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• Três fontes principais: – Forças da natureza. – Combustíveis - sólidos, líquidos ou gasosos. – Energia atômica. Realidade atual - COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS são uma das principais fontes de energia empregadas, porém é uma fonte de energia esgotável. Definição genérica: toda substância que, por reação química, é capaz de liberar calor. Definição INDUSTRIAL: substância carbonácea que reaja facilmente com o ar atmosférico liberando grande quantidade de calor facilmente controlável. 1 Combustão • Principais elementos - C, H, S, O, N. – S - SO2 e SO3 (tóxicos, chuva ácida, formação de substâncias corrosivas). – O - promove uma queda na quantidade de calor liberada (ligação O- H já está estabelecida). – N – inerte. Sai sob a forma de N2. • DEFINIÇÃO - água ligada ou combinada - quantidade de hidrogênio já ligado ao oxigênio do próprio combustível, e que não está disponível para sofrer combustão e liberar energia (diminui o PC do combustível). • Propriedades desejáveis em um combustível: – Uso simples. – Não deve produzir substâncias tóxicas ou corrosivas. – De fácil e com baixo custo de obtenção. – Transporte e armazenagem devem ser seguros. 2 Combustão • Reação de combustão - reação de oxirredução. Comburente - O2 – oxidante. • Fonte de comburente - ar atmosférico (79% N2 + 21% O2; 76,8 % N2 + 23,2% O2). Pode ser também utilizado O2 puro. • Reações de combustão: )(3)(2)( )(2)(2)( 2)(2)(2 2)(2)(2 )()(2)( )(2)(2)( 23 /0,72 /3,68)(21 /8,57)(21 )(/28 2 1 /7,96 ggs ggs gg gg ggs ggs SOOS molkcalHSOOS molkcalHlíquidoOHOH molkcalHvaporOHOH incompletacombustãomolkcalHCOOC molkcalHCOOC Fumos - composto por todos os produtos de reação mais o oxigênio em excesso e o nitrogênio do ar. 3 Combustão • Reorganização das ligações - não ocorre alterações nucleares. • Reação exotérmica - auto ativante. – Temperatura de ignição - Valor crítico de temperatura que permite que a reação de combustão se inicie. A velocidade da reação com o O2 supera um valor crítico. • Reação, geralmente, ocorre em fase gasosa. • Tipos de combustão: – Incompleta - presença de CO (incialmente converte-se todo o H em água) e combustível não oxidado nos fumos. – Teoricamente completa - quantidade estequiométrica de comburente. – Completa na prática - quantidade de O2 maior que aquela prevista estequiometricamente. 4 Combustão • Oxigênio teórico - quantidade de O2 necessária para a combustão completa do combustível, descontando-se a quantidade já presente no combustível. OHCOOHC OHCOOOHHC 22262 22252 325,3 323 • Ar teórico - Quantidade de ar (mistura de N2 e O2) que contenha a quantidade de oxigênio teórico. • Ar em excesso - quantidade de ar contendo o comburente (oxigênio) em excesso (superior à quantidade teórica). Ar real = ar teórico + ar em excesso 𝑂2(𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜) = 𝑂2(𝑝.𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡ã𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑙𝑒𝑡𝑎) − 𝑂2 (𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑛𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡í𝑣𝑒𝑙) 5 Combustão • Ar em excesso facilita o contato íntimo entre as moléculas de ar e as moléculas gasosas, ou finamente divididas, do combustível. • O excesso de O2 impede que o equilíbrio das reações de combustão (transformação de CO em CO2 e dissociação da água) se desloque para a esquerda. • Exprime-se o teor de ar em excesso como um percentual do ar teórico. • Quantidade adequada de ar em excesso depende do estado físico do combustível. • Tem-se O2 nos fumos produzidos. 6 Combustão • Fumos - Produtos gasosos da combustão. • Composição depende das condições de P e de T. – Fumos em base úmida – H2O no estado vapor (PCI). – Fumos em base seca – H2O no estado líquido (PCS). • Na composição dos fumos deve-se considerar: – A umidade presente no próprio combustível. – O O2 em excesso. – N2. • Válida a equação de Clapeyron, uma vez que, na maioria das vezes as combustões são realizadas em pressões próximas à atmosférica. 7 Combustão • Aspectos importantes a serem considerados: – efetuar uma combustão completa; – utilizar a quantidade adequada de excesso de ar. • Combustíveis gasosos e líquidos permitem melhor contato com o comburente. • Combustíveis sólidos – fixação em leitos em cima de grelhas. Pulverizado e colocado na câmara, o combustível é queimado enquanto encontra-se suspenso no ar. 8 Combustão – Balanços de energia Calor gerado pela combustão completa de uma unidade de massa de combustível – adotar uma base de cálculo. Qualificativos do poder calorífico Do ponto de vista do processo: • poder calorífico a pressão constante (q = H) • poder calorífico a volume constante (q = U) Do ponto de vista do estado físico da água na saída do combustível: • poder calorífico superior (água líquida) • poder calorífico inferior (vapor) PCI = PCS – nH2O L PCI = PCS se o combustível não possui hidrogênio nem umidade. 9 Combustão – Balanços de energia Obtendo o valor do poder calorífico: medidas experimentais ou cálculo a partir de valores tabelados de entalpia. Medir em calorímetro: poder calorífico a volume constante (q = U). Já vimos um exemplo no laboratório (Exp. 1) Calcular a partir de dados tabelados de entalpia: poder calorífico a pressão constante (q = H) O poder calorífico é o negativo da entalpia da reação. 10 ∆𝐻𝑟 𝑜 = 𝑛∆𝐻𝑓 𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 − 𝑛∆𝐻𝑓 𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 Combustão – Balanços de energia TABELA DE ENTALPIAS – É NECESSÁRIO ADOTAR UM REFERENCIAL – ZERO ARBITRÁRIO Vocês repararam que, quando utilizamos o calorímetro, foi medido um T, a partir do qual se obteve um U. É difícil medir ou estabelecer valores absolutos para a energia interna. Medem-se diferenças. Por isso, adota-se um zero arbitrário. Como a entalpia deriva da energia interna, ela também tem um zero arbitrário. Adota-se usualmente como entalpia zero a entalpia dos elementos em sua forma mais estável, a 25oC. Tabela I: Entalpias de compostos a 25oC composto H (kcal/mol) composto H (kcal/mol) O2 zero H2 zero CO -26,40 CO2 -94,05 H2O líquida -68,32 H2O vapor -57,80 C2H 135,33 CH3OH -48,03 C2H6 -20,04 C36H74 -173,21 C2H2 54,54 HCCOH 18,7 Alsólido zero Al2O3 sólido -400,0 11 Combustão – Balanços de energia Para o cálculo do poder calorífico inferior do CH3OH a pressão constante - calcula-se a entalpia de reação da combustão. A reação completa corresponde à soma de três reações de formação: Para calcular o poder calorífico superior a pressão constante do CH3OH, utiliza-se a entalpia da água líquida. CH3OH C + 2 H2 + 0,5 O2 = - formação = 48,03 kcal C + O2 CO2 = 1 x (-94,05) = -94,05 kcal 2 H2 + O2 2 H2Ovapor = 2 x (-57,80) = -115,60 kcal __________________________ CH3OH + 1,5 O2 2 H2Ovapor + CO2 = 48,03 + (-94,05) + (-115,60) = -161,62 kcal PCIp cte = -161,62/ 32 = 5,05 kcal/g 12 Combustão – Balanços de energia • Neste caso, consideraremos apenas as reações de combustão a partir dos elementos C, H e S. • Se o composto tiver O, consideraremos que ele está sob a forma de água (desde que haja hidrogênio suficiente, é claro). • Com isso, a quantidade de hidrogênio disponível para reagir será menor que a quantidade total de hidrogênio do combustível. E se não conhecermos quais são os compostos do combustível, dá para calcular o PC? 13 • No exemplo do CH3OH, se só soubéssemos a composição elementar, esta seria (em %s molares): C: 1/6 = 16,7% H: 4/6 = 66,7% O: 1/6 = 16,7% • Ou seja, para um mol de CH3OH, teríamos:• um mol de C (nC=1), • quatro de H • um mol de O - este mol de O estaria “prendendo” dois mols de H (correspondente à chamada “água ligada”), deixando outros dois mols livres de H, ou um de H2 (“hidrogênio livre”, nH2 livre=1). • Assim, a entalpia e o PCI seriam dados por: total = C + 2 livre = nC (-94,05) + nH2 livre () = -151,85 kcal/mol PCIp cte = -151,85/ 32 = 4,75 kcal/g 14 Comparando com o valor calculado rigorosamente, estaríamos errando em apenas 6%. Vejam os erros para outros compostos: simplificado completo diferença kcal/g kcal/g kcal/g % a CH3OH 4,75 5,05 0,31 6 b C2H 9,46 14,66 5,21 35 c C2H6 12,05 11,38 -0,67 -6 d C2H2 9,46 11,56 2,10 18 e C36H74 13,21 12,91 -0,30 -2 f HCCOH 4,48 6,30 1,82 29 15 Dá para fazer conversões entre os diferentes tipos de PC? Dá, sim. Vejam a apostila de laboratório... Pressão constante Volume constante Superior PCSp cte PCSV cte Inferior PCIp cte PCIV cte muito útil obtida no calorímetro de bomba 16 • O que entra: – Combustível (não importa quais são os compostos, basta saber os elementos: C, H, S, O...) – Impurezas e umidade do combustível – Oxigênio (estequiométrico + excesso) – Nitrogênio • O que sai: – Produtos de combustão (CO2, CO, H2O, SO2) – Impurezas e umidade do combustível – Oxigênio não-utilizado (excesso) – Combustível não-utilizado – Nitrogênio Adota-se uma base de cálculo = 1 Kg 17 Combustão – Balanço de massa Alguns comentários sobre PC • A presença de inertes (N, cinzas, água) prejudica o PC, pois eles não contribuem para a geração de calor, mas fazem parte da massa do combustível, diminuindo o teor de C, H e S. • A presença de oxigênio, além de aumentar a massa (como os inertes), ainda corresponde à retenção de parte do hidrogênio, reduzindo sensivelmente o PC. Comparem os combustíveis A e B. • Este modelo é adequado para carvões, mas é simplificado e ignora as ligações químicas existentes no combustível, fazendo apenas a compensação da “água ligada”. Assim, ele pode gerar erros para outros combustíveis. Sobre isso, vejam o exercício 28 da lista. 18 Alguns comentários sobre o balanço de massas • O balanço de massas leva em conta características do processo, tais como a conversão total ou não, o uso de excesso de ar, o uso de enriquecimento do ar, etc. • Estes fatores não afetam o PC (que é uma propriedade do combustível) mas afetam a temperatura atingida. • Assim, por exemplo, comparem as quantidades de fumos com e sem excesso de ar (tabela IV), por kg de combustível. Com base úmida, o aumento foi de 52%. Com base seca, este aumento foi de 47%. As capacidades térmicas aumentarão correspondentemente, e o aumento de temperatura será menor. 19
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