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Corrosão Interação metal + meio = deterioração das propriedades do material Processo espontâneo Liberação de Energia Metal Minério Forma combinada do metal Perda de energia para o Universo 1 Corrosão Im p o rt ân ci a So ci al Segurança – falhas de partes críticas de equipamentos industrias, manipulação de produtos perigosos. Saúde – contaminação de alimentos devido à corrosão de embalagens, rejeição de implantes devido à ação corrosiva do meio fisiológico. Desenvolvimento Tecnológico – necessidade de desenvolver materiais resistentes à corrosão e sistemas de proteção. Conservação de energia e das reservas minerais – necessita-se produzir 40% a mais de metais para repor as perdas advindas da corrosão. 2 Corrosão Importância Econômica Desenvolvimento da indústria de tintas Desenvolvimento de ligas resistentes à corrosão em temperaturas elevadas Construção de dutos para transportes em longas distâncias. Indústria nuclear 3 Extrapolated Corrosion Costs: $276 billion, 3.1% 1998 U.S. Gross Domestic Product ($8,790.1 billion) Total Direct Cost of Corrosion in the U.S. B$276 / year = 3.1% of GDP 1998 U.S. GDP B$8,790 Custos da Corrosão 4 Extrapolated Corrosion Costs: $276 billion, 3.1% of GDP State and Local Government, 3.0% $8.3 Billion Transportation and Utilities, 34.9% $96.2 Billion Construction, 18.1% $50.0 Billion Federal Government, 7.3% $20.1 Billion Services, 5.2% $14.3 Billion Manufacturing, 31.5% $86.8 Billion 5 Services, 20.9% Finance, Insurance and Real Estate, 19.2% Manufacturing, 16.3% Retail Trade, 9.1% State and Local Government, 8.5% Transportation and Utilities, 8.3% Extrapolated Corrosion Costs: $276 billion, 3.1% Mining, 1.2% Construction, 4.3% Agriculture, 1.5% Federal Government, 4.1% Wholesale Trade, 7.0% 6 Corrosão C la ss if ic aç ão d a co rr o sã o Quanto ao mecanismo de interação – química e eletroquímica. Forma de ataque – uniforme ou generalizada e corrosão localizada. Quanto à presença de água – corrosão a úmido e a seco. Quanto à temperatura – em baixas temperaturas e em temperaturas elevadas (> 200º C) 7 Corrosão Generalizada Metal Meio agressivo Produto de corrosão Expressão da velocidade de corrosão Perda de massa por unidade de área por unidade de tempo M/L2T mdd Perda de espessura L/T ipy, mpy, mmpy, µm/ano 8 Corrosão Generalizada Uma tubulação de aço exposta a um meio corrosivo durante um período de 1 mês sofreu uma perda de massa de 600 g. Sabendo que a tubulação sofreu corrosão generalizada e que a área total da tubulação exposta ao meio corrosivo era de 1 m2, pede-se: a) Expresse a velocidade de corrosão em mdd. Resposta: 200 mdd b) Considerando que a densidade do aço é igual à densidade do ferro (7,87 g/cm3), seu principal constituinte, expresse a velocidade de corrosão em termos de perda de espessura nas seguintes unidades: mpy e µm/ano. Respostas: 927,5 µm/ano ou 36,5 mpy. Corrosão Localizada Metal Meio agressivo - Apenas regiões muito pequenas do metal são corroídas. Pontos de iniciação geralmente estão associados a imperfeições microestruturais; - Pode levar à perfuração da estrutura; - A velocidade de corrosão não pode ser determinada por ensaios de perda de massa. 9 Terminologia para Identificar os Tipos de Corrosão 10 Principais Tipos de Corrosão Galvânica e por Pites Mecanismos de Corrosão - Diferenciando reações químicas das reações eletroquímicas: Metal Meio agressivo e- íons Ox Red 11 Mecanismo Eletroquímico de Corrosão 9 5 % d o s ca so s d e co rr o sã o Processo Anódico – oxidação do metal Processo Catódico – Redução de uma espécie do meio Deslocamento de elétrons pelo circuito metálico Fluxo iônico no meio em contato com o metal 12 Principais Reações Catódicas - Meios não aerados: 𝟐𝑯𝟐𝑶 + 𝟐𝒆 − ⟶ 𝑯𝟐 + 𝟐𝑶𝑯 − (Neutro ou básico) 𝟐𝑯+ + 𝟐𝒆− ⟶ 𝑯𝟐 (ácido) - Meios aerados: 𝑶𝟐 + 𝟐𝑯𝟐𝑶 + 𝟒𝒆 − ⟶ 𝟒𝑶𝑯− (Neutro ou básico) 4𝑯+ + 𝑶𝟐 + 𝟒𝒆 − ⟶ 𝟐𝑯𝟐𝑶 (ácido) - Redução de íons metálicos oxidantes: 𝑴𝒆𝒛+ + 𝟏𝒆− ⟶ 𝑴𝒆(𝒛−𝟏)+ - Deposição de um metal mais nobre: 𝑴𝒆𝒛+ + 𝒛𝒆− ⟶ 𝑴𝒆 13 Influência da Microestrutura do Metal Fe Cu pH = 3 𝐹𝑒2+ + 2𝑒− ⇄ 𝐹𝑒 𝐸𝐹𝑒2+/𝐹𝑒 𝑜 = −0,44𝑉 (𝑎𝑛𝑜𝑑𝑜) 𝐶𝑢2+ + 2𝑒− ⇄ 𝐶𝑢 𝐸𝐶𝑢2+/𝐶𝑢 𝑜 = +0,34𝑉 (𝑐𝑎𝑡𝑜𝑑𝑜) 𝑬𝒆 𝑭𝒆𝟐+/𝑭𝒆 = −𝟎, 𝟒𝟒 + 𝟖, 𝟑𝟏𝟒 𝒙 𝟐𝟗𝟖 𝟐 𝒙 𝟗𝟔𝟓𝟎𝟎 𝐥𝐧 𝟏𝟎−𝟔 𝟏 = −𝟎, 𝟔𝟏𝟕 𝑽 𝐻𝑎𝑞. + + 𝑒− ⇄ 1 2 𝐻2(𝑔) 𝑬𝒆 𝑯𝟐+/𝑯𝟐 = −𝟎, 𝟎𝟓𝟗 𝒑𝑯 = −𝟎, 𝟏𝟕𝟕 𝑽 pH = 3 Zn H2 H2 Evidências da corrosão do Zn – diminuição progressiva da massa e aumento da concentração de íons Zn2+ em solução; Evolução de hidrogênio – formação de bolhas. Por que aparecem regiões anódicas e catódicas na superfície do metal? 14 Principais fatores que levam ao aparecimento de regiões anódicas e catódicas no metal - Deformação superficial; - Gradientes de concentração; - Gradientes de temperatura; - Liga não homogênea; - Presença de intermetálicos e inclusões; - Regiões ativas nos contornos de grão. 15 Solidificação de um metal a partir do estado fundido Nos contornos de grão se concentram as impurezas, eles são o ponto fraco da microestrutura dos metais. 16 Partículas intermetálicas na microestrutura da liga de Al 2024-T3. F.M.Queiroz, M. Magnani, I. Costa, H.G. de Melo, Corrosion Science, 50, p. 2646, 2008 17 Microestrutura de Metais Micrografia óptica da microestrutural inicial de lingote fundido e solidificado mostrando dendritas primárias de Vanádio e compostos intermetálicos distribuídos nas regiões interdendríticas (inserção MEV). NiTi – fase clara e NiTi2 – fase cinza clara. P. Jiang, Y.-D. Yu, G.-S. Song, D. Liang, M. Kellam, M. Dolan . Acta Metallurgica Sinica(English Letters), 28(1): 15-21 Corrosão nas Partículas intermetálicas na microestrutura da liga de Al 2024-T3 após exposição em NaCl 1 mM durante 8 h . F.M.Queiroz, M. Magnani, I. Costa, H.G. de Melo, Corrosion Science, 50, p. 2646, 2008 Uma pilha hipotética E(V/Ref) |I|(A) Ee (H+/H2) Ee (Zn2+/Zn) t = 0 Circuito aberto R ∞ Eletrodos em equilíbrio 𝒁𝒏𝟐+ + 𝟐𝒆− ⇆ 𝒁𝒏 𝑬𝟎 = −𝟎, 𝟕𝟔𝟑𝑽 2𝑯+ + 𝟐𝒆− ⇆ 𝑯𝟐 𝑬 𝟎 = −𝟎, 𝟎𝑽 fem 18 E(V/Ref) |I|(A) Ee (H+/H2) Ee (Zn2+/Zn) Uma pilha hipotética t > 0 Circuito fechado R = R1 Eletrodos polarizados an cat 𝑍𝑛 ⟵ 𝑍𝑛2+ + 2𝑒− 2𝐻+ + 2𝑒− ⟵ 𝐻2 𝒅𝒅𝒑 = 𝑽 = 𝑹𝟏 𝒙 𝑰𝟏 I1 19 E(V/Ref) |I|(A) Ee (H+/H2) Ee (Zn2+/Zn) Uma pilha hipotética t > 0 Circuito fechado R 0 Eletrodos curto circuitados an cat 𝑍𝑛 ⟶ 𝑍𝑛2+ + 2𝑒− 2𝐻+ + 2𝑒− ⟶ 𝐻2 Icorr Ecorr VZn = VPt R = 0 V ≅ 𝟎 (depende da resistência do eletrólito) IZn = IH = Icorr 20 Medida Experimental do Potencial de um Metal em um Meio Corrosivo (Ecorr) pH = 3 Zn H2 H2 V E(V/Ref) |I|(A) Ee (H+/H2) Ee (Zn2+/Zn) 𝑍𝑛 ⟶ 𝑍𝑛2+ + 2𝑒− 2𝐻+ + 2𝑒− ⟶ 𝐻2 Ecorr 21 Potencial de Corrosão - Potencial no qual a velocidade de oxidação do metal (reação anódica) é praticamente igual à velocidade de redução de uma espécie do meio. - No potencial de corrosão – a corrente líquida na interface é zero. - Diferentemente do potencial de equilíbrio, no potencial de corrosão tem reação líquida no eletrodo pois a natureza das reações de oxidação e de redução são diferentes. Corrente de Corrosão - Corrente decurtocircuitamento onde os processos anódicos e catódicos na superfície do metal ocorrem com a mesma intensidade. - Corresponde à velocidade de oxidação do metal. - Pode ser determinada a partir do levantamento de curvas de polarização, por medida de perda de massa e por determinação da quantidade de íons em solução. IMPORTANTE – O potencial de corrosão tem sempre um VALOR INTERMEDIÁRIO entre o potencial de equilíbrio do metal (espécie que se corrói) e o potencial de equilíbrio do oxidante que se encontra no meio. 22 Verificação da possibilidade de ocorrência da Corrosão - Sob o ponto de vista termodinâmico – reação espontânea (G < 0); - Pode ocorrer a corrosão se no meio em que o metal está imerso tiver uma espécie com potencial de redução superior ao do metal (fem da pilha > 0) pH = 6 Cu O2 𝑬𝒆 = +𝟎, 𝟑𝟒 + 𝟖, 𝟑𝟏𝟒 𝒙 𝟐𝟗𝟖 𝟐 𝒙 𝟗𝟔𝟓𝟎𝟎 𝐥𝐧 𝟏𝟎−𝟔 𝟏 = 𝟎, 𝟏𝟔𝟑 𝑽 𝑬𝒆 𝑯+/𝑯𝟐 = −𝟎, 𝟎𝟓𝟗 𝒑𝑯 = −𝟎𝟑𝟓𝟒 𝑽 𝒇𝒆𝒎 = −𝟎, 𝟑𝟓𝟒 − 𝟎, 𝟏𝟔𝟑 = −𝟎, 𝟓𝟏𝟕 < 𝟎 Corrosão C𝒖𝟐+ + 𝟐𝒆− ⇆ 𝑪𝒖 𝑬𝟎 = +𝟎, 𝟑𝟒𝑽 23 Verificação da possibilidade de ocorrência da Corrosão pH = 6 Cu O2 𝑶𝟐 + 𝟐𝑯𝟐𝑶 + 𝟒𝒆 − ⟶ 𝟒𝑶𝑯− 𝑬𝒆 = +𝟎, 𝟒𝟎𝟏 𝑽 𝑬𝒆 = +𝟎, 𝟑𝟒 + 𝟖, 𝟑𝟏𝟒 𝒙 𝟐𝟗𝟖 𝟐 𝒙 𝟗𝟔𝟓𝟎𝟎 𝐥𝐧 𝟏𝟎−𝟔 𝟏 = 𝟎, 𝟏𝟔𝟑 𝑽 C𝒖𝟐+ + 𝟐𝒆− ⇆ 𝑪𝒖 𝑬𝟎 = +𝟎, 𝟑𝟒𝑽 𝑬𝒆 = +𝟎, 𝟒𝟎𝟏 + 𝟖, 𝟑𝟏𝟒 𝒙 𝟐𝟗𝟖 𝟒 𝒙 𝟗𝟔𝟓𝟎𝟎 𝐥𝐧 𝟎, 𝟐 𝟏𝟎−𝟖 𝟒 = 𝟎, 𝟖𝟔𝟒 𝑽 24 Pode corroer Vcorr por Ensaios de perda de massa Slides anteriores – tubulação de Aço (Fe), m = 600 g, t = 1 mês (2592000 s), Fe = 7,87 g/cm3, Área exposta = 1 m2 (104 cm2) unidades coerentes Determinação de icorr (Lei de Faraday) 𝒗𝒄𝒐𝒓𝒓 𝒈 𝒄𝒎𝟐𝒔 = ∆𝒎 𝑨. ∆𝒕 = 𝟔𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟒 𝒙 𝟐, 𝟓𝟗𝟐 𝒙 𝟏𝟎𝟑 = 𝟐, 𝟑𝟏𝟓 𝒙 𝟏𝟎−𝟓 𝒊𝒄𝒐𝒓𝒓 𝑨 𝒄𝒎𝟐 = 𝒗𝒄𝒐𝒓𝒓 𝑭 𝑬𝒒 − 𝒈 = 𝟐, 𝟑𝟏𝟓 𝒙 𝟏𝟎−𝟓 𝒈 𝒄𝒎𝟐𝒔 𝟗𝟔𝟓𝟎𝟎 𝑨. 𝒔 𝟓𝟔 𝟐 𝒈 = 𝟎, 𝟎𝟕𝟗𝟖 25 Determinação Analítica de icorr - A densidade de corrente de corrosão não pode ser medida diretamente! Por quê? Podemos determinar a corrente de corrosão graficamente ou por equações que representem a cinética do eletrodo Eq. de Butler-Volmer 𝑶𝒙 + 𝒏𝒆− ⇆ 𝑹𝒆𝒅 c < -30 mV a > 30 mV 26 Eq. de Tafel cat < -30 mV ou cat> 30 mV 𝜼𝒄𝒂𝒕 = 𝒃𝒄 𝐥𝐨𝐠 𝒊 𝒊𝒐 𝐛𝐜 = −𝟐, 𝟑𝟎𝟑 𝐑𝐓 𝐧𝛂𝐅 < 𝟎 an > 30 mV 𝜼𝒂𝒏 = 𝒃𝒂 𝐥𝐨𝐠 𝒊 𝒊𝒐 𝐛𝐚 = 𝟐, 𝟑𝟎𝟑 𝐑𝐓 𝐧(𝟏 − 𝛂)𝐅 > 𝟎 A equação para a sobretensão catódica (cat) representa a cinética da reação de redução (espécie oxidante do meio). A equação para a sobretensão anódica (cat) representa a cinética da reação de oxidação (corrosão do metal). Como na corrosão a natureza das reações catódica e anódica são diferentes 27 Representação gráfica da Eq. de Tafel E (V/Ref) log i (A/cm2) Eeq. Metal io(Metal) Ecorr icorr 𝑀𝑒 → 𝑀𝑒𝑧+ + 𝑧𝑒− Eeq. H+/H2 io(H+/H2) 𝑧𝐻+ + 𝑧𝑒− → 𝑧 2𝐻2 anod = Ecorr – Eeq. Metal cat = Ecorr – Eeq. H+/H2 28 Representação gráfica da Eq. de Tafel E (V/Ref) log i (A/cm2) Eeq. Metal io(Metal) Ecorr icorr 𝑀𝑒 → 𝑀𝑒𝑧+ + 𝑧𝑒− Eeq. H+/H2 io(H+/H2) 𝑧𝐻+ + 𝑧𝑒− → 𝑧 2𝐻2 anod = Ecorr – Eeq. Metal 𝒕𝒈𝜽 = 𝒃𝒂 = 𝑬𝒄𝒐𝒓𝒓 − 𝑬𝒆𝒒.𝑴𝒆𝒕𝒂𝒍 𝐥𝐨𝐠 𝒊𝒄𝒐𝒓𝒓 − 𝐥𝐨𝐠 𝒊𝒐 𝑴𝒆𝒕𝒂𝒍 𝑬𝒄𝒐𝒓𝒓 − 𝑬𝒆𝒒.𝑴𝒆𝒕𝒂𝒍 = 𝒃𝒂𝒍𝒐𝒈 𝒊𝒄𝒐𝒓𝒓 𝒊𝒐 𝑴𝒆𝒕𝒂𝒍 > 0 29 Representação gráfica da Eq. de Tafel E (V/Ref) log i (A/cm2) Eeq. Metal io(Metal) Ecorr icorr 𝑀𝑒 → 𝑀𝑒𝑧+ + 𝑧𝑒− Eeq. H+/H2 io(H+/H2) 𝑧𝐻+ + 𝑧𝑒− → 𝑧 2𝐻2 cat = Ecorr – Eeq. H+/H2 𝒕𝒈𝜶 = 𝒃𝒄 = 𝑬𝒄𝒐𝒓𝒓 − 𝑬𝒆𝒒.+/𝑯𝟐 𝐥𝐨𝐠 𝒊𝒄𝒐𝒓𝒓 − 𝐥𝐨𝐠 𝒊𝒐 𝑯+/𝑯𝟐 𝑬𝒄𝒐𝒓𝒓 − 𝑬𝒆𝒒.+/𝑯𝟐 = 𝒃𝒄𝒍𝒐𝒈 𝒊𝒄𝒐𝒓𝒓 𝒊𝒐 𝑯+/𝑯𝟐 < 0 30 Tome NOTA Eeq. Metal < Ecorr < Eeq. Oxidante icorr > io(Metal) icorr > io(Oxidante) Ecorr – Eeq. Metal = anod > 0 ba > 0 Ecorr – Eeq. Oxidante = cat < 0 bc < 0 (Geralmente fornecido em módulo) 31 Exercício Uma tubulação de aço encontra-se em contato com uma solução ácida (pH = 3) de FeSO4 0,05, desaerada (sem oxigênio). Determine a velocidade de corrosão e a corrente de corrosão para a tubulação no meio em questão. Considere a temperatura como sendo igual a 25º C. Sabendo que a tubulação está sofrendo corrosão generalizada transforme a corrente de corrosão em perda de espessura (cm/ano). Dados: 1 Faraday = 96500 C = 96500 A.s 𝑭𝒆𝟐+ + 𝟐𝒆− ⇄ 𝑭𝒆 𝑬𝒐 = −𝟎, 𝟒𝟒𝑽 𝑯+ + 𝒆− ⇄ 𝟏 𝟐𝑯𝟐 𝑬 𝒐 = 𝟎, 𝟎𝑽 𝒊𝒐 𝑭𝒆𝟐+/𝑭𝒆 = 𝟏𝟎 −𝟓 𝑨 𝒄𝒎𝟐 𝒊𝒐 𝑯+/𝑯𝟐 = 𝟏𝟎 −𝟔 𝑨 𝒄𝒎𝟐 𝒃𝒂 = 𝟏𝟎𝟎 mV/década logarítmica 𝒃𝒄 = 𝟏𝟐𝟎 mV/década logarítmica 𝒑𝑯 = −𝒍𝒐𝒈𝒂𝑯+ massa molar do Fe = 56 g Fe = 7,87 g/cm 3 Respostas: icorr = 6,76 x 10 -5 A/cm2 Ecorr = -0,395 V e = 0,0786 cm/ano 32 Passivação - A corrosão do metal pode resultar na formação de seus cátions; - A corrosão do metal pode resultar na formação de produtos de corrosão pouco solúveis, como os óxidos. 𝑴𝒆 + 𝒚𝑯𝟐𝑶 ⇄ 𝑴𝒆𝒙𝑶𝒚 + 𝟐𝒚𝑯 + + 𝟐𝒚𝒆− A passivação é um fenômeno extremamente desejável em engenharia Definições de estado passivo: Um metal é considerado passivo quando seu comportamento eletroquímico se mostra apreciavelmente mais nobre que o previsto; Quando resiste à corrosão em um meio onde a passagem do estado metálico para produtos de corrosão é termodinamicamente favorável. 33 Comparação entre as escalas de nobreza termodinâmica e prática 34 Características desejáveis de uma película passiva Espessura; Alta compaticidade; Elevada aderência; Baixa condutividade iônica; Elevada condutividade eletrônica; Baixa solubilidade; Estabilidade termodinâmica. 35 Curva de polarização para um metal passivo Passivação pode ocorrer naturalmente ou por imposição de um potencial anódico ao material. Age como eletrodo inerte 36 - A curva de polarização – obtida experimentalmente, mostra como o metal se comporta quando é exposto a um meio oxidante (imposição de potencial anódico ao metal (mais positivo); o metal é “obrigado” a fornecer elétrons para um circuito externo). Curva de polarização para um metal passivo com destruição da película passiva 37 Dissolução/desestabilização da película passiva porque ela não é mais estável a partir deste potencial 38 Mecanismos de Passivação Teoria da formação de uma camada de óxido ou de produto de corrosão; Teoria da adsorção – formação de um filme bidimensional de oxigênio ou outra espécie passivante. Desalojam espécies necessárias à dissolução anódica do metal. Outros processos de passivação Uso de inibidores de corrosão – cromatos, nitritos, molibdatos; Anodização – espessamento forçado da camada de óxido. 39 Outros processos de passivação A adição do inibidor de corrosão ao meio onde o metal está imerso eleva o potencial do metal para esta região, onde a passivação ocorre. Anodização – impõe-se ao metal, imerso em uma solução com composição adequada, um potencial elevado (tipicamente 20 V), espessando artificialmente a camada de óxido. VAMOS REFLETIR? 1 – O que ocorre com o potencial do metal se o inibidor, por algum motivo, faltar no meio em que o metal se encontra imerso? 2 – Como o metal anodizado se comporta? E (V/Ref) log /i/ (A/cm2) Ecorr icorr 40 Influência do poder oxidante do meio sobre a passivação Curva passiva do metal Lembrando que o potencial de corrosão é determinado pelo cruzamento da curva anódica do metal com a curva catódica do oxidante. O potencial de corrosão do metal em um determinado meio pode ser modificado pela adição de uma espécie oxidante (com potencial de equilíbrio mais elevado que o do metal e que pode polarizá-lo anodicamente). io ox1 1 – Adição de um oxidante fraco – aumento da velocidade de corrosão; Eeq. ox1 icorr ox1 3 – Adição de um oxidante mais forte – situação metal passivo; Eeq. ox3 io ox2 METAL SEMPRE PASSIVO 2 – Adição de um oxidante intermediário – situação de instabilidade; Eeq. ox2 io ox2 METAL PASSIVO icorr ox2 METAL ATIVO 41 Influência do teor de Cr na passivação do aço inoxidável 42 Diagramas de Pourbaix ASPECTOS IMPORTANTES: Diagramas potencial x pH a 25º C; Construídos com base em dados termodinâmicos – portanto não incluem dados sobre a cinética dos processos; Construídos a partir de cálculos baseados em equilíbrio eletroquímico e de dados de solubilidade para vários óxidos ou compostos do metal; Refletem o equilíbrio metal-íon-óxido; Refletem o comportamento do metal em água destilada sem a presença de espécies agressivas; 43 As regiões do diagrama de Pourbaix Meios redutores e ácidos Meios redutores e básicos Meios oxidantes e ácidos Meios oxidantes e básicos 44 As linhas do diagrama de Pourbaix Linhas horizontais – equilíbrios eletroquímicos (dependentes do potencial) e independentes do pH. 𝐹𝑒3+ + 𝑒− ⇄ 𝐹𝑒2+ 𝐸𝑒𝑞 = +0,771 + 𝑅𝑇 1𝐹 ln 𝑎𝐹𝑒3+ 𝑎𝐹𝑒2+ 𝐹𝑒2+ + 2𝑒− ⇄ 𝐹𝑒 𝐸𝑒𝑞 = −0,44 + 𝑅𝑇 2𝐹 ln 𝑎𝐹𝑒2+ Linhas verticais – equilíbrios químicos (independentes do potencial) e dependentes do pH. 2 𝐹𝑒3+ + 3𝐻2𝑂 ⇄ 𝐹𝑒2𝑂3 + 6𝐻 + Linhas inclinadas – equilíbrios eletroquímicos (dependentes do potencial) e dependentes do pH. 45 Região de estabilidade da água Região onde ocorre a maioria dos casos de corrosão 𝑂2 + 4𝐻 + + 4𝑒− ⇄ 2𝐻2𝑂 𝐸 = 1,228 − 0,059𝑝𝐻 + 0,0147 log𝑃𝑂2 Evolução do oxigênio 2𝐻+ + 2𝑒− ⇄ 𝐻2 𝐸 = −0,0295 log𝑃𝐻2 − 0,059 𝑝𝐻 Evolução do hidrogênio 46 Região de estabilidade da água 47 Análise qualitativa dos diagramas de Pourbaix Metal é estável Óxidos ou hidróxidos são estáveis Íons são estáveis IMPORTANTE: A região de imunidade é garantida pela termodinâmica – O metal não corrói pois se encontra abaixo de seu potencial de equilíbrio; As regiões de corrosão e de passivação dependem da cinética e não podem ser garantidas através da simples análise dos diagramas de Pourbaix! A presença de íons agressivos pode modificar os diferentes domínios 48 Análise qualitativa dos diagramas de Pourbaix IMUNIDADE PASSIVAÇÃO CORROSÃO 49 Presença de íons agressivos 50 Corrosão Galvânica Acoplamento de metais com diferentes potenciais de corrosão e em contato com um eletrólito METAL MAIS NOBRE - É polarizado catodicamente – seu potencial de corrosão diminui; - Passa a corroer com velocidade menor do que se estivesse isolado no mesmo meio. METAL MENOS NOBRE - É polarizado anodicamente – seu potencial de corrosão aumenta; - Passa a corroer com velocidade maior do que se estivesse isolado no mesmo meio; - A corrosão ocorre perto da junção com o metal mais nobre. O acoplamento galvânico deve ser evitado quando o metal menos nobre não pode ser corroído O acoplamento galvânico pode ser utilizado como método de proteção para o metal mais nobre – acoplamento intencional 51 E (V/Ref) log i (A/cm2) Eeq. (A) io(A) Eeq. H+/H2 io(H+/H2) (A) 𝑧𝐻+ + 𝑧𝑒− → 𝑧 2𝐻2 Ecorr (A) icorr(A) 𝑀𝑒𝐴 → 𝑀𝑒𝐴 𝑧+ + 𝑧𝑒− io(H+/H2) (B) Eeq. (B) io(B) Ecorr (B) icorr(B) 𝑀𝑒𝐵 → 𝑀𝑒𝐵 𝑧+ + 𝑧𝑒− Curva soma das reações catódicas Curva soma das reações anódicas NOVO Ecorr – “A” polarizado anodicamente, e “B” polarizado catodicamente. 𝒊𝒄𝒐𝒓𝒓(𝑩) ′ 𝒊𝒄𝒐𝒓𝒓(𝑨) ′ Teoria do potencial misto para metais acoplados galvanicamente – áreas iguais dos dois metais Se a área de “B” for MAIOR que a de “A” a polarização anódica e a corrosão deste último será bem mais intensa!!! -i‘corr(A) > icorr(A) ; - i‘corr(B) < icorr(B) . 52 Técnicas para medir a intensidade da corrosão galvânica Gravimétrica com os metais acoplados; Medida da corrente galvânica entre os dois metais com auxílio de um circuito especial. Técnicas para prever a corrosão galvânica Medida do potencial de corrosão de cada um dos metais no meio de interesse seguido de determinação do potencial de corrosão (misto) do par; Determinar a série galvânica no meio de interesse e procurar acoplar metais que apresentem potencial de corrosão próximos; Levantamento de curvas de polarização do metal com verificação de sua corrente de corrosão quando polarizado no potencial do par. Casos Práticos Acoplamento de metais com nobrezas diferentes; Presença no eletrólito de íons de um metal mais nobre (deslocamento galvânico). 53 Casos Práticos Ferro Cobre Fluxo?? Fluxo?? SIM NÃO Fluxo errado: - Deslocamento galvânico do Fe pelo Cu2+; - Formação de uma pilha galvânica entre o Cu depositado e o Fe podendo levar à perfuração deste último – problema mais grave. Fatores importantes a considerar Área anódica >>> Área catódica – um rebite NUNCA pode ser menos nobre que a chapa! Inversão de polaridade – presença de complexantes (EDTA para o par Sn/Fe, CN- para o par Cu/Zn), formação de películas passivas (par Fe/Al em exposição atmosférica, par Fe/Zn em água quente). 54 Formas de proteção Uso de metais com nobrezas próximas; Área anódica >>> área catódica; Promover o isolamento elétrico entre os metais; Usar um metal de sacrifício – Qual a nobreza deste metal relativa aos metais do par? Como este metal agiria? Aplicação de pinturas – Vamos refletir! Como efetuar este procedimento? Evitar o contato dos metais acoplados galvanicamente com um eletrólito ou regiões com elevada umidade. 55 Proteção catódica PRINCÍPIO - alterar o potencial do metal que se deseja proteger de modo que o novo potencial se situe abaixo do potencial de equilíbrio do metal (idealmente) – região de imunidade do diagrama de Pourbaix. 56 Proteção catódica 57 Tipos de Proteção catódica Galvânica ou por anodo de sacrifício. Por corrente impressa. Proteção Catódica por Anodo de Sacrifício Princípio da proteção – diferença de potencial entre o metal a ser protegido (mais nobre) e o metal que irá protegê-lo (menos nobre). Anodos mais utilizados – Al, Zn e Mg. Instalação 58 Proteção Catódica por Anodo de Sacrifício O material a ser protegido recebe elétrons do metal menos nobre; Corrente é injetada na peça a ser protegida a partir do solo; O metal a ser protegido fica com excesso de cargas negativas (polarizado catodicamente) e sobre a superfície ocorrerão reações de redução (H+ e O2) – eventuais problemas com alcalinidade! Como a diferença de potencial é pequena existe limitação no emprego desta metodologia! Meios tem que ter baixa resistividade – é comum o uso de enchimentos condutores. Para garantir proteção, anodos tem que ser distribuídos ao longo de toda a estrutura. Desvantagens Os anodos têm que ser substituídos regularmente; Não permitem regulagem de corrente; Não funcionam quando há corrente de interferência. Fornecem correntes de até 5 A. 59 Proteção Catódica por Corrente Impressa A corrente para a proteção é proveniente de uma fonte externa geradora de corrente contínua. Funcionamento da Proteção Catódica por Corrente Impressa Leito de anodos INERTES para dispersão da corrente no solo. A peça a ser protegida seráo CATODO do sistema Necessário ter disponibilidade de energia elétrica 60 Características dos anodos inertes 61 Acompanhamento do potencial da estrutura 62 Distribuição de potencial com retificador ligado ou desligado 63 Características da PC por corrente impressa A resistividade do meio não é entrave; Utilizado para peças de grande e médio porte; Recomendado quando houver corrente de interferência; Permite regulagem e necessita de acompanhamento operacional; Custo inicial maior; Sujeito a interrupção por falta de energia elétrica. 64 Comparação entre os dois tipos de proteção 65 Corrosão por Pites ASPECTOS IMPORTANTES: Ataque extremamente localizado; Pites tem pequenos diâmetros e são profundos; Não se verifica perda de massa considerável do material (as vezes é imperceptível); Perda de espessura nos locais atacados pode ser considerável – risco de perfuração do equipamento e/ou perda da resistência mecânica; Manifesta-se principalmente em metais passivos; 66 Curva de Polarização para Metal Passivo com Corrosão por Pites Epite Aumento da corrente em potencial inferior ao potencial de transpassivação; Resulta da quebra local da película passiva (locais frágeis); Fenômeno que é fomentado pela presença de íons agressivos no meio (Cl-). 67 Mecanismos propostos para a iniciação da corrosão por pites Adsorção competitiva – competição entre o ânion cloreto e a espécie responsável pela passivação (NO3 -, SO4 2-); Aumento da condutividade iônica da película – íon agressivo se difunde através dos defeitos da rede cristalina da película passiva; Diminuição da força de coesão da película – adsorção do ânion diminui a tensão superficial enfraquecendo localmente a película. Mecanismo autocatalítico - Reação anódica no interior do pite – cargas positivas; - Cloreto migra para o interior do pite formando o cloreto metálico; - Hidrólise do cloreto metálico gerando acidificação local. Acidificação local da solução no interior do pite. - Possíveis reações catódicas; - Óxido adjacente funciona como catodo para o processo. 68 Mecanismo autocatalítico 69 Fatores do meio que intervêm na corrosão por pites Presença de espécies agressivas (ânions): Maior concentração menor o potencial de pites; Maior a agressividade menor o potencial de pites; Qto. mais resistente o metal maior a concentração da espécie agressiva para iniciar a corrosão por pites. Maior teor de Cr Maior concentração de cloretos. 70 Presença de espécies oxidantes – elevam o potencial do metal para valores acima do potencial de pites; Presença de espécies passivantes no eletrólito: NO3 -, CrO4 2-, SO4 2-; Fatores do meio que intervêm na corrosão por pites Aço 18Cr-8Ni em solução de NaCl 0,1 M com diferentes concentrações de sulfato 71 Fatores do meio que intervêm na corrosão por pites pH – entre 4 e 8 maior propensão ao ataque localizado. Por quê? 72 Fatores do meio que intervêm na corrosão por pites Ausência de O2 no meio; Baixas velocidades relativas entre o meio e o metal; Efeito da temperatura: 73 Fatores do meio que intervêm na corrosão por pites Tempo de indução – depende do potencial de corrosão (> potencial, < tempo de indução), depende da concentração de cloreto (>concentração, < tempo de indução); 3% NaCl a 30º C 1 – aço; 2 – níquel; 3 – aço inox 430; 4 – aço inox 304; 5 – aço inox 316; Fatores do metal que intervêm na corrosão por pites As ligas apresentam comportamento diferente quanto à corrosão por pites. 74 Fatores do metal que intervêm na corrosão por pites Quanto mais homogênea a microestrutura maior a resistência à corrosão por pites; Elementos como o Cr, Ni, Mo, Cu e Ni aumentam a resistência à corrosão por pites dos aços inoxidáveis, Mn e S diminuem; Polimento superficial (superfície mais homogênea) aumenta a resistência à corrosão. Avaliação da corrosão por pites Não pode ser avaliado por ensaios de perda de massa; Existem normas técnicas para esta metodologia onde se classifica a resistência de acordo com o número e profundidade dos pites. Prevenção da corrosão por pites
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