entes federados, seus órgãos, serviços e políticas 
públicas com objetivo de atender às necessidades públicas nas respectivas esferas de 
competência.
No federalismo fiscal existe uma descentralização fiscal, caracterizada pela participação mais 
acentuada dos entes subnacionais de governo, tanto no financiamento como nos gastos 
governamentais. Isso implica alguma autonomia dos governos regionais e locais nas decisões 
de gasto e de arrecadação, de modo a conferir-lhes responsabilidades perante os cidadãos 
daquelas regiões.
Desse modo, o federalismo fiscal está relacionado à distribuição do poder de tributar, sempre 
considerando a otimização da distribuição de recursos, para que a arrecadação de cada ente 
seja compatível com as suas responsabilidades. Portanto, o Federalismo Fiscal pode ser 
entendido como o conjunto de questões relacionadas à repartição de receitas para financiar 
os encargos públicos (deveres).
Por um lado está a divisão de competências sobre as políticas públicas (quem executa o quê) 
que caracteriza o federalismo; por outro, como é feita a repartição da receita pública entre os 
entes federados para o pagamento de suas respectivas despesas.
Assim, o federalismo fiscal busca ordenar as finanças públicas para concretizar o federalismo 
político, conferindo autonomia financeira aos entes federados. Essa autonomia financeira, 
que é a capacidade dos estados-membros e Municípios arrecadarem seus próprios recursos 
e aplicarem em políticas públicas que considerem mais convenientes para a população, evita 
que os entes federados se tornem subordinados ao ente central, condição indispensável para 
garantir a harmonia numa federação.
Módulo
Federalismo Fiscal Brasileiro4
6
O Federalismo trouxe a ideia de regionalização, ou seja, a separação do País em regiões. 
Assim, a União fica com ações macro e os Municípios com as políticas públicas locais, pois eles 
conhecem melhor as demandas de sua população. Para ajudar você a compreender melhor 
essa afirmativa analise o quadro abaixo.
Numa situação centralizada com políticas públicas uniformes em que o ente central decide 
onde e como aplicar os recursos, provavelmente algum Município sairia prejudicado.
Percebemos então a importância do Federalismo Fiscal: a competência para alocar as receitas 
recebidas fica a cargo de cada ente federativo, ou seja, cada Município pode alocar seus 
recursos onde entende ser mais adequado, o que facilita o desenvolvimento eficiente dos 
pontos deficitários de cada região.
Numa Federação, a autonomia dos entes federados é preservada e fortalecida, ao mesmo 
tempo em que se busca compatibilizar alguma centralidade normativa, exigida para assegurar 
a indispensável harmonia entre eles. Portanto, a autonomia financeira é um dos pilares do 
sistema federalista, conforme já vimos no módulo 2. Relembremos a partir de agora o que 
estabelece cada um dos tipos de autonomias. Acompanhe!
Autonomia Política: compreende a competência para legislar, criando normas para 
determinados assuntos previamente delimitados pela Constituição; a competência para 
participar das decisões do poder central, ou seja, participação dos entes-federados nas 
decisões do Estado; e a delimitação de competências privativas relativamente à função de 
fornecimento de bens e serviços públicos.
Autonomia Administrativa: manifesta-se pela capacidade que a Constituição confere às 
entidades descentralizadas de se auto-organizarem, ou seja, de estabelecerem os órgãos, 
meios e formas pelas quais se encarregarão de cumprir as tarefas que lhes foram atribuídas 
pela Constituição.
Autonomia Financeira: compreende o poder de arrecadar, gerir e ter orçamento próprio, 
despendendo dinheiro e valores públicos de modo independente das demais esferas de 
governo.
7
 
Enfim, numa federação é fundamental que os entes possam arrecadar tributos para custear 
suas despesas.
No Estado Federal o setor público é operado por múltiplos centros decisórios, onde o 
governo central e os governos subnacionais (Estados, Distrito Federal e Municípios) 
possuem responsabilidades. O Federalismo Fiscal implica na distribuição de 
competências constitucionais fiscais entre os diferentes níveis de governo, para que 
cada um, de modo autônomo, possa arcar com suas despesas.
2. Entendendo os Tributos
Os tributos são a principal fonte de arrecadação de receitas pelo Estado, sendo fundamentais 
para os governos financiarem suas políticas públicas.
O Estado, em virtude de seu poder soberano, pode retirar de seus cidadãos parcelas de suas 
riquezas para a consecução de seus fins, visando ao bem-estar geral. É o Poder de Império do 
Estado, que está acima das relações econômicas praticadas pelos particulares, assim como 
sobre seus bens.
 O Código Tributário Nacional (CTN) é um código 
brasileiro que institui as normas gerais de direito 
tributário. É uma lei brasileira que norteia a aplicabilidade 
dos tributos, extensão, alcance, limites, direitos e 
deveres dos contribuintes,atuação dos agentes 
fiscalizadores e demais normas tributárias.
De acordo com o art. 3º do Código Tributário Nacional: 
“Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, 
em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que 
não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e 
cobrada mediante atividade administrativa plenamente 
vinculada”.
Então perceba: o tributo é cobrado pelo Estado, tendo o contribuinte a obrigação de pagar 
porque é determinado por lei, sendo, portanto, irrelevante sua vontade. A obrigação de pagar 
tributo independe da vontade ou até do conhecimento do cidadão.
É importante ressaltar que o tributo não é uma sanção por ato ilícito, ou seja, o tributo não é 
uma penalidade. O dever de pagar tributo surge com a ocorrência de uma hipótese prevista 
em lei.
8
A receita decorrente de tributos é a principal fonte de recursos do Governo Federal, cujo 
montante é aplicado na viabilização das políticas públicas em prol do desenvolvimento do País. 
Como exemplo, a arrecadação do Imposto de Renda-Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição 
Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) foi de R$10.340 milhões em fevereiro de 2016, segundo a 
Receita Federal.
Assim, o tributo é um gênero que engloba os impostos, as taxas, as contribuições, entre outros. 
A imagem abaixo ilustra as espécies tributárias, observe. A seguir, detalharemos cada uma 
dessas espécies.
Imposto
Segundo o art. 16 do CTN, os impostos são espécies tributárias cuja obrigação tem por fato 
gerador 1uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao 
contribuinte, o qual não recebe contraprestação direta ou imediata pelo pagamento. Portanto, 
o governo não fica obrigado a prestar um serviço ou benefício específico ao contribuinte para 
que surja a obrigação de pagamento do imposto.
Exemplo: Quando uma pessoa compra um automóvel tem a obrigação legal de pagar o 
Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), independente de qualquer 
serviço ou benefício específico oferecido pelo Estado como contrapartida. Dessa forma, o 
recurso deste imposto pode ser alocado em despesas com saúde, cultura, educação, sem a 
obrigação de ser destinado, por exemplo, para a melhoria de estradas e ruas onde os veículos 
trafegam.
1. Fato gerador: fato, ou o conjunto de fatos, ou o estado de fato, a que o legislador vincula o nascimento de obrigações 
jurídicas de pagar tributo determinado.
9
Taxa
De acordo com o art. 77 do CTN, as taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito 
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador 
o exercício regular do poder de polícia2; e a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público 
específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
De acordo com o CTN, os serviços são específicos quando podem ser destacados em unidades 
autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade pública; e são divisíveis quando 
suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.
Conforme o art. 77 do CTN: Os serviços públicos têm que ser específicos e divisíveis, prestados 
ao contribuinte, ou colocados à sua disposição. Para que a taxa seja cobrada, não há necessidade 
de o particular fazer uso do serviço, basta que o Poder Público coloque tal serviço à disposição 
do contribuinte.
Como exemplo de taxas relativas ao exercício regular do poder de polícia temos: Taxa de 
Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA, Taxa de Fiscalização da Aviação Civil – TFAC e Taxa 
de Fiscalização de Vigilância Sanitária.
Com relação às taxas de serviço público, podemos citar a Taxa de Combate a Incêndios, devida, 
anualmente, pelos contribuintes que utilizam edificações para exercer atividades de comércio, 
indústria e prestação de serviços.
Contribuição de Melhoria
A contribuição de melhoria é uma espécie de tributo que tem como fato gerador a valorização 
imobiliária que decorra de obras públicas, contanto que haja nexo causal entre a melhoria 
ocorrida e a realização da obra pública.
De acordo com o art. 81 do CTN: a contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, 
pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída 
para fazer jus ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como 
limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra 
resultar para cada imóvel beneficiado.
Exemplo: Quando uma estação de metrô é construída, havendo valorização dos imóveis que 
estão próximos, os donos desses imóveis podem ser chamados a pagar uma “contribuição 
de melhoria” para o ente responsável pelas obras, em função da valorização que o serviço 
feito trouxe ao seu imóvel.
Contribuições Sociais
A contribuição social é um tributo vinculado a uma atividade estatal que visa atender aos 
direitos sociais previstos na Constituição Federal, tais como a saúde, a previdência, a assistência 
social e a educação.
2. Poder de Polícia: considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, 
interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, 
à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes 
de concessão ou autorização do poder público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais 
e coletivos (Art. 78 do CTN).
10
Assim, por exemplo, as contribuições referentes à previdência social devem ser destinadas ao 
financiamento de despesas específicas do sistema previdenciário.
A competência para instituição das contribuições sociais é da União, com exceção das 
contribuições dos servidores estatutários3 dos Estados, Distrito Federal e Municípios, que são 
instituídas pelos respectivos entes.
Contribuição para o Custeio de Serviço de Iluminação Pública
Possui a finalidade de custear o serviço de iluminação pública. A competência para instituição 
é dos Municípios e do Distrito Federal.
 Nota fiscal deve informar valor de 7 tributos 
embutidos no preço final. Desde junho de 2013 as 
empresas brasileiras devem detalhar, nas notas 
fiscais fornecidas aos consumidores, a quantidade 
de impostos e contribuições pagos pelo 
consumidor.
O objetivo é permitir que o consumidor saiba 
quanto está pagando de impostos e contribuições 
e qual o custo efetivo da mercadoria ou serviço 
adquirido. As notas devem trazer informações 
sobre sete tributos:
- IOF (Imposto sobre Operações Financeiras);
- IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados);
- PIS/PASEP (Contribuição para o Programa de 
Integração Social);
- COFINS (Contribuição para o Financiamento da 
Seguridade Social);
- CIDE (Contribuições de Intervenção no Domínio 
Econômico);
- ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços); e
- ISS (Imposto sobre Serviços). Agora, o que acha de aproveitar esses novos conhecimentos e 
checar em seus cupons fiscais quanto está pagando de tributos?
3. Servidor Estatutário: ocupantes de cargos públicos providos por concurso público, nos moldes do artigo 37, inciso II, da 
Constituição Federal, e que são regidos por regime jurídico que estabelece direitos e obrigações, sendo, no caso da União, a 
lei nº 8.112, de 1990.
11
3. Competência Tributária
A competência tributária é a atribuição dada pela Constituição Federal aos entes políticos para 
instituir tributos.
 Ressalta-se que a competência tributária dos entes 
federados já está determinada na Constituição, 
portanto, cada ente só pode instituir os tributos já 
discriminados pela Carta Magna.
Esta competência está relacionada a prerrogativas 
legislativas. Dessa forma, dada a competência tributária 
pela Constituição, os entes federadospodem instituir 
leis para cobrar tributos de sua alçada.
Concluímos então que a competência tributária se 
vincula à função legislativa. Representa a prerrogativa 
constitucionalmente conferida aos entes federados 
para instituir e disciplinar os tributos, por meio de seu 
Poder Legislativo, no âmbito, limites e contornos de seu 
poder de tributar.
O texto constitucional não institui os tributos, mas sim outorga a competência 
tributária para os entes federativos criarem os tributos e também descreve de que 
forma esta competência pode ser exigida.
Assim, dada a autorização pela Constituição Federal, cada ente, por meio de leis, cria 
os tributos, de acordo com os limites constitucionais estabelecidos.
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu o seguinte modelo de classificação das 
competências tributárias:
Estudaremos cada uma dessas classificações a partir de agora. Fique atento!
12
Competência Exclusiva ou Privativa
A competência tributária exclusiva ou privativa se refere a competência da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios para instituir os tributos que a Constituição prevê 
especificamente para cada ente federativo.
Portanto, a Constituição estabeleceu a competência de cada uma das pessoas políticas, de tal 
forma que uma não pode invadir a esfera da outra quando criar o tributo. Assim, por exemplo, 
só podem tributar os fatos descritos na hipótese de incidência dos seus impostos. Isso evita 
conflitos entre os entes.
Exemplo: A Constituição estabelece que o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) é de 
competência privativa da União. Mas, como vimos, dada a competência tributária pela 
Constituição, os entes federados devem instituir normas para cobrar tributos de sua alçada. 
Até hoje essa norma não foi editada, logo o IGF não é cobrado. Mas, ainda que a União não 
tenha instituído um tributo de sua competência, nenhum outro ente pode instituí-lo, pois 
é um tributo de competência exclusiva da União. Agora, que tal conhecer os tributos de 
competência privativa de cada ente?
Competência exclusiva ou privativa da União:
Impostos
Imposto sobre importação de produtos estrangeiros (II) – art. 153, I;
Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE) – art. 
153, II;
Imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR) – art. 153, III;
Imposto sobre produtos industrializados (IPI) – art. 153, IV;
Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores 
mobiliários (IOF) – art. 153, V;
Imposto sobre propriedade territorial rural (ITR) – art. 153, VI;
Imposto sobre grandes fortunas (IGF) – art. 153, VII.
Empréstimos Compulsórios (art. 148):
Empréstimo por calamidade ou guerra externa (art. 148, I);
Empréstimo por investimento público urgente e de relevância nacional (art. 148, II).
13
Contribuições especiais ou parafiscais:
Contribuições de seguridade social (art. 195, art. 239; ADCT, art. 74, 75, 84 e 90);
Contribuições sociais (art. 212, § 5º e art. 240);
Contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas, também denominadas 
de corporativas (art. 149);
Contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE) – art. 149 e art. 177, § 4º.
Competência exclusiva ou privativa dos Estados e do Distrito Federal:
Impostos (CF, art. 155):
Impostos sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD) – 
art. 155, I;
Impostos sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços 
de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS) – art. 155, II;
Imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA) – art. 155, III.
Contribuição
Contribuição previdenciária dos servidores do Estado (art. 149, § 1º).
Competência exclusiva ou privativa dos Municípios e do Distrito Federal: Impostos (CF, art. 
156):
Imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU) art. 156, I;
Impostos sobre transmissão inter vivos por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais 
sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI) – art. 
156, II;
Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS), não compreendidos no ICMS, definidos em 
lei complementar – art. 156, III;
Contribuições
Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP ou CIP) - art. 149-A.
Contribuição previdenciária dos servidores do Município ou DF (art. 149, § 1º).
Competência Tributária Comum
É a competência de todos os entes políticos para instituição de taxas e contribuições de 
melhoria. Segundo Ricardo Alexandre (2014), o ente que prestar o serviço público específico e 
divisível ou exercer o poder de polícia cobra a taxa respectiva; já no caso de realização de obra 
pública da qual decorra valorização do imóvel pertencente ao particular, o ente responsável 
tem competência para instituir a contribuição de melhoria decorrente. (ALEXANDRE, 2014, p. 
197)
Exemplo: Um Município constrói um viaduto que valoriza os imóveis da região. Assim, quem 
pode instituir contribuição de melhoria é o Município. Por outro lado, se a União faz uma 
obra para asfaltar uma região, quem tem o poder para instituir a contribuição de melhoria é 
a União. Assim, na competência comum todos os entes podem instituir o tributo, desde que 
esteja dentro de sua esfera de competência político-administrativa.
14
Competência Tributária Residual
Refere-se à competência da União para instituir impostos novos não previstos na Constituição 
Federal. Portanto, o único ente que pode criar novos tributos é a União, já que é ela quem 
detém a competência tributária residual.
Mas, a União não está totalmente livre para criar novos impostos: existem requisitos na própria 
Constituição limitando esse poder. A União não pode criar um novo imposto para tributar um 
fato que já é tributado.
Exemplo: Já existe o Imposto de Renda, que incide sobre rendas de qualquer natureza. Assim, 
é vedado criar um “Imposto sobre o salário” que tribute a renda dos cidadãos, pois essa já é 
tributada pelo Imposto de Renda.
Competência Tributária Extraordinária
É a competência da União para instituir impostos extraordinários na iminência ou no caso 
de guerra externa, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão 
suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
Competência Tributária Cumulativa
A competência tributária cumulativa é a competência da União para instituir, em 
Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, 
cumulativamente, os impostos municipais (art. 147, da CF/88).
Atualmente não temos Territórios Federais. Com a promulgação da Constituição Federal de 
1988, foram suprimidos todos os territórios federais até então existentes no Brasil: Fernando 
de Noronha tornou-se um Distrito do Estado de Pernambuco; Amapá e Roraima foram 
transformados em estados-membros da Federação.
Mas, conforme dispõe a Constituição vigente, os territórios federais ainda podem ser criados, 
mediante lei, e caso sejam criados, quem detém a competência tributária é a União.
Mas atenção! Mesmo havendo repartição de competências para a arrecadação de tributos 
entre os entes federados, ainda pode haver um desequilíbrio entre as competências e os 
recursos de cada ente. Muitas vezes o ente central acaba arrecadando muito mais que os 
demais entes.
Essa situação pode dificultar os entes subnacionais no que se refere ao financiamento das 
despesas decorrentes de suas responsabilidades. A fim de corrigir esses desequilíbrios, surge 
às transferências intergovernamentais, tema que estudaremos no nosso próximo módulo.
Revisão do Módulo
No tópico vimos que o federalismo fiscal está relacionado à arrecadação de recursos para 
custear as políticas públicas de cada ente da federação. Portanto, o federalismofiscal está 
relacionado à distribuição do poder de tributar. O federalismo fiscal busca ordenar as finanças 
públicas para concretizar o federalismo político, que tem como um dos pilares a autonomia 
financeira.
15
No tópico, aprendemos que tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou 
cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e 
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Os tributos são cobrados 
em virtude do poder soberano do Estado e constituem a principal fonte de arrecadação de 
receitas pelo Estado, sendo fundamentais para os governos financiarem suas políticas públicas.
Vimos ainda que as espécies de tributos existentes são, dentre outros: imposto, taxa, 
contribuição de melhoria, contribuição de interesse das categorias profissionais ou econômicas, 
contribuição para o custeio de serviço de iluminação pública, contribuições de intervenção no 
domínio econômico e contribuições sociais.
No tópico, estudamos que a competência tributária é a atribuição dada pela Constituição 
Federal aos entes políticos para instituir tributos. O texto constitucional não institui os tributos, 
mas sim outorga a competência tributária para os entes federativos criarem os tributos por 
meio de lei.
Vimos ainda que alguns tributos são de competência exclusiva (a Constituição atribui a um 
ente específico a competência para instituir tributo) enquanto outros competem a todos os 
entes, é a competência tributária comum. Temos também a competência residual (instituir 
impostos novos não previstos na Constituição Federal), a extraordinária (em caso de guerra 
externa) e a cumulativa (instituir impostos nos Territórios), competências atribuídas à União.
Referências
AFONSO, José Roberto Rodrigues; LOBO, Thereza: Descentralização Fiscal e participação em 
experiências democráticas retardatárias. Disponível em: <https://ipea.gov.br/ppp/index.php/
PPP/article/viewFile/128/130>. Acesso em: 01/04/2016.
ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado – 8º ed. atual. – Rio de Janeiro.
MÉTODO, 2014.
COSTA, Leonardo de Andrade: Sistema Tributário Nacional. Disponível em: <http://direitorio.
fgv.br/sites/direitorio.fgv.br/files/u100/sistema_tributario_nacional_20132.pdf>. Acesso em: 
21 de março de 2016.
DOMINGUES, José Marques: Federalismo Fiscal Brasileiro. Disponível em: http://www.idtl.
com.br/artigos/186.pdf. Acesso em: 25/03/2016.
GASPARINI, Carlos Eduardo; GUEDES, Kelly Pereira: Descentralização fiscal e tamanho 
do governo no Brasil. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1413-80502007000200007>. Acesso em: 15/03/2016.
OLIVEIRA, Vitor França Dias: Introdução ao federalismo fiscal brasileiro. Disponível em: <
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12642>. 
Acesso em: 22/03/2016.

Outros materiais