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Materiais Compósitos ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais PMT 3110 - Introdução à Ciência dos Materiais para Engenharia Roteiro da aula • Definição de material compósito. • Compósitos: matriz, cargas (fibras, particulados) e interfaces. • Tipos de materiais compósitos: CMP, CMM, CMC. • Exemplos de materiais compósitos: concreto, madrepérola, ossos e madeira. • Classificação dos materiais compósitos e compósitos estruturais. • Exemplos de materiais produzidos com materiais compósitos: aeronáutica, naval, automobilística, etc. • Principais materiais de reforço e fibras de carbono. • Compósitos e Métodos de fabricação: matriz polimérica, matriz cerâmica e matriz metálica. • Propriedades mecânicas e regra das misturas. • Influência do tamanho das fibras, orientação, carregamento transversal e longitudinal. • Falha e defeitos dos materiais compósitos. Anexos • Detalhamento de classificações de compósitos • Processo de manufatura de fibras de carbono e de vidro (composições). 2 Definições e Introdução • Material multifásico cujas propriedades sejam uma combinação benéfica, sinergia(*), das propriedades das duas ou mais fases que o constituem. Usualmente constituído por matriz (fase contínua) e reforço (partículas ou fibras). Compósitos: matriz + reforço Sinergia: deriva do grego synergía, cooperação sýn, juntamente com érgon, trabalho. É definida como o efeito ativo e retroativo do trabalho ou esforço coordenado de vários subsistemas na realização de uma tarefa complexa ou função, também denominado de ação combinada. A junção (união) das parte produz resultado superior às Partes avaliadas separadamente. 3 Materiais compósitos X alumínio Fonte: Aerocomp Ltd. C A R G A (MPa) DEFORMAÇÃO (%) Aramida: Kevlar ® Dupont 4 Matrizes: Aglutinam e colam as cargas de reforço adicionadas, podem ser polímeros termoplásticos, termorrígidos, bio-resinas (proteínas) ou mesmo vidros e materiais inorgânicos. São as fases contínuas. Reforços: são empregados para modificar (e melhorar) as propriedades (mecânicas, térmicas, estruturais, etc.). Podem ser materiais particulados, fibrosos (contínuos ou não), naturais, sintéticos, orgânicos, inorgânicos, metálicos, etc. São as fases descontínuas (dispersas). Interfases: as interfases dividem a matriz (fase contínua) do reforço (fase descontínua) sendo de grande importância nas propriedades dos materiais compósitos. As interfases podem ser internas ou externas. 5 Classificação: Uma classificação muito empregada aos materiais compósitos é sua divisão de acordo com o tipo de sua matriz, dividindo-os em: compósitos de matriz cerâmica (CMC), compósitos de matriz polimérica (CMP) e compósitos de matriz metálica (CMM). CMP CMM CMC 6 Compósitos tradicionais Concreto armado: matriz (cimento Portland + areia + água) + agregado (brita) + aço. Fibrocimento: 7 Compósitos naturais: madrepérola CaCO3: 84 a 95% (aragonita) Proteínas: (conchiolina e perlucina) Biopolímeros - quitina: (C8H13O5N)n - lustrina: > 1.400 aminoácidos Cristais de aragonita Conchiolina Cristais de aragonita 8 Madeira: Lignina + Hemicelulose + Celulose Diferentes tipos de madeira diferem entre si em termos de composição química, microestrutura interna (madeira macias e madeiras duras) e quantidade de polímeros contidos. 9 Hemicelulose é um polímero de baixa massa molar composto por açúcares de cinco e seis átomos de carbono. A celulose é um polímero de cadeia longa, composto por dezenas de milhares de unidades de glucose. Lignina é um polímero fenólico de alta massa molar com estrutura complexa . Fibrila Micro- fibrila Celulose Hemicelulose Parede celular Madeira Lignina 10 Ossos: Diferentes configurações de porosidade (compacto ou esponjoso) e polímeros (colágeno) Ossos: osteócitos + osteoblastos (colágeno, proteoglicanas e glicoproteínas ) Hidroxiapatita: ~50% Matéria orgânica + fluidos: ~50% Hidroxiapatita: Ca10(PO4)6(OH)2 osso esponjoso (trabecular) Osso compacto (cortical) 11 Classificação dos Materiais Compósitos 12 Compósitos estruturais: laminados • Produzem estruturas leves e resistentes, com aplicações em aeronáutica, indústria espacial, construção civil, etc. LAMINADOS E PAINÉIS EM SANDUÍCHE Laminado estrutural tipo colmeia: (A e D) Compósito (B) Folha superior (com adesivo) (C) Colmeia D ©2003 Brooks/Cole, a division of Thomson Learning, Inc. Thomson Learning™ is a trademark used herein under license. 13 Tendências e previsões de crescimento e vendas do mercado de fibras de carbono 14 Indústria automobilística: Lamborghini (sesto elemento) O Sesto Elemento pesa apenas 999 kgf Novo processo de produção: onde um composto pastoso de fibra de carbono e epoxi que é injetado a alta pressão em moldes especiais, com liberdade de forma. Este novo material foi chamado de ForgedComposite (compósito forjado, em alusão aos processos de forjamento de alta pressão em moldes fechados). 15 Compósitos para produção de turbinas eólicas: mercado que mais cresce no mundo • 1)Root: SPRINT Infusion Prepreg, 2) Shear Web: Infusion Prepreg SPRINT, 2a) Corecell 3) Spar: Glass UD; Carbon UD; Airstream, 4) Shell: SPRINT Prepreg Infusion, 4a) Infusion Core, 4b) Prepreg Core, 5) Priming: UV Gelcoat CR3400, 5a) SPRINT IPT, 6) Finishing: PU Paint, 6a) Epoxy Gelcoat, 7) Structural Adhesive: SP340; SP340LV http://www.gurit.com Prepeg: pré-impregnado Infusion: infusão Priming, finishing, PU – tratamentos superficiais, pintura ( epoxi, e poliuretano) 16 Compósitos na indústria naval: -Navios bélicos; -Sistemas de manutenção -Mastros de veleiros -Barcos de resgate até caiaques .... Trimaran de 63 metros de comprimento em fibra de carbono construído para a marinha da Indonésia. 17 Compósitos na indústria aeronáutica Novo Boeing 787 Dreamliner, o primeiro avião comercial a ser construído com mais de 50% de compósitos de fibra de carbono. 18 O caça europeu Typhoon (Eurofighter) possui estrutura leve e em sua construção são empregados mais de 82% de compósitos reforçados com fibra de carbono e 12% de fibra de vidro. A vida estimada da aeronave é de 6.000 horas de voo. Assento ejetável: partes estruturais em fibra de carbono. Indústria aeroespacial & defesa: Caça Typhoon (Europa) Propriedades de alguns materiais de reforço 2 a 8 vezes menor 2 a 2,5 vezes maior 2 a 7 vezes maior 20 Comparação entre as várias fibras de reforço dos materiais compósitos Micrografia (elétrons secundários) de uma fibra de carbono de alta resistência, com diâmetro de 7 µm – Toray/França. US$/Kg Whiskers: Monocristais, altíssima resistência, caros. Fibras: Policristais ou amorfos, finas. Ex: fibras de carbono, fibras de vidro, etc. Nanofibras: Nanotubos ou nanofibras de carbono (ou outros elementos) com diâmtro < 100 nm. Arames: Diâmetros dezenas de microns ex.: arame nos pneus (steel cord). 21 http://www2.dupont.com/personal-protection/en-us/dpt/ua/composites.html Fibra de vidro Fibra de aramida (Kevlar) Fibra de carbono Yarns (fios têxteis) Organização da Fase Reforçante 22 Compósitos de matriz polimérica Os compósitos de matriz polimérica são a maiorclasse dos materiais compósitos tanto em possibilidades de combinação (matrizes poliméricas) quanto em volume de produção e venda. Porém, a manufatura de materiais compósitos também está sujeita e falhas e defeitos de fabricação que diminui a resistência e a vida útil dos materiais produzidos. Nylon-6,6 + SEBS-g-MA com reforço: fibra de vidro, (aplicação automobilística). Nylon-6,6: [-OC-( CH2)4-CO-NH-(CH2)6-NH-] SEBS: estireno - etileno/butileno - estireno MA: anidrido maléico 23 Alguns métodos de produção de compósitos de matriz polimérica: Moldagem por compressão - Termoformagem A carga de material é comprimida em um molde pré- aquecido tomando a forma da cavidade do molde. O material pode sofrer polimerização formando ligações cruzadas devido ao aquecimento (polímero termorrígido). Moldagem por injeção O polímero fundido (normalmente termoplástico) é misturado com fibras curtas de reforço ( 10 a 40%) é forçado sob pressão em uma cavidade que dará forma ao material. Moldagem por transferência É um processo de molde fechado, no qual uma quantidade pré- pesada de polímero é pré-aquecida em uma câmara separada (câmara de transferência) e então forçada para um molde também pré-aquecido com fibras de reforço tomando a forma da cavidade e impregnando as fibras e sofrendo reações de cura enquanto é aplicado calor e pressão no molde. 24 Compósitos com elevado teor de reforçante • Vários processos podem ser empregados na fabricação de estruturas reforçadas com fibras. A escolha do método de fabricação está intimamente ligada ao tipo de material, geometria, processamento e aplicação. São exemplos: - Pré-peg (impregnação com resina); - Enrolamento filamentar; - Pultrusão, para produção de peças de simetria contínua. Processo de enrolamento filamentar 25 Compósitos de matriz metálica • Em alguns caso este compósitos são denominados como cermets. Em sua grande maioria os CMM são compostos por carbetos cementados como carbeto de titânio (TiC) carbeto de tungstênio (WC) e carbeto de cromo (Cr3C2). Carbeto de tantalo (TaC) são menos comuns. • A matriz usualmente é composta de cobalto ou níquel, porém podem ser de Al, Ti, Mg, Fe, Cu. Compósito de SiC em matriz de alumínio. (70% de volume) Compósito de fibras de carbono (Chopped) em matriz de cobre. 26 Micrografia (aumento aproximado de 1.000 vezes) de um compósito de matriz metálica: contendo 85% WC e 15% Co; (photo courtesy of Kennametal Inc.) WC confere a dureza e a resistência ao desgaste necessários ao corte de concreto. O cobalto confere tenacidade. Compósito de metal-duro (WC-Co) 27 Compósitos de matriz cerâmica (CMC) • Nesta classe temos o concreto como principal exemplo, porém materiais cerâmicos refratários para aplicações em elevadas temperaturas são vastamente empregados na indústria química, petroquímica, metalúrgica e aeronáutica. Turbina JSF F136 contendo parte de CMC, cortesia GE 28 Compostos híbridos: Material produzido com diferentes tipos de matrizes e cargas de reforço, exemplo: matriz SiC-Si-SiC Fabricação de CMC – SiC-Si-SiC (infiltração de silício em fase líquida) Matriz: SiC + Si Fibras: SiC 29 Propriedades Mecânicas dos Compósitos • O comportamento mecânico dos materiais compósitos dependem de vários fatores, porém, sempre estão relacionados com as características da matriz e da carga (fibras ou particulados). • No caso de materiais compósitos contendo partículas dispersas (partículas grandes, acima de 1 mícron (1 µm) o efeito das partículas dispersa na matriz pode ser descrito pela regra das misturas. Que descreve o comportamento mecânico em função da concentração (fração volumétrica) das fases presentes. • Quando as partículas são grandes, a matriz transfere parte da carga para a fase dispersa. Porém, quando as partículas são pequenas (nanométricas, < 100 nm) o aumento da resistência se dá por fenômenos atômicos ou moleculares. Regra das misturas (3 componentes) 30 P R O P R I E D A D E COMPOSIÇÃO ( % volume B) Regra das misturas (ROM): O todo é igual a soma das partes ROM: Rule Of Mixtures X (Propriedade) e V (Volume) Sistema binário: A e B com suas propriedades: XA e XB 31 Regra das misturas modificada (MROM): O todo é igual a soma das partes incluindo efeitos das interfaces, defeitos, etc. (desvio da idealidade). P R O P R I E D A D E COMPOSIÇÃO ( % volume B) MROM: Modified Rule Of Mixtures X = (X1)(V1)(l1) + (X2)(V2)(l2) + (X3)(V3)(l3) + .... + (efeito dos defeitos) Propriedades ( XA, XB, ...XN, dependem de: -Composição das fases; -Interfaces de ligação; -Defeitos das interfaces; -Arranjo das fases, etc. X A,B, ... N = Propriedade V 1,2,...N = Volume I 1,2,... N = Interfaces 32 Compósitos com Carga de Partículas Grandes •Regra das misturas: - Propriedades dependem das frações volumétricas das fases. Módulo de elasticidade varia entre Limite superior: Limite inferior (regra inversa): ppmmc VE+VE=(u)E mppm pm c EV+EV EE =(l)E Partículas de W em cobre: Existe o limite superior e o limite inferior para os módulos de Young (E), em função da mistura entre as fases. 33 Compósitos com Fibras • Os compósitos contendo fibras, são a classe de compósitos que mais tem aumentado de importância e de volume de produção. A vantagem de inserção de fibras é decorrente da sua baixa densidade, alta resistência mecânica e elevado módulo de elasticidade. - Resistência a tração: σf - Módulo de elasticidade: E - Densidade relativa: d - Resistência específica: σf/d - Módulo específico: E/d f Ef Em f - fibra ; m - matriz df = m/v = m/(Lxr 2) r L (comprimento da fibra) 34 Influência do Comprimento da Fibra e da Adesão Resistência depende do quanto/como a carga é transferida para a fibra. Compósitos reforçados com fibras requerem uma adesão moderada entre matriz e fibra : - uma alta adesão entre as duas fases confere boa resistência mecânica pela transferência eficiente de carga da matriz para as fibras, porém o material torna-se frágil. - uma baixa adesão resulta em baixa resistência mecânica, mas a energia absorvida na fratura aumenta por dissipação de energia durante o processo de descolamento da fibra (puxamento da fibra – fiber pullout). alta adesão baixa adesão 35 Influência do comprimento da fibra A tensão entre a fibra e a matriz depende da área de interação entre elas, sendo que em fibras muito pequenas há uma grande distorção em torno da fibra (ponta da fibra). Já fibras mais longas possuem uma distribuição de tensão mais homogênea. Onde: σf: limite de resistência da fibra; df: diâmetro da fibra; τc: resistência ao cisalhamento da interface matriz-fibra (adesão). Comprimento crítico das fibras (ℓc ) “Fibras contínuas”: ℓ > 15 ℓc “Fibras curtas”: ℓc < ℓ < 15 ℓc “Fibras muito curtas”: ℓ < ℓc Em compósitos com fibra de vidro ou carbono, ℓc ~ 1mm para df ~ 1μm ℓc = (σf df )/2 τc 36 • Quando o processo de fabricação garante que as fibras fiquem alinhadas, surge a anisotropia das propriedades: • Propriedades dependem da direção em que se aplica a carga, em relação à direção das fibras. Influência da orientação das fibras Direção longitudinalDireção transversal Falha da fibra Falha da matriz Fibras descontínuas alinhadas Fibras descontínuas não alinhadas 37 σ’m σ*m CURVA TENSÃO X DEFORMAÇÃO NO CARREGAMENTO LONGITUDINAL Estágio I: fibra e matriz escoam elasticamente Estágio II: matriz entra em regime plástico Falha em εf* mas pode não ser catastrófico ! σ*f tensão de ruptura da fibra. σ*m tensão de ruptura da matriz. σ´m tensão na matriz na ruptura da fibra (*f ). σ*cl tensão de ruptura do compósito. *f deformação total da fibra e do compósito. *m deformação total da matriz. lm início da deformação plástica da matriz (limite de escoamento) longitudinal. Vf: volume de fibras: 50% 38 Fc = Fm + Ff ; então: c Ac = m Am = f Af - dividindo pela área da sessão transversal temos: c = m (Am/Ac) + f (Af/Af) - onde (Am/Ac) e (Af/Af) são respectivamente a fração em área das fases de matriz e de fibras, que podem ser aproximados a suas frações volumétricas Vm e Vf, onde Vf = Af/Ac, então temos: c = m Vm + f Vf - Estado de deformação homogênea e equivalente, temos: c = m + f e, dividindo cada termo da equação pela deformação chegamos em: Ecl = EmVm + EfVf - l: longitudinal; Ecl = Em(1-Vf) + EfVf Comportamento elástico dos compósitos: carregamento longitudinal (em um estado de deformação homogênea) • Considerando-se um carregamento realizado na direção do alinhamento das fibras contínuas, podemos escrever que: Lembrando que: = F/A e E= / Sessão transversal Vf + Vm = 1 Ff/Fm = (EfVf)/ (EmVm) Módulo de elasticidade para compósitos contendo fibras longas e alinhadas sob carregamento na direção longitudinal ! 39 Carregamento transversal Carregamento transversal, temos: c = m = f = (estado de mesma tensão), temos também que: c = mVm + fVf então: /Ec = Vm/Em + Vf/Ef , dividindo ambos os lados por , temos: 1/Ect = (Vm/Em) + (Vf/Ef) Ect = EmEf/(VmEf + VfEm) = EmEf/((1-Vf)Ef + VfEm) Expressão para determinação do módulo de elasticidade Válida para compósitos contendo fibras longas alinhadas, sendo aplicada carga na direção transversal das fibras. Comportamento elástico dos compósitos: carregamento transversal (em um estado de deformação homogenia) 40 Limite de resistência longitudinal do compósito • Quando há fratura das fibras, tem-se a transferência da tensão para a matriz. Neste caso, pode- se assumir que f* < m* Assim a expressão: c = mVm + fVf pode ser adaptada na seguinte expressão de tensão longitudinal de fibras contínuas alinhadas sujeitas a deformação longitudinal sob tensão. onde: *f : limite de resistência da fibra; ’m : tensão sofrida pela matriz. *cl = ’m (1-Vf ) + *f Vf Fração volumétrica das fibras , Vf R es is tê n ci a d o c o m p ó si to , * c l 41 Principais defeitos de peças de materiais compósitos Exemplos de defeitos observados em compósitos a)Descontinuidade da fibra; b)Sobreposição; c)Falta de folha; d)Inclusão e)Bolha; f)Descolamento; g)Descontinuidade das terminações (ply drop-offs) h) Estrias/rugas. Defeitos de fabricação podem ser ocasionados pelo descontrole de variáveis do processo, que incluem dispersão ou alinhamento das fibras, presença de ar (bolhas) durante as etapas de colagem/resinagem dos “pre-pegs”, bem como pela incorporação de partículas externas do ambiente, etc. 42 Mecanismos de falha dos compósitos • Matrix cracking (ruptura da matriz) • Micro-buckling • Debonding (descolamento) • Delamination (delaminação) • fibre pullout (puxamento) • kink bands • cone of fracture (cone de fratura) Os mecanismos de falhas dos materiais compósitos são complexos e depende não só das propriedades da matriz e das fibras e das propriedades das interfaces entre eles mas, também dos métodos de construção, fixação do material às estruturas. Este tema foge do conteúdo desta disciplina introdutória e poderá ser visto em disciplinas mais específicas sobre o assunto. 43 Exemplos de falhas em materiais compósitos Micro-buckling Fratura da fibra Delamination Kink bands 44 Em função da carga aplicada, a matriz separa-se da fibras, sendo estas fraturadas. A criação de novas superfícies dissipam energia de fricção (matriz-fibras). Este é um típico mecanismo de tenacificação dos materiais. Puxamento: Fibre pullout 45 Descolamento: (fibre-matrix debonding). O descolamento é um mecanismo onde a fibra separa-se da matriz. Descolamento de fibras de vidro em uma matriz polimérica. escarpas Marcas de penas e de rios Fibra de vidro Matriz 46 Resumo • Definição de material compósito. • Compósitos: matriz, cargas (fibras, particulados) e interfaces. • Tipos de materiais compósitos: CMP, CMM, CMC. • Exemplos de materiais compósitos: concreto, madrepérola, ossos e madeira. • Classificação dos materiais compósitos e compósitos estruturais. • Exemplos de materiais produzidos com materiais compósitos: aeronáutica, naval, automobilística, etc. • Principais materiais de reforço e fibras de carbono. • Processo de manufatura de fibras de carbono e de vidro (composições). • Compósitos: matriz polimérica, matriz cerâmica e matriz metálica. • Métodos de fabricação. • Propriedades mecânicas e regra das misturas. • Influência do tamanho das fibras, orientação, carregamento transversal e longitudinal. • Falha e defeitos dos materiais compósitos. 47 Bibliografia ENGINEERING COMPOSITE MATERIALS Bryan Harris, The Institute of Materials, London, 1999 COMPOSITE MATERIALS HANDBOOK, VOLUME 3. POLYMER MATRIX COMPOSITES MATERIALS USAGE, DESIGN, AND ANALYSIS DEPARTMENT OF DEFENSE HANDBOOK, MIL-HDBK-17-3F, Volume 3 of 5, 17 JUNE 2002. CALLISTER, capítulo 16 – Compósitos. COMPÓSITOS ESTRUTURAIS – tecnologia e prática, M. C. Rezende – ed. Artliber. •Amostras na aula: http://www.hurner.com.br •Notícias: http://www.compositesnews.com/ •Associação Brasileira de Mat. Compósitos: http://www.abmaco.org.br •http://www.jeccomposites.com •http://oea.larc.nasa.gov/PAIS/Concept2Reality/composites.html 48 Matrizes: Aglutinam e colam as cargas de reforço adicionadas, podem ser polímeros termoplásticos, termorrígidos, bio-resinas (proteínas) ou mesmo vidros e materiais inorgânicos. São as fases contínuas. A N EX O 49 Reforços: são empregados para modificar (e melhorar) as propriedades (mecânicas, térmicas, estruturais, etc.). Podem ser materiais particulados, fibrosos (contínuos ou não), naturais, sintéticos, orgânicos, inorgânicos, metálicos, etc. São as fases descontínuas (dispersas). Ciclo de manufatura das fibras de carbono http://www.arrhenius.ucsd.edu/miakel/Miakel_B.html PAN - Poliacrilonitrila PITCH - Piche Carbonização Grafitização Sizing e surface treatment: melhoria da adesão da resina epoxi (matriz) com adição de elementos (polímeros) na superfície das Fibras (carbono, vidro, etc.). 51 Ciclo de manufatura das fibras de vidro 52 Composição química típica das fibras de vidro Características: •Diâmetros entre 3 e 20μm. •Muito sensível a defeitos superficiais da fibra; •Exposição da fibra à atmosfera normal deteriora superfície; •São recobertas com capa protetora; •Podem ser usadas na forma de fios, mantas e tecidos (ver amostras no slidea seguir) . 53 Processos de fabricação Processo de rolamento tubular Processo a vácuo Processo em autoclave Processo de moldagem Processo de pressurização em bag - Moldagem por contato; - Drapejamento autoclavado; - Projeção/aspersão (fibras curtas); - Compressão; - Transferência (resin transfer molding); - Injeção; - Estampagem; - Pultrusão; - Bobinamento/enrolamento filamentar; - Centrifugação; - Transferência; - etc... 54 ANEXO Different types of EM composites, including (a) particles in a polymer, (b) disk-loaded composite, (c) spheres in a polymer, (d) diced composite, (e) rods in a polymer, (f) sandwich composite, (g) glass-ceramic composite, (h) transverse reinforced composite, (i) vertical honeycomb composite, (j) horizontal honeycomb composite, (k) single- side-perforated composite, (l) two-side- perforated composite, (m) replamine composite, (n) burps composite, (o) crisscross sandwich composite, and (p) ladder-structured composite. Morfologias das fases incorporadas 55 Orientações dos tecidos prepegs (pré-impregnados) Direção: influi marcantemente nas propriedades dos materiais compósitos ! 56 Principais variáveis envolvidas nos processo de manufatura dos compósitos 57 Tecidos e pré-pegs 58
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